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1 Introdução 5
INTRODUÇÃO
Nesta seção apresentaremos algumas noções básicas sobre equações diferenciais ordi-
nárias (EDO) tendo como motivação a completude do texto. Vamos iniciar introdu-
zindo a noção de solução de uma EDO. Dada uma função contínua F : U → E num
aberto U ⊂ R × E, consideramos a equação diferencial
0
x = F (t, x) (2.1-1)
Definição 1. Dizemos que uma função x : (a, b) → E de classe C 1 é uma solução da equação
diferencial (2.1-1) se:
consiste em determinar um intervalo aberto (a, b) que contém o instante t0 e uma solução x :
(a, b) → E da equação (2.1-1) tal que x(t0 ) = x0 . Chamamos a x(t0 ) = x0 a condição inicial
do problema.
A proposição a seguir traz uma caracterização das soluções de uma equação dife-
rencial ordinária, a qual será bastante utilizada nas demonstrações de teoremas estu-
dados posteriormente.
Demonstração: Note inicialmente que a função t 7−→ F (t, x(t)) é contínua, pois é uma
composição de funções contínuas e, portanto, integrável em qualquer intervalo limi-
tado. Suponhamos agora que x = x(t) é uma solução do problema de valor inicial
(2.1-2). Para t ∈ (a, b) temos
Z t Z t
0
x(t) − x0 = x(t) − x(t0 ) = x ds = F (s, x(s))ds,
t0 t0
0
x = F (t, x(t)) (2.1-4)
para t ∈ (a, b). Como a função t 7−→ F (t, x(t)) é contínua, concluímos de (2.1-4) que x
é de classe C 1 e portanto é uma solução do problema do valor inicial (2.1-2).
Definição 5. Dizemos que uma transformação T : X → X num espaço métrico (X, d) é uma
contração se existe λ ∈ (0, 1) tal que
para quaisquer x, y ∈ X.
Teorema 6. Se T : X → X é uma contração num espaço métrico completo (X, d), então T
possui um único ponto fixo. Além disso, para cada x ∈ X a sequência (T n (x)) converge para o
único ponto fixo de T .
= d(T m (x), T m−1 (x)) + d(T m−1 (x), T m−2 (x)) + · · · + d(T n+1 (x), T n (x))
Isto mostra que (xn ) é uma sequência de Cauchy em X e como o espaço é completo
a sequência possui limite, digamos x0 ∈ X. Note que
Demonstração: É claro que d é uma métrica. Agora, seja (xn ) uma sequência de Cauchy
em X. Para cada t ∈ (a, b) temos
e, portanto, (xn (t)) é uma sequência de Cauchy em E. Logo, essa sequência é conver-
gente e existe o limite
x(t) = lim xn (t).
n→+∞
Fica assim definida uma função x : (a, b) → E. Mostraremos agora que x ∈ X. Para
cada t, s ∈ (a, b), temos
Por outro lado, resulta da equação (2.2-7) e do fato de (xn ) ser uma sequência de Cau-
11
||xm (t) − xn (t)|| <
3
2
||x(t) − x(s)|| ≤ + ||xr (t) − xr (s)|| (2.2-10)
3
para quaisquer t, s ∈ (a, b). Como a função xr é contínua, dado t ∈ (a, b) existe δ > 0
tal que
||xr (t) − xr (s)|| < para ||t − s|| < δ.
3
Resulta então de (2.2-10) que
e assim x é contínua. Além disso, resulta de (2.2-9) que dado > 0, existe r ∈ N tal que
d(xm , x) = sup {||xm (t) − x(t)|| : t ∈ (a, b)} ≤
3
Corolário 8. Seja X ⊂ C(a, b) o conjunto das funções contínuas x : (a, b) → E tais que
||x(t) − x0 || ≤
para todo t ∈ (a, b) e com x0 ∈ X fixo. Então X é um espaço métrico completo com a distância
d dada por (2.2-6).
para todo t ∈ (a, b), pois ||xn (t) − x0 || ≤ para quaisquer t ∈ (a, b) e n ∈ N.
para qualquer t ∈ (a, b), onde C(a, b) é o conjunto das funções contínuas e limitadas
y : (a, b) → E. Determinaremos x como sendo um ponto fixo de uma contração.
onde
B[x0 , ] = {y ∈ E : ||y − x0 || ≤ }.
para todo t ∈ (a, b). Pelo corolário 8 X é um espaço métrico completo com a distância
dada por (2.2-6).
≤ |t − t0 |M ≤ (b − a)M,
onde
M = max {||F (t, x) : (t, x) ∈ K||} < +∞, (2.2-12)
uma vez que F é contínua e K é compacto. Concluímos assim que se x ∈ C(a, b) satisfaz
a identidade 2.1 − 3, então está em X para algum .
≤ (b − a)Ld(x, y)
Dados quaisquer (t, y), (t, z) ∈ B[(t, x0 ), ], então o segmento de reta
Então, φ é diferenciável e
Dessa forma Z 1
F ((t, z)) − F ((t, y)) = φ(1) − φ(0) = φ0 (s)ds
0
e disto
Z 1
kF ((t, z)) − F ((t, y))k =
dF (t,y)+s[(t,z)−(t,y)] (z − y)ds
0
Z 1
≤
dF(t,y)+s[(t,z)−(t,y)] (z − y)
ds
Z0 1
≤
dF(t,z)−(t,y)
· kz − yk ds
Z0 1
≤ Kk(t, z) − (t, y)kds = Kkz − yk
0
15
Nesta seção estudaremos propriedades adicionais das soluções de uma EDO não-autônoma.
