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de Primeira Ordem
Ricardo Aparecido de Moraes
11 de novembro de 2011
1
Sumário
2
1 Introdução às Equações Diferenciais
Neste capítulo introduziremos os conceitos básicos das equações diferenciais, tais como,
classicação, ordem, linearidade, etc, essa teoria elementar é importante para funda-
mentar as bases do que será trabalhado nos capítulos seguintes.
1.1 Denições
1.1.1 Equação Diferencial
Uma equação diferencial (ED) pode ser denida como, uma equação que contém as
derivadas de uma ou mais variáveis dependentes em relação a uma ou mais variáveis
independentes .
Exemplos
dy
= x
dx
d4 x d3 x
+ 2 − x = ln t
dt4 dt3
∂y ∂y
+ = y
∂x ∂t
3
∂ 2u ∂v
− = 0
∂x2 ∂y
Se uma equação diferencial envolver apenas derivadas ordinárias de uma ou mais va-
riáveis dependentes em relação a apenas uma variável independente, ela é chamada de
equação diferencial ordinária (EDO).
Exemplos
dy
= ex
dx
dx dy
+ = x + 4y
dt dt
d2 y dy
− + cos y = 0
dx2 dx
Se uma equação diferencial envolver apenas derivadas parciais de uma ou mais variáveis
dependentes em relação a duas ou mais variáveis independentes, é chamada de equação
diferencial parcial (EDP)1 .
1 Excessão
feita a este capítulo, trabalharemos apenas com equações diferenciais ordinárias. Sendo
assim a expressão equação diferencial refere-se somente as EDOs.
3
Exemplos
∂u ∂v
= −
∂x ∂y
2 2
∂ u ∂ u
− = 0
∂x2 ∂y 2
∂ 2u ∂ 2u ∂u
2
= 2
+2
∂x ∂t ∂x
A ordem de uma equação diferencial, EDO ou EDP, é denida pela derivada de maior
ordem na ED.
Exemplos
3
d2 y dy
+ − sin y = 4x
dx2 dx
4
∂ 2y ∂ 2y ∂u
2
− 2 + = 5t
∂x ∂t ∂t
4
e ordinária de ordem n com somente uma variável dependente.
Exemplos
d2 y dy
2
+ 2x = y
dx dx
d3 y 2 dy
x2 3 − − 3xy = x cos x
dx x dx
dy
+ sin y = 0
dx
As equações do exemplo anterior são todas lineares, exceto a última que apresenta o
termo sin y , que é uma função transcendental envolvendo a variável dependente y .
Uma solução explícita de uma uma equação diferencial é uma função do tipo y = f (x),
na qual a variável dependente é expressa somente em termos da variável independente
e das constantes, que quando substituída na equação diferencial, a reduz em uma iden-
tidade.
Exemplo
dy
= x
dx
A equação acima tem solução explícita dada por
x2
y(x) = +c
2
onde, c é uma constante, se substitirmos y(x) na equação, temos
dy
= x
dx
d x2
+c = x
dx 2
x = x
Uma solução implícita de uma equação diferencial é uma função do tipo f (x, y) do
conjunto de variáveis dependentes e independentes, que através de derivação implícita
reduz a solução a equação diferencial inicial.
Exemplo A função
f (x, y) = x2 + sin y − 2 = 0
5
é uma solução implícita da equação diferencial
dy
2x + cos y = 0
dx
para vericar se estamos corretos vamos derivar implicitamente f (x, y) com relação a
variável x, assim
d d d
(f (x, y)) = x2 + sin y − 2 = (0)
dx dx dx
dy
2x + cos y = 0
dx
que é a nossa equação diferencial inicial.
Considere
( o seguinte problema de valor inicial.
dy
dt
= f (t, y)
y(t0 ) = y0
Se f (t, y) e ∂f
∂y
são contínuas num retângulo
contendo (t0 , y0 ), então o PVI acima tem uma única solução em um intervalo contendo
t0 .
A demonstração desse teorema pode ser encontrada em SANTOS (2011, p. 148-152).
3 Além dos PVI, temos também os chamados problemas de valores de contorno (PVC) que seguem
a mesma denição dos problemas de valor inicial, com uma diferença, em um PVC as condições são
especicadas para dois ou mais valores da variável independente.
6
2 Métodos de Resolução de Equações Diferenciais Or-
dinárias de Primeira Ordem
7
feita essas adaptações na equação diferencial, podemos resolvê-la simplesmente agrupando-
as de maneira conveniente em relação a igualdade, e aplicando integração direta em
ambos os lados da equação, como mostrado abaixo.
