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ENSINO MÉDIO INTEGRADO

EDUCAÇÃO FÍSICA II
Prof. HUMBERTO
Apostila de Anatomia

MATERIAL ELABORADO PARA SUBSIDIAR


AS AULAS DA DISCIPLINA EDUCAÇÃO
FÍSICA II DAS TURMAS DO ENSINO MÉDIO
INTEGRADO EM AUTOMAÇÃO
INDUSTRIAL E SEGURANÇA DO
TRABALHO DO INSTITUTO FEDERAL
CATARINENSE CAMPUS LUZERNA.

Permitida a reprodução desde que citada a fonte.

Todas as imagens desta apostila foram copiadas da internet através de pesquisa no Google Imagens.

ORGANIZAÇÃO
HUMBERTO LUIS DE CESARO
ENSINO MÉDIO INTEGRADO
EDUCAÇÃO FÍSICA II
Prof. HUMBERTO
Apostila de Anatomia

1 INTRODUÇÃO À ANATOMIA

1.1 Conceito

Anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e o


desenvolvimento dos seres organizados, ou melhor, é o estudo das estruturas do corpo humano. Este
curso trata principalmente da anatomia humana macroscópica. O termo Anatomia vem do grego
Ana, que significa “em partes” e Tomein, que significa “cortar”.

1.2 Divisão

Anatomia regional: estuda o corpo dividido em segmentos ou partes.

Anatomia sistêmica: estuda o corpo organizado em seus diferentes sistemas


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Anatomia de superfície: fornece informações sobre estruturas que podem ser observadas ou
palpadas sobre a pele. É um método de estudo através da descrição visual das estruturas, sem
intervenções como a dissecação ou outros métodos de estudo invasivos.

Anatomia radiológica, seccional e endoscópica: permite observar as estruturas no indivíduo


vivo.
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Anatomia clínica: enfatiza a aplicação do conhecimento anatômico à prática clínica.

1.3 Variação e normalidade em anatomia

Variações anatômicas são diferenças morfológicas entre elementos que compõem um grupo
humano. Pode ser externamente ou em qualquer sistema do organismo sem que traga prejuízo
funcional ao indivíduo. Observe as figuras a seguir:
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As variações anatômicas são comuns e encontra-las é esperado durante uma dissecação ou


exame de peças dissecadas ou cadáveres. É muito importante saber que existem e também é
importante lembrar que, mesmo anatomicamente falando, ninguém é igual a ninguém.

No corpo humano, as veias são as estruturas que mais variam e os nervos as que menos
variam.

Normal, para os anatomistas, é um padrão que não inclui variações. Esse padrão corresponde
ao que é observado na maior parte dos casos, ou seja, ao que é mais frequente. A estrutura habitual
do corpo é o padrão mais comum.

CURIOSIDADE: o padrão mais comum é encontrado em menos da metade das pessoas.

1.4 Anomalia e monstruosidade

Anomalia são variações morfológicas que podem ou não atrapalhar a função do órgão ou
estrutura e não impedem a vida.
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NA FICÇÃO...
Hannibal Lecter, o serial killer
canibal da trilogia escrita por
Thomas Harris e adaptada para o
cinema e para a televisão
(Hannibal, no Netflix), tem
polidactilia.

http://comunidaderesenhasliterari
as.blogspot.com.br/2011/06/trilog
ia-hannibal-thomas-harris.html

Durante muito tempo, pessoas


com diversos graus e tipos de
anomalias transformaram suas
variações anatômicas em forma de
Já monstruosidade refere-se a anomalias acentuadas, que ganhar seu sustento (veja cartaz
ao lado), exibindo-se em circos
causam profundas deformidades no organismo e geralmente são
chamados de freak show.
incompatíveis com a vida. Um exemplo de monstruosidade é a
anencefalia. A série de tv American Horror
Story retrata a vida dos
integrantes de um freak show em
sua quarta temporada.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ame
rican_Horror_Story:_Freak_Show
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1.5 Terminologia ou Nomenclatura Anatômica

É o conjunto de termos empregados para nomear e descrever o indivíduo ou suas partes. É


preciso usar termos apropriados da forma correta. Embora você conheça termos comuns e
coloquiais que sugerem partes e regiões do corpo, devemos aprender a terminologia anatômica
internacional, ou seja, axila em vez de “sovaco” e patela em vez de “rotula”.