Veremos como as soluções dependem das condições iniciais para funções contínuas F
que são localmente lipschitziana e o que acontece quando uma solução não pode ser
extendida a um intervalo aberto maior que aquele onde está definida.
e Z t
V (t) = v(s)ds
a
0
r (t) = u(t)v(t) ≤ (C + r(t))v(t)
Logo,
0
r (t) − v(t)r(t) ≤ Cv(t)
e, portanto,
d −V (t) 0
r(t) = e−V (t) (r (t) − v(t)r(t))
e
dt
0 d
= e−V (t) r (t) + (−V (t))r(t)
dt
≤ Cv(t)e−V (t)
e assim
r(t) ≤ CeV (t) − C
Teorema 13. Seja F : U → E uma função contínua e localmente lipschitziana em x num con-
junto aberto U ⊂ R × E. Dado (t0 , x0 ) ∈ U , existe uma constante > 0 e um intervalo aberto
I contendo t0 tais que para x1 ∈ E com ||x0 − x1 || < as soluções φ(t) e ϕ(t) respectivamente
dos problemas de valor inicial
x0 = F (t, x) x0 = F (t, x)
e (2.3-14)
x(t ) = x x(t ) = x
0 0 0 1
satisfazem
||φ(t) − ϕ(t)|| ≤ eL(t−t0 ) ||x0 − x1 || (2.3-15)
14) têm soluções únicas φ(t) e ϕ(t) em algum intervalo aberto I contendo t0 (que pode-
mos supor o mesmo). Além disso, pela proposição 3, temos que
Z t
φ(t) = x0 + F (s, φ(s))ds (2.3-16)
t0
e Z t
ϕ(t) = x1 + F (s, ϕ(s))ds (2.3-17)
t0
Rt
v(s)ds
||φ(t) − ϕ(t)|| = u(t) ≤ Ce t0
= ||x0 − x1 ||eL(t−t0 )
Seja L uma constante de Lipschitz em x para F (t, x). Se φ(t) e ϕ(t) são soluções para
0
x = F (t, x),
0
x = G(t, x),
L|t−t0 |
||φ(t) − ϕ(t)|| ≤ e −1
L
para todo t ∈ I.
Portanto
Z t Z t
||φ(t) − ϕ(t)|| ≤ ||F (s, φ(s)) − F (s, ϕ(s))||ds + ||F (s, ϕ(s)) − G(s, ϕ(s))||ds
t t0
Z 0t Z t
≤ L||φ(s) − ϕ(s)||ds + ds
t0 t0
Z th
i
u(t) + ≤ + L u(s) + ds.
L L t0 L
Daí, segue da desigualdade de Gronwal que
u(t) + ≤ eL|t−t0 | ,
L L
do PVI (2.1-2) tal que, para qualquer solução x : Ix → E do mesmo problema, temos Ix ⊂ J e
x(t) = φ(t) quando t ∈ Ix .
S
Demonstração: Definimos J = x Ix . Notemos que J é necessariamente um intervalo
aberto contendo t0 , uma vez que é a união de intervalos abertos contendo t0 . Definimos
então uma função φ : J → E da seguinte maneira. Para cada t ∈ Ix tomamos φ(t) =
x(t). Note que a função φ está bem definida, isto é, que φ(t) não depende da função x.
De fato, seja x : Ix → E e y : Iy → E soluções para o PVI (2.1-2). Seja também I o maior
intervalo aberto contendo t0 onde x = y.
Mostraremos que, I = Ix ∩ Iy . Supondo que isso não seja verdade, então existe um
extremo s de I que não é extremo de Ix ∩ Iy . Pela continuidade de x e y no intervalo
Ix ∩ Iy temos
p = lim x(t) = lim y(t)
t→s t→s
Por outro lado, pelo teorema de Picard-Lindelöf, com (t0 , x0 ) substituído por (s, p),
existe aberto (s − δ, s + δ) ⊂ Ix ∩ Iy onde x = y. Como (s − δ, s + δ) − I 6= ∅, isto contradiz
o fato de I ser o maior intervalo aberto contendo t0 onde x = y. Logo, I = Ix ∩ Iy e
x = y em Ix ∩ Iy . É claro que a função φ : J → E é solução do PVI (2.1-2), e portanto
vale o resultado do enunciado.
Pelo teorema (2.1-3), podemos introduzir uma noção de intervalo máximo (de exis-
tência) de uma solução, também chamado de intervalo maximal.
O exemplo a seguir mostra que nem sempre o intervalo máximo de uma solução é
R.
0
Exemplo: Consideremos a equação x = x2 . Vejamos que
0
0 2 x dx
x =x ⇒ 2 = 1 ⇒ 2 = dt
x x
Integrando, obtemos
(x(t))−1
Z Z Z Z
dx −2
= dt ⇒ x dx = dt ⇒ =t+c
x2 −1
tem como solução x(t) = 0, para todo t ∈ R, isto é, R é o intervalo máximo para esse
PVI. Agora, se x0 > 0, o PVI
x0 = x2
x(t ) = x
0 0
1
cujo intervalo máximo é (−∞, t0 + x0
) e, finalmente para x0 < 0 a solução é dada por
1
(2.3-18) mas cujo intervalo maximal é (t0 + x0
, +∞).
