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UNIVERSIDADE DA MADEIRA

Departamento de Gestão e Economia

MANUEL ALVES DA COSTA

DISSERTAÇÃO

O TURISMO E O CIDADÃO DEFICIENTE

Maio / 2006

ORIENTADORA: Prof.a Dr.a Irene Garcia Medina


UNIVERSIDADE DA MADEIRA
O Turismo e o Cidadão Deficiente

AGRADECIMENTOS

Neste trabalho colaboraram diversas pessoas e entidades, a quem não posso deixar de
expressar o meu agradecimento:

À minha família.

À minha orientadora, Professora Doutora Irene Garcia Medina, pela disponibilidade e pelo
conhecimento generosamente partilhado.

A todas as pessoas que se disponibilizaram para dar o seu contributo respondendo aos
inquéritos.

A todas as entidades públicas e privadas que colaboraram nesta dissertação, nomeadamente

Ao Centro de Ciências e Tecnologia da Madeira pelo apoio financeiro atribuído e ao Fundo


Social Europeu – Programa Operacional Plurifundos da Região Autónoma da Madeira, 2000-
2006 (PROPAM III).

A todos muito obrigado!

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O Turismo e o Cidadão Deficiente

RESUMO

Os temas apresentados nesta dissertação, em síntese, são os seguintes:


a) O cidadão deficiente enquanto praticante da actividade turismo e lazer; b) O potencial
deste segmento de mercado; c) A relação entre o envelhecimento e a deficiência - o processo
de envelhecimento acarreta consigo uma deterioração geral das capacidades físicas,
sensoriais e cognitivas, que têm tradução num número mais elevado de pessoas com
deficiências entre os idosos; d) As necessidades das pessoas com deficiências e dos mais
idosos; e) A caracterização de um destino de excelência, um destino em que as condições de
acessibilidade e acolhimento para pessoas com deficiências devem ser primordiais, tendo em
consideração as suas necessidades, tais como: áreas amplas e desprovidas de obstáculos à
circulação, comodidade, segurança, comida saudável e um menor dispêndio de energia; f) Os
conceitos de “Desenho Universal” e “Turismo para Todos”; g) A posição da comunidade
internacional face ao deficiente; h) Os textos internacionais de alcance universalista e o direito
comunitário; i) O direito nacional, tendo como principal preocupação saber se a protecção
jurídica é a suficiente e apresentar soluções para uma melhor eficácia da lei; j) Uma breve
análise do destino Madeira com o apoio de vários estudos; l) As condições excepcionais da
Região Autónoma da Madeira que contribuem para que esta seja um destino preferido do
cidadão idoso.
Feito este enquadramento entramos nos objectivos deste estudo, sendo um deles a
identificação das necessidades das pessoas com deficiências. Com este propósito recorremos
a alguns trabalhos multidisciplinares. Foi efectuada uma breve análise comparativa no sentido
de saber se o legislador não excluiu aspectos importantes. As conclusões desta curta análise
foram submetidas à apreciação das organizações que acolhem, prestam auxílio técnico e
representam as pessoas com deficiências. Estas seleccionaram pessoas (deficientes,
familiares, amigos e profissionais) que responderam a um inquérito em que para cada
facilidade/característica referida era pedido que indicassem se a mesma tinha ou não interesse.
Tendo-o, a sua classificação numa escala com a base constituída pelas
facilidades/características essenciais – condições mínimas de acessibilidade e acolhimento - e
no topo as desejáveis. Foi ainda pedido que respondessem às seguintes questões: 1) Se a
sociedade continua a ser preconceituosa em relação à convivência com as pessoas com
deficiências; 2) Qual o papel do turismo na integração das pessoas com deficiências e 3) Como
vê a família a participação do deficiente em actividades de turismo e lazer. Feita a análise dos
inquéritos foram as facilidades/características agrupadas de acordo com a sua importância e
enviadas a todos os estabelecimentos hoteleiros, meios complementares de alojamento e
unidades de turismo em espaço rural da Região Autónoma da Madeira no sentido de saber as

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que são contempladas. Finalmente, chegou-se à conclusão de que a quase totalidade das
facilidades/características consideradas com interesse para a população com deficiência é já
observada, embora de forma dispersa. As adaptações mais comuns são as que se destinam ao
utilizador de cadeira de rodas.
Se é certo que existem bons exemplos, o destino Madeira ainda não preenche os
requisitos necessários às pessoas com deficiências.

