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Beshallach

Escrito por Mário Moreno Ter, 11 de Janeiro de 2011 08:29

O princípio da jornada dos israelitas teve início, porém desde já o


Eterno nos mostra que seus caminhos são totalmente diferentes dos
caminhos humanos, pois d’Ele é todo o conhecimento, portanto cabe
a Ele guiar o povo pelos caminhos que melhor atingirão seus
propósitos durante a jornada. E assim fez o Eterno: “Ora, quando
Faraó deixou ir o povo, Elohim não o conduziu pelo caminho da terra
dos filisteus, se bem que fosse mais perto; porque Elohim disse: Para
que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte
para o Egito” (Êx 13:17). Desde já há uma distinção clara no hebraico
entre o povo que o Eterno escolheu e os demais. Isto é feito de forma
explícita, pois a palavra povo aqui usada é ‘am, e significa "povo,
nação". Esta palavra é utilizada em toda a Escritura para designar o
povo de Israel! Os demais povos e nações são chamados de goym,
que significa "povo ou nação gentílica"! Isso nos mostra, desde o
princípio que há um povo que o D-us Criador (Elohim) escolheu
para si a fim de cumprir neles os desejos de seu coração.

Há aqui também uma clara estratégia da parte do Eterno na


condução de seu povo. Ele mesmo estaria entre eles a fim de garantir
o sucesso da empreitada no deserto. Vejamos então: “E o IHVH ia
adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo
caminho, e de noite numa coluna de fogo para os alumiar, a fim de
que caminhassem de dia e de noite” (Êx 13:21). A palavra aqui
traduzida IHVH é o tetragrama! Isso nos fala que aquele que se
chama “Eu me torno aquilo que me torno” está indo adiante deles no
caminho pelo deserto. Neste momento havia uma necessidade do
povo: que fossem conduzidos pelo deserto! Então o Senhor se tornou
o seu guia! Não é tremendo saber que o próprio Deus aqui se torna o
guia de seu povo rumo ao seu lar. Além disso havia também a
manifestação do Eterno numa “coluna”. A palavra coluna é ‘axil, e
significa "pilar, coluna". Sua raiz significa também "poderoso, líder".
Notemos o quão apropriado é aqui o uso das palavras que foram
realmente inspiradas pelo Espírito de D-us! A manifestação visível do
Eterno na coluna dizia aos israelitas que adiante deles ia o poderoso,
ou o seu líder! Não é fantástico! Por isso vemos cada vez mais quão
profunda é esta Palavra e também como o Eterno se apresentou a um
povo que compreendia aquilo que via e ouvia!

Vitória anunciada

O Eterno anuncia a ruína dos egípcios e o livramento que viria sobre


seu povo. “Fala aos filhos de Israel que se voltem e se acampem
diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em
frente dele assentareis o acampamento junto ao mar. Então Faraó
dirá dos filhos de Israel: Eles estão embaraçados na terra, o deserto
os encerrou. Eu endurecerei o coração de Faraó, e ele os perseguirá;
glorificar-me-ei em Faraó, e em todo o seu exército; e saberão os
egípcios que eu sou o IHVH. E eles fizeram assim. Quando, pois, foi
anunciado ao rei do Egito que o povo havia fugido, mudou-se o
coração de Faraó, e dos seus servos, contra o povo, e disseram: Que
é isso que fizemos, permitindo que Israel saísse e deixasse de nos
servir?” (Ex 14.2-5).

Apesar do recente anúncio do livramento que seria dado ao povo,


quando os egípcios se aproximam dos israelitas, há um clamor ao
Eterno por livramento e também uma murmuração dirigida à Moshe!
“...e disseram a Moshe: Foi porque não havia sepulcros no Egito que
de lá nos tiraste para morrermos neste deserto? Por que nos fizeste
isto, tirando-nos do Egito?” (Êx 14:11). A resposta é imediata e
incisiva: “Não é esta palavra a que te dissemos no Egito: Deixa-nos,
que sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios,
do que morrermos no deserto” (Êx 14:12). O que é traduzido por
“palavra” em hebraico é dabar, que em hebraico significa "palavra".
Esta palavra transmite a idéia de um processo mental, de
comunicação ou de temas ou meios de comunicação. Quando dabar
é traduzido por “palavra” (ou um cognato) significa basicamente
“aquilo que D-us disse ou diz”. Então vejamos algo mais: aqui o povo
quer transmitir a Moshe a idéia de que houve um erro em sua saída
do Egito! Mas Moshe está bem ciente de que ele recebeu a dabar do
Eterno!

