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1- INTRODUÇÃO
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Graduando em Direito pela Universidade de Brasília
Artigo de iniciação científica sob orientação da professora Ana Claudia Farranha
Deste modo é contraditório a manutenção de espaços virtuais excludentes, os
quais atentem contra a diversidade de pessoas, em uma democracia, cuja primazia das
garantias dos direitos fundamentais é uma ordem constitucional indispensável às
relações em sociedade. Neste sentido a importância de haver medidas regulatórias das
redes sociais é necessário na condução e concretização de políticas igualitárias que
condizem com a solidificação da Democracia.
O grande poder político das redes sociais é fato identificável e imensurável no
atual contexto político. Cabe, então, apurar se a possibilidade de ampliar a democracia
por meio do fazer político na internet produz mais cultura cívica, ou se junto a
possibilidade de ampliação do debate político tem-se, também, um espaço de
reproduções de preconceitos, racismos e discurso de ódios, os quais são
redimensionados pelo alcance dos meios virtuais, como também recriados.
Destarte, a analise da dimensão do racismo identificado no Facebook a partir da
Campanha Ah, branco dá um tempo e de casos emblemáticos como o sofrido pela atriz
Thaís Araújo, Sheron Menezes e pela jornalista Maria Júlia Coutinho, nesta mesma rede
social, é central para tatear as possibilidades de recriações das manifestações de
violência ( racismo, discurso de ódio, discriminações) que estão se tornando ordinárias,
neste meio. A partir disso , perceber qual tem sido o posicionamento do judiciário na
composição dessas novas lides, bem como evidenciar quais as medidas normativas
podem ser aplicadas a esses casos ou que outras propostas poderiam ser para a
regulamentação desse espaço. Assim, recorre-se a normativa relativa ao marco civil da
internet (Lei 12965/2014), que, no Brasil, aponta a um conjunto de princípios para a
regulação da internet. Além de orientações que estão sendo tomadas após as conclusões
da Comissão Parlamentar de Inquérito do Crimes Cibernéticos.
Por volta da segunda metade do século XX, faz-se em curso a terceira revolução
industrial ou a revolução do meio técnico-científico-informacional, principalmente nos
antigos países imperialistas, que se tornaram, em sua maioria, os países desenvolvidos
ou centrais, todavia o que se observa é uma nova ordem mundial, em que a globalização
recrudesce, devido ao avanço das indústrias de tecnologia, como as de
telecomunicações, a comunicabilidade, a qual ultrapassa os limites territoriais dando um
tom de uniformidade, apesar das especificidades de cada região. Evidencia-se, pois,
uma nova ordem das relações estatais às relações interpessoais, em que há virtualização
dos espaços ganha primazia e reorienta a sociabilidade dos seres humanos.
Essa nova ordem das relações interpessoais, que traz à tona outras socializações,
ganha corpo no século XXI com as redes sociais. A primeira de grande sucesso no
Brasil ( a partir de 2004) foi o Orkut, depois a bem sucessão se espalha para uma
diversidade; Facebook, Twiter, whatssap, snapchat, que tomam de conta do imaginário
coletivo promovendo um série de alterações sociais como: do diálogo, por meio do ato
comunicativo, uma vez que a mensagem é transmitida virtualmente e com uma série de
artifícios (imagens, áudios, os vídeos), do fazer política, haja vista enorme abrangência
da mensagem propagada nessas redes e, dentre outros, o que mais nos chama a atenção
é a massificação das reproduções das opressões e violências contra as diversidades
étnicas, estéticas e éticas das pessoas. Fato que colide com qualquer status quo de
princípios inalienáveis em um Estado Democrático de Direito, como mesmo nos ensina
professor Menelick2:
No paradigma vigente, entretanto, a liberdade e a igualdade são
reinterpretadas como direitos que implicam, expressam e possibilitam
uma comunidade de princípios, composta por indivíduos que se
reconhecem como seres livres e iguais.
2
CARVALHO NETTO, Menelick de. A hermenêutica constitucional sob o paradigma do
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à
consciência universal. 6. ed. São Paulo: Record, 2001.
2. ARAUJO, Beatriz Pozzobon. Redes sociais na Internet e novas formas de
sociabilidade: Um estudo do Facebook. Intercom – Sociedade Brasileira de
Estudos Interdisciplinares da Comunicação XIII Congresso de Ciências da
Comunicação na Região Sul – Chapecó – SC, 2012.
6. http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/03/1750488-policia-tenta-prender-
autores-de-mensagens-racistas-contra-tais-araujo.shtml.
7. http://televisao.uol.com.br/noticias/redacao/2015/07/03/famosos-saem-em-
defesa-de-maju-apos-jornalista-sofrer-ataque-racista-na-web.htm.
8. http://revistadonna.clicrbs.com.br/gente/sheron-menezzes-e-alvo-de-racismo-
em-rede-social-e-responde-comentarios.
9. http://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/racismo-e-o-segundo-crime-mais-
denunciado-na-internet-1618809
10. http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2013/05/GT04-Internet-
e-politica-RafaelCardosoSampaio.pdf
11. http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=14471
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