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ABSTRACT

The themes stated in this dissertation are synthetically the following:


a) The disabled citizen as a participant in tourism and leisure activities; b)That market
segment and its potential; c)The relationship between the ageing and the disability - the ageing
process leads to a deterioration of physical, sensorial and cognitive capacities, which brings
about an increase in the number of disabled people among the aged; d) The disabled and the
needs of the elderly people; e) The characterization of an excellent destiny where the
accessibilities and welfare for the disabled should be a primal condition, taking into
consideration their needs, such as, wide areas without barriers against free traffic, comfort,
safety, healthy food, and a minor expenditure of energy; f) The “Universal Design” and “Tourism
for All” concepts; g) The international community position towards the disabled demands; h)
The international texts with an universal context and the European Community law; i) The
national law, having as its main concern knowing if the legal protection is enough and to present
solutions for a better effectively of the law; j) A brief analysis of Madeira destination with the
support of several studies; l)The exceptional conditions of Madeira Region which contribute to
the preference of the aged for this destination as a favourite one.
After having named the main issues, one’s goal in this dissertation is also the
identification of the disabled needs. For this purpose, some multidisciplinary studies have been
looked up. This approach has included a comparative analysis in order to know if the legislator
hasn't excluded important aspects. The conclusions of such a study have been taken into
consideration near organizations which help and give technical support as well as they
represent the disabled. Thus, the organisations selected people (disabled, relatives, friends and
professionals), to answer to a questionnaire in which for each facility/suitable characteristic it
was requested that they indicate their interest or not in the same. In the case of being
interested, they were classified on a scale using as a base the essential facilities/characteristics
- those of minimum conditions of accessibility and welcome - and as the top of the scale those
most desirable facilities/characteristics. It was also questioned about the following: 1) If society
remains prejudiced regarding the socialization of the disabled; 2) The role of the tourism
industry considering the integration of the disabled; 3) How families face the disabled as
participants of tourism and leisure activities. After the analysis of the inquiries, the
facilities/characteristics were grouped according to their importance and were sent to the hotel
establishments, alternative means of lodging and units of rural tourism of the Madeira
Autonomous Region in order to know if they have these facilities/characteristics.

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Finally, one has come to the conclusion that almost all facilities for disabled people are
observed, although in a dispersed way. The most common changes/adaptations suit the wheel
chair users.
Certainly good examples should be taken into account, notwithstanding it must be
mentioned that Madeira region has not yet fulfilled all demands for disabled people.

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ÍNDICE GERAL

Capítulo I
Introdução
1.1. O porquê da escolha do tema 16
1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo geral 21
1.2.2. Objectivos específicos 21
1.3. Estrutura e metodologia 22

Capítulo II
Cultura, Lei e Deficiência
2.1. Cultura e Lei
2.1.1. Razão e verdade 24
2.1.2. As novas teorias da geração e evolução das espécies e a sua
contribuição para a desigualdade entre os homens 25
2.1.3. A economia liberal e os novos movimentos sociais 28
2.2. O direito face às pessoas com deficiências 31
2.2.1. O direito internacional 32
2.2.2. O direito comunitário 35
2.2.3. O direito interno 40
2.2.4. A lei das acessibilidades 41
2.2.4.1. Barreiras arquitectónicas 42
2.2.4.2. A legislação que regula a actividade turística 43
2.2.4.3. A lei das acessibilidades e o regulamento dos
estabelecimentos hoteleiros 43
2.2.4.4. A necessidade da existência de uma legislação normalizada 47
2.2.4.5. Acções de sensibilização 48
2.3. O cidadão deficiente
2.3.1. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde 49
2.3.1.1. Conceitos 49
2.3.1.2. Historial 50
2.3.1.3. A interacção entre os componentes da CIF 52
2.3.1.4. Definições 53
2.3.2. Glossário 54

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2.4. O Desenho Universal e o Turismo para Todos
2.4.1. O Desenho Universal 57
2.4.2. O Turismo para Todos 59

Capítulo III
O destino Madeira
3.1. A Indústria de Viagens, Turismo e Lazer
3.1.1. A cadeia de valor 60
3.1.2. Os transportes 61
3.1.2.1. O aeroporto e as empresas de transporte aéreo 61
3.1.2.2. As empresas de transporte rodoviário 62
3.1.2.3. A empresa de transporte marítimo 63
3.1.3. As empresas de animação turística 63
3.1.4. A restauração 64
3.2. A acessibilidade dos municípios
3.2.1. Introdução 65
3.2.2. Iniciativas recentes na cidade do Funchal 66
3.3. Breve caracterização do turista que visita a Madeira 67
3.3.1. Classes etárias 68
3.3.2. Situação perante o trabalho 70
3.3.3. Duração da estada 70
3.3.4. Razões da escolha 71
3.3.5. Grau de satisfação 72
3.4. O envelhecimento da população 75
3.5. Idosos e pessoas com deficiências 76
3.6. O turismo sénior
3.6.1. Breve descrição 79
3.6.2. O perfil do turista sénior 81
3.6.3. O turista sénior e o turista com deficiência 82
3.6.4. O turismo sénior, um segmento de mercado com elevado potencial de
crescimento 83
3.7. O não acompanhamento das exigências crescentes de qualidade 85
3.8. O que fazer 88