A terminologia anatômica lista os termos anatômicos do latim e grego e seus equivalentes


em português. Para exemplificar, o músculo comum do ombro é chamado de musculus deltóides em
latim e músculo deltoide em português.

Vamos relembrar que a anatomia é uma ciência descritiva e requer nomes para as muitas
estruturas e processos do corpo. Muitos termos dão informações sobre o formato, o tamanho, a
localização, a função de uma estrutura ou sobre a semelhança entre duas estruturas.
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Exemplificando, vamos voltar ao


músculo deltoide.

O seu nome indica sua


característica. Ele cobre o ombro e
é triangular, como o símbolo
de delta, a quarta letra do alfabeto
grego.

Dando continuidade as terminologias, podemos também dar abreviações aos termos. Elas
podem ser usadas para sintetizar a escrita, como nos músculos (m.), artérias (a.), veias (v.), nervos
(n.), ligamento (lig.) entre outros. Exemplo do Músculo deltoide, que ficaria m. deltoide.

1.6 Posição Anatômica

Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, anatomistas optaram por
uma posição padrão mundial, denominada posição de descrição anatômica ou posição anatômica.
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Ao descrever pacientes ou cadáveres devemos visualizar mentalmente essa posição, estejam


eles em decúbito lateral (de lado), em decúbito dorsal (deitado de costas) ou decúbito ventral (de
barriga para baixo).

Ela refere como se a pessoa estivesse em pé, das três seguintes maneiras:

A cabeça, o olhar e os dedos voltados anteriormente, ou seja, para frente. Os braços ao lado
do corpo, com as palmas da mão voltadas anteriormente. Os membros inferiores próximos, com os
pés paralelos, ou melhor, juntos.

1.7 Planos de delimitação e secção

Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos imaginários tangentes
à sua superfície, formando um sólido geométrico do tipo paralelepípedo e são chamados de Planos
de Delimitação.
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Os seguintes planos de
delimitação são
formados. Dois verticais,
sendo, um tangente ao
ventre, nomeado
de plano ventral ou
anterior e outro ao dorso,
nomeado de plano
dorsal ou posterior. É
importante fixar que os
planos ventrais e dorsais
são ditos ao tronco e
anterior e posterior aos
membros.

Continuando, mais dois


planos verticais
tangentes ao lado do
corpo são formados. São
os planos laterais
direito e esquerdo.

E finalizando, o nosso
corpo é formado também
por dois planos
horizontais, um tangente
à cabeça, nomeado
de plano cranial ou
superior e outro à planta
dos pés, chamado
de podálico ou inferior.

Já os Planos de Secção referem-se a cortes:

Plano Mediano ou Sagital: são todos os planos verticais com


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orientação paralela à sutura sagital do crânio (ou da orelha). O plano sagital mediano (ou plano
mediano) divide o corpo em duas metades iguais, direita e esquerda.

Plano Frontal ou Coronal: são todos os planos verticais com trajeto paralelo à sutura coronal
do crânio (ou da “testa”). O plano coronal divide o corpo em duas metades diferentes, anterior e
posterior.
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Plano transversal: são todos os planos que cortam o corpo horizontalmente. Divide o corpo
em duas metades diferentes, superior e inferior.

1.8 Termos de posição e direção

São termos usados para descrever a relação entre as partes do corpo ou comparação da
posição relativa de duas estruturas. Alguns termos são específicos para comparações feitas na
posição anatômica ou em relação aos planos anatômicos. Veja os termos mais usados:

Antes, lembre-se da posição anatômica do indivíduo e das estruturas. Superior refere a uma
estrutura mais superior a outra estrutura ou próxima do crânio. Inferior refere a uma estrutura mais
inferior a outra estrutura ou próxima da planta do pé. Leia o exemplo: Os olhos são superiores em
relação à boca. A boca é inferior em relação aos olhos.

Cranial significa que está relacionada ao crânio, em direção à cabeça ou ao crânio e indica
direção. Caudal significa que está relacionada aos pés ou cauda, em direção aos pés ou a cauda e
indica também direção. Veja o exemplo: Leve suas mãos em direção à cabeça (cranial). Leve suas
mãos em direção aos pés (caudal).

