Professional Documents
Culture Documents
Dezembro de 2008
ii
Dezembro de 2008
iii
(Autor desconhecido)
v
Agradecimentos
Ao meu orientador Prof. Guilherme Bezzon pelo incentivo, pelo crédito, pela clareza e
presteza no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento e normatização desta
Monografia de Conclusão de Curso.
Agradeço principalmente aos meus pais e familiares, que com apoio moral e financeiro
possibilitaram que eu chegasse até aqui, pois sem dúvida nenhuma, sem eles nada do que
consegui seria possível.
O desenvolvimento deste trabalho não seria possível sem a colaboração de Celso Daniel
Galvani Junior, Engenheiro de Equipamentos da Petrobras REPLAN.
vi
Sumário
Resumo ....................................................................................................................................xii
1 Introdução .......................................................................................................................... 1
1.1 Objetivo......................................................................................................................... 2
1.2 Justificativa.................................................................................................................... 2
4 Conclusão.......................................................................................................................... 34
4.1 Contribuições .............................................................................................................. 34
4.2 Extensões..................................................................................................................... 34
Lista de Siglas
η Rendimento
ηh Rendimento Hidráulico
ηv Rendimento Volumétrico
ηm Rendimento Mecânico
NPSHa ou NPSHd Net Positive Suction Head Available – Altura Liquida Positiva de
Sucção Disponível
NPSHr Net Positive Suction Head Required – Altura Liquida Positiva de
Sucção Requerida
P Período
Pot u Potencia Útil
Pot abs Potencia Absorvida
Pv Perdas Volumétricas
Pm Perdas Mecânicas
Ph Perdas Hidráulicas
Q Vazão
Rpm Rotações por minuto
ix
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
TABELA 1 – HISTÓRICO DE FALHAS DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS QUE MAIS FALHARAM ............. 21
TABELA 2 – HISTÓRICO DE FALHAS DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS QUE NÃO FALHARAM NOS
ÚLTIMOS CINCO ANOS. ....................................................................................................... 21
Resumo
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo
Elaborar um estudo de confiabilidade de bombas centrífugas operando em unidades de
destilação de uma refinaria de petróleo, a fim de relacionar casos de bombas operando fora da
faixa de vazão aceitável com baixa confiabilidade. No caso de bombas com baixa
confiabilidade por operarem fora da faixa de vazão adequada, são indicadas soluções com
objetivo de aumentar sua confiabilidade.
1.2 Justificativa
Bombas com baixa confiabilidade geram um alto custo de manutenção por
apresentarem altas taxas de falha e baixa disponibilidade para operação. Essa baixa
disponibilidade pode levar a uma parada não programada da unidade de processo,
aumentando ainda mais o prejuízo pela falha da bomba.
Bombas operando fora do ponto de melhor eficiência representam também desperdício
de energia.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Confiabilidade
A credibilidade que se tem em um produto, sistema e/ou equipamento está diretamente
relacionada ao conceito de confiabilidade. Essa credibilidade é medida estatisticamente
avaliando a probabilidade de um certo equipamento falhar. A partir de uma prévia análise de
confiabilidade de um projeto, determinam-se ações a fim de garantir alta confiabilidade a esse
projeto, visto que após a fase de projeto pouco pode ser feito para a melhoria da
confiabilidade em curto prazo.
Para se realizar um projeto com baixo índice de falhas é preciso que seja realizada uma
boa análise de confiabilidade.
A análise de confiabilidade, estudando a causa básica de uma falha, é uma ferramenta
útil para equacionar problemas crônicos, devido aos parâmetros que são fornecidos para a
tomada de decisões. [2]
2.1.3.1 Confiabilidade
Confiabilidade é definida como a probabilidade de um produto, sistema e/ou
equipamento cumprir a função para que foi projetado com sucesso por um período
determinado, sob condições de operações especificadas. [2]
Neq • P
TMEF =
λ
onde:
Equação 2-1
Neq – Numero de Equipamentos
P – Período
λ – Numero de Falhas / Intervenções
2.2 Bombas
São máquinas acionadas que recebem energia de uma fonte motora, transformam em
energia cinética e energia de pressão e a transmitem ao fluido bombeado. A utilização de
bombas ocorre sempre que se necessita aumentar a pressão de um fluido, transportá-lo pela
tubulação de ponto a outro de uma planta, seguindo as condições de vazão e pressão
estabelecidas pelo processo. Existem diversos tipos de bombas, cada uma adequada a uma
5
determinada condição que o processo exige, porém as bombas mais utilizadas na indústria do
petróleo são bombas centrífugas, também conhecidas como bombas dinâmicas centrífugas ou
turbo-bombas. [3]
entrada (baixa pressão) e um “acúmulo” na saída (alta pressão) pela redução da velocidade
com o aumento de volume na carcaça (no difusor ou pás difusoras). A baixa pressão succiona
novas partículas vindas da sucção, estabelecendo um fluxo contínuo de líquido. A alta pressão
permite que o líquido vença as perdas impostas pela tubulação e seus acessórios. [3]
kgf .m lbf . ft
=m ou = ft Equação 2-2
kgf lbf
A potência realmente absorvida pelo líquido, potência útil (Pot u), pode ser definida
também em função da massa ou do peso, conforme equações 2-3 e 2-4.