Como K é compacto, existe uma subsequência (tkn ) tal que (tkn , x(tkn )) converge
para um ponto de K quando n → +∞. Seja
Kµδ = [b − µ, b + µ] × B[x0 , δ] ⊂ U,
µ µ δ
Kn = [tkn − , tkn + ] × B[x(tkn ), ] ⊂ U
2 2 2
µ µ δ
2 sup{||F (t, x)|| : (t, x) ∈ Kn } ≤ 2M ≤ .
2 2 2
Nesta seção faremos um breve estudo sobre equações lineares não-autônomas moti-
vados pelo interesse em estabelecer um resultado sobre a diferenciabilidade do fluxo
de uma equação autônoma e resultados que servirão para exemplificar os conceitos de
estabilidade.
0
x = A(t)x, (2.4-19)
onde A(t) ∈ L(E). Dizemos que (2.4-19) é uma equação linear não-autônoma.
Proposição 18. Sejam A : (a, b) → L(E) uma aplicação contínua de um intervalo (a, b) no
espaço de operadores lineares sobre E e (t0 , x0 ) ∈ (a, b) × E. Então o problema de valor inicial
x0 = A(t)x,
(2.4-20)
x(t ) = x
0 0
Demonstração: Como A(t) é um operador para qualquer t ∈ (a, b), então é claro que
A(t)x é contínua em (a, b) × E. Também, para cada t ∈ (a, b), x, y ∈ K, com K ⊂ U
compacto, temos
||A(t)x − A(t)y|| ≤ ||A(t)||||x − y||.
Proposição 19. Todas as soluções de (2.4-20), com A(t) definida para todo R, têm R como
intervalo maximal.
Rt
||A(t)||ds
||x(t)|| ≤ ||x(t0 )||e t0
para os mesmos valores de t. Uma vez que a função t 7−→ A(t) é contínua, a integral
Rt
t0
||A(t)||ds existe e é finita para quaisquer t0 , t. Logo, resulta do teorema 17 que o
intervalo máximo da solução x é R.
0 0 0
(k1 φ1 + k2 φ2 ) = k1 φ1 + k2 φ2
= k1 A(t)φ1 + k2 A(t)φ2
= A(t)(k1 φ1 + k2 φ2 )
Proposição 21. O conjunto das soluções da equação (2.4-19) é um espaço vetorial com dimen-
são n.
definimos a função
n
X
x(t) = ci xi (t)
i=1
Vejamos que
n
0 0
X
x (t) = ci xi (t)
i=1
n
X
= ci A(t)xi (t)
i=1
" n
#
X
= A(t) ci xi (t)
i=1
Pn Pn
com x(t0 ) = i=1 ci xi (t0 ) = i=1 ci ei = x0 . Portanto, concluímos que o espaço de
soluções da equação (2.4-19) é gerado pelas funções x1 (t), · · · , xn (t). Para mostrar que
essas funções são LI supomos que c1 , · · · , cn ∈ R são tais que
n
X
ci xi (t) = 0
i=1
Pn
para todo t ∈ R. Fazendo t = t0 obtemos então i=1 ci ei = 0 e, portanto, c1 = c2 =
· · · = cn = 0. Logo, as funções x1 (t), · · · , xn (t) são linearmente independentes.
0 0
(X(t)c) = X (t)c
= A(t)X(t)c
= A(t)(X(t)c)
0 0
(Y (t)ei ) = ((X(t)X −1 (t0 ))ei )
= A(t)(Y (t)ei )
e, além disso,
Y (t0 )ei = X(t0 )X −1 (t0 )ei = ei .
Mas a unicidade da solução garante que Y (t)ei = xi (t). Portanto, temos que toda
solução de (2.4-19) pode ser escrita na forma X(t)c, onde X(t) é uma solução funda-
mental qualquer e c ∈ E.
0 0
x (t) = X (t)X −1 (t0 )x0
= A(t)x(t)
Demonstração: Como X(t) é uma solução fundamental, então para cada t ∈ R existe
o isomorfismo inverso X −1 (t). Assim, basta definir
Z = Y (t)X −1 (t)
Nesta seção introduziremos a noção de estabilidade para uma solução da equação (2.1-
1). Essencialmente, uma solução x(t) diz-se estável se qualquer solução com condição
inicial suficientemente próxima de x(t) permanece próxima de x(t). Introduziremos
também a noção de estabilidade assintótica. Aqui x̄0 é um ponto de equilíbrio.
Definição 25. (i) Uma solução x(t, t0 , x̄0 ) da equação (2.1-1) definida para t > t0 diz-se está-
vel se dado > 0 existe δ > 0 tal que se ||x0 − x̄0 || < δ, então:
ii) Uma solução x(t, t0 , x̄0 ) da equação (2.1-1) definida para t > t0 diz-se assintoticamente
estável se:
Proposição 26. Seja A : R → L(E) uma aplicação contínua. Para a equação (2.4-19), a
solução nula (com instante t0 arbitrário) é estável (respectivamente assintoticamente estável)
se, e somente se, todas as soluções são estáveis (respectivamente assintoticamente estável).