Moshe dá aos israelitas a sua compreensão e revelação do que seria


feito naquele momento: “Moshe, porém, disse ao povo: Não temais;
estai quietos, e vede o livramento do IHVH, que ele hoje vos fará;
porque aos egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver; o
IHVH pelejará por vós; e vós vos calareis” (Ex 14.13-14). Moshe
afirma que o povo veria o “livramento do IHVH”. Mas o que seira isso?
A palavra traduzida por livramento em hebraico é Ieshu’ah! Sim, o
povo de Israel iria contemplar o próprio Ieshua que viria para ser a
sua salvação! E o mais interessante é que Ele seria o Ieshua do IHVH!
O tetragrama nos mostra que o próprio Eterno se tornaria aquilo que
eles precisavam naquela hora! E a sua necessidade era de
livramento! E foi o que aconteceu!

Quando Moshe afirma que o IHVH lutaria por Israel ele novamente
sabe o que está dizendo: a palavra traduzida por “IHVH” é o
tetragrama! Novamente temos aqui a certeza de que o Eterno se
tornaria aquilo que eles precisavam: o seu poderoso guerreiro! A
palavra traduzida por “pelejará” é laham, e significa lutar, combater.
Esta palavra diz respeito ao papel de Deus nas guerras de Israel! E o
melhor de tudo: o povo ficaria estático diante daquilo que veria e se
calaria!
O Eterno pergunta ao seu povo: “Então disse o IHVH a Moshe: Por que
clamas a mim? dize aos filhos de Israel que marchem” (Êx 14:15). A
palavra aqui traduzida por "marchar" é nasa e significa "remover,
por-se a caminho, irem em frente, partir, fazer uma viagem". O verbo
é empregado com referência aqueles que se “foram” para uma cidade
próxima. Também é empregado no sentido de “viajar por etapas”. O
Senhor (IHVH) lhes diz que saiam, partam para fazer uma viagem! O
interessante é que essa viagem é só de ida! Eles jamais voltarão para
ser escravos novamente no Egito!

Mas é necessária uma atitude da parte de Moshe. Então novamente o


Eterno ordena: “E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o
mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar
em seco” (Êx 14:16). A palavra aqui traduzida por "vara" é matteh, e
significa "vara, bordão, haste, tribo". A vara é um símbolo da
liderança e da autoridade conferida a alguém! A vara de Moshe seria
um instrumento físico através do qual ele demonstraria sua
autoridade e sua liderança novamente ao povo de Israel. Isto seria
novamente uma forma de provar também a obediência de Moshe
que, ao fazer o que o Eterno havia ordenado veria a realização de
mais um grande milagre! Ao levantar sua vara (autoridade) em
direção ao mar, Moshe estaria então colocando à prova a palavra do
Eterno. Notemos que a vara foi dada a Moshe a fim de mostrar a
autoridade que lhe havia sido conferida. Ela deveria ser usada em
circunstâncias chave da vida de Israel. E essa era justamente uma
destas circunstâncias! Moshe não poderia abusar desta autoridade e
nem usá-la de forma ilícita. Veremos mais adiante como custa caro
uma atitude “na carne” tomada por Moshe.

Além de tudo, o Eterno ainda promete um novo livramento ao povo


de Israel: “E eis que endurecerei o coração dos egípcios, e estes
entrarão atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu
exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, e os egípcios saberão
que eu sou o IHVH, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros
e nos seus cavaleiros” (Êx 14:17,18). O que está dito aqui pelo
Senhor? Ele diz que haverá uma outra destruição contra os egípcios,
e que agora, o mar, que para os israelitas serviria de rota de escape,
para eles serviria de sepultura!

O livramento prometido viria de forma drástica e inesperada! A


declaração a seguir nos mostra o cuidado do Senhor para com os
seus: “E o anjo de Elohim, que ia diante do exército de Israel, se
retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de
diante deles, e se pôs atrás deles” (Êx 14:19). Este anjo aqui citado é
especial, pois ele é malak Elohim, o agente do Criador! Ele sai da
vanguarda e vai para a retaguarda, juntamente com a coluna de
nuvem, a fim de obstruir a passagem dos inimigos que se aproximam!

