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Orientalismo:
o poder das
representações do
Ocidente sobre o
Oriente na história
contemporânea
Monica Grin
História do Oriente
Meta da aula
Objetivos
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Aula 1 – Orientalismo: o poder das representações do Ocidente sobre o Oriente na história contemporânea
INTRODUÇÃO
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História do Oriente
Médio, o que pensar das diferenças, não as mais óbvias, entre Israel
e seus vizinhos árabes, por exemplo, mas entre os países árabes
e a Turquia ou o Irã? O que dizer do islamismo, do cristianismo,
budismo, taoísmo, hinduísmo ou do judaísmo ortodoxo, presentes
nessas regiões? E das etnias na África?
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O Império otomano
O Império otomano (em árabe: هیلاع تلود
هینامثع, Devlet-i Âliye-yi Osmâniyye em turco-
otomano) foi um Estado que existiu entre 1299
e 1922, e que no seu auge compreendia a
Anatólia, o Médio Oriente, parte do norte da África
e do Leste Europeu. Foi estabelecido por uma tribo de
turcos oguzes no oeste da Anatólia e era governado
pela dinastia Osmanlin. Sua capital era a cidade
de Constantinopla, tomada ao Império bizantino,
em 1453. O Império otomano foi a única potência
muçulmana a desafiar o crescente poderio da
Europa ocidental, entre os séculos XV e XIX. Declinou
marcadamente ao longo do século XIX e terminou por
ser dissolvido após sua derrota na Primeira Guerra
Mundial. Ao final do conflito, o governo otomano
desmoronou e o seu território foi partilhado. O
cerne político-geográfico do império transformou-
se na República da Turquia, após a Guerra de
Independência turca.
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História do Oriente
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/38/Orhan_
Pamuk_Shankbone_2009_NYC.jpg
Uma outra história que você deve conhecer e que compõe esse
vasto universo de histórias de estigmatização, exotização e violação
da mais elementar dignidade humana é a que ficou conhecida sob
o nome “Vênus Hotentote”.
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História do Oriente
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/
en/4/47/Black_Venus.jpg
Atende ao Objetivo 1
1. Realize uma pesquisa na internet através da qual você reúna o maior número de imagens
representativas de estigmas que os ocidentais têm criado sobre o “Oriente”. Procure agrupar
essas imagens, conforme você detecte características salientadas na representação (traços
físicos diferenciados, vestuários, hábitos). Essas imagens podem ser fotos, pinturas, esculturas,
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caricaturas, trechos de filmes etc. Tente articular essas imagens ao contexto histórico nos quais
elas foram produzidas. Ao final, busque identificar as correlações entre a representação
do “outro” e as condições históricas de sua produção. Essa pode ser uma boa maneira de
observar como essas imagens do “Oriente” vão se transformando historicamente e como
elas conformam o que chamamos orientalismo.
Resposta Comentada
Vimos que, em diferentes circunstâncias históricas, as imagens do “Oriente” vão se modificando
e ganhando novos contornos e adjetivações. Um exemplo interessante seria identificar como os
muçulmanos são retratados antes e depois do 11 de setembro; ou identificar como os caricaturistas
retratavam os imigrantes orientais (chineses, japoneses) nas primeiras décadas do século XX, no
Brasil. Mais recentemente, podemos identificar caricaturas dos coreanos do Norte (durante os
funerais de seu líder, Kim Jong-il), como um exemplo de ridicularização dos rituais de poder de
uma outra cultura. Ou identificar os traços físicos que Debret ressalta dos escravos africanos no
Brasil do século XIX. Você pode então articular as circunstâncias históricas e a maneira como o
estigma é evocado nessas imagens.