Seja X(t) uma solução fundamental da equação (2.4-19). Pelas proposições 19 e 23,
a solução do PVI (2.4-20) tem intervalo máximo R e é dada por
segue de (2.5-24) que a solução nula (com instante inicial t0 ) é estável se, e somente se,
dado > 0 existe δ > 0 tal que
para t > t0 . Como X(t)X −1 (t0 ) é uma transformação linear, isto é o mesmo que
||X(t)X −1 (t0 )(x0 − x̄0 )|| < quando ||x0 − x̄0 || < δ,
ou ainda
||x(t, t0 , x0 ) − x(t, t0 , x̄0 )|| < quando ||x0 − x̄0 || < δ,
para quaisquer t > t0 e x̄0 ∈ E. Concluímos assim que a solução nula (com instante
inicial t0 ) é estável se, e somente se, todas as soluções (com instante inicial t0 ) são
estáveis.
Para a estabilidade assintótica, novamente pelo fato de X(t)X −1 (t0 ) ser linear, no-
tamos que
lim ||X(t)X −1 (t0 )x0 || = 0 se ||x0 || < µ, (2.5-26)
t→+∞
é o mesmo que
lim ||X(t)X −1 (t0 )(x0 − x̄0 )|| = 0 se ||x0 − x̄0 || < µ, (2.5-27)
t→+∞
para x̄0 ∈ E arbitrário. Isto mostra que a solução nula (com instante inicial t0 ) é
assintoticamente estável se, e somente se, todas as soluções (com instante inicial t0 ) são
assintoticamente estáveis.
Resta verificar que a estabilidade e estabilidade assintótica da solução nula são in-
dependentes do instante inicial t0 . Com efeito, consideramos t1 6= t0 e notamos que
δ
||X(t)X −1 (t1 )x0 || < quando ||x0 || < , (2.5-28)
||X(t0 )X −1 (t1 )||
para t > t0 . Se t1 ≥ t0 , então a propriedade (2.5-28) é satisfeita para t > t1 . Por outro
lado, para t1 < t0 a função t 7−→ X(t)X −1 (t1 ) é contínua em [t1 , t0 ]. Tomando
obtemos
||X(t0 )X−1 (t1 )|| ≤ max ||X(t)X −1 (t1 )||||x0 || < δ ≤
t∈[t1 ,t0 ]
Suponhamos agora que a solução nula é assintoticamente estável com instante ini-
cial t0 . Resulta de (2.5-27) que
lim X(t) = 0
t→+∞
e, portanto,
lim X(t)X −1 (t1 )x0 = 0
t→+∞
Resulta da proposição anterior que para a equação (2.4-19) a solução nula é instá-
vel se, e somente se, as soluções são instáveis. Também devido a proposição anterior
podemos introduzir a seguinte definição.
29
Definição 27. Dizemos que a equação (2.4-19) é estável (assintoticamente estável ou instável)
se todas as soluções são estáveis (assintoticamente estável ou instável).
Agora daremos uma caracterização das noções de estabilidade para a equação li-
0
near não-autônoma x = A(t)x.
Teorema 28. Seja A : R → E uma aplicação contínua e seja X(t) uma solução fundamental
da equação (2.4-19). Então a equação é
||X(t)x−1 (0)x0 ||
||X(t)X −1 (0)|| = sup
x0 6=0 ||x0 ||
δx0
||X(t)X −1 (0) ||x 0 ||
||
= sup δx0
x0 6=0 || ||x 0 ||
||
||X(t)X −1 (0)y0 ||
= sup ≤
||y0 ||=δ ||y0 || δ
Por outro lado, se o supremo em (2.5-30) é finito, então existe C > 0 tal que
Além disso,
||X(t)X −1 (0)|| → 0 quando t → +∞, (2.5-31)
Nesta seção aplicaremos alguns resultados apresentados na seção anterior para mos-
0
trar que se na equação x = F (x), a função F é de classe C 1 então o fluxo da mesma
também será de classe C 1 .
0
x = F (x), (2.6-32)
∂φ
definido por (2.6-32) é uma função de duas variáveis C 1 , e identificar .
∂x
Para esse fim seja y(t) uma solução particular de (2.6-32) para t em algum intervalo
31
A(t) = DF (y(t));
0
u = A(t)u (2.6-33)
é uma boa aproximação para a solução x(t) de (2.6-32) com valor inicial x(t0 ) = y0 + u0 .
Para estabelecer isso de um modo mais preciso, introduziremos a seguinte notação: se
ζ ∈ E, então considere a aplicação
t 7−→ u(t, ζ)
a solução de (2.6-32) que corresponde t0 com y0 + ζ. (Assim, y(t, ζ) = φt−t0 (y0 + ζ).)
uniformente em t ∈ J0 quando ζ → 0.
Z t
y(t, ζ) = y0 + ζ + F (y(s, ζ))ds,
0
e Z t
u(t, ζ) = ζ + DF (y(s))u(s, ζ)ds.
0
R(z,y−z)
com limz→y ||y−z||
= 0 uniformemente em y para y em um conjunto compacto dado.
Aplicamos essa expansão para y = y(s, ζ), z = y(s); daí da linearidade de DF (y(s)) e
de (2.6-34) obtemos
Z t
||y(t, ζ) − y(t) − u(t, ζ)|| ≤ DF (y(s))[y(s, ζ) − y(s) − u(s, ζ)]ds (2.6-35)
Z 0t
+ ||R(y(s), y(s, ζ) − y(s))||ds (2.6-36)
0
se ||y(s, ζ) − y(s)|| ≤ δ0 e s ∈ J0 .
se ||ζ|| ≤ δ1 e s ∈ J0 .
e, portanto, Z t
g(t) ≤ N g(s)ds + C||ζ||,
0
se t ∈ J0 e ||ζ|| ≤ δ1 . Uma vez que é um número positivo qualquer, isto mostra que
g(t)
||ζ||
→ 0 uniformemente em t ∈ J0 , o que prova a proposição.
