Professional Documents
Culture Documents
e
Faculdade de Direito da Universidade Mandume
Ya Ndemufayo
A RESPONSABILIDADE DO
ROTERDÃO
ÍNDICE
1. Introdução
2. A responsabilidade Civil
2.1 Responsabilidade Obrigacional e Extraobrigacional
3. Evolução histórica da Responsabilidade do Transportador
3.1 O Direito Romano
3.2 O Harter Act
3.3 A Convenção de Bruxelas de 1924
3.4 O Protocolo de 1968
3.5 O Protocolo de 1979
3.6 A Convenção de Hamburgo
4. A Convenção de Roterdão
4.1 Introdução
4.2 Sistematização
4.3 O Contrato de Transporte
4.3.1 Fretamento e Contrato de Transporte
4.4 Âmbito de Aplicação
4.5 Arco Temporal
4.6 Obrigações do Transportador
4.7 A Responsabilidade do Transportador
4.7.1 Atraso na Entrega
4.7.2 Responsabilidade do Transportador por Actos ou Omissões
de Outras Pessoas
4.7.3 Responsabilidade da Parte Executante Marítima
4.7.4 Transporte no Convés
4.8 Casos Exoneradores da Responsabilidade
4.8.1 A Falta Náutica
4.9 Limitação da Responsabilidade
4.9.1 Perda do Direito de Invocar os Limites da Responsabilidade
4.10 Prazo para Intentar Acções
3
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
5. Conclusão
6. Bibliografia
4
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
1.-INTRODUÇÃO
1
“ O Direito dos transportes visa regular as organizações nacionais e internacionais com vista
a disciplinar os transportes e os transportadores mas também do ponto de vista material
(reporta-se essencialmente, ao Direito dos contratos de transporte) visa regular os negócios
pelos quais o transportador se compromete, perante um interessado, a assegurar o transporte
de pessoas ou de bens de um local para o outro” cit. ANTÓNIO MENEZES CORDEIRO, Introdução
ao Direito dos Transportes, pág. 8.
2
CARLOS COELHO, Três Datas, Um Século de Direito Marítimo, pág. 630.
3
ANDRÉ DE MATOS C. S. MARQUES, A Transferência do Risco na Venda Marítima, pág. 247 e
segts., cit.: “ Os incoterms visam determinar, nas vendas internacionais, quem é o responsável
pelo transporte e em que momento se dá a transferência do risco do preço do vendedor para
o comprador”. Dizem assim, apenas respeito às relações entre comprador e vendedor.
4
Os Incoterms dividem-se em quatro grupos, sendo o 1º- grupo E: de ex works, partidas. A
mercadoria é entregue na fábrica pelo vendedor ao comprador. É neste preciso momento em
que se dá a transferência do risco do preço do vendedor para o comprador; o 2º- grupo F: de
free, livre, FCA (free carrier), a mercadoria é entregue ao transportador, cessando nesse
momento a responsabilidade do vendedor. Sendo que em FAS (free alongside ship), o vendedor
assume o risco do transporte até ao porto de embarque ou até colocar a mercadoria ao lado
do navio, no lugar de carga e na data ou dentro do prazo estipulados pelo comprador e em FOB
(free on board), a mercadoria é entregue pelo vendedor a bordo do navio, cessando ai a
responsabilidade pelo risco, danos ou perdas dos bens. Neste grupo a mercadoria é entregue
ao transportador, não sendo o transporte principal da responsabilidade do exportador; o 3º-
grupo C: de cost, custo, o custo do transporte é assumido pelo vendedor que deve entregar a
mercadoria a bordo do navio. Este grupo tem quatro incoterms, mas apenas dois se aplicam ao
5
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
transporte marítimo: CFR (cost and freight), o vendedor deve pagar os custos e o frete do
transporte da mercadoria até ao porto de destino, e CIF (cost, insurance and freight), neste
incoterm o vendedor além frete e do transporte também paga o seguro; o 4º- grupo de D de
delivery: entrega, neste grupo o vendedor assume o risco até ao momento em que a
mercadoria chega ao porto de destino. Assim, o risco do preço durante o transporte cabe ao
vendedor. Neste grupo temos o DES (deliveded ex ship), ou seja, entrega no navio, o vendedor
deve colocar a mercadoria à disposição do comprador a bordo do navio no porto de descarga,
assumindo assim o comprador o risco com as operações de descarga da mercadoria e o DEQ
(delivered ex quod), ou seja, entrega no cais, o vendedor deve colocar a mercadoria à
disposição do vendedor no cais, e assim, com o cumprimento da obrigação de entrega, dá-se a
transferência do risco.A força jurídica dos inconterms advém, da sua inclusão, no contrato
celebrado pelas partes, estando sujeitos à autonomia da vontade das partes, não tendo por si
só uma força vinculativa. Cfr. ANDRÉ DE MATOS C. S. MARQUES, A Transferência do Risco na
Venda Marítima,pág. 253 a 258; e ANTÓNIO MENEZES CORDEIRO, Introdução ao Direito dos
Transportes, Pág. 16 a 19.
