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ISSN 2317-661X Vol. 08 – Num. 02 – Agosto 2015

PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO


DE JOVENS E ADULTOS
FARIAS, Deovânio Cordeiro1; CAVALCANTE, Gildete Leite2; SOUZA, Maria Eliza da
Silva3; BEZERRA, Mayam de Andrade4

Resumo: O presente artigo é resultado de uma pesquisa, cujo objetivo foi analisar as práticas de leitura e escrita
numa turma de Educação de Jovens e Adultos, bem como o processo de aprendizagem. O ato de ler e escrever é
de fundamental importância para o desenvolvimento do ser humano. E a sala de aula pode ser o espaço mais
adequado para que este amplie seus recursos linguísticos, desde que encontrem nela oportunidade de conversar e
refletir sobre seu modo de falar em diferentes ocasiões, principalmente, se for utilizados materiais variados que
fazem parte do seu cotidiano nas práticas de leitura desenvolvidas. Buscamos uma inter-relação com os autores
como Freire(1987), Soares(2012), Alves(2009) e Oliveira(2007) para fundamentar nosso estudo. No
desenvolvimento da pesquisa de intervenção tomamos como referência um contexto de uma turma de EJA do
primeiro segmento, ou seja, uma turma do 2° ano da Escola E.E. Fundamental Miguel Santa Cruz no município
de Monteiro, que funciona no período noturno. A mostra desta pesquisa será constituída por 15 alunos com idade
entre 18 e 60 anos. Analisamos as dificuldades que os alunos enfrentam durante o processo de alfabetização, mas
a investigação revelou que não é possível trabalhar em sala de aula quando a leitura não se faz presente, assim,
procuramos discutir a necessidade de trabalhá-la numa perspectiva indivisível, na qual a apropriação do saber se
dará de forma mais significativa e eficaz quando este é visto na sua totalidade, considerando a interpretação, o
interagir e o compartilhar com o meio, os objetos e as pessoas que o cercam. Nessa perspectiva, trazemos
atividades de práticas reais de leitura e escrita com gêneros textuais promovendo uma aprendizagem mais
significativa e o desenvolvimento da educação como um todo com o intuito de alfabetizar letrando.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Leitura. Escrita. Aprendizagem

Abstract: This article is the result of a research that analyzes the practices of reading and writing in a class of
Youth and Adult Education, as well as the learning process. The act of reading and writing is of fundamental
importance to the development of human beings. And the classroom may be the most adequate space for this
broaden your linguistic resources, provided they find her opportunity to talk and reflect on their way of speaking
on different occasions, especially if used various materials that are part of everyday life in developed reading
practices. We seek an interrelationship with authors such as Freire (1987), Soares (2012), Alves (2009) and
Oliveira (2007) to support our study. In the development of intervention research, taken as reference context of
adult education class the first segment, ie, a class of 2nd year of the School EE Fundamental Miguel Santa Cruz
in the city of Monteiro, who works the night shift. The show of this research will consist of 15 students aged
between 18 and 60 years. We analyze the difficulties that students face during the literacy process, but research
has shown that you cannot work in the classroom when the reading is not present, so, we seek to discuss the need
to work it in an indivisible perspective, in which the appropriation of knowledge will take place in a more
meaningful and effective when it is seen in its entirety, considering the interpretation, interact and share with the
environment, objects and people around you. In this perspective, we bring real practical activities of reading and
writing with genres promoting a more meaningful learning and the development of education as a whole in order
to alphabetize letrando.

Keywords:Education for YouthandAdults. Reading. Writing. learning

1
Aluno/a concluinte do Curso de Pedagogia da UVA/UNAVIDA.
2
Aluno/a concluinte do Curso de Pedagogia da UVA/UNAVIDA.gildeteleitecavalcante@hotmail.com
3
Aluno/a concluinte do Curso de Pedagogia da UVA/UNAVIDA.mariaeliza802@gmail.com
4
Orientadora. Pedagoga. Professora de Pedagogia da UVA/UNAVIDA. mayam.paulino@gmail.com
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1. INTRODUÇÃO