energia
Potu = ρ .Q.H1 H1 =
massa Equação 2-3
ρ = massa _ especifica
energia
Potu = γ .Q.H 2 H2 =
peso Equação 2-4
γ = peso _ especifico
A potência absorvida pelo conjunto da bomba (Pot abs) é igual a potencia útil somada
a todas as perdas de energia no conjunto da bomba, conforme equação 2-5. Além das perdas
hidráulicas (Ph), devemos considerar ainda: ·.
- Perdas volumétricas (Pv): uma parte da energia cedida ao fluido é perdida
pela recirculação do liquido nas partes internas da bomba.
- Perdas mecânicas (Pm): uma parte da energia cedida ao fluido é perdida pelo
atrito dos componentes mecânicos da bomba, como atrito nos mancais de rolamento e sistema
de vedação dos mancais.
Na pratica, não se faz cálculos das perdas volumétricas e perdas mecânicas, a curva de
potencia absorvida é gerada a partir de testes de bancadas no fabricante da bomba, conforme
figura 2-3.
Na pratica é calculada a relação entre a potência útil e potencia absorvida, como visto
na equação 2-7 e mostrado no gráfico em função da vazão conforme figura 2-4.
Potu
η= Equação 2-7
Potabs
2
Q2 D2 H 2 D2
= =
H1 D1
Equação 2-8
Q1 D1
Outras mudanças geométricas no rotor têm influência mais complexa nas curvas
características e seu desgaste devido ao tempo de uso pode reduzir sua eficiência.
a alteração da rotação do rotor se alteram as curvas de carga (H) x vazão (Q) da bomba a fim
de adequar a capacidade da bomba à necessidade do sistema de bombeamento.
2
Q2 N 2 H2 N2 Pot 2 N
= = =3 2
H1 N1
Equação 2-9
Q1 N1 Pot1 N1
H
H6
H5
hf6 Hdinâmico
H4
hf5
H3 hf4
H2 hf3
hf2
H1 Hestático
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q
Curva do sistema
Esse ponto de trabalho indica a altura manométrica total (AMT), a vazão, o rendimento e
a potencia absorvida. A reta vertical também cruza a curva de NPSH requerido e disponível.
Recomenda-se que a diferença entre o disponível e o requerido seja no mínimo 0,6m. [4]
Para bombas centrífugas de simples voluta, as forcas hidráulicas ao redor do rotor quando
operando próximo a vazão do BEP, estão quase balanceadas resultando na mais alta
14
Esse tipo de associação é muito utilizado em oleodutos conforme figura 2-11, onde se
necessita transportar produtos a longas distâncias, nesses sistemas a perda de carga é muito
elevada devido à longa distancia.
Qparalelo = 2.Q1
H1
Q1 Qsozinha Qparalelo
este está em equilíbrio com o líquido que lhe deu origem. A pressão de vapor é uma medida
da tendência de evaporação de um líquido. Quanto maior a sua pressão de vapor, maior é essa
tendência e mais volátil é o líquido.
Se a pressão absoluta de um sistema de bombeamento atingir valor igual ou inferior à
pressão do vapor líquido, na temperatura de bombeamento, parte deste líquido se vaporizará.
Caso a parte vaporizada encontre alguma região onde pressão absoluta seja maior que a
pressão do vapor líquido na temperatura de bombeamento, haverá colapso das bolhas com
retorno à fase líquida e a geração de ondas de choque, esse fenômeno é conhecido como
cavitação, gerando vibrações, ruídos e danos à bomba centrífuga.