5
RICARDO BERNARDES, A Conduta do Transportador Impeditiva da Limitação da
Responsabilidade no Direito Marítimo, pág. 448.
6
FRANCISCO COSTEIRA DA ROCHA, Limitação da Responsabilidade do Transportador Marítimo,
pág. 151.
6
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
7
CARLOS GÓRRIZ LÓPEZ, Contrato de Transporte Marítimo Internacional Bajo Conocimiento de
Embarque, pág. 26, cit.: “… aparecían cláusulas de exoneración extraordinariamente amplias
que relegaban la responsabilidade del porteador básicamente a la hipóteses de dolo…”.
8
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção de
Bruxelas de 1924, cit. Pág. 13; ver também NUNO CASTELLO-BRANCO, Direito dos Transportes,
pág. 49.
9
FRANCISCO COSTEIRA DA ROCHA, Limitação da Responsabilidade do Transportador Marítimo,
pág. 251 e RICARDO BERNARDES, A Conduta do Transportador Impeditiva da Limitação da
Responsabilidade no Direito Marítimo, pág. 445.
10
NUNO CASTELLO-BRANCO, Da Disciplina do Contrato de Transporte Internacional de
Mercadorias por Mar, Pág. 283.
7
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
seja, tem que fazer uma dupla prova, do nexo causal concreto e de uma
actuação diligente concreta11.
No caso do evento danoso ter origem numa causa desconhecida,
fica quase impossível ao transportador isentar-se de responsabilidade.
A limitação da responsabilidade12 dá-se limitando-se o montante
indemnizatório13. Este limite indemnizatório vem suavizar o regime da
responsabilidade do transportador, para que não se impossibilite
económica e socialmente uma actividade tão necessária14-15.
As razões que justificam este limite do montante indemnizatório
são de ordem jurídica, económica ou comercial e de ordem natural16.
A primeira advém do equilíbrio que se pretende entre os
carregadores e os transportadores. A responsabilidade civil do
transportador, já vimos, é, especialmente, agravada, razão pela qual a
limitação visa atenuá-la.
A segunda visa proteger e fomentar a actividade dos transportes,
sem esta, assistir-se-ia a um aumento colossal do preço dos transportes
e dos seguros, o que comprometeria o desenvolvimento da actividade dos
transportes.
11
NUNO CASTELLO-BRANCO, Direito dos Transportes, pág. 263 a 267.
12
JOÃO BRANDO, A Conduta Antijurídica do Transportador e a Preclusão da Limitação da
Responsabilidade, pág. 298, cit.: “… a previsão de limites indemnizatórios constitui, nessa
medida, conforme resulta claro, uma excepção ao princípio geral de que o lesado deve ser
totalmente ressarcido dos danos sofridos…”.
13
FRANCISCO COSTEIRA DA ROCHA, Limitação da Responsabilidade do Transportador
Marítimo, pág. 253, cit: “… O transportador responde com todo o seu património- não há pois
qualquer interferência sobre a garantia geral das obrigações. O transportador responde com
todo o seu património mas só até determinada quantia.”.
14
FRANCISO PELETEIRO, Ventajas de Las Reglas de Rotterdam para Porteadores Y Cargadores.
El Punto de Vista de Armadores, Anuário de Derecho Marítimo, Vol. XXVII, pág. 245, segundo o
qual 90% do transporte realizado pela EU com outros países realiza-se por via marítima;V.g
MÁRIO RAPOSO, A Revisão do Direito Comercial Marítimo, pág. 6; e NUNO CASTELLO-BRANCO,
Direito dos Transportes, Pág. 269.