O ato de ler e escrever é de fundamental importância para o desenvolvimento do ser


humano. Os jovens e adultos não alfabetizados já são usuários competentes de seu idioma,
pois em geral conseguem comunicar-se de modo eficiente nas situações cotidianas. E a sala de
aula pode ser o espaço mais adequado para que estes ampliem seus recursos linguísticos,
desde que encontrem nela oportunidade de conversar e refletir sobre seu modo de falar em
diferentes ocasiões, formais e informais, principalmente, se forem utilizados materiais
variados, que fazem parte do seu cotidiano nas práticas de leitura desenvolvidas.
Atualmente, muitos educadores reconhecem que a alfabetização não se resume a
aprendizagem de juntar letras para formar palavras. Para alfabetizar de fato, é preciso
introduzir os jovens e adultos no universo da escrita, mostrando-lhe os principais tipos de
textos presentes na nossa sociedade.
Os educadores têm que lembrar que a principal motivação dos jovens e adultos que
procuram programas de alfabetização ou iniciam sua escolarização é certamente aprender a
ler e escrever. Cabe ao educador incentivar os alunos a querer aprender e principalmente
desenvolver com eles a sua autoconfiança. Por isso, a Educação de Jovens e Adultos surge
como uma possibilidade de resgate dos direitos à educação, possibilitando ao alfabetizado
uma aprendizagem de qualidade.
De acordo com a declaração dos direitos humanos, a educação é um direito de todos. É
o direito de se beneficiar de uma educação que satisfaça suas necessidades básicas de
aprendizagem. É um direito de estudar independentemente de idade, de cor, de raça e classe
social. É um direito prioritário, mas não de uma educação de qualidade que tenha presente
sustentabilidade de aprendizagem. É uma educação com quatro pilares básicos essenciais no
desenvolvimento educacional: aprender a conhecer ou aprender a aprender, aprender a fazer,
aprender a viver juntos ou aprender a viver com os outros e aprender a ser.
A educação é o melhor instrumento gestor de mudanças, através dela o homem
consegue compreender melhor a si mesmo e ao mundo em que vive, dessa forma, a própria
educação deve ser a primeira a aceitar e a acompanhar o desenvolvimento e suas
especificidades, ou seja, renovar e promover a interação com o novo.
O interesse nesse tema surgiu justamente de uma experiência vivida com alunos da
Educação de Jovens e Adultos. Durante o tempo que nos relacionamos com os alunos

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percebemos que enfrentavam dificuldades no processo de aprendizagem da leitura e escrita. A


prática de leitura se resumia a cópias e recitações de sílabas, palavras e frases sem muito
sentido para adultos. Muitas vezes os textos infantilizados acabam por desestimular esses
alunos e o pior, provocam a sua evasão.
Para entender esta situação vivenciada, pretendemos analisar as dificuldades que os
alunos enfrentam no processo de alfabetização, na tentativa de levantar e organizar
informações que tratam da temática em questão a fim de demonstrar que ela é
reconhecidamente importante e que vem subsidiando estudos em diferentes áreas,
principalmente na educação.
A importância da pesquisa no campo da teoria consiste em compreendermos como
estes sujeitos atribuem significados a educação que recebem no âmbito da EJA e como
relacionam a prática educativa desse espaço. Traz contribuições teóricas para identificar as
práticas e vivências compartilhadas na sala de aula durante o processo de alfabetização.
No campo educacional surgem novas perspectivas de como lhe dar com o processo de
alfabetização dos educandos, trazendo elementos não apenas relativos aos conceitos
educacionais, mas, sobretudo, novos aspectos relevantes a serem tomados como pontos para a
discussão e entender como é possível desenvolver uma técnica educativa para melhorar o
letramento e ao mesmo tempo proporcionar o conhecimento para os autores que também
constroem a educação.
Diante da relevância desta temática e partindo do interesse que surgiu durante o
componente curricular “Pesquisa e Prática em Educação”, resolvemos realizar essa pesquisa,
cujo objetivo foi analisar as práticas de leitura e de escrita de uma turma da Educação de
jovens e Adultos, bem como o processo de aprendizagem, na tentativa de responder ao
seguinte problema: quais são as dificuldades que os alunos enfrentam no processo de
alfabetização na Educação de Jovens e Adultos?
A importância dessa pesquisa é incontestável, tanto para nós estudantes de pedagogia
como para os alunos, pais e demais professores que já atuam na Educação de Jovens e
Adultos. Pouco se discute a necessidade de tal reflexão visto que no momento atual, a
alfabetização vem sendo tratada como um processo mais amplo. Assim, acreditamos que essa
pesquisa de natureza qualitativa de cunho descritiva, visto que objetivamos obter dados
descritivos mediante nosso contato direto com a situação investigada, irá contribuir de forma
satisfatória no campo educacional para aqueles que tiverem a curiosidade de estudá-la.

