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Centro Universitário da Fundação

Educacional de Barretos

Materiais para a Indústria Química e


Princípios de Corrosão
Prof.: Luciano H. de Almeida
Cerâmicas

Cerâmicas e vidros representam alguns dos


materiais mais antigos e mais
(ambientalmente) duráveis para a engenharia.
Também alguns dos materiais com maiores
avanços tecnológicos (indústrias aeroespaciais
e eletrônica)
Cerâmicas cristalinas silicatos, compostos
óxidos e não óxidos
Vidros sólidos não cristalinos =>
composição semelhante as cerâmicas
tradicionais
Cerâmicas

Estrutura Cristalina varias composições


químicas => grande variedade de estruturas
cristalinas
Fração considerável de ligações iônicas =>
estrutura cristalina que assegure a
neutralidade elétrica
Entendimento da estrutura por íons carregados
eletricamente.
Formação de tetraedros ou octaedros,
permitindo que os cátions ocupem os
interstícios
Cerâmicas

Íons metálicos (cátions), carregados


positivamente, pois doam seus elétrons de
valência para os íons não-metálicos, ânions
Duas características dos componentes iônicos
dos materiais cerâmicos:
Magnitude da carga elétrica
Tamanho relativo dos cátions e ânions
Neutralidade elétrica permite definir a
composição química que é definida pela
relação entre cátions e ânions
Ex.: Fluorita F -1; Ca+2 => CaF2
Cerâmicas

Em geral, materiais metálicos doam elétrons


quando ionizam, assim os cátions são
menores que os ânions
Estrutura estável ocorre quando cada ânions
está em contato com o cátion
Cerâmicas

A razão entre cátion e ânion indicam o número


de coordenação possível, isto é quanto
vizinhos um cátion poderia ter
Cerâmicas

Principais Estruturas
Fórmula Química mais simples, MX, M = elemento
metálico e X um não-metálico
Estrutura cristalina mais comum é o cloreto de sódio
(NaCl)
Número de coordenação 6
Pode ser considerada duas estruturas CFC
intercaladas
Cerâmicas
Cerâmicas

Estrutura tipo cloreto de césio (CsCl)


Número de coordenação 8
Estrutura cúbica simples
Cerâmicas

Estrutura tipo blenda de zinco (ZnS)


Número de coordenação 4
Estrutura CFC => cátions nas posições da rede e os
ânions nos interstícios
Diversos semicondutores apresentam essa estrutura
Cerâmicas
Fórmula química MX2
Estrutura da fluorita (CaF2)
Cerâmicas importantes UO2, ThO2, CeO2.
Volume não ocupado no centro da cela unitária pode
acomodar outros elementos. Ex.: He em UO2
Cerâmicas