Percebemos que o que funcionava para israelitas como proteção e


direção, para os egípcios era juízo e confusão. “E ia entre o campo
dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles,
e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se
aproximou um do outro” (Êx 14:20). Então chega o grande momento
de mais um milagre: o mar se abrir! Creio que naquele momento
havia uma grande expectativa no mundo espiritual pelo que haveria
de ocorrer! De um lado os anjos do Senhor lutando para que Israel
fosse protegido, guardado, ajudado e liberto definitivamente dos
egípcios. De outro, os demônios furiosos tentam alcançar ao povo, e
isso por terem perdido várias batalhas. Eles agora clamam por sua
vingança contra o povo escolhido do Senhor! Mas finalmente algo
acontece: “Então Moshe estendeu a sua mão sobre o mar, e o IHVH
fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o
mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas” (Êx 14:21). A
atitude de Moshe desencadeia no mundo espiritual algo grandioso:
este vento que o Eterno usa para que o mar se retire foi o próprio
Espírito o Santo! Convenhamos que este “vento” não era um vento
qualquer, pois é ele quem realiza o trabalho de fender o mar e
levantar “muros” laterais a fim de que o povo passe por um caminho
que estava inclusive seco! E tudo isso no meio do mar!

Novamente vemos aqui que o Eterno faz diferença entre seu povo e
os outros: “E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco;
e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda. E os
egípcios os seguiram, e entraram atrás deles todos os cavalos de
Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar. E
aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor, na coluna do fogo
e da nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos
egípcios. E tirou-lhes as rodas dos seus carros, e dificultosamente os
governavam. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel,
porque o IHVH por eles peleja contra os egípcios” (Êx 14:22-25). Aqui
fica claro que a metodologia empregada por D-us é a de julgar os
inimigos de seu povo de forma a mostrar inclusive quem Ele é. No
texto vemos a declaração dos próprios egípcios que tentam fugir por
perceberem que o próprio D-us eterno lutava por Israel contra eles!
Mas agora é tarde demais para fugir! “E disse o IHVH a Moshe:
Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os
egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros. Então
Moshe estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retornou a sua força
ao amanhecer, e os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o
Senhor derrubou os egípcios no meio do mar, porque as águas,
tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de
Faraó, que os haviam seguido no mar; nenhum deles ficou” (Êx
14:26-28). E foi assim que terminou a história de opressão por parte
dos egípcios contra o povo de Israel! De um lado, o povo de Israel
ileso e liberto, do outro, os egípcios mortos na praia com todo o seu
arsenal! E não houve combate, ninguém do povo sequer pegou numa
arma a fim de enfrentar os seus inimigos! Mas o que houve então? O
que aconteceu foi que a promessa feita pelo Eterno de que lutaria e
livraria seu povo estava consumada! Como Ele prometeu assim
cumpriu! Aleluia!
Agora, após um longo período de estresse, finalmente tudo acaba
bem! Agora é tempo de celebrar o que o Eterno realizou por seu
povo. Isso nos mostra que existem períodos nos quais passamos por
uma pressão muito grande, inclusive emocional, mas que, findo o
período de lutas, chega a hora do refrigério, tão necessário para que
possamos “recarregar” nossas forças interiores e exteriores!

O Cântico da vitória

O cântico entoado por Moshe e por todo o povo mostra estes atos
salvíficos do Senhor para com seu povo. Vejamos então o que eles
cantam: “O IHVH é a minha força, e o meu cântico; ele me foi por
salvação; este é o meu Elohim, portanto lhe farei uma habitação; ele
é o Elohim de meu pai, por isso o exaltarei” (Êx 15:2). Há aqui uma
declaração maravilhosa: “... ele me foi por salvação...” A palavra
"salvação" em hebraico é Ieshua’ah! Então o verso cantado por eles
nos afirma que IHVH se transformou no Ieshua’ah de Israel! E isso
simplesmente condiz com a natureza deste nome: Eu me torno aquilo
que me torno! E se tornou para eles o seu Ieshua’ah!

Moshe reconhece uma das facetas da natureza do Eterno quando diz:


“O IHVH é homem de guerra; o IHVH é o seu nome” (Êx 15:3).
Novamente temos aqui o tetragrama e o Eterno se tornando o
homem de guerra de Israel! Ele é aquele que luta as lutas de seu
povo, Ele toma as dores daqueles que lhe são queridos e os protege
de todos os ataques do maligno. E é justamente ele quem toma a
vingança de seu povo! Não é necessário que nós nos vinguemos de
nossos inimigos, pois o Senhor é quem tem todo o direito legal de
fazer tais coisas.