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No desenvolvimento da investigação, tomamos como referência um contexto de uma


turma de EJA do primeiro segmento, ou seja, uma turma do 2° ano da Escola E.E.
Fundamental Miguel Santa Cruz no município de Monteiro, que funciona no período noturno.
A mostra desta pesquisa será constituída por 15 alunos com idade entre 18 e 60 anos.
O plano de investigação será um estudo de caso, por meio do qual podemos fazer um
acompanhamento sistemático do cotidiano escolar durante oito dias consecutivos. Para
entender e analisar o processo de alfabetização nessa turma presenciaremos os fatos e iremos
intervir na aula. Este tipo de observação participante nos conduzirá a conhecer as dificuldades
encontradas pelos alunos no decorrer do processo da alfabetização, observar as práticas de
leitura desenvolvidas em sala de aula e assim possibilitará o aprofundamento da compreensão
do fenômeno investigado e consequentemente uma intervenção mais efetiva.

2. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: PROCESSOS DISTINTOS E


INDISSOCIÁVEIS

O termo alfabetização é usado de um modo geral como ato de ler e escrever. E como
nos ensina Soares (2005), “é o processo de aquisição do código escrito, das habilidades de
leitura e escrita”.
No mundo contemporâneo, as necessidades que são exigidas estão diretamente ligadas
ao domínio dessas habilidades. E cada vez mais em um grau maior, ou seja, aqueles que não
têm esse domínio acabam por ficarem para traz, por não conseguirem acompanhar as
exigências cada vez maiores da sociedade moderna.
Muitos desses são jovens e adultos que por um leque de motivos não tiveram
oportunidade ou não puderam estudar, mas que encontram na EJA o espaço propício para que
essa alfabetização ocorra, principalmente, quando lá existe um educador sensível e preparado
para trabalhar com esse público e um ambiente que respeite e valorize cada indivíduo.
A alfabetização é aquisição do código da escrita e da leitura, a codificação através da
escrita e a decodificação através da leitura, em suma, em seu sentido mais restrito, alfabetizar-
se é aprender a ler e escrever.
De acordo com Freire, ser alfabetizado, então, supõe compreender para que serve a
escrita, como é construída e quais são as regras que organizam seu funcionamento. E definiu a
alfabetização como: “[...] a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral.

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Essa montagem não pode ser feita pelo educador para ou sobre o alfabetizando. Aí ele tem um
momento de sua tarefa criadora”. (FREIRE, 1987, p.21-22).
Enquanto que o letramento significa “estado ou condição de quem não só sabe ler e
escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita, que circulam na sociedade em que
vive, conjugando-as com as práticas sociais de interação oral” (SOARES, 2002 apud ALVES,
2009, p. 05). Nesse sentido, o aluno poderá dominar as capacidades de leitura e de produção
de textos de diferentes gêneros presentes no seu cotidiano.
Devido ao fato de letramento ter sua origem como uma ampliação do conceito de
alfabetização, esses dois processos, muitas vezes, tem seus significados confundidos.
A alfabetização e letramento são processos distintos, porém indissociáveis,
especialmente, por vivermos em uma sociedade onde (em que) as exigências do conhecimento
do código verbal escrito é condição para a inclusão social. Não ser letrado, hoje, é estar à
margem dos avanços e adventos ocorridos no mundo, estar à margem da era do conhecimento
e excluído das possibilidades de galgar outros espaços dentro do meio social do qual participa.
O processo de alfabetização e letramento traz consigo uma importância fundamental
para o desenvolvimento do aluno. Como tal devemos apostar sempre na perspectiva de uma
relação dialógica capaz de incentivar a autonomia a criatividade, que por sua vez,
proporcionam o prazer de aprender e desenvolver o pensamento crítico dos alunos como algo
necessário para o seu desenvolvimento integral. Daí a necessidade de se alfabetizar letrando.
No nosso país, apesar de muitos programas e propostas, a EJA ainda vem sendo
trabalhada no sistema alfabético ortográfico da língua portuguesa utilizando os métodos
sintético e analítico.
Para alfabetizar de fato nos dias de hoje é preciso que a escola desenvolva no aluno
suas capacidades, em função de novos saberes que se produzem e que demande um novo tipo
de profissional, que o educando obtenha uma formação indispensável para o exercício de
cidadania.
Alfabetização deve ocorrer mediante a utilização de variados suportes e gêneros
textuais, assim como para diversos interlocutores, ou seja, o alfabetizando deve apropriar-se
do código escrito mantendo-se em constante contato com ele em práticas reais de leitura.
Alfabetizar letrando é uma condição para que o alfabetizado veja sentido no processo
pelo qual participa como sujeito. O letramento é mais do que o domínio do código escrito,