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História do Oriente
Edward Said
Nasceu em Jerusalém, em 1935, na Palestina,
sob mandato britânico, no seio de uma família
cristã. Estudou em Princeton e em Harvard, e pas-
sou a maior parte da sua vida adulta na Universi-
dade de Columbia, em Nova York. Faleceu, vítima de
um câncer, em 2003. Lutou pela causa palestina em
várias frentes, como militante e como escritor. É autor
de uma vasta obra: Orientalismo (1978), A questão
da Palestina (1980), Cultura e imperialismo (1992),
Representações do intelectual (1993) e Humanismo e
crítica democrática (2004), entre outros.
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Fonte: http://upload.wikimedia.org/
wikipedia/en/1/15/Edward_Said.jpg
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Harém
Um exemplo de como o harém é um tipo de
organização social, ou melhor, patriarcal, que
foi objeto de enormes distorções representacionais
pelo Ocidente, vale conferir o filme: Harém. Trata-se
da história de uma moça que irá se casar com um
oficial do exército real, em Constantinopla. Mas antes
do casamento, é raptada e vendida para um poderoso
sultão. Rapidamente, torna-se a preferida, causando
inveja nas outras mulheres do harém. É um filme de
1985, dirigido por Arthur Joffe e tem no elenco Nas-
tassia Kinski e Ben Kingsley.
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Fonte: http://upload.wikimedia.
org/wikipedia/en/7/75/Harem_
FilmPoster.jpeg
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Frantz Fanon
Você ainda vai ouvir falar muito de Frantz Fa-
non. Ele é uma das maiores referências de crítica
anticolonial. Frantz Fanon (1925-1961) era psica-
nalista e filósofo social, nasceu na Martinica, estudou
na França e trabalhou em vários países na África.
Fortemente influenciado por J. P. Sartre e Aimé Césai-
re, Fanon é mais conhecido por seus escritos sobre
racismo e colonialismo. Seus trabalhos mais conhe-
cidos são Peau Noire, Masques Blancs (Pele negra,
máscaras brancas), de 1952, e Les Damnés de la Terre
(The Wretched of the Earth; Os condenados da Terra),
de 1961.
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Atende ao Objetivo 2
2. Pesquise ao menos três casos de revolta anticolonial: na Índia (1942, Movimento Deixem
a Índia e, em 1947, Independência da Índia), na Argélia (Batalha de Argel, Guerra da
Argélia, 1954-1962) e em Angola (1975, Independência de Angola). Procure destacar
as narrativas de libertação e independência, utilizadas pelos líderes ou por movimentos
organizados dessas revoltas: Gandhi, pela Índia; Movimento pela Libertação da Argélia;
e MPLA e Agostinho Neto por Angola.
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Resposta Comentada
Nos final dos anos de 1940, nos anos de 1950, 1960 e 1970, observam-se ondas de
movimentos de libertação na Ásia e na África, dois continentes marcados pelo imperialismo
europeu. Esses movimentos, conforme as circunstâncias históricas em que ocorrem, irão produzir
discursos anticolonialistas, marcados por especificidades associadas ao tempo e ao contexto
de suas lutas por libertação. No primeiro caso, o pacifismo de Gandhi; no segundo caso, a
revolta dos pied-noirs que promoveram uma série de atentados contra franceses em Argel; no
terceiro caso, uma longa luta pela libertação de Angola que se inicia em 1961 e termina só em
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CONCLUSÃO
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Atividade Final
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Ruth Livingstone
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1215437
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/26/
Tahyea05.jpg
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Silvia Cosimini
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/736052
Thomas Gray
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/104467
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Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1f/Human_Rights_China_.jpg
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Resposta Comentada
Muitas das imagens que se produziram no passado e que se produzem ainda hoje sobre o
“Oriente”, enfatizam características de um “outro” quase sempre carente dos valores, dos hábitos,
da estética e da moralidade do Ocidente. O mais interessante é que você pode buscar imagens
passadas e atuais, e, ainda assim, guardadas as motivações e conjunturas históricas, verá uma
constante produção de estereótipos sobre o “Oriente”.
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RESUMO
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