Posterior ou dorsal significa a superfície posterior do corpo ou mais perto do


dorso. Anterior ou ventral significa a superfície anterior do corpo ou mais perto do ventre. Veja o
exemplo: os dedos dos pés são anteriores ao tornozelo. Já o tornozelo é posterior em relação aos
dedos dos pés.
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Medial é usado para indicar que uma estrutura está mais perto do plano mediano do corpo,
sendo que, este plano passa no centro de todo o corpo. Lateral indica que uma estrutura está mais
longe do plano mediano. Veja o exemplo: O polegar (10º dedo da mão) é lateral em relação aos
outros dedos. O 5º dedo é medial em relação aos outros. Lembre-se da posição anatômica!

Dorso refere à superfície superior de qualquer parte do corpo, como o dorso da língua, do
pé, nariz, pênis e a superfície posterior da mão. Já palma é a superfície anterior da mão. A planta do
pé é a base ou face inferior do pé oposta ao dorso.

Os termos superficial, intermédio e profundo descrevem a posição de uma estrutura em


relação à superfície do corpo e a relação entre uma estrutura e outra subjacente (abaixo) ou
sobrejacente (acima). Exemplo: o coração é intermediário em relação à coluna vertebral e ao
músculo peitoral. O peitoral é superficial em relação ao coração. A coluna vertebral é profunda em
relação ao coração.

Externo significa fora ou distante do centro de um órgão ou cavidade. Interno significa


dentro ou próximo do centro. Exemplo: Os olhos encontram externamente ao cérebro e o cérebro
internamente em relaçao aos olhos.

Além destes, são importantes os termos proximal e distal.

Proximal: que se situa próximo do tronco; que está mais próximo da cabeça. Ex.: a coxa está
mais próxima (proximal) da cabeça em relação à perna que está distante (distal); Distal: que se
situa longe do tronco; que está mais longe da cabeça. Ex.: a mão está mais distante (distal) da
cabeça em relação ao braço (proximal) que está mais próximo.
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2 SISTEMA ESQUELÉTICO

2.1 Conceito e função

Esqueleto é o conjunto de ossos e articulações que se interligam para formar a base de


sustentação do corpo animal. Tem como funções:
a) Definir o eixo corporal;
b) Proteger os órgãos internos;
c) Participa da movimentação, servindo de ponto de apoio para a ação muscular;
d) Armazena cálcio;
e) Produz células sanguíneas no tecido hematopoiético presente na medula de alguns ossos.

2.2 Ossos e cartilagens1


2.2.1 Tecido ósseo

O tecido ósseo é um tipo especial de tecido conjuntivo em que a sustância intercelular é


rígida, devido à associação entre as fibras colágenas e cristais de fosfato de cálcio. Cerca de 99% do
cálcio de nosso corpo concentra-se no esqueleto. Os hormônios calcitonina e paratormônio
controlam o intercâmbio de cálcio entre os ossos e o sangue.
As células que produzem a matriz óssea, composta de fibras e substâncias intercelulares, são
os osteoblastos (do grego osteon, osso, e blaston, no sentido de célula jovem). Essas células têm
longas projeções citoplasmáticas, que tocam as de osteoblastos vizinhos. À medida que secretam a
matriz rígida ao seu redor, os osteoblastos acabam confinados a pequenas câmaras individuais,
ligadas a outras apenas pelos canais modelados pelos prolongamentos citoplasmáticos.
Quando o osteoblasto amadurece e se transforma em osteócito, os prolongamentos celulares
se retraem e a célula passa a ocupar apenas a lacuna central. Pelos canalículos modelados durante a
formação da matriz óssea circulam fluidos provenientes do sangue, trazendo nutrientes e oxigênio
para as células ósseas.
Além de osteoblastos e osteócitos, os ossos apresentam células multinucleadas, os
osteoclastos (do grego klastos, quebrar, destruir). Essas células, que podem ter de 6 a 50 núcleos,
deslocam-se sobre as superfícies ósseas e destroem áreas lesadas ou envelhecidas do osso,
possibilitando assim sua regeneração, pela formação de novos osteoblastos e osteócitos. Graças à
atividade conjunta de osteoblastos e osteoclastos, o tecido ósseo está em constante remodelação.
Muitos ossos são constituídos por unidades denominadas osteônios, ou sistemas haversianos.
Cada osteônio é formado por várias camadas concêntricas de matriz óssea mineralizada,
depositadas ao redor de um canal onde há vasos sanguíneos e nervos.
Os ossos estão envoltos por tecidos conjuntivos que constituem o periósteo, onde há também
células mesenquimatosas, capazes de gerar novos osteoblastos. As células mesenquimatosas são, na
1Adaptado de: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia em contexto. São Paulo: Moderna,
2013.
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verdade, células-tronco ósseas, que permitem a contínua reconstrução e a reparação das fraturas dos
ossos.

