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Desde sempre que o ser humano se interroga sobre o mundo que o rodeia, pelo que, ao longo
dos tempos foi recorrendo a diferentes formas de o interpretar / explicar.
O mito apresenta-se como a forma mais primitiva que o ser humano encontrou para explicar o
mundo e adaptar-se a ele, e teve o seu aparecimento na Grécia Antiga.
Etimologicamente, mito liga-se à palavra grega «MYTHEO» que significa falar, transmitir e narrar
acontecimentos passados. No entanto, esta palavra possui uma diversidade etimológica mais
alargada, ou seja, o conceito de mito é polissémico, isto é, tem muitos significados, porque é um
termo que é empregado para designar várias realidades diferentes: certas formas de linguagem
ou modos de expressão; certo modo de pensar, isto é, uma visão de mundo; certo modo de
sentir, isto é, um modo de controlar os nossos medos e desejos; um modo de agir, ou seja, de
tentar controlar os acontecimentos recorrendo a forças/entidades sobrenaturais.
A Filosofia nasce com o surgimento de uma nova forma de investigar a realidade (= Physis).
Representa um corte com a tradição mitológica, inaugurando uma nova forma de abordar o
mundo e tudo o que ele encerra.
A investigação racional da physis tem sua origem com Tales de Mileto (pré-socrático).
Considera-se que foi Tales o primeiro filósofo ocidental a perguntar pelo princípio originário de
todas as coisas (= Arché). Motivado pela admiração típica dos filósofos, Tales observou o
movimento de geração e corrupção da natureza, e concluiu que na multiplicidade dos seres existe
uma unidade, um elemento comum a todos: a água. Este é o princípio da existência, elemento
sem o qual a physis não seria possível.
Este momento da História da Humanidade, ocorrido na Grécia entre os séculos VII e V a.C, foi
chamado de passagem do mito ao logos. O logos corresponde a uma racionalidade que governa a
natureza, uma harmonia íntima que parece organizar a physis e que foi compreendida pelos
primeiros filósofos.
Sócrates - filósofo ateniense (470 a.C.-399 a.C.).
“Conhece-te a ti mesmo” e “Só sei que nada sei”, são duas das máximas mais conhecidas deste
filósofo. De acordo com Sócrates, o saber é uma virtude.
No final do século V a.C. iniciou-se a segunda fase da filosofia grega, conhecida como "socrática"
ou antropológica, onde a preocupação de maior importância deixa de ser a questão da origem do
universo, passando a ser a questão centrada no indivíduo e na organização da Humanidade. As
principais questões passaram a ser: O que é a verdade? O que é o bem? O que é a justiça?
Platão (427 a.C. - 347 a.C.) foi um filósofo e matemático ateniense, discípulo do filósofo Sócrates,
e considerado um dos principais pensadores da história da filosofia.
A “República” é uma das principais obras deste filósofo e a primeira utopia da História.
A sua filosofia estabelece a distinção entre dois mundos: o mundo sensível, isto é, o mundo que
captamos através dos nossos sentidos. Este mundo é ilusório e confuso; e o mundo inteligível,
que é eterno, onde o que existe verdadeiramente são as ideias, que só a razão pode conhecer.
Alegoria da Caverna
1- Quem foi o autor da “alegoria da caverna”?
Platão
7- Identifique formas modernas que nós coloquem em situação idêntica à dos prisioneiros de Platão.
Hoje vive-se num mundo em que se é muito influenciado pela televisão. As opiniões que as pessoas têm
são as que os meios de comunicação querem que tenham. Não será mais fácil pensar que tudo o que se
passa na TV é verdade do que procurar tentar saber se realmente é assim? Vive-se para ter dinheiro e
sucesso, poder e estatuto. Não se tem ideias originais, fala-se o que toda a gente fala, lê-se jornais
desportivos e revistas que falam de acontecimentos triviais (banais, comuns); Não há qualquer tipo de
questionamento. Se dizem que os afegãos são maus, acreditasse e passasse a mensagem, sem investigar
se é verdade ou não.
Os seres humanos têm uma visão distorcida da realidade. Nesta alegoria, os prisioneiros somos
nós que vemos e acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações
que recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo, mas apresenta-nos imagens que
não representam a realidade (aparência). Só é possível conhecer a realidade, quando nos
libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna
(realidade/essência).
Há tantas definições de filosofia quantos os filósofos que a tentaram responder. (não é fácil
responder)
Os que dedicam à filosofia são os filósofos. São os que sabem que não sabem e amam a sabedoria.