Sílica (SiO2)
Estrutura da cristobalita tetraedros conectados em
uma estrutura CFC
Cerâmicas
Estrutura do SiO2 com a temperatura
Cerâmicas
Fórmula química M2X3.
Estrutura tipo coríndon (Al2O3)
Estrutura aproximadamente HC
Cerâmicas
Fórmula química com três elementos M’M’’X3.
Estrutura tipo perovskita
Cerâmicas eletrônicas importantes (capacitores)
Ex. CaTiO3, BaTiO3
Propriedades ferroelétricas e piezelétricas, além de
alguns superconditores
Cerâmicas
Carbono
estrutura laminar do grafite
Estrutura estável do carbono a temperatura ambiente
Carbono nos anéis hexagonais fortemente unidos por
ligações covalentes, camadas unidas por ligações de van der
Waals
Cerâmicas
Diamante
Diamante, estrutura obtida em certas condições de pressão e
temperatura.
Ligação totalmente covalente
Cerâmicas
Diamante
Propriedades físicas atrativas
Dureza
Baixa condutividade elétrica
“Alta” condutividade térmica, não-usual para materiais não-
metálicos
Industrialmente usados para moer ou cortar
Técnicas para o obtenção de diamantes sintéticos desenvolvidas
a partir de 1950
Filmes finos (da ordem de milímetros) de diamantes, produzidos
por deposição de vapor químico
Ferramentas de corte, superfícies de brocas são revestidas com
filme de diamante para aumentar a dureza superficial
Micrografia de filme de diamante aumento de 1000 X
Cerâmicas
Fulereno
Outra estrutura do
carbono (descoberta ~ 1985) C60.
Estrutura quase esférica
Desenvolvimento de
diversas estruturas
Nanotubos de carborno
Questão
Existem óxidos que facilitam a formação dos vidros e
reduzem a temperatura de fusão da sílica. A introdução de
B2O3 na sílica resulta em boa estabilidade química do
vidro. Para garantir a existência da fase vítrea, a razão de
O:Si deve estar abaixo de 2,5. Porém deseja-se que
material vítreo tenha temperatura de fusão baixa para
tornar o processamento fácil e econômico. Determine a
composição desse vidro.
AB = 10,81 g/mol; AO = 16,00 g/mol; ASi = 28,08 g/mol
Cerâmicas
Diagrama de fase
Diagrama de fase de sistemas binários podem ter formas
similares aos metais podendo ser analisados da mesma
forma
Sistema com boa formação de solução sólida
Al2O3 – Cr2O3
Diagrama com fase única a temperatura ambiente
Compostos com mesmos íons
Raios iônicos próximos
Cerâmicas
Cerâmicas
Diagrama de fase
Sistemas mais complexos com fases intermediarias
MgO – Al2O3
Fase MgAl2O4 (espinélio)
Cerâmicas
Diagrama de fase
Sistema ZrO2 – CaO
Diversas estruturas
cristalinas
tetragonal - monoclínica
Mudança no volume
=> formação de trincas
zircônia parcialmente
estabilizada com CaO
Cerâmicas
Diagrama de fase
Sistema SiO2 – Al2O3
Muitas cerâmicas
refratarias
Não solúveis uma
na outra
Cerâmicas
Para o sistema SiO2-Al2O3 qual a temperatura máxima
é possível sem a formação de uma fase líquida? Qual
o intervalo de composição que essa temperatura pode
ser alcançada?
Quando a cerâmica caulinita (Al2(Si2O5)(OH)4 é
aquecida a temperatura suficientemente alta, água
pode ser eliminada.
a) Sob estas circunstâncias qual a composição do
produto restante (em porcentagem em peso de Al2O3)?
b) Quais são as temperaturas liquidus e solidus deste
material?
Cerâmicas
Propriedades Mecânicas
Limita a aplicabilidade das cerâmicas
Baixo nível de deformação plástica
Apresentam falhas catastróficas e fratura frágil
Suportam mais carga em compressão que tração
Cerâmicas
Propriedades Mecânicas
Materiais frágeis são a partir de um ensaio de flexão
Módulo de ruptura ou resistência de flexão descreve a
resistência do material (teste de três pontos)

retangular circular
Cerâmicas
Cerâmicas

Trinca concentra e amplia a tensão aplicada na


cerâmica (trinca de Griffith)

Tensão real superior ao limite de escoamento ou


resistência => propagação da trinca até a fratura
Cerâmicas

Tenacidade a fratura valor crítico para o fator de


intensidade de tensão em uma ponta de trinca
necessário para produzir uma falha catastrófica.

KIC = Yσf √(πa)

Y = fator geométrico
σf = tensão total aplicada na falha
a = comprimento de uma trinca (metade de uma trinca interna)
Cerâmicas

Nos materiais cerâmicos também pode ocorrer falhas


por fadiga estática mecanismos químicos
Ocorre pela presença de água
E a temperatura ambiente
Cerâmicas
Característica microestrutural
Fratura frágil => pouca ou nenhuma deformação plástica
Trinca propaga-se intergranularmente
Fratura por clivagem ao longo dos planos densamente
empacotados, sem indícios da origem da fratura
Cerâmicas
Vidros => fratura concoidal = forma de concha
Superfície bastante lisa próxima à origem da fratura e linhas de ruptura no
restante da fratura
Cerâmicas
Projete uma placa com 7,5 cm de largura, feito de
Sialno (sílicio, alumínio e óxido de nitreto), que
apresenta tenacidade a fratura de 9,9 MPa√m, capaz
de suportar uma carga de tração de 178 kN.

Considerando a disponibilidade de ensaios não-


destrutivos: Raios X que detecta trincas da ordem de
0,5 mm; Raios gama que detecta trincas da ordem de
0,2 mm, e o ensaio de ultra-som que detecta trincas da
ordem de 0,127 mm. Determine a espessura da placa
que impeça a propagação da trinca com tais
tamanhos.
Cerâmicas
Uma cerâmica avançada de Sialon, possui L.R.T. de
414 MPa. Uma pequena trinca com tamanho de 0,025
cm, foi observada em uma peça de Sialon. Depois
desta etapa, esta peça fraturou de forma inesperada a
uma tensão de 3,5 MPa a partir da trinca. Estime o raio
da ponta dessa trinca inicial

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