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mais de que desenhar letras é dar sentido social a esse código, fazer a utilização dessa
tecnologia, para galgar os mais diversos objetivos na vida social.
Diante do conceito de letramento, Soares (2004) afirma que: “a questão é alfabetizar
letrando, a ensinar a criança a ler e escrever por meio das práticas sociais de leitura e escrita”.
Logo, também não é diferente para os jovens e adultos, é preciso também alfabetizá-
los com práticas que os levem a praticar a leitura e escrita. Lembrando que os métodos
aplicados para as crianças não são os mesmos métodos aplicados na Educação de Jovens e
Adultos.
O letramento é uma condição exigida pelo mundo globalizado, com ele alcançamos
condições para uma vida digna, para a conquista da cidadania e nos tornamos diferentes.
Nesse sentido, Soares (2012, p.37) nos ensina que:

Socialmente e culturalmente, a pessoa letrada já não é mais a mesma que era quando
analfabeta ou iletrada, ela passa a ter uma outra condição social e cultural - não se
trata propriamente de mudar de nível ou de classe social, cultural, mas de mudar seu
lugar social, seu modo de viver na sociedade, sua inserção a cultura - sua relação
com os outros, com o contexto, com os bens culturais torna-se diferente.

Hoje, a maioria das pessoas que não sabem ler e escrever tem bastante contanto com a
linguagem escrita. Elas veem palavras escritas dentro de casa, utilizando produtos
alimentícios ou assistindo a televisão, nas ruas ou estradas, observando placas, anúncios e
veículos, no trabalho, nas lojas, na igreja etc. Sabe-se que esse contato e a convivência com
pessoas que sabem ler e escrever fazem com que, mesmo os analfabetos, tenham ideias sobre
como a escrita funciona.
As pessoas, de modo geral, não ficam indiferentes à escrita, pois, muito antes de
frequentar a escola, observam e refletem sobre seus padrões e regularidades e compreendem
sua utilidade. Muitos jovens e adultos que nunca passaram pela escola sabem, por exemplo,
distinguir as letras dos números, conhecem o nome de algumas letras e sabem assinar seus
nomes. Muitos também têm como costume pedir para outras pessoas lerem ou escreverem
cartazes, avisos etc. Essas pessoas podemos dizer que são analfabetas, mas, podem ser de
certa forma letradas, elas não dominam o código verbal escrito, desenhando as letras,
assinando o seu nome, porém, vivem em condições de letramento.
Ainda existem as pessoas que sabem ler e escrever, ou seja, são alfabetizadas, mas que
não fazem o uso social da leitura e da escrita, dessa forma podemos dizer que são iletradas,
embora vivam em condições necessárias para escrever, não conseguem redigir um pequeno

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texto ou fazer uso do seu aprendizado socialmente. Assim, apesar de serem alfabetizadas não
são letradas.
Nesse sentido, é evidente que não basta o educando ser capaz de codificar a língua
(escrever) e decodificar a língua escrita (ler), é fundamental que ele se aproprie da escrita,
para atingir o que se define com letramento. Dessa forma Soares (2012, p.39) faz uma
observação importante:
Observação importante: ter-se apropriado da escrita é diferente de ter aprendido a ler
e escrever: aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar
em língua escrita e de decodificar a língua escrita, apropriar-se da escrita é tornar a
escrita “própria”, ou seja, é assumi-la como sua propriedade.

3. ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A alfabetização é entendida, aqui, como um exemplo processo conceitual de reflexão


sobre a escrita, que vai além dos aspectos perceptivos e motores. Ser alfabetizado, então,
supõe compreender para que serve a escrita, como é construída e quais são as regras que
organizam seu funcionamento.
Os jovens e adultos que chegam à escola para aprender a ler e escrever, em muitos
casos, já sabem para que serve esses conhecimentos: vivem numa sociedade rodeada de
materiais escritos, veem palavras escritas dentro e fora de casa, nas placas, cartazes, outdoors,
nos diversos meios que a escrita está presente. Dessa forma, vão assimilando algumas ideias
sobre como a escrita funciona, observando e refletindo sobre suas regularidades e
irregularidades, bem como sobre sua função na sociedade.
Esse conhecimento não pode ser desprezado pelo educador. Ao contrário, deve ser
considerado ponto de partida para o planejamento de atividades significativas, que auxiliem o
aluno a avançar nos seus conhecimentos sobre a língua escrita e seu modo de organização.
É preciso ensinar os alunos a ler e interpretar um rótulo, uma notícia de jornal, uma
tabela de preço, as regras de um jogo, uma conta de luz ou água, as informações de um
documento, é necessário saber escrever desde uma lista de compras ou um bilhete até uma
carta, um telegrama, um formulário de emprego, um anúncio classificado.
Trabalhar com os alunos diversos tipos de texto manifesta a curiosidade dos alunos a
querer aprender. É importante que o professor vá mostrando algumas estratégias de que os
alunos podem lançar mão para ajudar a “ler” o que está escrito naquele texto. O professor