Z Z
N (y)dy = M (x)dx + c,
Exemplos
(1 + x)dx − ydy = 0
Resolução
Note que a equação esta na forma
M (x)dx − N (y)dy = 0
onde M (x) = 1 + x e N (y) = y
Seguindo nosso algoritmo, agora vamos aplicar integração direta em ambos os lados da
igualdade
Z Z
(1 + x)dx = ydy + c
x2
x+ = y2 + c
2
resolvendo para y temos que nossa solução é dada por
r
x2
y = x+ +c
2
onde c = constante de integração
Resolução
8
Note que a equação desta vez se encontra na forma geral de equação de primeira ordem,
ou seja,
dy
= f (x, y)
dx
Porém em nossa equação nosso f (x, y) = sin(5x) que é uma função só de x, ou seja,
f (x, y) = f (x).
Para colocar nossa equação na forma M (x)dx = N (y)dy , vamos multipicar os dois lados
da equação por dx, fazendo isso temos
dy = sin(5x)dx
assim podemos observar que M (x) = sin(5x) e N (y) = 1, feito isso vamos aplicar
integração direta em ambos os lados da igualdade
Z Z
dy = sin(5x)dx + c
y = 5 cos(5x) + c
Essa seria nossa solução geral já resolvida para y se não tivessemos um PVI, porém
como ele existe vamos aplicá-lo a nossa solução para encontrar c. Como y(0) = 3 temos
3 = 5 cos(5 · 0) + c
portanto c = −2 e nossa solução que antes era geral, agora se tornou uma solução
particular dada por:
y = 5 cos(5x) − 2
9
é dita homogênea se ambos os seus coecientes M e N forem funções homogêneas de
mesmo grau, ou seja, M (x, y)dx+N (x, y)dy = 0 é homogênea se M (tx, ty) = tn M (x, y)
e N (tx, ty) = tn N (x, y). De maneira equivalente, a equação diferencial de primeira
ordem M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 é homogênea se quando à escrevemos na forma
dy
= f (x, y)
dx
podemos denir um função g tal que f (x, y) possa ser escrita na forma f (x, y) = g y
x
e nossa equação diferencial ca
dy y
=g
dx x
Analogamente, se nossa equação diferencial homogênea for escrita na forma dx
dy
= f (x, y)
podemos denir
uma nova função h tal que tal que f (x, y) possa ser escrita na forma
f (x, y) = h xy e nossa equação diferencial ca
dx x
=h
dy y
Uma equação diferencial homogênea do tipo M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 pode ser resol-
vida por meio de substituição algébrica, a substituição visa transformar nossa equação
diferencial homogênea em uma equação diferencial de primeira ordem separável para
a partir dai aplicarmos o Método de Separação das Variáveis. A substituição a ser
feita será y = vx ou x = uy , onde u e v são nossas novas variáveis independentes, esta
substituição transformará nossa equação inicial em uma equação diferencial de primeira
ordem separável.
Seja M (x, y)dx+N (x, y)dy = 0 uma equação diferencial homogênea, fazendo y = vx
ou v = xy , transformamos nossa equação inicial em uma equação diferencial separável
nas variáveis v e x.
Como M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 é homogênea podemos escrevê-la na forma dx
dy
= g( xy ).
Fazendo a substituição y = vx, temos
dy d(vx) dv
= =v+x
dx dx dx
Então, v + x dx
dv
= g( xy ), mas como y = vx, temos que v = xy , logo, v + x dx
dv
= g(v),
rearranjando esta equação podemos escrever, [v − g(v)]dx + xdv = 0.
Enm chegamos a nossa equação diferencial separável, que reagrupada pode ser escrita
como
dv dx
+ =0
v − g(v) x
10
Como já vimos anteriormente esse tipo de equação diferencial pode ser resolvida via
integração direta.
Z Z
dv dx
+ = c,
v − g(v) x
onde c é nossa constante de integração.
após resolver a integral, devemos substituir novamente v = xy , para termos nossa solu-
ção nas variáveis iniciais.
A demonstração utilizando a substituição x = uy é análoga, com apenas algumas mu-
danças na forma de se escrever nossa equação inicial.
Exemplos
Resolução
Antes da resolução própriamente dita devemos analisar se nossa equação diferencial é de
fato homogênea, temos dois métodos para efetuar esta análise, primeiro vamos vericar
se M (tx, ty) = tn M (x, y) e se N (tx, ty) = tn N (x, y)
M (x, y) = x3 y e
N (x, y) = x2 y 2
logo
M (tx, ty) = t3 x3 ty = t4 x3 y = t4 M (x, y) e
N (tx, ty) = t2 x2 t2 y 2 = t4 x2 y 2 = t4 N (x, y)
portanto, M (x, y) e N (x, y) são funções homogêneas de grau 4, então nossa equação
diferencial acima é homogênea.
Agora vamos vericar sua homogeneidade pelo segundo método. Primeiro colocamos
nossa equação na forma dxdy
= f (x, y), fazendo isso temos,
dy x3 y x 1 y
= − 2 2 = − = −y = g
dx xy y x
x
11
solução a partir de uma substituição
de variável, além disso vamos trabalhar com nossa
equação na forma dxdy
= g xy .