Seu cântico nos fala da grandeza e da majestade do Eterno e Moshe


pergunta: “Ó IHVH, quem é como tu entre os deuses? Quem é como
tu glorificado em santidade, admirável em louvores, realizando
maravilhas?” (Êx 15:11). Depois dos atos demonstrados pelo Senhor
desde a saída do Egito, esta pergunta agora nos revela que, apesar
do Egito e do restante do mundo possuírem muitos deuses, nenhum
deles pode-se comparar ao Senhor! Ele agiu para com Israel como o
resgatador, sendo o seu parente mais próximo. Isso é o que nos diz a
Escritura: “Tu, com a tua beneficência, guiaste a este povo, que
salvaste; com a tua força o levaste à habitação da tua santidade” (Êx
15:13). Aqui a palavra “salvaste” em hebraico é ga’al. Ela provém da
raiz go’el, que nos apresenta o resgatador. Esta pessoa (o
resgatador) é o parente mais próximo que sai em socorro de alguém
de sua família em perigo! E foi isso justamente o que fez o Eterno!

Mas, há ainda aqui uma promessa muito interessante e que foi


inserida no cântico de vitória: “Tu os introduzirás, e os plantarás no
monte da tua herança, no lugar que tu, ó IHVH, aparelhaste para a
tua habitação, no santuário, ó IHVH, que as tuas mãos
estabeleceram” (Êx 15:17). Destaquemos aqui dois aspectos: o
primeiro é que o Eterno promete introduzir seu povo dentro da terra
que lhes foi prometida. Isso significa que Ele mesmo os conduziria e
seu próprio poder faria com que eles entrassem na terra! Os méritos
da conquista não seriam do povo de Israel, mas sim do Senhor! Não
haveria motivos para orgulhos pessoais, mas sim para louvores
Àquele que realizara tal proeza! O segundo aspecto é que eles seriam
colocados dentro de sua herança! A palavra "herança" em hebraico é
nachala e que significa “aquilo que é dado ou passado adiante como
herança. Aquilo que pertence à alguém em virtude de direito antigo e
daquilo que pertence permanentemente a alguém”. A posse da
herança pressupõe uma promessa anterior firmada com algum
parente que se comprometeu, ao morrer, fosse dado aquilo que
prometera ao seu herdeiro. Só há um detalhe diferente aqui: O Eterno
não morreu! Mas mesmo assim Ele deu a terra ao seu povo como
prometera a Abraham! Havia um direito legal estabelecido no pacto
feito entre O Eterno e Abraham. E foi isso que fez com que a
promessa fosse cumprida! E assim como Ele cumpriu a promessa
dando a terra em possessão perpétua ao seu povo, fará da mesma
forma para conosco, dando-nos as suas promessas e nos levando a
herdar aquilo que é nossa possessão ainda nesta terra, para por fim,
herdarmos a coroa incorruptível da vida eterna!

Mas o período de celebração findou muito cedo para o povo que há


muito pouco havia visto tantos milagres! “E o povo murmurou contra
Moshe, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao IHVH, e o
IHVH mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se
tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os
provou” (Êx 15:24-25). Já manifesta-se novamente o espírito de
desobediência, divisão, reclamação entre o povo. A palavra
"murmuração" em hebraico é lun, e significa uma recusa obstinada a
crer na palavra de Deus e nas suas obras miraculosas; um ato de
rebeldia, descrença e desobediência à autoridade divinamente
constituída. Isso nos mostra que o que estava acontecendo era que o
povo, apesar de terem visto tudo o que viram quando de sua saída do
Egito, ainda assim persistiram em agir da mesma forma quando
estavam no Egito: murmurando! Novamente eles recusavam-se à crer
no sobrenatural (que estava presente ativamente entre eles), a fim de
crerem naquilo que estavam vendo! Então Moshe, em Mara, clama ao
Senhor por uma direção e o Eterno lhe mostra uma vara, em hebraico
‘ets, que significa “madeira, vara, tronco”. Esta madeira nada tem de
sobrenatural ou mágica, porém, ao ser atirada na água amarga faz
com que ela se transforme em água potável para ser consumida pelo
povo! O amargor da água foi removido pela vara que nela foi atirada!
Novamente o sobrenatural se sobrepõe ao natural e revela ao povo
que o Eterno está no comando!