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deve abordar um método mais rico em: reflexão sobre as letras, os sons que elas representam
e os padrões silábicos que compõem as palavras, que estão sendo trabalhadas.
É necessário falar, que é nessas abordagens que o aluno toma mais gosto de estudar.
Pois ele percebe que o professor está preocupado em trazer algo novo para a sala de aula.
Também, se faz necessário que o professor considere as diferenças de aprendizagem
de cada aluno e respeite as diferentes variedades linguísticas existentes na sociedade,
conforme a região ou meio social em que as pessoas vivem. Ao chegar à escola, o jovem ou
adulto já é usuário competente do seu idioma e usa uma variedade linguística que pode não
ser aquela que a escola conhece e valoriza. É preciso respeitar esses diferentes modos de falar,
considerando que todos servem de processo de comunicação. No entanto, gradativamente, é
preciso ensinar ao aluno como adequar a linguagem oral as diferentes situações
comunicativas, considerando os interlocutores, o contexto (mais formal ou mais informal), o
objetivo. O professor pode auxiliar os alunos a melhorar sua capacidade de expressão oral,
orientando-os para que completem as informações de modo que os interlocutores possam
compreender o que está sendo dito.
Entendemos, assim, que ensinar a ler e a produzir textos pressupõe um trabalho de
interação entre alunos e professores, em que a língua escrita, como objetivo de conhecimento,
deve ser explorada em toda sua riqueza e significado, em que a qualidade das intervenções
pedagógicas constitui o eixo que sustenta esse aprendizado.
Nas fases iniciais da alfabetização, o trabalho deve voltar-se principalmente para o
conhecimento do alfabeto, da relação entre sons e letras, das diferentes composições silábicas,
o sentido e posicionamento da escrita e a segmentação das palavras.
Desde o início, o professor deve oferecer textos significativos para os alunos lerem. Se
o texto tem um significado, ou seja, se ele não é apenas um conjunto de palavras com uma
determinada família silábica, o aprendiz pode apoiar o esforço da decifração na capacidade de
prever o conteúdo. Nesta fase, é importante também que o aluno escreva, mesmo que não
produza ainda uma escrita convencional, possível de ser interpretada por outros. A partir
dessas escritas imprecisas e insuficientes, o professor deve auxiliá-lo, mostrando o que está
faltando e trazendo novas informações.
A sala de aula é um lugar privilegiado para que os alunos entrem em contato com
textos diversos e compreendam suas características. Um texto não é uma simples justaposição
de palavras e frases, mas um todo organizado de acordo com uma intenção comunicativa.

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Pode-se escrever um texto com a intenção de informar, convencer, sugerir, seduzir ou


entreter.
O professor deve perceber essa ferramenta não como um manual a ser seguido, ou
uma receita pronta, mas sim como um suporte educacional para consultas a respeito de
materiais didáticos, elaboração de novos recursos que sejam eficazes para a construção do
conhecimento, temas importantes para uma reflexão constante sobre os conteúdos e sobre a
prática pedagógica dos professores, para que sejam capazes de trabalhar com a diversidade
adequando a educação aos aspectos políticos, econômicos e sociais que refletem as demandas
sociais.