A substituição à ser feita é
y = vx
dy dv
= v+x
dx dx
como g y
x
= − 1y = − xy , temos que,
x
dy x
= −
dx y
fazendo as substituições indicadas temos,
dv x 1
v+x =− = −
dx xv v
dv 1
x +v+ = 0
dx v
dv 1 + v 2
x + = 0
dx v
dx v
+ dv = 0
x 1 + v2
Agora aplicando integração direta temos,
Z Z
dx v
+ dv = c
x 1 + v2
1
ln |x| + ln |1 + v 2 | = c
2
como c é uma constante podemos fazer c = ln |c1 |, assim temos
1
ln |x| + ln |1 + v 2 | = ln |c1 |
2
Multiplicando a equação por 2, temos,
ln |x2 | + ln |1 + v 2 | = ln |c21 |
ln |1 + v 2 | = ln |c21 | − ln |x2 |
c 2
1
ln |1 + v | = ln
2
x
portanto,
c 2
1
v2 = −1
x
mas como v = xy , temos,
y 2 c 2
1
= −1
x x
y 2 = c21 − x2
q
y = c21 − x2
12
que é a nossa solução geral.
2. Resolva
xydx + x2 dy = 0
Resolução
Assim como no exemplo passado vamos vericar a homogeneidade da nossa equação
diferencial, porém vamos utilizar apenas um dos métodos, colocando nossa equação na
forma dx
dy
= f (x, y).
dx x2 x x
=− =− =h
dy xy y y
portanto, nossa equação é homogênea. Agora sim, vamos ao método de resolução,
vamos aplicar a seguinte substituição:
x = uy
dx du
= u+y
dy dy
Aplicando essas substituições em nossa equação dada na forma de dx
dy
=h x
y
temos,
du uy
u+y = − = −u
dy y
du
u+y +u = 0
dy
dy du
+ = 0
y 2u
Aplicando integração direta temos,
Z Z
dy du
+ = c
y 2u
1
ln |y| + ln |u| = c
2
como c é uma constante podemos fazer c = ln |c1 |, assim temos
1
ln |y| + ln |u| = ln |c1 |
2
Multiplicando nossa equação por 2 temos,
ln |y 2 | + ln |u| = ln |c21 |
ln |u| = ln |c21 | − ln |y 2 |
2
c1
ln |u| = ln
y
2
c1
u =
y
13
mas com u = xy , temos,
2
x c1
=
y y
c21
x =
y
que é a nossa solução geral.
Sejam M (x, y), N (x, y), funções continuas com derivadas parciais de primeira ordem
continuas em uma região retangular R : a < x < b, c < y < d, e suponha também uma
função F de duas variáveis reais, de forma que F tenha derivadas parciais continuas.
A diferencial total dF é denida por
∂F ∂F
dF (x, y) = (x, y)dx + (x, y)dy
∂x ∂y
A equação
dF = M (x, y)dx + N (x, y)dy
é chamada de diferencial exata em uma região R se existir uma função F (x, y), tal que
se verique
∂F ∂F
M (x, y) = (x, y) e N (x, y) = (x, y) (4)
∂x ∂y
Nota. Se denirmos F (x, y) = c, onde c = constante
∂F ∂F
dF (x, y) = 0 = (x, y)dx + (x, y)dy
∂x ∂y
e
M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0
Se M (x, y)dx+N (x, y)dy é uma diferencial exata, a equação M (x, y)dx+N (x, y)dy = 0
é uma equação exata se, e somente se,
∂M ∂N
(x, y) = (x, y) (5)
∂y ∂x
O critério enunciado acima é uma condição suciente e necessária para que a diferencial
exata seja uma equação exata.
Vamos provar inicialmente que o critério é uma condição necessária, ou seja, se existe
uma função F tal que as equações (4) são satisfeitas, então a equação (5) é verdadeira,
temos
∂M ∂ ∂F ∂N ∂ ∂F
(x, y) = (x, y) e (x, y) = (x, y)
∂y ∂y ∂x ∂x ∂x ∂y
14
Pelo Teorema de Schwartz temos que a ordem das derivadas mistas não importa, por-
tanto
∂ ∂F ∂ ∂F
(x, y) = (x, y)
∂y ∂x ∂x ∂y
Assim,
∂M ∂N
(x, y) = (x, y) (c.q.d.).
∂y ∂x
Vamos mostrar agora que o critério é uma condição suciente, ou seja, se M (x, y) e
N (x, y) satisfazem a equação (5), então M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 é uma equação
exata. A demonstração consiste na construção de uma função F que satisfaça (4), essa
construção ilustra um método básico para a resolução de equações exatas.
Inicialmente integramos a primeira das equações de (4) em relação a x mantendo y
constante, temos
F (x, y) = H(x, y) + g(y), (6)
onde H(x, y) é qualquer função diferenciável tal que ∂H ∂x
(x, y) = M (x, y) e g(y) é uma
função diferenciável arbitraria dependente apenas de y , fazendo o papel da constante
de integração.