Agora eles estão em Elimah, local onde estão doze fontes e setenta
palmeiras, local de descanso e meditação. Em todas as jornadas os
filhos que o Eterno possui precisam de oásis como Elimah para
poderem parar e descansar! Este lugar era maravilhoso, pois o
mundo ali estava simbolicamente reunido a fim dos israelitas
desfrutarem dele! Na antigüidade eram conhecidas setenta nações no
mundo. E na Escritura a árvore representa o homem (e um conjunto
de árvores representa uma nação). Sendo assim, simbolicamente, em
Elim estão todas as nações juntas a fim de propiciarem abrigo e
descanso aos filhos de Israel enquanto caminham rumo à terra que
lhes foi prometida. É também em Elimah que existe uma fonte para
cada tribo! Cada um sacia sua sede em sua própria fonte! Que lugar
exuberante deveria ser o imenso oásis de Elimah! É justamente ali
que paramos, nos acampamos e recuperamos o vigor para
novamente iniciarmos a caminhada pelo deserto!

Mais murmurações...

Quando os israelitas partem de Elimah, novamente acontece o


incidente da murmuração. Somente o motivo muda: agora eles
querem pão e carne! “E toda a congregação dos filhos de Israel
murmurou contra Moshe e contra Arão no deserto. E os filhos de
Israel disseram-lhes: Quem dera tivéssemos morrido por mão do
IHVH na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas
de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes trazido
a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão” (Êx
16:2-3). Mas o Eterno conhece a necessidade de seu povo e vai
providenciar aquilo que eles necessitam! Há somente um detalhe: o
pão choverá do céu! E assim aconteceu! Choveu maná do céu a fim
de alimentar o povo. Porém, novamente houve desobediência quanto
às instruções que foram dadas ao povo. “Esta é a palavra que o IHVH
tem mandado: Colhei dele cada um conforme ao que pode comer, um
ômer por cabeça, segundo o número das vossas almas; cada um
tomará para os que se acharem na sua tenda” (Êx 16:16). A colheita
deveria ser feita com base na necessidade de cada um. O Senhor
ordena que colham um ômer (cerca de 4 litros ou dois quilos) para
cada pessoa! E a ordem foi: comam tudo no mesmo dia, pois no dia
seguinte o Senhor enviará mais comida! Há uma porção para cada
dia! Novamente eles não ouviram e não obedeceram ao Senhor!
“Eles, porém, não deram ouvidos a Moshe, antes alguns deles
deixaram dele para o dia seguinte; e criou bichos, e cheirava mal; por
isso indignou-se Moshe contra eles” (Êx 16:20). Havia entre o povo
um grande sentimento de incredulidade (nós sabemos que isto é um
espírito das trevas que induz o povo a ser assim). Eles portanto agiam
de forma a ouvir a si mesmos (ou a este espírito), contrariando os
ensinos e a palavra dita pelo Senhor!

Quando o maná caía eles colhiam somente a porção diária. Havia


somente um dia em que isso não era assim: na véspera do shabat (no
sexto dia)! “E aconteceu que ao sexto dia colheram pão em dobro,
dois ômeres para cada um; e todos os príncipes da congregação
vieram, e contaram-no a Moshe” (Êx 16:22). Isso significa que na
véspera do shabat nós temos o direito de colher porção dobrada, pois
no shabat não trabalharemos, somente gozaremos da porção dobrada
que recebemos na véspera! Isso é mandamento para o povo de Deus.
Mas ainda houve aqueles que desobedeceram... “E aconteceu ao
sétimo dia, que alguns do povo saíram para colher, mas não o
acharam. Então disse o Senhor a Moshe: Até quando recusareis
guardar os meus mandamentos e as minhas leis?” (Êx 16:27-28).

Todo este ciclo de acontecimentos nos mostra uma dura realidade: o


povo precisou ser provado em tudo a fim de que pudesse ser revelado
aquilo que havia em seu coração. “E comeram os filhos de Israel
maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada; comeram
maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã” (Êx 16:35). O
número quarenta na Escritura nos fala de provação! O povo comeu
maná durante quarenta anos! Eles precisaram ser alimentados, dia-a-
dia pelos céus a fim de se conscientizarem de que sua vida dependia
do Eterno! Foram provados (e muitos reprovados) durante todo esse
tempo e ainda assim não entenderam os propósitos do coração de
Deus! Que dura realidade!