4. PRÁTICAS DE LEITURAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS:


VIVÊNCIAS

Na Educação de Jovens e Adultos apesar de haver uma quantidade considerável de


bons materiais didáticos para um trabalho com perspectivas baseadas na andragogia, ainda são
utilizados materiais adequados à educação infantil, não apropriado à educação de jovens e
adultos. Outra prática que é observada na EJA é desconsiderar a autonomia do aluno adulto
dando ao mesmo um tratamento como se o aluno fosse incapaz de ter ideias próprias e não
dando chances de questionar os conteúdos nem de se pronunciar a respeito dos métodos
adotados na sala de aula.
O hábito do dever de casa, que é utilizado no ensino com crianças com a estratégia das
matérias, na EJA não condiz com a realidade dos educandos dessa modalidade,
principalmente, quando há uma cobrança excessiva de tais tarefas. Estas cobranças fazem
com que os alunos deixem de ir à aula por não ter podido cumprir a tarefa e ficam
constrangidos em ser chamada a atenção pelo professor. Com relação a esta prática
concordamos com (OLIVEIRA, 2007, p. 92). Quando ela diz:
[...], Porém, me perguntou qual é a possibilidade real que tem um adulto, sem
hábitos de lidar com atividades organizadas do modo como as escolares e que, na
maior parte das vezes, trabalha o dia inteiro, de fazer sozinho o dever de casa. Mais
ainda, pergunto-me qual é a função do dever de casa nessas circunstâncias,
considerando o fato de que a criação de disciplina no estudo, importante como
formação geral das crianças, não se aplica a este público e que a própria ideia de
fixação de conteúdos pressupõe uma concepção de aprendizagem inadequadas aos
objetivos da escolarização de Jovens e Adultos?

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Uma de nossas inquietações enquanto educadores é a construção de que, mesmo com


os novos paradigmas técnicos e econômicos, a escola continua formando os alunos como se
ainda estivéssemos no século passado e não no século XXI. Os professores transmitem
conteúdos como se o aluno fosse um simples depositário de informações e os educandos
esquecem de cobrar da escola o seu principal papel o de ensinar a aprender.
Como afirma Freire (1987, p. 58), a narração, de que o educador é o sujeito, conduz os
educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os
transforma em “vasilhas” em recipientes a serem “enchidos” pelo educador.
Essa é uma das características da educação dissertadora, a que Freire chama de
“bancária”. O educador, no caso, é quem educa, é quem sabe, enquanto os educandos são os
que não sabem. Compreendemos que o professor não pode subestimar o conhecimento prévio
do aluno, e sim respeitá-lo e valorizá-lo como ponto de partida para a construção de
conhecimentos.
Foi nesse cenário que resolvemos intervir e desenvolver atividades de práticas de
leitura numa perspectiva de promover o interesse do aluno na aula com o apoio de diversos
gêneros textuais.
As atividades desenvolvidas objetivavam proporcionar aos educandos da EJA
descobrir o prazer no ato de ler, em materiais que eles costumam conviver diariamente
favorecendo ao desenvolvimento do hábito da leitura. Atividades realizadas de formas
diversificadas utilizando diversos gêneros textuais como poema, música, propaganda, contos
entre outros.
Desenvolvemos as atividades durante 15 dias consecutivos e em seguida analisamos
os dados coletados nesse período. Um dos objetivos principais da intervenção foi desenvolver
práticas de leitura com diversos gêneros textuais, mostrando que a leitura se processa a partir
de diferentes suportes. Dessa forma, iniciamos as atividades apresentando um poema de Cora
Coralina: “Assim eu vejo a vida”. Através da leitura compartilhada do poema estimulamos os
educandos a falar sobre suas experiências de vida, seus anseios e dificuldades em relação à
escola, como também conhecer e interpretar esse tipo de gênero textual. Além disso,
destacaram no texto palavras conhecidas, perguntaram o significado de outras e montaram
palavras relacionadas com o poema. Também exploramos a sua criatividade com a confecção
de pinturas que representavam como cada aluno vê a sua vida. Assim, além da leitura
trabalhamos com a arte, como podemos ver na figura 1.

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Figura 1: Fazendo arte Figura 2: Emoção do aluno ao falar sobre sua