Necessitamos agora mostrar que sempre podemos escolher g(y) de modo que a segunda
das equações de (4) seja satisfeita, ou seja, que N (x, y) = ∂F
∂y
(x, y). Vamos então derivar
(6) em relação a y , fazendo isso temos
∂F ∂H
(x, y) = (x, y) + g 0 (y)
∂y ∂y
mas como
∂F
N (x, y) = (x, y),
∂y
podemos escrever
∂H
N (x, y) = (x, y) + g 0 (y)
∂y
e isolando g 0 (y) encontramos,
∂H
g 0 (y) = N (x, y) − (x, y) (7)
∂y
Para conseguirmos encontrar g(y) na equação (7), a expressão à direita do sinal de
igualdade de (7) tem que ser uma função dependente apenas de y . Para essa vericação,
derivamos o lado direito da equação (7) em relação a x.
∂N ∂ ∂H ∂N ∂ ∂H
(x, y) − (x, y) = (x, y) − (x, y)
∂x ∂x ∂y ∂x ∂y ∂x
mas,
∂H
(x, y) = M (x, y)
∂x
então,
∂N ∂M
(x, y) − (x, y)
∂x ∂y
15
que, se observada a igualdade da equação (5), é zero. Vericado que o lado direito da
equação (7) não depende de x, podemos encontrar g(y) integrando a equação (7) em
relação a y . Z
∂H
g(y) = N (x, y) − (x, y) dy
∂y
agora substituímos g(y) em (6), temos
Z
∂H
F (x, y) = H(x, y) + N (x, y) − (x, y) dy
∂y
Exemplo
16
1. Resolva a seguinte equação diferecial
Resolução
Devemos primeiro analisar se a equação dada é exata, para isso devemos identicar
M (x, y) e N (x, y) e vericar se ∂M
∂y
(x, y) = ∂N
∂x
(x, y). Temos que,
M (x, y) = 2x − 1
∂M
(x, y) = 0
∂y
e
N (x, y) = 3y + 7
∂N
(x, y) = 0
∂x
portanto, como
∂M ∂N
(x, y) = 0 = (x, y)
∂y ∂x
F (x, y) = x2 − x + g(y)
17
Para seguirmos com a resolução devemos encontrar g(y), para isso vamos integrar g 0 (y)
em relação a y , que é o que indica o passo 3.
Z
g(y) = 3y + 7dy
3 2
g(y) = y + 7y
2
Feito isso agora é só substituir g(y) na equação resultante após o passo primeiro, então
3
F (x, y) = x2 − x + y 2 + 7y
2
logo, x2 − x + 23 y 2 + 7y = c, é a solução geral para a nossa equação diferencial.
Onde c = constante de integração.
Algumas vezes é possível transformarmos uma equação diferencial que não é exata em
uma equação diferencial exata, multiplicando a equação por um fator de integração
apropriado. Vamos multiplicar a equação
M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 (10)
por uma função µ e depois tentar escolher µ de modo que a equação resultante
µ(x, y)M (x, y)dx + µ(x, y)N (x, y)dy = 0 (11)
seja exata. A equação acima é exata se, e somente se
∂µ ∂µ
(x, y)M (x, y) = (x, y)N (x, y) (12)
∂y ∂x
Como M e N são funções dadas, a equação (12) nos diz que o fator integrante µ tem
que satisfazer a equação diferencial de primeira ordem
∂µ ∂µ ∂M ∂N
M (x, y) (x, y) − N (x, y) (x, y) + (x, y) − (x, y) µ(x, y) = 0 (13)
∂y ∂x ∂y ∂x
Se pudermos encontrar uma função µ que satisfaça a equação (13), então a equação
(11) será exata. A solução de (11) pode ser obtida então, pelo método de resolução
de equações exatas. A solução encontrada desse modo também satisfará a equação
(10), já que podemos dividir a equação (11) pelo fator integrante µ. Uma equação
diferencial da forma de (13) pode ter mais de uma solução. Nesse caso, qualquer
uma delas pode ser usada como fator integrante para (10). Infelizmente, a equação
(13) que determina o fator integrante µ é, em muitos casos, tão difícil de resolver
quanto a equação original (10). Portanto, embora a princípio o método dos fatores
integrantes seja uma ferramenta útil para resolver equações diferenciais, na prática
ele só pode ser usado em alguns casos especiais. As situações mais importantes nas
quais os fatores integrantes simples podem ser encontrados ocorrem quando µ é uma
18
função dependente apenas de uma das variáveis x ou y , em vez de ambas. Vamos agora
determinar condições necessárias sobre M e N para que (10) tenha um fator que só
dependa de x. Supondo que µ é uma função só de x, temos
∂µ(x, y)M (x, y) ∂M
= µ(x, y) (x, y) e
∂y ∂y
∂µ(x, y)N (x, y) ∂N dµ
= µ(x, y) (x, y) = N (x, y) (x, y)
∂x ∂x dx
assim, se
∂µ(x, y)M (x, y) ∂µ(x, y)N (x, y)
=
∂y ∂x
é necessário que
dµ
∂M
∂y
(x, y) − ∂N
∂x
(x, y)
(x, y) = µ(x, y)
dx N (x, y)
se ∂M
∂y
(x, y) − ∂N
∂x
(x, y)
N (x, y)
é uma função só de x, então existe um fator integrante µ que também depende apenas
de x. Além disso, µ pode ser encontrado resolvendo-se a equação anterior, que é uma
equação diferencial linear e separável. Um procedimento análogo pode ser utilizado
para se determinar uma condição sob a qual a equação (10) tenha um fator integrante
que dependa apenas de y .