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Capítulo IV
Como ajudar a população com deficiência
4.1. Introdução 95
4.2. Necessidades das pessoas com deficiências
4.2.1. Breve descrição 97
4.2.2. Necessidades comuns das pessoas com deficiências 97
4.2.3. Necessidades das pessoas invisuais/com baixa visão
4.2.3.1. Breve descrição 98
4.2.3.2. Necessidades 98
4.2.3.3. Recomendações para facilitar a comunicação/ajuda 98
4.2.3.4. Recursos 101
4.2.4. Necessidades das pessoas surdas/com deficiência auditiva
4.2.4.1. Breve descrição 103
4.2.4.2. Necessidades 103
4.2.4.3. Recomendações para facilitar a comunicação/ajuda 104
4.2.4.4. Recursos 105
4.2.5. Necessidades das pessoas com deficiência mental
4.2.5.1. Breve descrição 107
4.2.5.2. Necessidades 108
4.2.5.3. Recomendações para facilitar a comunicação/ajuda 108
4.2.5.4. Recursos 109
4.2.6. Necessidades das pessoas com deficiência física/motora
4.2.6.1. Breve descrição 110
4.2.6.2. Necessidades 110
4.2.6.3. Recomendações para facilitar a comunicação/ajuda 111
4.2.6.4. Recursos 112
4.3. A adequação do meio físico às pessoas com actividade limitada 113

Capítulo V
Metodologia
5.1. A informação estatística
5.1.1. A recolha de dados
5.1.1.1. Fontes de informação 119
5.1.1.2. Os universos 120
5.1.1.3. As amostras 121
5.1.2. A análise dos dados 124

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5.2. A estatística descritiva
5.2.1. Breve descrição 125
5.2.2. Medidas de localização 125
5.2.3. A representação gráfica 125
5.3. A inferência estatística
5.3.1. Breve descrição 126
5.3.2. O teste de Mann-Whitney 126
5.4. Escalas de medida
5.4.1. Breve descrição 127
5.4.2. Critérios de escolha 128

Capítulo VI
Apresentação dos resultados e discussão
6.1. Resultados
6.1.1. Resultados dos inquéritos sobre as necessidades a satisfazer às
pessoas com deficiências por parte do alojamento turístico 131
6.1.2. Resultados do inquérito sobre a adaptabilidade do alojamento turístico
ao cidadão com deficiência 151
6.1.3. Resultados dos inquéritos complementares 153
6.1.3.1. Resultados inquérito sobre a acessibilidade dos municípios ao
cidadão com deficiência 153
6.1.3.2. Resultados inquérito sobre a adaptabilidade da restauração ao
cidadão com deficiência 154
6.2. Discussão
6.2.1. A análise das questões abertas 156
6.2.1.1. O preconceito 156
6.2.1.2. O turismo, um sector de actividade que mais contribui para a
integração da pessoa com deficiência 158
6.2.1.3. A posição da família do cidadão com deficiência face ao
turismo 164
6.2.2. A análise do alojamento 167
6.2.3. O cálculo do número de hóspedes com deficiência 170
6.2.4. A formação do pessoal no atendimento das pessoas com deficiências e
apoio aos seus familiares 172
6.2.5. Os transportes adequados 174
6.2.6. A auto-avaliação dos municípios 174

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Capítulo VII
Conclusão, recomendações e reflexões finais
7.1. Conclusão 178
7.2. Recomendações 184
7.3. Reflexões finais 191

Referências bibliográficas 193

ANEXOS
ANEXO A - Inquérito sobre as necessidades a satisfazer às pessoas com
deficiência física por parte do alojamento turístico 201
ANEXO B - Inquérito sobre as necessidades a satisfazer às pessoas com
deficiência mental por parte do alojamento turístico 213
ANEXO C - Inquérito sobre as necessidades a satisfazer às pessoas
invisuais/com baixa visão por parte do alojamento turístico 218
ANEXO D - Inquérito sobre as necessidades a satisfazer aos surdos/pessoas com
dificuldades de audição por parte do alojamento turístico 223
ANEXO E - Questões abertas 226
ANEXO F - Inquérito sobre a adaptabilidade do alojamento turístico ao cidadão
deficiente 227
ANEXO G - Inquérito sobre a acessibilidade dos serviços de transporte ao
cidadão deficiente 243
ANEXO H - Inquérito sobre a acessibilidade dos municípios ao cidadão deficiente 247
ANEXO I - Inquérito sobre a adaptabilidade da restauração ao cidadão deficiente 251
ANEXO J - O Código da Ética Mundial do Turismo 255
ANEXO K - A classificação do alojamento turístico 258
ANEXO L - A adequação do meio físico às pessoas com actividade limitada 260
ANEXO M - Resultados dos inquéritos sobre as necessidades a satisfazer às
pessoas com deficiências por parte do alojamento turístico 320
ANEXO N – Resultados dos inquéritos sobre a adaptabilidade do alojamento
turístico ao cidadão com deficiência 346
ANEXO O - Instituições/Associações colaborantes 350