2.2.2 Tecido cartilaginoso

O tecido cartilaginoso, presente no nariz e nas orelhas, entre outros locais do corpo,
caracteriza-se pela resistência aliada à flexibilidade. Essas características se devem à sua matriz
intercelular rica em fibras colágenas e em materiais resistentes, produzidos e secretados por células
denominadas condroblastos (do grego, chondros, cartilagem).
Em cartilagens completamente formadas, os condroblastos já amadureceram e diminuíram
de tamanho, passando a ser chamados de condrócitos. Cada condrócito fica confinado em uma
lacuna ligeiramente maior que ele, modelada durante a formação da matriz intercelular.
O tecido cartilaginoso é o único tecido conjuntivo sem vasos sanguíneos (avascular).
Condroblastos e condrócitos recebem nutrientes e oxigênio dos vasos sanguíneos localizados no
pericôndrio, o tecido conjuntivo que envolve a cartilagem. No pericôndrio também há células-
tronco que podem se transformar em condroblastos, permitindo assim o crescimento e a
regeneração do tecido cartilaginoso.

2.2.3 Tendões e ligamentos

Tendões e ligamentos são estruturas resistentes e pouco elásticas, constituídas por um tipo
especial de tecido conjuntivo que contém grande quantidade de fibras colágenas orientadas
paralelamente e com alto grau de compactação. Tendões ligam músculos a ossos, enquanto os
ligamentos ligam os ossos articulados uns aos outros.

2.3 Divisão do esqueleto

O esqueleto humano pode ser dividido em dois: axial e apendicular.

O esqueleto axial representa o eixo mediano do corpo e inclui os ossos da cabeça, do


pescoço e do tronco.

Já o esqueleto apendicular compreende os membros superiores e inferiores e suas


respectivas cinturas, a escapular e a pélvica.
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2.4 Número de ossos

No indivíduo adulto, organicamente desenvolvido, o número de ossos é de 206:


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REGIÃO TOTAL DIVISÃO


Cabeça 22 14 no crânio, 8 na face
Pescoço 8 7 vértebras cervicais e o osso hióide
Tórax 37 24 costelas, 12 vértebras torácicas e o esterno
Abdome 7 5 vértebras lombares, sacro e cóccix
Membro superior 32 2 na cintura escapular, 1 no braço, 2 no antebraço e 27
na mão
Membro inferior 31 1 na cintura pélvica, 1 na coxa, 1 no joelho, 2 na perna e
26 no pé
Ouvido médio 3 Martelo, bigorna e estribo

2.5 Classificação dos ossos

2.5.1 Ossos longos

Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas
extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior resistência. O osso um
pouco encurvado absorve o estresse mecânico do peso do corpo em vários pontos, de tal forma que
há melhor distribuição do mesmo. Os ossos longos tem suas diáfises formadas por tecido ósseo
compacto e apresentam grande quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises. Exemplo:
Fêmur.
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2.5.2 Ossos curtos

São parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos praticamente iguais às suas larguras.
Eles são compostos por osso esponjoso, exceto na superfície, onde há fina camada de tecido ósseo
compacto. Exemplo: Ossos do Carpo.
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2.5.3 Ossos laminares (planos)

São ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com
camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos garantem considerável proteção e geram
grandes áreas para inserção de músculos. Exemplos: Frontal e Parietal.

2.5.4 Ossos alongados


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São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central. Exemplo: Costelas.

2.5.5 Ossos pneumáticos

São osso ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), apresentando pequeno
peso em relação ao seu volume. Exemplo: Esfenoide.
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2.5.6 Ossos irregulares

Apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das categorias
prévias. Eles tem quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso compacto. Exemplo:
Vértebras.

2.5.7 Ossos sesamóides

Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e


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estresse físico, como as palmas e plantas. Eles podem variar de tamanho e número, de pessoa para
pessoa, não são sempre completamente ossificados, normalmente, medem apenas alguns milímetros
de diâmetro. Exceções notáveis são as duas patelas, que são grandes ossos sesamoides, presentes
em quase todos os seres humanos.