Exemplo
Resolução
Como dito no enunciado do exemplo a equação acima não é exata, logo para transformá-
la em exata, devemos encontrar um fator integrante µ(x) apropriado.
Como, M (x, y) = 2y 2 + 3x e N (x, y) = 2xy , podemos encontrar suas derivadas parciais
em relação a y e x, respectivamente, assim,
∂M
(x, y) = 4y e
∂y
∂N
(x, y) = 2y
∂x
Agora temos que vericar se
∂M
∂y
(x, y) − ∂N
∂x
(x, y)
N (x, y)
19
é uma função que dependa apenas de x, substituindo temos,
4y − 2y 2y 1
= =
2xy 2xy x
que é uma função só de x. Agora vamos aplicar o resultado obtido em,
dµ
∂M
∂y
(x, y) − ∂N
∂x
(x, y)
(x, y) = µ(x, y) ou
dx N (x, y)
1
∂M
∂y
(x, y) − ∂N
∂x
(x, y)
dµ = dx
µ(x, y) N (x, y)
substituindo temos,
1 1
dµ = dx
µ(x, y) x
que é uma equação linear de variáveis separáveis, então integrando ambos os lados em
relação a x temos,
Z Z
1 1
dµ = dx
µ(x, y) x
ln |µ(x, y)| = ln |x|
µ(x, y) = x
tendo encontrado nosso fator de integração µ(x, y) = x, vamos agora multiplicar nossa
equação original por ele,
2y 2 x + 3x2 dx + 2x2 ydy = 0
que é uma equação diferencial exata, por mero rigor vamos aplicar à equação a condição
para que ela seja exata
∂M
(x, y) = 4yx e
∂y
∂N
(x, y) = 4yx
∂x
logo,
∂M ∂N
(x, y) = 4yx = (x, y)
∂y ∂x
portanto, nossa equação, de fato, é exata. Agora para resolvê-la vamos aplicar o al-
goritmo visto nesta seção, porém diferentemente do que foi feito no primeiro exemplo,
não vamos apontar os passos um a um, vamos aplicá-los de maneira direta.
Para encontrar F (x, y), temos que,
Z Z
F (x, y) = M (x, y)dx = 2y 2 x + 3x2 dx
F (x, y) = y 2 x2 + x3 + g(y)
20
agora vamos diferenciar a equação acima em relação a y e igualá-la à N (x, y),
∂ 2 2
(y x + x3 + g(y)) = 2x2 y
∂y
2yx2 + g 0 (y) = 2x2 y
g 0 (y) = 0
21
que é uma equação separável, logo podemos determinar µ agrupando os termos de
maneira conveniente e integrando diretamente ambos os lados, então
dµ
(x) = P (x)dx ou
µ(x)
Z Z
dµ
(x) = P (x)dx
µ(x)
Z
ln|µ(x)| = P (x)dx ou (18)
R
µ(x) = e P (x)dx
(19)
A função µ(x) determinada acima é um fator integrante para a equação diferencial
linear, e µ(x) 6= 0 para todo x em I , sendo também uma função contínua e diferenciável
neste intervalo.
Podemos observar também que (16) é uma equação diferencial exata ainda que F (x) =
0, ou seja, F (x) não tem qualquer inuência na hora de se determinar o fator integrante
µ(x), pois temos da equação (17) que
∂µ
(x)F (x) = 0
∂y
Logo,
R R
e P (x)dx
dy + e P (x)dx
[P (x)y − F (x)]dx e
R R
P (x)dx P (x)dx
e dy + e P (x)ydx
são diferenciais exatas.