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 População sem deficiência e com deficiência segundo o tipo 18


Figura 2 Interacção entre os componentes da CIF 53
Figura 3 Cadeia de valor na indústria de viagens, turismo e lazer 60
Figura 4 O transporte e a indústria do turismo e lazer 61
Figura 5 Classes etárias dos turistas 67
Figura 6 Média de idades dos turistas 69
Figura 7 Situação dos turistas perante o trabalho 70
Figura 8 Duração da estada 71
Figura 9 Aspectos positivos da Madeira 72
Figura 10 Satisfação com as férias/estada 73
Figura 11 Recomendará a Madeira 73
Figura 12 Intenção de voltar à Madeira 74
Figura 13 Cumprimento dos objectivos/expectativas 74
Figura 14 Taxas de incidência da deficiência segundo o tipo, por grupos etários 77
Figura 15 População com deficiência por classe segundo o tipo, por classe etária 78
Figura 16 Situação perante o trabalho 83
Figura 17 Hóspedes entrados e dormidas na RAM 87
Figura 18 Turismo para todos 89
Figura 19 Hierarquia de facilidades/características de acordo com a sua
importância 129
Figura 20 Critério de classificação das facilidades/características pelos
invisuais/com baixa visão 149
Figura 21 Critério de classificação das facilidades/características pelos
invisuais/com baixa visão 149
Figura 22 Critério de classificação das facilidades/características pelas pessoas
com deficiência mental 150
Figura 23 Critério de classificação das facilidades/características pelas pessoas
surdas/com dificuldades de audição 150
Figura 24 Integração das pessoas com deficiências 163
Figura 25 A adaptabilidade do alojamento 167
Figura 26 Adaptabilidade do alojamento com separação entre características
essenciais e não essenciais 348
Figura 27 Frequência média clientes com deficiências por tipo de alojamento 349

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 Número e qualidade das pessoas que responderam ao inquérito


sobre as necessidades a satisfazer às pessoas com deficiências 122
Quadro 2 Caracterização da amostra empreendimentos turísticos de
alojamento 123
Quadro 3
Caracterização das amostras transporte, municípios e restauração
124
Quadro 4 Resultados dos inquéritos sobre as necessidades a satisfazer às
pessoas com deficiências 131
Quadro 5 Frequências por tipo de alojamento 151
Quadro 6 Frequências com que as facilidades/características são encontradas
no alojamento 151
Quadro 7 Clientes actuais no alojamento 153
Quadro 8 Resultados do inquérito sobre a acessibilidade municípios 153
Quadro 9 Frequências com que as facilidades/características são encontradas
na restauração 154
Quadro 10 Clientes actuais na restauração 154
Quadro 11 Clientes actuais na restauração (só restaurantes integrados no
alojamento) 155
Quadro 12 Férias dos Portugueses 165
Quadro 13 Classificação da deficiência segundo a aparência e a possibilidade
de comunicação 168
Quadro 14 Frequências de acordo com a importância das facilidades 169
Quadro 15 Frequências por tipo de alojamento com indicação separada das
facilidades/características essenciais 347

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Requisitos mínimos no alojamento turístico 46


Tabela 2 Conceitos e terminologia dos componentes da CIF 52
Tabela 3 Resultado do teste estatístico Mann-Whitney referente ao inquérito
sobre as necessidades a satisfazer às pessoas invisuais/com baixa
visão, segundo a qualidade do inquirido 138
Tabela 4 Resumo das estatísticas de teste e valor – p obtidos nas questões
ao inquérito sobre as necessidades a satisfazer às pessoas
invisuais/com baixa visão, segundo a qualidade do inquirido 139
Tabela 5 Resultado do teste estatístico Mann-Whitney referente ao inquérito
sobre as necessidades a satisfazer às pessoas com deficiência
física, segundo a qualidade do inquirido 140
Tabela 6 Resumo das estatísticas de teste e valor – p obtidos nas questões
ao inquérito sobre as necessidades a satisfazer às pessoas com
deficiência física, segundo a qualidade do inquirido 142
Tabela 7 Resultado do teste estatístico Mann-Whitney referente ao inquérito
sobre as necessidades a satisfazer aos surdos/pessoas com
dificuldades de audição, segundo a qualidade do inquirido 143
Tabela 8 Resumo das estatísticas de teste e valor – p obtidos nas questões
ao inquérito sobre as necessidades a satisfazer aos surdos/pessoas
com dificuldades de audição, segundo a qualidade do inquirido 145
Tabela 9 Resultado do teste estatístico Mann-Whitney referente ao inquérito
sobre as necessidades a satisfazer aos surdos/pessoas com
dificuldades de audição, segundo o género do inquirido 146
Tabela 10 Resumo das estatísticas de teste e valor – p obtidos nas questões
ao inquérito sobre as necessidades a satisfazer aos surdos/pessoas
com dificuldades de audição, segundo o género do inquirido 147