Segue da proposição anterior que para todo > 0, existe δ > 0 tal que se ||ζ|| ≤ δ,
então
||y(t, ζ) − (y(t) + u(t, ζ))|| ≤ ||ζ|| (2.6-40)
para todo t ∈ J0 . Assim, como ζ → 0, a curva t 7−→ y(t) + u(t, ζ) é uma melhor
aproximação para y(t, ζ).
∂φ ∂φ
Teorema 30. O fluxo φ(t, x) de (2.6-32) é C 1 , isto é, ∂t
e ∂x
existem e são contínuas em (t, x).
∂φ(t, x)
Demonstração: É claro que é exatamente F (φt (x)), que é contínua. Para cal-
∂t
∂φ
cular temos, para ζ suficientemente pequeno
∂t
∂φ(t, y0 )
Pela proposição anterior, segue que ∈ L(E) é uma aplicação linear ζ 7−→
∂x
u(t, ζ).
∂φ
A continuidade de é uma consequência da continuidade na condição inicial e
∂x
da solução para a equação variacional (2.6-33).
Denotando o fluxo novamente por φt (x), notamos que para cada t a derivada Dφt (x)
∂φ(t, x)
da aplicação φt em x ∈ U é a mesma que . Calculamos Dφt (x) como a solução
∂x
para um problema de valor inicial no espaço vetorial L(E): para cada x0 ∈ U a derivada
no espaço do fluxo satisfaz
2 −t2 )
x(t) = x(t, t0 , x0 ) = x0 e−(t 0 , ∀t, t0 , x0 ∈ R
Agora note que t2 − t20 = (t − t0 )2 + 2(t − t0 )t0 não pode ser expresso apenas em termos
de t − t0 .
Agora veremos que um processo pode ser reformulado como um sistema semidinâ-
mico autônomo, que tem algumas implicações interessantes. Para isso, estenderemos
o espaço de fase e denotaremos X = R × X, e definimos a aplicação ψ : R+
0 ×X → X
por
ψ(t, (t0 , x0 )) = (t + t0 , φ(t + t0 , φ(t + t0 , t0 , x0 )))
Note que a variável t em ψ(t, (t0 , x0 )) é o tempo decorrido desde o instante inicial
t0 , enquanto que o instante atual é t + t0 .
Demonstração: Pela definição de ψ fica claro que essa aplicação é contínua. Além
disso,
ψ(0, (t0 , x0 )) = (t0 , φ(t0 , t0 , x0 )) = (t0 , x0 ).
37
As soluções estacionárias são soluções inteiras, mas pode existir outras soluções
inteiras limitadas interessantes.
dx
= −x + cos(t)
dt
1 1
y(t) = cos(t) + sin(t).
2 2
Além disso, y(t) é uma solução periódica, na verdade, a única solução periódica. Esta
EDO não tem solução estacionária.
A seguir vamos estudar como definir conjuntos invariantes para um processo não-
autônomo. Com essa finalidade consideraremos o sistema semidinâmico autônomo ψ
em X = R × X definido em termos de um processo φ em X por
S
Propriedade 34. U = t∈R {t} × At , onde At é um subconjunto não-vazio de X para cada
t ∈ R.
Então At1 é não-vazio para todo t1 > t0 , uma vez que φ(t1 , t0 , a0 ) ∈ At1 . De fato,
pela ψ-invariância de U, isto é, ψ(t1 − t0 , U) = U e do fato que
= (t1 , φ(t1 , t0 , a0 )) ∈ U
ou
(t1 − t0 + t∗ , φ(t1 − t0 + t∗ , t∗ , a∗ )) = (t1 , a1 ),
φ(t1 − t0 + t∗ , t∗ , a∗ ) = φ(t1 , t0 , a∗ ) = a1 .
Obviamente, a∗ ∈ At∗ = At0 uma vez que t∗ = t0 . Isto significa que At1 ⊂ φ(t1 , t0 , At0 ).
Portanto, temos que φ(t, t0 , At0 ) = At , para todo t, t0 ∈ R com t ≥ t0 .
Lema 37. Seja A = (At )t∈R uma família φ-invariante de subconjuntos não-vazios de X de um
processo φ. Então para qualquer t0 ∈ R e a0 ∈ At0 , existe uma solução inteira ξ através de a0
que está contida em A, isto é, com ξ(t0 ) = a0 e ξ(t) ∈ At para todo t ∈ R.
Agora trataremos da noção de atratores para um processo, mas antes faremos algumas
considerações sobre distâncias em espaços métricos. Sejam (X, d) um espaço métrico
completo e H(X) a coleção de todos os subconjuntos compactos não-vazios de X.
0 0
|d(a, b) − d(a, b )| ≤ d(b, b )
0 0
daí, se b → b então d(a, b) → d(a, b ). Além disso, o subconjunto B é não-vazio e
compacto, então o ínfimo pode ser substituído pelo mínimo aqui, isto é, ele é realmente
atingido.
Note que, em geral, distX (A, B) 6= distX (B, A). Por exemplo, seja A = {0} e B =
[0, 1] em R. Então
distX (A, B) = 0 6= 1 = distX (B, A).