vida

Fonte: Acervo dos autores Fonte: Acervo dos autores

A formação de professores hoje tem sido também uma dificuldade na EJA. São poucos
os professores capacitados para estarem ensinando os jovens e adultos. O papel do professor
dessa modalidade de ensino tem que ser o alvo principal na formação do aluno. Pois o
professor capacitado domina o material didático de ensino fundamental no processo de
alfabetização do aluno e passa segurança para eles.
Entende-se que o professor deve desenvolver seu papel de alfabetizador, deve possuir
conhecimentos linguísticos (saber como a linguagem humana funciona, sons de fala, a relação
entre os sons da fala e as letras da língua escrita, as diversas maneiras de se pronunciar as
palavras) para poder desenvolver seu trabalho com êxito. A preparação do professor é o
passaporte que garantirá o desenvolvimento do processo de alfabetização.
O professor precisa entender que têm em mãos uma tarefa e que precisa assumir um
compromisso que é o de formar leitores e produtores de textos capazes de encontrar e
compreender informações escritas e de expressar-se de forma clara, adequada e coerente nas
diferentes situações comunicativas. Mas o maior compromisso é, ainda, formar cidadãos
capazes de enfrentar o mundo lá fora.
Nessa perspectiva, cabe ao professor colocar em prática na sala de aula, as práticas de
alfabetização de jovens e adultos. Levando em conta a realidade deles, para que essa
alfabetização lhes possa ser útil fora do seu ambiente escolar.
Foi pensando na realidade dos alunos, que foi apresentado uma música de Luiz
Gonzaga bastante conhecida dos alunos: “A vida do viajante”. Logo após cantarmos a música
fizemos uma leitura compartilhada e uma discussão sobre a temática, dando destaque a
migração do nordestino para o sul do país. Nesse momento, os alunos socializaram suas
experiências de vida e muitos até se emocionaram ao relembrar essas histórias, como o aluno
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José Apolinário na figura 2. Ele também comentou: “Lembrei de quando fui para São Paulo
para trabalhar e dormi em um banco de praça, pois não tinha onde dormir”.
Em seguida, pedimos para os alunos grifar no texto da música palavras ditadas, depois
eles recortaram as estrofes da música que se encontravam embaralhadas e as ordenaram da
maneira correta. O envolvimento de todos na aula favoreceu bastante para alcançar os
objetivos programados. As dúvidas e as dificuldades que iam surgindo eram solucionadas no
mesmo momento que apareciam, dessa forma, à interação entre professoras e alunos só
contribuía para o bom desenvolvimento da aula conforme a figura 3.

Figura 3: Interação entre professora e aluno Figura 2: Resolvendo situações-problema

Fonte: Acervo dos autores Fonte: Acervo dos autores

O educador de jovens e adultos precisa solidarizar-se com os educandos, a disposição


de encarar dificuldades com desafios estimulantes, a confiança na capacidade de todos de
aprender e ensinar.
Uma das melhores formas de interagir com os alunos durante as práticas de leitura, é
conhecer os alunos. Quanto melhor o educador conhece seus alunos, melhores são suas
condições de realizar um bom trabalho pedagógico. Este é um conhecimento que se constrói
informalmente ao longo do período das aulas à medida que nelas os alunos tenham
oportunidades de falar de suas vidas, seus gostos, interesses etc.
Foi assim que, com uma rápida conversa com os alunos descobrimos que eles
gostavam também de realizar operações com adição e subtração. Diante disso e trabalhando
com o gênero textual narração, contamos uma história sobre uma doméstica e a cesta básica
de sua casa. Aproveitamos esse momento para apresentar-lhes também um outro tipo de

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gênero textual: a propaganda, onde eles tiveram a oportunidade de comparar os preços dos
produtos de uma cesta básica através de panfletos de dois supermercados da cidade. Aqui o
entusiasmo deles foi maior, cada um queria dizer onde era mais caro ou mais barato cada
produto, como também responder as questões do exercício que continham situações-
problema. Conforme a figura 4, a professora auxilia o aluno na resolução do problema.
A leitura vai além da decifração de letras, palavras e frases. O leitor não é apenas um
decodificador é quem dialoga com o texto, usando seus conhecimentos prévios, fazendo
inferências, refazendo o percurso do texto. Cabe à escola a tarefa de formar esse leitor, que dê
conta não só de ler, mas de compreender aquilo que lê, ou seja, formar um leitor competente e
autônomo.
Sendo assim, deve-se possibilitar ao aluno o acesso aos diversos gêneros textuais que
circulam na sociedade (notícias, contos, cartas, poemas, receitas, propagandas, etc.). É preciso
considerar, também, a leitura de textos em linguagem não verbal (ilustrações, gestos, sons,
expressões faciais, reproduções de obras de arte), que podem constituir elementos isolados ou
ser parte integrante de um texto escrito (verbal).
A utilização dos gêneros textuais que circulam na sociedade tem que ter o propósito de
atrair a atenção do aluno e motivá-los, pois cria possibilidades de uma aprendizagem
dinâmica e significativa partindo de materiais já conhecidos pelos alunos. Trabalhar com esse
tipo de material se torna interessante porque desperta à curiosidade, além de ampliar o leque
de informações e conhecimentos dos alunos, pois há uma integração entre os assuntos da sala
de aula e os conhecimentos do seu dia a dia, o que vem, consequentemente, facilitar o
trabalho do professor.
Nessa perspectiva, ao trabalharmos com práticas de leitura e escrita, envolvendo
diferentes gêneros textuais, constatamos que a mesma promove uma participação mais efetiva
desse tipo de público, além de um interesse maior nas atividades desenvolvidas e, como
consequência, uma aprendizagem mais rápida e eficaz, pois não desmotiva, nem desestimula
esse educando que tem como único propósito aprender a ler e escrever.
Para que ocorra interação entre o professor e o aluno na hora da leitura, é fundamental
explicitar suas diferentes funções: lê-se por prazer, para aprender, para resolver um problema,
para buscar informações de caráter geral. Também é importante perceber que, de acordo com
a função que o texto assume, há também um modo de ler específico - não se lê da mesma
forma um poema, uma notícia ou uma piada. Há textos em que uma leitura é suficiente para a