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade


CST – Conta Satélite do Turismo
DETEFP – Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional
DGT – Direcção Geral de Turismo
DREER - Direcção Regional de Educação Especial e Reabilitação
DREM – Direcção Regional de Estatística Madeira
DRT – Direcção Regional de Turismo
EUSTAT – Empowering USers Through Assistive Technology
FMI – Fundo Monetário International
GIE – Groupement d’Intérêt Economique
ICIDH - International Classification of Impairment, Disabilities and Handicaps
IFT – Instituto de Financiamento e de Apoio ao Turismo
INE – Instituto Nacional de Estatística
INEM – Instituto Nacional de Estatística da Madeira
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OMC – Organização Mundial do Comércio
OMS – Organização Mundial de Saúde
OMT – Organização Mundial de Turismo
PAIPDI - Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiências
PENT – Plano Estratégico Nacional do Turismo
RAM – Região Autónoma da Madeira
SEF – Serviços de Estrangeiros e Fronteiras
SNRIPD – Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com
Deficiência
SRT – Secretaria Regional de Turismo
TA – Tecnologias de Apoio
TDD – Telecommunications Device for the Deaf
TER – Turismo no Espaço Rural
TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação
UE – União Europeia
UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
WTO – World Tourism Organization

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Capítulo I

Introdução

1.1. O porquê da escolha do tema

Sabido que hoje ainda existem muitas restrições à prática do turismo pelas pessoas
com deficiências, dado que os produtos e serviços turísticos não estão adaptados às suas
necessidades, parece-nos oportuna esta reflexão, sem pretensões de exaurir o tema, mas
assinalando alguns aspectos que, de um outro modo, podem contribuir, designadamente para:
a) Aumentar o conhecimento das necessidades dos cidadãos com deficiências, enquanto
praticantes do turismo; b) Dar a conhecer as suas necessidades ao sector do turismo; c)
Sensibilizar os empresários para as vantagens que podem usufruir com a adequação dos seus
empreendimentos na captação de um público mais amplo, para que façam as obras
necessárias, para que construam melhor no futuro tendo em atenção as normas essenciais,
para que adquiram o equipamento adequado, para que formem o seu pessoal no atendimento
de pessoas com deficiências; d) Conhecer mais sobre as condições de acessibilidade do
destino Madeira, em especial das unidades de alojamento; e) Reflectir sobre a protecção
jurídica do cidadão deficiente e a forma como é posta em prática pelas entidades públicas e
privadas e pela própria comunidade.

A reconhecida importância do turismo na melhoria da qualidade de vida do cidadão


deficiente pode conferir a este trabalho algum alcance social???
O turismo para o cidadão com deficiência, em consequência da sua limitação provoca
um cansaço acrescido que poderá ser diminuído com condições de acessibilidade e
acolhimento adequadas.
Uma melhor adequação da actividade turística às pessoas com deficiências, conferindo-
lhes uma maior autonomia e independência, permitirá também aos seus familiares ter mais
tempo para outras actividades, designadamente para a prática do turismo ou do lazer,
melhorando, também a sua qualidade de vida. De facto a responsabilidade acrescida que as
famílias têm quando no seu seio existe um membro com deficiência diminuem as suas
possibilidades de exercerem outras actividades e a abertura/acesso à actividade turística é
muito bem vista como teremos oportunidade de constatar.

