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precisava da força dos francos para dar eclesiásticos, como a simonia, o nicolaísmo e
combate aos os lombardos e bizantinos, em contra a interferência leiga, temporal, nas
contrapartida, Pepino precisava do apoio papal decisões da Igreja. Para ele, era preciso
para legitimar seu golpe contra o último rei purificar o comportamento clerical e consolidar
merovíngio. Tornou-se Rei dos Francos, a supremacia da Igreja sobre o
iniciando a Dinastia Carolíngia, abençoado por Estado. Publicou um dos mais importantes
Roma. Para favorecer a Igreja derrotou os documentos políticos da História da Igreja,
lombardos e doou à Igrejaas terras o Dictatus Papae, que, entre outras coisas,
do Patrimônio de São Pedro à Santa Sé. Tomou proibia a investidura leiga e proibia qualquer
ainda, dos bizantinos, a região de Ravena, autoridade leiga de intervir em eleições e
incorporando-a aos domínios papais. escolhas eclesiásticas.
Formaram-se, assim, os Estados Pontificais, ou O imperador Henrique IV, interessado em
Estados da Igreja. manter feudos eclesiásticos vassalos do
Império, recusou-se a acatar as decisões de
Roma. Gregório VII o excomungou, o que
Com Carlos Magno,
significava a privação dos direitos imperiais e a
considerado o maior
liberação para a ruptura dos laços de fidelidade
imperador medieval, mais
de seus vassalos. Henrique IV foi obrigado a
uma vez as relações Estado-
pedir perdão ao Papa, num episódio conhecido
Igreja beneficiaram os dois
por Humilhação de Canossa.
lados: Carlos Magno
derrotou definitivamente os O choque entre a Igreja e o Sacro Império
lombardos, assegurando e ampliando as terras continuou até a Concordata de Worms (1122) ,
papais e o Papa Leão III, no Natal do ano 800 o entre o Papa Calixto II e o imperador Henrique
coroou Imperador Romano do Ocidente, era V. Consagrou-se a supremacia da Igreja sobre o
um paradoxo, pois o imperador era franco, Estado.
bárbaro, não romano. O Cativeiro de Avignon e o Cisma do
Ocidente
O poder espiritual versus poder Felipe, o Belo
temporal – as Investiduras Durante o processo de
A relação de aliança com a Igreja iniciada com formação da monarquia
os francos, estado institucionalizado, passou nacional francesa, Felipe IV,
por duras provas com o correr da Idade Média. o Belo (1285-1314) ,
Entre os anos de 1075 e 1122, ocorreu um dos estendeu seu domínio por
mais importantes choques entre o Estado e a vastas áreas, como a da
Igreja, conhecido como Querela das região de Champagne, local de realização das
Investiduras. Entre outros fatores, o direito de feiras mais importantes da Baixa Idade Média,
nomear bispos, ou seja, de praticar a que atraía mercadores e mercadorias de três
investidura. Do ponto de vista do imperador de continentes, Europa, Ásia e África. Tentou sem
Sacro Império Romano Germânico, era um sucesso anexar a rica região de Flandres. No
direito seu, pois o bispado encontrava-se campo jurídico, fundamentou seu governo
territorialmente dentro do Império. Do ponto no Direito Romano, que pressupunha um poder
de vista papal, evocando a Teoria dos Dois centralizado. Porém, o Papa Bonifácio VIII
Gládios, era direito da Igreja, do Gládio pretendia manter a supremacia da Igreja contra
Espiritual. a centralização do poder real. Quando Felipe, o
Belo, cobrou impostos sobre o clero, o Papa
O Papa Gregório VII lutou contra os desvios
reagiu damaneira tradicional,excomungando
clericais, contra os desregramentos