2.5.8 Ossos suturais

São pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas, entre alguns
ossos do crânio. Seu número varia muito de pessoa para pessoa.
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2.6 Configuração externa dos ossos

Os ossos apresentam saliências e depressões, que servem como pontos de articulação com
outros ossos e para fixação de tendões (origem e inserção dos músculos). Os formatos irregulares
dos músculos também oferecem vantagens mecânicas, como uma melhor distribuição do peso
corporal.

CURIOSIDADE:

O formato do femur inspirou o projeto de uma das construções mais famosas do mundo, a Torre
Eiffel. Veja no video: https://www.youtube.com/watch?v=tf7EsGW7xB8

SALIÊNCIAS

ARTICULARES NÃO ARTICULARES


Cabeça, côndilo, faceta Processos, tubérculos, trocânter, espinha,
eminência, lâminas, cristas

DEPRESSÕES

ARTICULARES NÃO ARTICULARES


Cavidades, acetábulo, fóvea Fossas, sulcus, forames, meatos, seios, fissuras,
canais
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3 SISTEMA MUSCULAR

3.1 Tecidos musculares2

Os músculos representam, em média, 40% de nossa massa corporal e são responsáveis por
todos os nossos movimentos e pela postura do nosso corpo. Por exemplo, o movimentos dos seus
globos oculares acompanhando essas linhas é resultado da cotnração de músculos ligados a eles; a
postura do seu corpo durante a leitura é resultado da contração de diversos músculos esqueléticos. A
contração muscular, além de permitir a postura, a locomoção e os mais diversos tipos de
movimentos corporais, também é responsável pela movimentação dos órgãos internos, como nos
batimentos do coração, a pulsação das artérias, a impulsão do bolo alimentar no trato
gastrointestinal, a eliminação das secreções e excreções por glândulas e outros.
Os músculos são constituídos por tecido muscular, que se caracteriza por apresentar células
altamente contráteis. As células musculares são alongadas e se contraem devido ao encurtamento de
filamentos proteicos citoplasmáticos dispostos ao longo de seu comprimento. Esses filamentos
(miofibrilas ou miofilamentos) são compostos por diversas proteínas. As mais abundantes são a
actina e a miosina, que formam filamentos organizados de tal maneira que podem deslizar uns sobre
os outros, encurtando as miofibrilas e, consequentemente, levando à contração da célula muscular.
Nos músculos, há também tecido conjuntivo, no qual estão situados vasos sanguíneos que atuam na
nutrição e na oxigenação das células musculares.
Existem três tipos de tecido muscular:

3.1.1 Tecido muscular estriado esquelético

Constitui a maior parte da musculatura dos vertebrados, formando o que se chama


popularmente de “carne”. O termo esquelético se refere ao fato de esse tipo de musculatura estar
preso aos ossos. Já o termo estriado deve-se ao fato de suas fibras constituintes apresentarem estrias
transversais, regularmente dispostas ao longo de seu comprimento.
Um músculo estriado esquelético é um pacote de longas fibras musculares (miócitos) que
percorrem o músculo de ponta a ponta. As fibras musculares constituem certa de 75 a 90% do
volume total da musculatura estriada esquelética; o restante é formado por tecidos conjuntivos
envoltórios, nervos e vasos sanguíneos. Os músculos estriados esqueléticos podem contrair-se
voluntariamente, ou sejam em geral, podemos contraí-los quando queremos. Por exemplo, se você
decidir rever uma figura desta apostila, seu sistema nervoso dará ordens a um conjunto de músculos
da mão e você executará a ação de procurar a figura voluntariamente.

3.1.2 Tecido muscular estriado cardíaco

2Adaptado de: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia em contexto. São Paulo: Moderna,
2013.
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É encontrado apenas no coração. Apesar de serem chamadas de fibras musculares, as


