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A Subjetiva Interpretação na Comunicação

Posted on 20/01/2016

Por: Silvia Helena Cardoso


Este experimento demonstra um importante processo na comunicação
humana. Ao descobrir, você se tornará mais consciente de que aquilo que você
fala, nem sempre é exatamente o que a pessoa entendeu. Da mesma forma,
quando alguém fala com você, sua compreenssão sobre o que foi dito também
pode ser subjetiva.
No experimento, uma pessoa, de um lado da mesa, constrói uma figura com
formas geométricas e a descreve verbalmente para a outra que está do outro
lado da mesa. O ouvinte tenta fazer a mesma figura sem ver o trabalho do
outro. O resultado é que a construção da figura do ouvinte é bem diferente da
pessoa que a fez e a descreveu (note no destaque que os desenhos são bem
diferentes).
Evidencia-se com isso, que mesmo as simples palavras ou descrições podem
significar coisas diferentes para cada um. Isso ocorre porque os processos
mentais são únicos em cada indivíduo. Nossas experiências entram no cérebro
e se armazenam na forma de redes neurais. Milhões dessas redes são
associadas com outras experiências previamente armazenadas. Redes
específicas em cada indivíduo podem ser ativadas quando se ouve o outro,
seja por uma simples conversa, uma leitura, ouvir uma aula, ler uma postagem,
etc. Aquela informação ou conhecimento que está entrando no cérebro pode se
conectar com outras redes de experiências do indivíduo, então ele a interpreta
da forma dele.
Este conhecimento nos faz pensar que, ao nos comunicar com alguém, temos
que estar conscientes de que a pessoa terá a interpretação própria dela.
Geralmente os entendimentos se coincidem, devido a educação e vivências
semelhantes, mas muitas vezes não é o que ocorre, como por ex., devido à
maturidade de um e de outro, à cultura, a processos mentais diferentes, como
alta ou baixa auto-estima, etc. Daí surgem também as afinidades ou os
conflitos, ou seja, por um lado certas pessoas “falam a mesma língua”; por
outro, dependendo da forma de falar, o ouvinte pode se sentir ofendido, mesmo
que não tenha havido intenção de quem falou.
Por isso, o mais adequado seria, em eventuais situações, perguntar ao ouvinte
não somente se ele entendeu o que você quis dizer, como é bem comum
atualmente, mas pedir para dizer o que ele entendeu sobre o que você disse.
O escritor português de contos infantis Antônio Palhinha, criou uma
possibilidade inovadora e produtiva para isso. Ele deixa folhas em branco em
seu livro para dar oportunidade às crianças escreverem o que elas entenderam
sobre o conteúdo do livro.
Entendendo exatamente ou subjetivamente o que queremos dizer ao outro nos
deixa conscientes da individualidade na compreenssão de cada um. E também,
nos ensina que precisamos tomar cuidado com as palavras para não causar
má interpretação nos outros. Na dúvida, que usemos palavras gentis, delicadas
e respeitosas na nossa forma de falar, em qualquer momento e em qualquer
situação.

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