Agora, reescrevendo (16), temos
R R R
P (x)dx P (x)dx P (x)dx
e dy + e P (x)ydx = e F (x)dx
Podemos vericar que o lado esquerdo da equação acima pode ser escrito como:
R
P (x)dx
R
P (x)dx d h R P (x)dx i
e dy + e P (x)ydx = e y
dx
Portanto temos,
d h R P (x)dx i R
e y = e P (x)dx F (x)dx
dx
agora integrando esta última em relação a x temos,
R
Z R
P (x)dx
e y = e P (x)dx F (x)dx + c
resolvendo para y , Z
R R
y=e − P (x)dx
e P (x)dx
F (x)dx + c (20)
Portanto, se (14) tiver uma solução, essa solução será da forma de (20)
22
2.4.2 Algorítmo do Método de Resolução de Equações Lineares
1. Coloque a equação diferencial linear na forma da equação (14), ou seja, divida sua
equação original pelo coeciente de dx
dy
;
R
2. Identique P (x) e encontre o fator integrante µ = e P (x)dx
;
3. Multiplique a equação encontrada no passo 1. pelo fator integrante encontrado no
passo 2.;
4. Coloque o lado esquerdo da equação encontrada no passo 3. na forma da derivada
do produto do fator integrante pela variável dependente y ;
5. Integre ambos os lados da equação encontrada no passo anterior isolando a variável
y.
Exemplos
1. Resolva
dy
x − 4y = x6 ex
dx
Resolução
Vamos começar dividindo nossa equação por x, que é o coeciente de dy
dx
, fazendo isso
temos,
dy 4
− y = x5 ex
dx x
Na equação acima podemos identicar P (x) = − x4 , logo o nosso fator de integração µ
é dado por
R
µ = e − x dx
4
−4
µ = e−4 ln |x| = eln x = x−4
x−4 y = xex − ex + c
y = x5 ex − x4 ex + cx4
23
onde c = constante de integração.
dy
+ 2xy = x
dx
Sujeito à y(0) = −3.
Resolução
Lembre-se que em um problema de valor inicial devemos encontrar o valor da constante
de integração aplicando a condição indicada.
Note que o coeciente de dx
dy
é igual a 1, logo nossa equação já está na forma ideal para
a resolução.
Temos que P (x) = 2x, logo µ é dado por
R
µ = e 2xdx
2
µ = ex
24
2.5 Equação de Bernoulli
A equação diferencial
dy
+ P (x)y = f (x)y n (21)
dx
onde n é um número inteiro qualquer, é chamada de equação de Bernoulli.
Se n = 0, (21) é uma equação linear.
Se n = 1, (21) é uma equação de variáveis separáveis.
Se n 6= 0, n 6= 1 e y 6= 0 podemos dividir a equação (21) por y n , fazendo isso temos,
dy
y −n + P (x)y 1−n = f (x) (22)
dx
Agora se zermos h(x) = y 1−n , então
dh dy
(x) = (1 − n)y −n
dx dx
Fazendo essa substituição na equação (22), temos
1 dh
(x) + P (x)h(x) = f (x)
(1 − n) dx
multiplicando a equação acima por (1 − n) temos,
dh
(x) + (1 − n)P (x)h(x) = (1 − n)f (x) (23)
dx
Como a equação (23) é linear podemos resolvê-la pelo método estudado na seção an-
terior, feito isso, devemos substituir y 1−n = h(x), e assim teremos uma solução para a
equação (21).
Exemplo
dy 1
x +y = 2
dx y
Resolução
Vamos primeiramente dividir nossa equação pelo coeciente de dy
dx
, assim,
dy y y −2
+ =
dx x x
Como n = −2 e y 6= 0 podemos dividir nossa equação por y −2
dy y 3 1
y2 + =
dx x x
Agora aplicando a substituição
h = y (1−n) = y 3
dh dy
= 3y 2
dx dx
25
temos,
1 dh h 1
+ =
3 dx x x
dh 3 3
+ h =
dx x x
note que nossa equação é uma equação linear e, portanto, pode ser resolvida pelo método
apresentado na seção anterior.
Para o cálculo do fator integrante µ precisamos de P (x), que no nosso caso é x3 , então
R 3
µ = e x dx
µ = eln |x |
3
µ = x3
x3 h = x3 + c
c
h = 1+ 3
x
onde c = constante de integração.
Mas h = y 3
c
y3 = 1 + 3
r x
c
y = 3 1+ 3
x
que é a solução geral da nossa equação.
26
é conhecida como equação de Ricatti. Para resolvermos esse tipo de equação devemos
considerar que haja um certo yp que seja solução particular da equação (24), para assim
efetuarmos a seguinte substituição
y = yp (x) + u(x) e
dy dyp du
= (x) + (x)
dx dx dx
feitas as devidas substituições em (24) temos,
dyp du
(x) + (x) = P (x) + Q(x)(yp (x) + u(x)) + R(x)(yp (x) + u(x))2
dx dx
dyp du
(x) + (x) = P (x) + Q(x)yp (x) + Q(x)u(x) + R(x)yp (x)2 + 2yp (x)u(x)R(x) + R(x)u(x)2
dx dx
dyp du
(x) + (x) = P (x) + Q(x)yp (x) + R(x)yp (x)2 + (Q(x) + 2yp (x)R(x))u(x) + R(x)u(x)2
dx dx
Note no lado direito da equação acima que
dyp
P (x) + Q(x)yp (x) + R(x)yp (x)2 = (x)
dx
logo,
dyp du dyp
(x) + (x) = (x) + (Q(x) + 2yp (x)R(x))u(x) + R(x)u(x)2
dx dx dx
Portanto
du
− (Q(x) + 2yp (x)R(x))u(x) = R(x)u(x)2 (25)
dx
Como (25) é uma equação de Bernoulli com n = 2, podemos transformá-la em uma
equação linear dividindo a equação acima por u(x)2 , encontrando
1 du
(x) − (Q(x) + 2yp (x)R(x))u(x)−1 = R(x)
u(x)2 dx
fazendo a seguinte substituição
h(x) = u(x)−1 e
dh 1 du
(x) = − (x)
dx u(x)2 dx
aplicando a substituição acima na equação (25), temos
dh
(x) + (Q(x) + 2yp (x)R(x))h(x) = −R(x)
dx
O método de resolução acima agora é análogo ao utilizado para resolver equações de
Bernoulli.