Ao operar uma bomba centrífuga com a vazão acima da faixa tolerável, 120% do
B.E.P, a altura líquida positiva de sucção disponível (NPSHd. – Net Positive Suction Head)
deve ser maior, pois a velocidade na sucção do rotor irá aumentar o que diminui a pressão de
sucção. Essa diminuição de pressão pode atingir a pressão de vapor do líquido bombeado,
causando a cavitação.
Figura 2-14 Ilustração dos esforços radiais em bombas centrífugas de simples voluta. [7]
19
2.2.9.2.2 Recirculação
Outros problemas que causam danos similares ao da cavitação são a recirculação na
sucção e na descarga.
A recirculação na sucção causam danos semelhantes à da cavitação por falta de
NPSHd, porém a causa desse problema não está relacionado com falta de NPSHd e sim com
bombas centrífugas operando a vazões muito baixas onde ocorre à recirculação do fluido
bombeado pela sucção. Essa recirculação cria vórtices que causam danos ao rotor, conforme
figura 2-15.
3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL
TMEF
TMEF
Tag Posto Posto Tag Tag Término Sintoma
(meses).
(meses)
B-2154A 16/01/2004 Vazamento - óleo
B-2154A 05/05/2006 Vibração alta
B-2154A 17/05/2006 Vibração alta
B-2154A 19/05/2006 Vazamento - selagem
B-2154A/B
Em contra partida temos bombas que não apresentaram falhas nos últimos cinco anos,
sendo apresentadas na tabela 2.
Tag Posto Tag Ultima Falha Sintoma
B-2014A 22/5/2002 -
B-2014A/B
B-2014B 5/2/2001 Vibração Alta
B-2053A 3/6/2003 Vazamento Selagem
B-2053A/B
B-2053B 5/6/2002 Vazamento Selagem
B-2060A - -
B-2060A/B
B-2060B 30/8/2002 Vazamento Selagem
Tabela 2 – Histórico de falhas das bombas centrífugas que não falharam nos últimos cinco anos.
T.M.E.F Ultima
TAG (meses) Falha
B-2014A/B > 60,00 22/5/2002
B-2053A/B > 60,00 3/6/2003
B-2060A/B > 60,00 30/8/2002
Tabela 4 – Bombas de alta confiabilidade
22
B-2154A/B
3000
2500
2000
1000
500
0
30/8/2003
30/10/2003
30/12/2003
29/2/2004
30/4/2004
30/6/2004
30/8/2004
30/10/2004
30/12/2004
1/3/2005
1/5/2005
1/7/2005
31/8/2005
31/10/2005
31/12/2005
2/3/2006
2/5/2006
2/7/2006
1/9/2006
1/11/2006
1/1/2007
3/3/2007
3/5/2007
3/7/2007
2/9/2007
2/11/2007
2/1/2008
3/3/2008
3/5/2008
DATA
B-2001A/B/C
60000
50000
40000
20000
10000
0
1/7/2003
1/10/2003
1/1/2004
1/4/2004
1/7/2004
1/10/2004
1/1/2005
1/4/2005
1/7/2005
1/10/2005
1/1/2006
1/4/2006
1/7/2006
1/10/2006
1/1/2007
1/4/2007
1/7/2007
1/10/2007
1/1/2008
1/4/2008
1/7/2008
Figura 3-2 – Gráfico de vazão das bombas B-2001A/B/C.
B-2155A/B/C
30000
25000
20000
B-2155A/B/C VAZÃO
VAZÃO m3/d
10000
5000
0
1/7/2003
1/10/2003
1/1/2004
1/4/2004
1/7/2004
1/10/2004
1/1/2005
1/4/2005
1/7/2005
1/10/2005
1/1/2006
1/4/2006
1/7/2006
1/10/2006
1/1/2007
1/4/2007
1/7/2007
1/10/2007
1/1/2008
1/4/2008
1/7/2008
Figura 3-3 – Gráfico de vazão das bombas B-2155A/B/C.
B-2014A/B
7000
6000
5000
B-2014A/B BEP
B-2014A/B 70% BEP
B-2014A/B 80% BEP
3000 B-2014A/B 110% BEP
B-2014A/B 120% BEP
2000
1000
0
1/7/2003
1/10/2003
1/1/2004
1/4/2004
1/7/2004
1/10/2004
1/1/2005
1/4/2005
1/7/2005
1/10/2005
1/1/2006
1/4/2006
1/7/2006
1/10/2006
1/1/2007
1/4/2007
1/7/2007
1/10/2007
1/1/2008
1/4/2008
1/7/2008
Figura 3-4 – Gráfico de vazão das bombas B-2014A/B.