41
Defina
HX (A, B) = max {distX (A, B), distX (B, A)}.
0
x = −x + e−t
ω(t0 , x0 ) = {0}.
No entanto, x(t, t0 , 0) = (t − t0 )e−t 6= 0 para todo t > t0 , isto é, o conjunto ω-limite não
é invariante no sentido de sistemas autônomos.
Para estudarmos atratores para processos e, mais geralmente, para sistemas dinâ-
micos não-autônomos devemos considerar uma família de subconjuntos φ-invariantes.
Mas para uma formulação mais compacta e elegante, definiremos o conceito de con-
junto não-autônomo. Dados um processo φ em um espaço métrico (X, d) e uma fa-
mília M̃ = (Mt )t∈R de subconjuntos de X, descreveremos tal família M̃ como sendo
equivalentes a subconjuntos de fase estendidos em R × X. Sendo assim, a família M̃
induz um subconjunto M ⊂ R × X, definido por
M = {(t, x) : x ∈ Mt }
e, por outro lado, um subconjunto M do espaço de fase estendido R×X conduz a uma
família de subconjuntos de X M̃ = (Mt )t∈R com
Mt = {x ∈ X : (t, x) ∈ M}
para todo t ∈ R.
Mt = {x ∈ X : (t, x) ∈ M}
enquanto a outra, chamada atração pullback, envolve um alvo fixo com tempo de
início progressivamente anterior. Em geral, esses dois conceitos de atração são inde-
pendentes, enquanto que para o caso autônomo, eles são equivalentes.
para todo x0 ∈ X e t0 ∈ R,
para todo x0 ∈ X e t ∈ R.
0
x = −2tx (3.2-3)
2 −t2 )
com a solução geral x(t, t0 , x0 ) = x0 e−(t 0 , e um atrator pullback mas não um atrator
forward do sistema
0
x = 2tx (3.2-4)
2 −t2
com a solução geral x(t, t0 , x0 ) = x0 et 0 .
Este exemplo demonstra que a atração forward pode ser vista como um conceito de
atração para o futuro do sistema, uma vez que o coeficiente −2t em (3.2-3) é negativo
para t > 0. Por outro lado, a atração pullback significa basicamente atração para o
passado do sistema devido a negatividade de 2t para t < 0 em (3.2-4). O conceito de
atração uniforme, portanto, pode ser visto como atração para o tempo inteiro.
0
x = −x + 2 sin t (3.2-5)
Se x1 (t) e x2 (t) são quaisquer duas soluções, então sua diferença z(t) = x1 (t) − x2 (t)
satisfaz a equação diferencial linear
0
z = −z
quando t → +∞, donde segue que toda solução converge para toda outra no tempo.
daí é claro que o limite forward limt→+∞ x(t, t0 , x0 ) não existe. Por outro lado, o limite
pullback existe para todo t e x0 , isto é,
e é independente de x0 , isto é,
Além disso, é fácil mostrar que ρ(t) é a solução da equação diferencial não-autônoma
(3.2-5) e uma vez que todas as soluções converge para cada uma das outras no tempo
forward, a convergência forward
também vale.
Agora mostraremos a existência e unicidade dos atratores pullback, mas para uma
maior generalidade no manuseio de não-uniformidades na dinâmica, consideraremos
uma família de conjuntos de absorção pullback em vez de um único conjunto.
φ(t, t0 , D) ⊂ Bt
para todo t0 ≤ t − Tt,D . Para uma maior generalidade podemos trocar o conjunto limitado D
por uma família D = {Dt , t ∈ R} de um subconjunto não-vazio de X. Neste caso a propriedade
de absorção pullback toma a forma
φ(t, t0 , Dt0 ) ⊂ Bt
para cada t ∈ R.
x ∈ φ(t, tk , Btk ) ⊂ Bt
x0 ∈ φ(t, tk , Btk )
Passo 2: Da convergência acima, para todo > 0 e t ∈ R existe T,t tal que
φ(t, t0 , D) ⊂ Bt
00 0
para todo t0 < t com t − t0 suficientemente grande. Seja t0 < t0 < t. Então pela
propriedade de semigrupo a 2-parâmetros
00 0 0 00 0
φ(t, t0 , D) = φ(t, t0 , φ(t0 , t0 , D)) ⊂ φ(t, t0 , Bt0 )
0
0 00
desde que t0 − t0 seja grande o suficiente.
\
At = Ft0 (t).
t0 <t
T
Similarmente, Aτ = t0 <τ Ft0 (τ ) para qualquer τ < t. Claramente
\ \
φ(t, τ, Ft0 (τ )) ⊂ φ(t, τ, Ft0 (τ )).
t0 <τ t0 <τ
Para mostrar a inclusão contrária, seja
\
x∈ φ(t, τ, Ft0 (τ )).
t0 <τ
Então existe xm ∈ Ftm (τ ) ⊂ Bτ tal que x = φ(t, τ, xm ). Mas os conjuntos Ftm (τ ) são
compactos e monotonicamente decrescente com m crescente (isto é, com tm → −∞),
T
então o conjunto {xm } tem um ponto limite x̂ ∈ tm <τ Ftm (τ ). Pela continuidade de
φ(t, t0 , .) segue que x = φ(t, t0 , x̂). Assim,
\
x ∈ φ(t, τ, Ftm (τ )) = φ(t, τ, Aτ ).
tm <τ
\
φ(t, τ, Aτ ) = φ(t, τ, Ftm (τ ))
tm <τ
\
= φ(t, τ, φ(τ, tm , Btm ))
tm <τ
\
= φ(t, tm , Btm )
tm <τ
\
⊃ φ(t, tm , Btm ) ⊃ At .
tm <t
Aτ ⊂ φ(τ, tm , Atm )
= φ(t, tm , Btm )
⊂ U (At )
49
φ(t, τ, Aτ ) ⊂ At
S
Demonstração: A limitação de t≤0 At implica que para todo t ∈ R
Analogamente, mostramos que distX (Āt , At ) = 0. Uma vez que os conjuntos Āt e At
são compactos, concluímos que Āt = At , para todo t ∈ R. Portanto, A = Ā.