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mensagem ser compreendida, há outros, porém, que exigem leitura exaustiva, repetida várias
vezes, com muita atenção. Em alguns casos, se faz necessário ler integralmente o texto; em
outros, basta localizar a informação desejada.
É preciso solicitar também a leitura individual ou realizar uma leitura em voz alta para
a turma, dá aos alunos a oportunidade de checar as hipóteses que foram levantadas, bem como
de fazer novas inferências (como compreender uma palavra pelo contexto ou descobrir uma
informação não explicita no texto).
A compreensão de um texto se inicia mesmo antes de sua leitura oral ou silenciosa.
Contribuem para isso os conhecimentos prévios que os alunos têm sobre o assunto do texto,
as referências que têm sobre o gênero textual e o vocabulário utilizado.
Por isso, a organização de situações em que os alunos possam antecipar o conteúdo ou
levantar hipóteses com base nas ilustrações, título, autor ou gênero do texto torna o trabalho
mais produtivo.
Portanto, para que ocorra interação entre o professor e o aluno, precisa ocorrer uma
união produtiva entre ambos. O educador precisa não só ver o aluno como depósito de
conhecimento, mas precisa dar a oportunidade para ele se expressar.

5. CONCLUSÕES

O objetivo desta pesquisa consistiu em analisar as práticas de leitura e escrita


utilizadas na EJA, bem como desenvolver essas práticas utilizando os gêneros textuais como
ferramenta nas atividades curriculares em sala de aula.
Compreendemos que os educandos aprendem melhor com uma prática pedagógica na
qual eles explorem a leitura e por isso os professores devem ter esse conhecimento para
priorizar a educação sobre o tema.
Também percebemos a leitura como extensão da aprendizagem, uma vez que a partir
desta ocorre todas as relações de interação com o mundo. Sendo assim, verificamos que o
aluno precisa vivenciar este mundo da leitura, explorando-o, criando assim significados e
significações transformando as experiências oferecidas em uma aprendizagem natural.
Nesse sentido, nossas atividades foram planejadas de acordo com a realidade dos
educandos, lhes possibilitando desenvolver juntos ideias e decisões a respeito da temática

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abordada. Levando-os a perceberem os gêneros textuais em cada atividade trabalhada em sala


de aula.
Com esta pesquisa não temos a intenção de sermos conclusivos ou de colocar um
ponto final no tema, pois somos cientes que a realidade educacional da maioria das escolas
brasileiras oferece controvérsias. Mas, chegamos à conclusão da necessidade existente de
aproximar, no campo da educação, teoria e prática dos conceitos abordados. Temos certeza de
que a temática “Práticas de Leitura e Escrita na Educação de Jovens e Adultos” estará abrindo
caminhos para a emergência de pensamentos educacionais mais complexos.
Muitas questões foram surgindo durante nossa caminhada. E é por este motivo que
vislumbramos sim, novas investigações acerca desta temática tão instigante.

REFERÊNCIAS

ALVES, Eliane Ferraz et al. Alfabetização de Jovens e Adultos. In: ALDRIGUE, Ana
Cristina de Sousa; FARIA, Evangelina Maria Brito de (Org.). Linguagens – usos e reflexões.
João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2009. v.2.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler – em três artigos que se completam. 23 ed. São
Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas da Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GONÇALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre a iniciação à pesquisa científica. 4 ed.


Campinas, SP: Editora Alínea, 2007.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Reflexos acerca da Organização Curricular e das Práticas
pedagógicas na EJA. Educ. ver, 2007, n.29, p.92.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2012.

SOARES, Magda B. Alfabetização e letramento: caminhos e descaminhos. No prelo:


Revista Pátio, n.29. Fevereiro 2004.

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