O filósofo espanta-se com a realidade, dúvida do saber adquirido, tem curiosidade por saber mais e
adota uma postura ativa perante os problemas.
A origem da filosofia
A palavra Filosofia é de origem grega. É composta por philos e sophia. Philos significa amor, enquanto
Sophia significa sabedoria. Podemos dizer que filosofia quer dizer amor pela sabedoria, desejo de saber.
O filósofo é aquele que tem a missão de procurar incessantemente o conhecimento das coisas, de si
próprio e dos outros, incentivando-os a não desistirem de pensar.
Os filósofos buscam pelo conhecimento pois sabem que o seu é insuficiente.
Sócrates andava sempre a “picar” as pessoas para as ajudar a pensar por si mesmas.
Método Socrático- através de perguntas simples e ingénuas levar as pessoas a contradizerem-se pois
elas baseiam-se em valores e preconceitos da sociedade e assim auxiliar as pessoas a redefinir valores,
aprendendo a pensar por elas mesmas (1ºDestruir crenças, dogmas em que a pessoa acredita; 2º Auxiliar
no pensamento individual)
“É a demanda[procura] da verdade e não a sua posse que constitui a essência da filosofia, (…) Filosofia
significa estar a caminho.”- Karl Jaspers
Procura incessante pelo conhecimento
Serve-se do pensamento e da linguagem para produzir conceitos e teses (aquilo que se define-
opinião) legitimados por argumentos (as razoes que sustentam uma ideia – justificação)
Desenvolve a reflexão (movimento do pensamento sobre si mesmo)
Exerce a crítica (examinar) do saber adquirido e dos limites do conhecimento humano, combatendo
as verdades estabelecidas e os dogmas (ideias não sujeitas à critica – verdades absolutas
inquestionáveis)
O filósofo alemão Immanuel Kant dá origem à filosofia critica defendendo o método filosófico crítico,
ou seja, questionar o proceder da própria razão, “analisar a faculdade humana de conhecimento no
seu todo” e encontrar os seus limites
É um saber sistemático (complexo e organizado) que usa métodos (reflexão critica) próprios e
organizados para alcançar as respostas
Constrói-se na relação dialógica entre um «eu» e um «tu» que discutem problemas e procuram
resolvê-los através de instrumentos do pensamento (razão)
Inscreve-se e desenvolve-se no real, sendo exigido ao filósofo a máxima consciência do tempo e do
lugar que habita, no sentido de compreender e transformar a realidade (os filósofos atuais debatem
os problemas atuais)
Requer uma atitude especial perante os problemas:
-espanto perante a realidade (a filosofia nasce do espanto ≠ indiferença, obvio, ALIENAÇÃO)
-dúvida em relação ao saber adquirido
-curiosidade pela descoberta (querer saber mais)
-postura ativa face aos problemas
-recusa da passividade
Convite ao autoconhecimento (Quem sou? De onde vim? Para onde vou?) e à adoção de um projeto
de vida. Pode ser entendida como uma arte de viver (saber viver pela nossa própria cabeça)
Radicalidade
•O fisosofo vai à raiz dos problemas, não fica pelas aparencias.
-Tenta ultapassar os seus limites (aprofundar conhecimento)
-Perda de liberdade(morte, prisão,exclusão) por pensar diferente
Autonomia ≠ Heteronemia
•"Sapere aude! [Ousa saber!] Tem a coragem de te servires do teu próprio entendimento!" - tem a
coragem de pensar pela tua propria cabeça
•"Por toda aparte se depara com a restrição da liberdade." - quando sou heteronomo/alienado
abdico da minha liberdade (Quem nao ousa pensar abdica do seu dieito à liberdade)
Historicidade
•Aquilo que preocupa os filosofos são os problemas do seu tempo.
•Pensamos o que pensamos graças aos nossos antepassados.
Universalidade
•As questões da filosofia compreendem as inquietações comuns a todo o ser humano.
-O que é a beleza?
-Existe vida para além da morte?
-O que é a felicidade?
CONCEITOS:
Alegoria (representação figurativa) Filosofia
Aparência Heteronomia (≠ Autonomia; provém de uma
Ateísmo autoridade exterior ao individuo [Deus; Polícia])
Autonomia (capacidade de pensar por si mesmo) Logos (razão)
Causa Método (caminho para…)
Crença Racismo
Crítica
Razão (instrumento da filosofia)
Democracia
Realidade (≠Aparência)
Dogma (verdades indiscutíveis religiosas)
Verdade