Depois de todos estes acontecimentos, os filhos de Israel continuam


suas jornadas pelo deserto. Há algo explícito aqui: eles seguiam (ou
não) viagem “segundo o mandamento do Senhor”! A viagem teve
realmente um ritmo de desenvolvimento de acordo com os desejos do
coração do Eterno. Mas mesmo assim, o povo continuava a se
manifestar contra Moshe e o Senhor! “Então contendeu o povo com
Moshe, e disse: Dá-nos água para beber. E Moshe lhes disse: Por que
contendeis comigo? Por que tentais ao IHVH? Tendo pois ali o povo
sede de água, o povo murmurou contra Moshe, e disse: Por que nos
fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós e aos nossos
filhos, e ao nosso gado?” (Êx 17:2-3). Novamente duas palavras
aparecem aqui durante a caminhada: contender e murmurar! Creio
que a maior razão pela qual o povo passou quarenta anos vagando foi
o uso e abuso destas atitudes. Eles demonstravam serem bastante
carnais. Suas atitudes eram previsíveis e seus clamores
centralizavam-se sempre no mesmo aspecto: a satisfação de seus
corpos! Essa era uma herança que tinham trazido do Egito. Eles foram
ensinados a terem suas paixões satisfeitas assim que o desejassem.
Esta é também a razão por que caminharam os quarenta anos:
tiveram de reaprender tudo novamente. Agora, não segundo os
padrões egípcios, mas sim os padrões de D-us!

Como lidar com essas situações? É necessário mostrar de forma


incontestável o poder do Eterno (de novo!). Então vêem as seguintes
instruções: “Então disse o IHVHa Moshe: Passa diante do povo, e
toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua
vara, com que feriste o rio, e vai. Eis que eu estarei ali diante de ti
sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas e
o povo beberá. E Moshe assim o fez, diante dos olhos dos anciãos de
Israel. E chamou aquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda
dos filhos de Israel, e porque tentaram ao IHVH, dizendo: Está o IHVH
no meio de nós, ou não?” (Êx 17:5-7). A cena se repete: o povo é
reunido e Moshe fere a rocha. A palavra “ferir” em hebraico é nakâ,
que significa pancada, ferida. O verbo é usado com o sentido de
atingir ou ferir um objeto com um golpe não fatal. Isso demonstra que
a rocha deveria ser ferida a fim de trazer aos israelitas aquilo que
precisavam: a água que preserva a vida! Isso foi feito no deserto e
depois novamente aconteceu com o Mashiach, que foi ferido a fim de
que brotasse dele a água da vida! Paulo nos informa o seguinte: “E
beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da
pedra espiritual que os seguia; e a pedra era O Messias” (1 Co 10:4).

Amaleque: sinal de alerta!

Durante a caminhada aparece um inimigo mortal para Israel:


Amaleque. Este povo tem características muito perigosas, e
representa o maligno, a carne em seus ataques a fim de nos
surpreender e nos derrotar. As características de Amaleque são:

Ataca sorrateiramente

Ataca traiçoeiramente (pelas costas)

Ataca os fracos e doentes

Durante a batalha contra Amaleque havia uma estratégia: Moshe


teria de levantar a sua vara. Este seria um sinal e uma atitude que
demonstraria que enquanto a autoridade (vara) estivesse sendo
apresentada à D-us, o povo prevaleceria. Quando ele baixava a sua
autoridade (vara), Amaleque prevalecia! Isso demonstra que não
podemos “baixar” nossa guarda, dando nossa autoridade ou direito
legal ao nosso inimigo, pois quando assim o fazemos ele então
prevalece contra nós!

Algumas vezes, é necessário termos “suportes” humanos que nos


ajudem a manter nossa autoridade levantada! Assim também
aconteceu com Moshe, que necessitou da ajuda de Hur e Arão a fim
de se manter com os braços erguidos! E com esta ajuda a vitória
finalmente veio! “E assim Iehoshua desfez a Amaleque e a seu povo,
ao fio da espada” (Êx 17:13). Veja que interessante: Iehoshua desfez
Amaleque com sua espada! Isso nos fala muito fortemente, pois
Iehoshua representa Ieshua que com sua espada (palavra) derrota o
inimigo! Aleluia!

Porém, não nos esqueçamos daquilo que foi dito pelo Eterno: “E
disse: Porquanto jurou o IHVH, haverá guerra do IHVH contra
Amaleque de geração em geração” (Êx 17:16). A guerra contra o mal
e a carne não findará! Por isso devemos estar atentos para não
cairmos em armadilhas que amaleque nos prepara a cada passo que
damos.

Que o Eterno nos Abençoe!

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