0
x = F (t, x), (3.2-7)
d D 0
E
||x(t)||2 = 2 x(t), x (t)
dt
= 2 hx(t), F (t, x(t))i
≤ 2K − 2L||x(t)||2 ,
donde, integrando segue que
K
||x(t)||2 ≤ ||x(t0 )||2 e−2L(t−t0 ) + 1 − e−2L(t−t0 ) .
L
Suponha que para um subconjunto limitado D de Rn com ||D|| = supd∈D ||d|| > 1 e
x(t0 ) ∈ D, e definimos
1
T = t0 + ln(L||D||2 ).
2L
Então
1 K K +1
||x(t)||2 ≤ + =
L L L
para todo x(t0 ) ∈ D e t0 ≤ t − T . Assim, a bola fechada
h p i
B 0, (K + 1)/L = {x ∈ Rn : ||x||2 ≤ (K + 1)/L}
0 0
z = f (z), x = g(z, x), (4.0-1)
usando (4.0-2), e
Estas duas expressões são idênticas para todo s, t ≥ 0 e todo (z0 , x0 ) ∈ Rn+m . Compa-
rando as segundas componentes temos
0
x = g(z(t, z0 ), x), (4.0-3)
A solução x(t) = x(t, z0 , x0 ) com valor inicial x(0) = x0 (que também depende
da escolha de z0 como parâmetro através da solução de condução) então satisfaz as
seguintes propriedades
A aplicação x : R+
0 × R
n
→ Rm é chamada de aplicação cociclo. Ela descreve
a evolução da solução da equação diferencial não-autônoma (4.0-3) com respeito ao
sistema de condução.
Definição 45. Sejam (X, dX ) e (Z, dZ ) espaços métricos. Um sistema dinâmico não-autônomo
(θ, ϕ) é definido em termos de uma aplicação cociclo ϕ em um espaço de estado X que é con-
duzido por um sistema dinâmico autônomo θ agindo em uma base ou espaço de parâmetros Z
e o conjunto de tempo R. Mais especificamente, o sistema dinâmico θ em Z é um grupo de
homeomorfismos (θt )t∈R sobre a composição em Z com as propriedades
e a aplicação cociclo ϕ : R+
0 × Z × X → X satisfaz
A aplicação ψ : R+
0 × Z × X → Z × X definida por
= (z, x),
Também é claro que ψ é contínua, pois cada componente de (4.0-4) é contínua por
definição.
Assim como foi feito para processos, definiremos aqui o conceito de conjuntos não-
autônomos.
Definição 48 (Conjuntos não-autônomos para fluxos skew product). Seja (θ, ϕ) um fluxo
skew product com um conjunto base Z e um espaço de fase métrico (X, d). Um subconjunto
M do espaço de fase estendido P × X é chamado um conjunto não-autônomo, e para cada
z ∈ Z, o conjunto
Mz = {x ∈ X : (z, x) ∈ M}
Definição 49 (Atratores foward e pullback para fluxos skew product). Seja (θ, ϕ) um
fluxo skew product. Um conjunto não-autônomo compacto e invariante A é chamado um atra-
tor pullback de (θ, ϕ) se a convergência pullback
Definição 50 (Conjunto de absorção pullback para um fluxo skew product). Seja (θ, ϕ)
um fluxo skew product em um espaço métrico (X, d). Um subconjunto compacto e não-vazio
B de X é chamado absorvente pullback se para cada z ∈ Z e todo subconjunto limitado D de
X, existe um Tz,D > 0 tal que
ϕ(t, θ−t (z), D) ⊂ B
Teorema 51 (Existência de um atrator pullback para fluxos skew product). Seja (θ, ϕ)
um fluxo skew product em um espaço métrico X com um conjunto de absorção pullback com-
pacto B tal que
ϕ(t, z, B) ⊂ B (4.1-5)
para todo t ≥ 0 e z ∈ Z. Então existe um único atrator pullback A com fibras em B unicamente
57
determinado por
\[
Az = ϕ(t, θ−t (z), B) (4.1-6)
τ ≥0 t≥τ
para todo z ∈ Z. Se, além disso, (Z, dZ ) é um espaço métrico compacto, então
S
para qualquer subconjunto limitado D de X, onde A(Z) = z∈Z Az ⊂ B.
Demonstração:
(ii) Por (4.1-8), para todo > 0 e z ∈ Z, existe um T,z ≥ 0 tal que
ϕ(t + T,z , θ−t−T,z (z), D) = ϕ(T,z , θ−T,z (z), ϕ(t, θ−t−T,z (z), D))
\ \
ϕ(t, θ−t (z), Fτ (θt (z))) = ϕ(t, θ−t (z), Fτ (θ−t (z)) ) (4.1-9)
τ ≥0 τ ≥0
T
É claro que a inclusão “⊂” vale. Para provar a inclusão contrária, seja x ∈ τ ≥0 ϕ(t, θ−t (z), Fτ (θ−t (z)) ).