27
Exemplo
Resolução
Primeiro vamos identicar os coecientes da equação
P (x) = −2
Q(x) = −1
R(x) = 1
28
que é uma equação linear, agora precisamos calcular o fator integrante µ
R
µ = e 3dx
µ = e3x
29
Derivando (27) em relação a x, temos
dy dp dp
= p(x) + x (x) + f 0 (p(x))
dx dx dx
dp dp
p(x) = p(x) + x (x) + f 0 (p(x))
dx dx
ou seja,
dp
(x)(x + f 0 (p(x)) = 0 (28)
dx
Assim dxdp
(x) = 0 ou x + f 0 (p(x)) = 0.
Se dx
dp
(x) = 0, entao p(x) = c, onde c é uma constante qualquer, substituindo a constante
em (27), temos
y = cx + f (c)
que nada mais é do que uma família de retas.
Porém, se x + f 0 (p(x)) = 0, teremos que x = −f 0 (p(x)), logo (27) ca na forma
y = −p(x)f 0 (p(x)) + f (p(x))
Exemplo
30
ou seja, dx
dp
(x) = 0 ou x − p(x)
1
= 0.
Se dx
dp
(x) = 0, p(x) = c, onde c é uma constante qualquer. Substituindo esse resultado
y temos,
y = cx + 1 − ln |c|
y = 1 + 1 − ln |p(x)|
1
y = 2 − ln
x
y = 2 + ln |x|
que é a solução singular da nossa equação, também podemos apresentar essa solução
na forma paramétrica, fazendo p(x) = x1 = t, onde t é um parâmetro qualquer,
(
x = 1t
y = 2 + ln |t|
31
3 Aplicações das Equações Diferenciais Ordinárias de
Primeira Ordem
Este capítulo traz algumas aplicações das equações diferenciais ordinárias de primeira
ordem, algumas clássicas como o Modelo de Dinâmica Populacional de Malthus outras
mais complexas como o Modelo de von Bertalany para o crescimento de peixes. O
objetivo desse capítulo é exibir a gama de aplicações que essas equações podem ter nas
mais variadas áreas do cohecimento, tornando-as muito mais que apenas um objeto de
estudo puramente matemático.
portanto,
T (t) = Tm + c2 eλt (30)
onde c2 = ec1 é uma constante, é a solução geral da lei de resfriamento/aquecimento de
Newton.
32
Quando retiramos um bolo do forno, ele apresenta temperatura de 150 o C. Três minuto
depois, sua temperatura é de 94 o C. Quanto tempo demorará para o bolo atingir a
temperatura ambiente de 20 o C ?
Resolução
Podemos observar que o problema acima pode ser modelado utilizando a lei de resfri-
amento/aquecimento de Newton. Porém, antes precisamos identicar a temperatura
ambiente (Tm ) como sendo Tm = 20 o C , fazendo isso o que nos resta é resolver o seguinte
problema de valor inicial.
dT
= λ(T − 20), e T (0) = 150
dt
e encontrar o valor de λ de tal forma que T (3) = 94.
Utilizando a solução geral descrita em (30) temos que,
T (t) = Tm + c2 eλt ou
T (t) = 20 + c2 eλt
assim
T (t) = 20 + 130e−0,1878t
Porém, a equação acima não nos oferece uma solução nita para T (t) = 20, já que
lim T (t) = 20, mas podemos ver claramente no gráco abaixo que o bolo terá tempe-
x→∞
ratura ambiente em aproximadamente 40 minutos.
33
Figura 1: Taxa de decaimento da temperatura do bolo
34
por m, integrando os dois lados da equação acima temos
Z
d −kt
(e P (t))dt = c1
dt
e−kt P (t) = c1
portanto, a solução geral para o modelo malthusiano pode ser dada por
P (t) = c1 ekt (32)
onde c1 é uma constante de integração.
Resolução
Como a taxa de crescimento populacional dessa cultura de bactérias é proporcional
ao número de bactérias num instante dado, concluímos que o problema acima pode
ser modelado pelo modelo de crescimento populacional malthusiano. Assim podemos
aplicar a solução geral descrita por (32).