B-2053A/B
25000
20000
5000
0
1/7/2003
1/10/2003
1/1/2004
1/4/2004
1/7/2004
1/10/2004
1/1/2005
1/4/2005
1/7/2005
1/10/2005
1/1/2006
1/4/2006
1/7/2006
1/10/2006
1/1/2007
1/4/2007
1/7/2007
1/10/2007
1/1/2008
1/4/2008
1/7/2008
Figura 3-5 – Gráfico de vazão das bombas B-2053A/B.
B-2060A/B
9000
8000
7000
6000
5000
B-2060A/B Vazão Mínima
B-2060A/B BEP
B-2060A/B 70% BEP
4000
B-2060A/B 120% BEP
3000
2000
1000
0
1/7/2003
1/10/2003
1/1/2004
1/4/2004
1/7/2004
1/10/2004
1/1/2005
1/4/2005
1/7/2005
1/10/2005
1/1/2006
1/4/2006
1/7/2006
1/10/2006
1/1/2007
1/4/2007
1/7/2007
1/10/2007
1/1/2008
1/4/2008
1/7/2008
Figura 3-6 – Gráfico de vazão das bombas B-2060A/B.
Figura 3-10 – Plano de selagem auxiliar para limpeza (plano 62). [8]
e mínimas de todas as bombas e configurá-las como alarme nas telas do SDCD. A vazão
máxima da bomba em questão é 11.736 m³/dia.
4 CONCLUSÃO
A pesquisa desenvolvida ao longo deste trabalho buscou relacionar falhas com condição
operacional, o que pode se confirmar no caso dos equipamentos de baixa confiabilidade.
Dentre os três equipamentos de baixa confiabilidade, a bomba B-2154A/B operou com vazão
abaixo da vazão mínima, já as bombas B-2001A/B/C e B-2155A/B/C operaram acima da
vazão mínima, mas abaixo do limite inferior de vazão aceitável, além de serem bombas que
operam em paralelo, sendo assim a vazão medida pode não ser dívida igualmente para as
duas bombas que estão operando em paralelo.
Conclui-se que deve se atentar para situações de bombas operando em paralelo, treinando
os operadores para garantir que as bombas operando em paralelo estejam nas mesmas
condições a fim da vazão total ser divida igualmente entre as duas bombas.
Excessiva flexibilidade operacional de bombas centrífugas caminha em sentindo oposto à
confiabilidade de bombas centrífugas, confirmado pelas bombas centrífugas de alta
confiabilidade, por serem bombas que operam próximo da vazão do ponto de melhor e
eficiência e bombas que operam normalmente sozinhas, sendo a vazão medida pelo
instrumento a real vazão bombeada, o que pode não acontecer no caso das bombas de baixa
confiabilidade que operam em paralelo.
4.1 Contribuições
Resumidamente, as principais contribuições gerais deste estudo são o aumento de
confiabilidade das bombas centrífugas de baixa confiabilidade.
Na bomba B-2154A/B foram indicadas duas soluções, a modernização do selo
mecânico que já foi implementado e a elaboração do projeto do inversor de freqüência para
controle de rotação que esta em andamento.
No caso das bombas B-2001A/B/C e B-2155A/B/C as soluções indicadas são simples,
sendo a principal o treinamento aos operadores sobre detalhes na operação de bombas
centrífugas em paralelo, que esta em elaboração.
4.2 Extensões
Este trabalho pode ser continuado estendendo a outras unidades da refinaria a fim de
identificar as bombas centrífugas de baixa confiabilidade, eliminar as falhas aumentando a
confiabilidade.
35
Referências Bibliográficas
[6] ISO 13709: 2003, (Identical) Centrifugal pumps for petroleum, petrochemical and
natural gas industries.
[8] FLOWSERVE. FTA 160 Piping Plan Flip Book. Disponível em:
<www.flowserve.com/vgnfiles/Files/Literature/FSD/Piping_Plan_Pocket_Pal.pdf>.
Acesso em: 20.Nov.2008.
[11] KARASSIK, I. J.; MESSINA, J. P.; COOPER, P.; HEALD, C.C.; Pump Handbook 3
ed. – 2000.