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O Turismo e o Cidadão Deficiente
Do ponto de vista económico, este segmento de mercado é bastante atractivo. Hoje,
representa cerca de 10 % da população mundial e, com o envelhecimento da população, essa
percentagem tende a aumentar.
A crescente procura por produtos e serviços turísticos, mesmo em períodos de crise
económica ou política, embora nessas alturas com um crescimento abaixo da média de longo
prazo, não está limitada a certas categorias de cidadãos, mas envolve também os cidadãos
com deficiências, um segmento de mercado que viaja para destinos em que a oferta satisfaz as
suas necessidades.
A competitividade de um destino turístico está directamente ligada aos produtos e
serviços que pode oferecer. Os turistas escolherão aqueles que melhor satisfaçam as suas
expectativas, de acordo com as suas possibilidades económicas. No caso das pessoas com
deficiências existem expectativas adicionais às dos demais cidadãos que são aquelas
facilidades/características que lhes permitem gozar as suas férias com autonomia e
independência.
O segmento de mercado para quem as acessibilidades constituem um pré-requisito
para participarem nas mais diversas actividades, entre elas a actividade turística, é constituído
não só pelas pessoas com deficiências (pessoas com limitações físicas, sensoriais e mentais),
mas também pelas pessoas que sofrem temporariamente os efeitos de um acidente, as
famílias com crianças muito jovens, as pessoas idosas. Ao grupo de pessoas com deficiências
devemos ainda juntar os familiares ou amigos que com eles habitualmente viajam ou
pretendem viajar, a fim de poderem participar nas mesmas actividades.
Os dados sobre a população com deficiência apresentam alguma variação e aos 10%
acima referidos – da Organização das Nações Unidas (ONU) -, estudos recentes indicam que a
população com deficiência é de 14% (11% explicados pelas estatísticas oficiais, a que
acrescem 3 a 4% não explicados nas mesmas estatísticas), o que corresponde a
aproximadamente 50 milhões de pessoas na Europa Ocidental.
Considerando que nem todas as pessoas com deficiências têm possibilidades de viajar,
atendendo à sua limitação e às circunstâncias socioeconómicas, o número de potenciais
clientes turísticos é, na Europa Ocidental, de aproximadamente 37,5 milhões de pessoas.
Destes, 5 a 6 milhões já estavam a viajar regularmente em 1993.
Mais de 30 milhões de pessoas, no mesmo espaço geográfico, querem viajar, mas por
falta de condições de acessibilidade e acolhimento dos destinos turísticos, não o fazem.

Em Portugal, segundo resultados definitivos dos censos 2001, divulgados pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE) indicam que o número de pessoas com deficiências recenseadas
em 12 de Março de 2001, é de 636 059, representando 6,1 % da população residente. Este
resultado só pode ser explicado pela falta de compreensão do significado de deficiência por

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parte dos respondentes, uma vez que as respostas sobre a deficiência, obtidas nos Censos
2001, resultaram da auto-avaliação de cada um, ou das características dos membros da família
em relação aos quais prestaram informações. De facto este resultado é não só inferior aos
acima indicados – ONU e estimativas de estudos posteriores realizados na União Europeia –
como também é inferior ao valor estimado num estudo realizado em 1994, pelo Secretariado
Nacional para a Reabilitação e Integração de Pessoas com Deficiência (SNRIPD), com a
colaboração do próprio INE e do Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e
Formação Profissional (DETEFP), que indicava ser de 905488 o número de pessoas com
deficiências, representando 9,2% da população total, valor que está mais em consonância com
os primeiros.

Figura 1 – População sem deficiência e com deficiência segundo o tipo

93,90%

0,80%
1,40% 1,60%
0,10% 1,50%
0,70%

População sem deficiência Auditiva Visual Motora Mental Paralesia cerebral Outra deficiência

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População 2001

O crescente aumento do número de pessoas com deficiências está maioritariamente


relacionado com o envelhecimento da população.
O processo de envelhecimento leva a uma inevitável deterioração progressiva das
capacidades físicas, sensoriais e cognitivas.
O desenvolvimento da medicina tem melhorado a qualidade de vida de um número
cada vez maior de pessoas a viver e por mais tempo com deficiências.
O envelhecimento da população relacionado, por um lado, com o aumento da
esperança média de vida de cada indivíduo, e por outro, com o aumento da proporção das
pessoas idosas na população total, é conseguido em detrimento da população jovem e/ou em
idade activa.

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O Turismo e o Cidadão Deficiente
A Europa está a tornar-se num grande espaço de idosos, mais instruídos, exigentes,
activos por mais anos e com maior poder de compra, o que significa um incremento da procura
de produtos e serviços que respondam às suas necessidades de autonomia e qualidade de
vida.
Os idosos, tal como os deficientes (idosos ou não) dadas as suas condições de
desvantagem, em consequência de barreiras de ordem psicológica, cultural, familiar,
profissional, financeira, e outras referidas ao longo deste trabalho – condições arquitectónicas,
de inacessibilidade dos transportes, da comunicação e da informação - tendem a reduzir a sua
participação na sociedade e os casos de isolamento multiplicam-se.
Estes factos justificam a associação da população idosa com o grupo das pessoas com
deficiências, em políticas que conduzam à eliminação de todas as barreiras, de forma a
assegurar as estes grupos de pessoas as mesmas oportunidades de que desfrutam os demais
cidadãos, mesmo que os Estados sejam chamados a suportar alguns custos adicionais no
âmbito de políticas sociais abrangentes, equilibradas e não discriminatórias.