P (t) = c1 ekt
Para determinar a constante c1 usaremos o fato de que em t = 0, temos P (0) = 3000,
aplicando esta condição temos
3000 = c1 e0
c1 = 3000
aplicando c1 = 3000 em (32).
P (t) = 3000ekt
Para encontrarmos a constante de proporcionalidade k utilizaremos o PVI P (2) = 9000,
assim
9000 = 3000e2k
e2k = 3
ln 3
k =
2
k ≈ 0, 5493
agora para encontrar o instante em que a quantidade de bactérias quintuplicou, basta
resolver a seguinte equação
15000 = 3000e0,5493t
e0,5493t = 5
ln 5
t =
0, 5493
t ≈ 2, 9299
35
Logo, temos que a população de bactérias quintuplicará em aproximadamente 2, 9299
horas.
β
µ(t) = e 3 t
4O modelo ao qual nos referimos é para o aumento de peso dos peixes, porém há outros modelos
de von Bertalany que estudam o tamanho dos peixes, ver BASSANEZI e FERREIRA JR (1988).
36
multiplicando µ(t) em (35), temos
dh β α
µ(t) (t) + µ(t) h = µ(t)
dt 3 3
β dh β β β α
e 3 t (t) + e 3 t h = e 3 t
dt 3 3
simpicando a equação acima, escrevendo o seu lado esquerdo como uma derivada do
produto, obtemos,
d βt β α
(e 3 h) = e 3 t
dt 3
agora integrando os dois lados da equação acima temos,
Z Z
d βt β α
(e 3 h)dt = e 3 t dt
dt 3
β α βt
e 3 th = e 3 + c1
β
α β
h(t) = + c 1 e− 3 t
β
onde c1 é a nossa constante de integração.
Mas como p = h3 , temos
3
α
(36)
β
p(t) = + c1 e− 3 t
β
quando t = 0, o valor de p é desprezável, portanto usando p(0) ≈ 0, obtemos
3
α
+ c1 =0
β
então,
α
+ c1 = 0 ou (37)
β
α
c1 = − (38)
β
aplicando (38) em (36).
3
α α −βt
p(t) = − e 3
β β
3 3
α β
p(t) = 1 − e− 3 t
β
3
Quando t cresce, p tende a P∞ = αβ . Fazendo k = β3 , temos
p(t) = P∞ (1 − e−kt )3 (39)
que é a solução geral da a equação de von Bertalany para o aumento de peso dos peixes.
Nota. Não será dado nenhum exemplo prático da utilização do modelo de von Berta-
lany para o crescimento de peixes, já que para dar tal exemplo é necessário um certo
conhecimento de análise estatística, e aproximação linear, assuntos esses que não são
alvo deste estudo. Para ver exemplos consulte (Bassanezi e Ferreira Jr., 1988).
37
3.4 Circuitos em Série
Considere um circuito em série contendo apenas um resistor e um indutor como mos-
trado na gura abaixo, da segunda lei de Kirchho sabemos que a soma das quedas de
voltagem no indutor L dtdi
e no resistor (iR) é igual à voltagem aplicada no circuito
(E(t)).
Assim para este circuito a segunda lei de Kirchho nos diz que,
1
Ri + q = E(t) (41)
C
mas como i = dq
dt
, podemos reescrever (41) como a seguinte equação diferencial linear.
dq 1
R + q = E(t) (42)
dt C
Como (42) é uma equação diferencial linear podemos resolvê-la utilizando o algorítmo
apresentado na seção 1.4, assim devemos primeiro dividir (42) pelo coeciente R,
dq 1 E(t)
+ q= (43)
dt CR R
38
a seguir, vamos encontrar o fator integrante da equação acima utilizando (19).
R 1
dt
µ(t) = e CR
t
µ(t) = e CR
para se obter a solução geral para (40) o procedimento é análogo, como será mostrado
no exemplo prático a seguir.
Resolução
O primeiro passo é identicar os elementos dados pelo problema na equação diferencial
linear (40), logo podemos reescrever (40) como,
di
0, 1 + 50i = 30
dt
assim , para resolver nossa, vamos seguir o algorítmo da seção 1.4, e começar dividindo
a equação acima pelo coeciente 0,1.
di
+ 500i = 300
dt
39
Agora vamos encontrar o fator integrante da equação acima, dado por (19), que por
vericação é µ(t) = e500t , multiplicando µ(t) na equação acima obtemos,
di
e500t + e500t 500i = e500t 300
dt
ajeitando o lado esquerdo da equação na forma de uma derivada do produto temos,
d 500t
(e i) = e500t 300
dt
integrando ambos os lados da equação acima
Z Z
d 500t
(e i)dt = e500t 300dt
dt
e500t i = 0, 6e500t + c1
i(t) = 0, 6 + e−500t c1
40