Então para algum τ ≥ 0, existe um xτ ∈ Fτ (θ−t (z)) ⊂ B tal que x = ϕ(t, θ−t (z), xτ ).
Uma vez que a família Fτ (θ−t (z)) é monotonicamente decrescente com τ crescente, o
T
conjunto {xτ : τ ≥ 0} tem um ponto limite x̂ ∈ τ ≥0 Fτ (θt (z)). Pela continuidade de
T
ϕ(t, θ−t (z), .), segue que x = ϕ(t, θ−t (z), x̂), e assim, x ∈ ϕ(t, θ−t (z), τ ≥0 Fτ (θt (z))) =
ϕ(t, θ−t (z), Aθ−t (z) ).
Portanto, a equação (4.1-9), a compacidade de Fτ (θ−t (z)) e a continuidade de ϕ(t, θ−t (z), .)
implicam que
\
ϕ(t, θ−t (z), Aθ−t (z) ) = ϕ(t, θ−t (z), Fτ (θ−t (z)) )
τ ≥0
\[
⊃ ϕ(t, θ−t (z), ϕ(s, θ−t−s (z), B))
τ ≥0 s≥τ
\[
= ϕ(t + s, θ−t−s (z), B)
τ ≥0 s≥τ
\[
= ϕ(s, θ−s (z), B) ⊃ Az ,
τ ≥t s≥τ
ϕ(τ, θ−τ (z), Aθ−τ (z) ) ⊂ ϕ(τ, θ−τ (z), ϕ(t, θ−τ −t (z), Aθ−τ −t (z) ))
para toda -vizinhança B(Az , ) de Az , > 0, desde que t = t() seja suficientemente
grande. Portanto,
ϕ(τ, θ−τ (z), Aθ−τ (z) ) ⊂ Az
para todo τ ≥ 0 e z ∈ Z. Com τ substituindo por t, isso produz juntamente com (4.1-10)
a ϕ-invariância da família (Az )z∈Z .
(iv) Observe que o conjunto Az , z ∈ Z, são uniformente limitados, pois são subcon-
juntos de um mesmo conjunto compacto B para todo z ∈ Z. Assim formam um atrator
pullback, a unicidade segue igual no teorema 44.
Parte 2: Suponha que o espaço métrico (Z, dZ ) é compacto, e assuma que a convergên-
cia (4.1-7) não vale. Então existe um > 0 e sequências tn → +∞, ẑn ∈ Z e xn ∈ B tais
que
distX (ϕ(tn , ẑn , xn ), A(Z)) > 0. (4.1-11)
distX (ϕ(τ, θ−τ (z0 ), B), Az0 ) < .
2
A propriedade de cociclo dá
00 0
e uma vez que B é compacto, existe também uma subsequência de índices n de n
(dependendo de τ ) tal que
||ϕ(τ, θ−τ (zn00 ), sn00 ) − ϕ(τ, θ−τ (z0 ), s0 )|| <
2
00
quando n > n(). Portanto,
> distX (ϕ(tn00 , θ−tn00 (z), xn00 ), Az0 ) = dist(ϕ(tn00 , ẑn00 , xn00 ), Az0 )
0
x = F (z, x, ) (4.1-12)
d
||x(t)||2 ≤ K − L||x(t)||2 ,
dt
h p i
B = B 0, (K + 1)/L = x ∈ Rn : ||x||2 ≤ (K + 1)/L
Teorema 53. O atrator pullback A de um fluxo skew product (θ, ϕ) gerado pela equação dife-
rencial (4.1-12) consiste de fibras sendo conjuntos unitários Az = {az } para cada z ∈ Z quando
o campo de vetores F satisfaz a condição dissipativa Lipschitz unilateral (4.1-14). Além disso,
t 7−→ aθt (z) , t ∈ R, é uma solução inteira de (4.1-12) para cada z ∈ Z.
0
Demonstração: Uma vez que Az ⊂ B para todo z ∈ Z, definimos ||Az || = maxa∈Az ||a|| ≤
0
K +1
L0
= R para cada z ∈ Z. Agora considere um z ∈ Z fixo, e suponha que existe um
0 > 0 e pontos a1 , a2 ∈ Az tal que ||a1 − a2 || = 0 . Além disso, escolha T > 0 tal que
2Re−LT = 0 . A ϕ-invariante do atrator pullback dá ϕ(T, θ−T (z), Aθ−T (z) ) = Az , que
0 0
significa que existem a1 , a2 ∈ Aθ−T (z) tais que
0 0
ϕ(T, θ−T (z), a1 ) = a1 e ϕ(T, θ−T (z), a2 ) = a2
0 0 0 0
||ϕ(T, θ−T (z), a1 ) − ϕ(T, θ−T (z), a2 )|| ≤ e−LT ||a1 − a2 ||
0 0
0 < 0 = ||a1 − a2 || = ||ϕ(T, θ−T (z), a1 ) − ϕ(T, θ−T (z), a2 )||
0 0 1
≤ e−LT ||a1 − a2 || ≤ Re−LT = 0
2
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[5] Martin Rasmussen. Attractivity and bifurcation for nonautonomous dynamical systems,
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