Para além do envelhecimento da população tem contribuído para o aumento do número


de pessoas com deficiências, entre outros, os factores seguintes:
- Guerras e suas consequências;
- O aumento do número de pessoas pobres no mundo, a que não é alheia a politica
económica liberal e a globalização a que adiante nos iremos referir, sendo que a relação entre
a pobreza e deficiência é um facto incontestável - quaisquer que sejam os recursos das
famílias, a existência de uma pessoa com deficiência no agregado pode levar a uma
diminuição substancial desses recursos e, em alguns casos, quando os recursos já não são
muitos à pobreza;
- Sociedades mal organizadas a nível de cuidados primários de saúde, de assistência
social, de saneamento, de educação ou, pela inadequação dos programas e políticas e/ou falta
de recursos (económicos, de capital humano, infra-estruturas, equipamentos técnicos e outros);
- Aumento das catástrofes naturais e da poluição do meio ambiente;
- Aumento da sinistralidade rodoviária;
- O crescimento demográfico que se verifica nos países em desenvolvimento, constitui
um factor indirecto, pela falta de recursos suficientes para detectar e impedir as deficiências e
reabilitar as já instaladas.

A concretização da igualdade de oportunidades para as pessoas com


deficiências exige uma estratégia desenvolvida em várias vertentes, que envolve
nomeadamente o combate à discriminação, a facilitação de uma vida independente, a
promoção de uma maior integração social, o reforço das oportunidades de educação,

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formação, aprendizagem ao longo da vida e emprego e o aumento do número e da
qualidade das estruturas de cuidados e das tecnologias de apoio 1.

Estas pessoas tem dificuldades acrescidas em arranjar e manter um emprego, em


encontrar transportes acessíveis, aceder fisicamente a edifícios, à educação e formação
necessárias ao exercício de uma actividade profissional, no acesso às tecnologias capazes de
os ajudar a envolverem-se mais plenamente no mundo do trabalho e no conjunto da sociedade.
Dificuldades ainda maiores enfrentam as pessoas que para além de terem uma deficiência,
fazem parte de grupos da sociedade que já conhecem dificuldades acrescidas, tais como os
idosos, as mulheres e minorias étnicas.

O Turismo, com fins de lazer, é hoje considerado uma necessidade fundamental que
permite às pessoas escapar ao quotidiano, conviver, descobrir riquezas naturais, patrimoniais e
culturais dos diversos povos.
É neste contexto que se torna necessário que as politicas do turismo tenham em
atenção todas as pessoas, em especial os grupos em desvantagem, como é o caso das
pessoas com necessidades especiais, nas quais se incluem as pessoas com deficiências e os
idosos, de forma a que o turismo seja acessível a todos.

Constitui uma obrigação do Estado, mas também dos empresários da indústria de


viagens, turismo e lazer, bem como aos Municípios tornarem acessíveis o alojamento, o
transporte, a restauração e os espaços de lazer. Relativamente aos últimos referimos os
seguintes: 1) Espaços lúdicos (salões de dança e discotecas, casinos, parques temáticos); 2)
Espaços culturais (monumentos, museus, galerias de arte, bibliotecas, cinemas, teatros,
auditórios, centros culturais); 3) Espaços desportivos (complexos desportivos, zonas
balneares), 4) Espaços verdes (jardins e parques públicos); 5) Espaços naturais (praias,
parques naturais, levadas); 6) Outros espaços de interesse turístico. Tudo para que as pessoas
com deficiências tenham as mesmas oportunidades que os demais cidadãos de participar na
actividade turística e de lazer.

1
Proposta de decisão do concelho 2003, Ano Europeu das Pessoas com Deficiência COM (2001) 271
final, Bruxelas, 29/05/2001.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral

Identificar as necessidades das pessoas com deficiências, no acesso ao alojamento, às


actividades de lazer, aos serviços e pontos turísticos, o que conduzirá à elaboração de várias
check-list, de acordo com o tipo de deficiência, bem como a indicação de quais as acções a
desenvolver, nas infra-estruturas, nos equipamentos turísticos e na formação dos profissionais
de turismo, de forma a permitir-lhes o acesso com autonomia e independência.

1.2.2. Objectivos específicos

1.2.2.1. Identificar as necessidades das pessoas com deficiências.

1.2.2.2. Verificar se as unidades de alojamento turístico têm as condições de


acessibilidade e possuem o equipamento e pessoal com a formação necessária ao
acolhimento de pessoas com deficiências.