unidades que compoem esse tecido são células dotadas de um único núcleo. As fibras musculares
cardíacas assemelham-se às fibras esqueléticas por apresentarem estrias transversais, devidas ao
padrãoo de organização dos filamentos de actina e miosina em seu citoplasma. Os filamentos de
actina e miosina, porém não estão agrupados em feixes formando miofibrilas, como ocorre na
musculatura esquelética. As células musculares estriadas cardíacas também são envolvidas por um
fino envoltório de filamentos de proteína, o endomísio, mas não há perimínio nem epimísio na
musculatura do coração.
Células musculares cardíacas tem ramificações que se conectam umas às outras. A conexão
entre elas ocorre em regiões denominadas discos intercalares. Devido a estas conexões, um estímulo
suficientemente forte em uma região do coração se espalha rapidamente por todas as células
musculares estriadas cardíacas, levando todo o órgão a se contrair. Nesse aspecto, também, a fibra
estriada cardíaca difere da fibra estriada esquelética, pois esta só se contrai depois de receber um
estímulo direto a partir de uma terminação nervosa em contato com ela. A musculatura cardíaca tem
contração involuntária, ou seja, contrai-se independentemente da nossa vontade.

3.1.3 Tecido muscular não estriado (ou tecido muscular liso)

O tecido muscular liso está presente em órgãos viscerais, como o estômago, o intestino e o
útero, em ductos de diversas glândulas e nas paredes dos vasos sanguíneos, tanto das artérias quanto
das veias.
As células musculares não estriadas não apresentam a estriação transversal característica das
células musculares estriadas esqueléticas e cardíacas. Isso porque os filamentos de actina e miosina
não se organizam num padrão regular, apesar de estarem orientados de acordo com o eixo maior da
célula.
Sua contração é mais lenta que a das fibras esqueléticas, porém as fibras musculares lisas
posem se manter contraídas por um período de tempo bem maior.
O movimento dos músculos lisos, assim como do músculo cardíaco, é involuntário: na
maioria dos casos, esses músculos não estão sujeitos ao controle consciente. Ninguém é capaz de
controlar os movimentos do seu estômago ou intestino.

3.2 Estrutura do músculo estriado esquelético

O endomísio, uma fina camada de tecido conjuntivo, envolve cada fibra muscular e a separa
das fibras vizinhas. Outra camada de tecido conjuntivo, o perimísio, circunda um feixe de até 150
fibras denominado fascículo. Uma fáscia de tecido conjuntivo fibroso, o epimísio, circunda o
músculo inteiro. Essa bainha protetora afunila-se em suas extremidades distal e proximal ao fundir-
se eunir-se às bainhas do tecido intramuscular para formar o denso e resistente tecido conjuntivo
dos tendões.
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A origem do músculo refere-se ao local no qual o tendão o tendão une-se a uma parte
esquelética relativamente estável, em geral a extremidade proximal ou fixa do sistema de alavanca
ou aquela mais próxima da linha média do corpo; o ponto de inserção muscular distal ao osso móvel
representa a inserção.

Bíceps Femoral

Origem
Cabeça Longa: Tuberosidade isquiática e ligamento sacro-tuberoso
Cabeça Curta: Lábio lateral da linha áspera

Inserção: Cabeça da fíbula e côndilo lateral da tíbia


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Bíceps Braquial
Origem:

Porção Longa: Tubérculo supra-glenoidal


Porção Curta: Processo Coracoide

Inserção: Tuberosidade radial


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Embaixo do endomísio e circundando cada fibra muscular existe o sarcolema, uma


membrana fina e elástica que envolve o conteúdo celular da fibra. Ele contem uma membrana
plasmática e uma membrana basal.

A membrana plasmática, uma estrutura lipídica com duas camadas, conduz a onda
eletroquímica de despolarização por sobre a superfície da fibra muscular. A membrana isola também
uma fibra das outras durante a despolarização.

A membrana basal contém proteínas e filamentos de fibrilas colágenas que se fundem com
as fibras colágenas na cobertura externa do tendão.

Entre as membranas basal e plasmática existem as células-tronco miogênicas conhecidas


como células-satélite, que são os mioblastos normalmente quiescentes que funcionam:

a) no crescimento celular regenerativo;

b) nas possíveis adaptações ao treinamento com exercícios;

c) na recuperação após uma lesão.

A incorporação dos núcleos das células satélites dentro das fibras musculares preexistentes
parece ser uma explicação provável para a hipertrofia das fibras musculares induzida pelo exercício.

O sarcômero é a unidade funcional da contração muscular. Os filamentos de actina e miosina


que estão dentro do sarcômero contribuem principalmente para a mecânica da contração muscular.
Os sarcômeros distribuem-se em séries e seus filamentos possuem uma configuração paralela dentro
de cada fibra. Uma miofibrila com 15mm de comprimento contém cerca de 6000 sarcômeros.
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