1.2.2.3. Deixar algumas recomendações cujos destinatários serão os empresários do


sector, com vista à melhoria das infra-estruturas, equipamentos e condições de atendimento
das pessoas com deficiências.

1.2.2.4. Averiguar se a nossa sociedade continua a ser preconceituosa em relação à


convivência com as pessoas com deficiências, e se a actividade turística poderá contribuir para
uma mudança nesse comportamento.

1.2.2.5. Obter dados sobre a participação da família na vida de um deficiente, sua


influência, bem como a sua posição face ao turismo

1.2.2.6. Saber quantos cidadãos com deficiências visitam actualmente a Madeira.

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1.3. Estrutura e metodologia

O trabalho é constituído por sete capítulos, que pretendemos se interliguem, pese


embora os segundo e terceiro apresentem uma considerável autonomia relativamente aos
demais.

O segundo capítulo inicia-se com uma reflexão sobre os conceitos de “razão” e


“verdade”, a concepção da verdade, os dogmas religioso e científico, a necessidade da
existência de uma autoridade intelectual e moral, da crença dos homens à crença nas massas,
para concluirmos que a verdade é aquela que resulta da vivência humana. De seguida, faz-se
uma abordagem das novas teorias da geração e evolução das espécies e a sua contribuição
para a desigualdade entre os homens, a aproximação versus divergência entre humanos, uma
forma de conseguir a aproximação entre o ser humano – o não pensarmos o Outro como não
fazendo parte da nossa identidade, a economia liberal, a grande desilusão, as reivindicações
das pessoas com deficiências, os novos movimentos sociais e a sua contribuição para uma
nova ordem mundial. A seguir é feita uma análise do direito face à pessoa com deficiência,
primeiro numa vertente de direito internacional, depois na perspectiva do direito comunitário e
direito nacional, neste em especial, a lei das acessibilidades e não harmonização dos diplomas
que regulam a actividade turística com esta lei geral. O conceito de deficiência segundo os
modelos da ICIDH e ICIDH-2, e finalmente os conceitos de desenho universal e turismo para
todos.

O terceiro capítulo começa por apresentar a cadeia de valor na indústria de viagens


turismo e lazer, descreve a situação das empresas de transporte, animação turística e a
restauração para de seguida descrever a importância da acessibilidade dos municípios. Segue-
se uma breve caracterização do turista que visita a Madeira, o envelhecimento da população,
estabelece-se a relação que existe entre o cidadão idoso e o cidadão com deficiência, com
progressivas taxas de incidência de deficiência à medida que se avança nas classes etárias.
Apoiados em diversos estudos constatamos que o turista sénior é aquele que maioritariamente
visita a RAM. Procuramos demonstrar que ter condições de acessibilidade e acolhimento para
deficientes significa ter excelentes condições para receber e acolher o turista sénior, assim
como outros grupos de pessoas com necessidades especiais, nomeadamente as famílias com
crianças muito jovens. Com base em estudos e projecções indica-se o potencial de
crescimento do turismo sénior e do turismo de cidadãos com deficiência. A existência de

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lacunas na recolha dos dados que permitam tratar estatisticamente o turismo da RAM,
variáveis a introduzir, e a necessidade de realizar estudos periódicos.
Terminamos o capítulo com uma referência à R.A.M. acentuando o não
acompanhamento das exigências crescentes de qualidade, apresentando, também, algumas
soluções.

O quarto capítulo e ANEXO L que o complementa referem as principais fontes -


legislação e manuais (guias) - onde são indicadas, de forma exaustiva, quais as necessidades,
em termos de acessibilidades e acolhimento das pessoas com deficiências e que serviram, na
sua grande maioria, para definir quais as facilidades/características levadas a inquérito junto de
pessoas com deficiências, familiares e profissionais pertencentes a instituições/associações
que os primeiros frequentam ou de que fazem parte. Ao longo da enumeração de parte das
necessidades referidas naqueles trabalhos, com interesse para o turismo, procurou-se indicar
os aspectos mais relevantes e, de uma forma muito breve, comparar normas/recomendações
quando mais do que um trabalho focava a mesma matéria.

O quinto capítulo trata de todos os aspectos relativos à metodologia aplicada.


Elaboração dos questionários. Universos e Amostras.

No sexto capítulo são apresentados os resultados e é feita a discussão.

No sétimo capítulo serão apresentadas a conclusão, sugestões que temos por


pertinentes, após o que daremos espaço a algumas reflexões finais, para terminarmos com a
indicação da bibliografia.

Os anexos são constituídos pelos inquéritos, duas abordagens, uma delas sobre o
código da ética mundial do turismo e outra sobre a classificação do alojamento turístico,
matrizes de resultados e uma listagem das entidades colaborantes na primeira parte deste
trabalho – levantamento e ponderação das necessidades da população com deficiência.

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