15
V.g SUZANA TAVARES DA SILVA, Notas sobre a Regulamentação dos Transportes: Um
Apontamento Crítico ao Plano Estratégico de Transportes, pág. 26, que nos fala das “auto-
estradas do mar”.
16
RICARDO BERNARDES, A Conduta do Transportador Impeditiva da Limitação da
Responsabilidade no Direito Marítimo, pág. 300 a 303.
8
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
9
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
17
DÁRIO MOURA VICENTE, Da Responsabilidade Pré-Contratual em Direito Internacional
Privado, Pág. 93.
18
MÁRIO JÚLIO DE ALMEIDA COSTA, Direito das Obrigações, pág. 519.
19
GALVÃO TELLES, Direito das Obrigações, Pág. 209.
10
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
20
CARNEIRO DA FRADA, Contrato e Deveres de Protecção, pág. 127.
21
DÁRIO MOURA VICENTE, Da Responsabilidade Pré-Contratual em Direito Internacional
Privado, pág. 148 a 157.
11
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
22
GALVÃO TELLES, Direito das Obrigações, pág. 347 a 350.
12
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
13
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
23
LUÍS DA COSTA DIOGO; RUI JANUÁRIO, Direito Comercial Marítimo, pág. 22, nt 3.
24
LUÍS DA COSTA DIOGO; RUI JANUÁRIO, Direito Comercial Marítimo, pág. 22
25
A respeito da avaria grossa Vide, JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Direito Marítimo, Vol IV,
Acontecimentos de Mar, Crf. Pág. 34 a 93.
14
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
ora para comparar com o Direito actual, ora para conhecer as suas
raízes”26.
Relativamente ao contrato de transporte marítimo de mercadoria,
avançam-se três fases anteriores à época justiniana. A anterior ao
Edictum de Recpto (as reptum, consistiam num conjunto de acções
processuais que tinham por base uma responsabilidade por custódia) e
a posterior à exceptio, esta veio afastar a responsabilidade do
transportador pelos danos ou perdas da mercadoria causadas por
naufrágio ou actos de pirataria. Tal indica que anteriormente à excptio
a responsabilidade do transportador era total. Ora, o transportador só
respondia através da receptum quando tivesse assumido a obrigação do
transporte por um pactum.
Mas o que se verificava era uma locação do navio, denominada por
locatio-conductio, o armador do navio era denominado de conductor. A
locação podia incidir sobre parte ou a totalidade do navio ou sobre as
mercadorias que o conductor se obrigava a transportar, estando neste
caso perante um contrato de transporte de mercadorias27.
Relativamente ao transporte da mercadoria, era obrigação do
conductor fornecer um navio em estado de navegabilidade, pelo que não
lhe seria imputável a não realização da viagem devido a doença ou
estado de inavegabilidade do navio, desde que esse estado não tivesse
resultado de negligência ou culpa do armador, relativamente aos efeitos
produzidos por essa locatio-conductio, avança SANTOS JUSTO, dada a
falta de resposta nas fontes, a possibilidade de aplicação do regime
normal, sendo que os riscos oneravam o próprio navio enquanto
locador28.
26
SANTOS JUSTO, Contrato de Transporte Marítimo (Direito romano justinianeu) e Breves
Reflexos no Direito Português, pág. 279.
27
SANTOS JUSTO, Contrato de Transporte Marítimo (Direito romano justinianeu) e Breves
Reflexos no Direito Português, pág. 283.
28
SANTOS JUSTO, Contrato de Transporte Marítimo (Direito romano justinianeu) e Breves
Reflexos no Direito Português, pág. 284.
15
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
29
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção de
Bruxelas de 1924, pág. 25.
30
A este respeito, cfr. CARLOS OLIVEIRA COELHO, Três Datas, um Século de Direito Marítimo,
pág.632.
31
HUGO RAMOS ALVES, Da Responsabilidade do Transportador na Convenção de Bruxelas de
1924, pág. 26 e IGNÁCIO ARROYO, Las Reglas de Rotterdam. Para Qué?, Anuário de Derecho
Marítimo, Vol. XXVII,pág. 26, cit.: “…la autonomia de la voluntad terminó de facto com las
obligaciones inherentes al contrato de transporte…”.
16
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
32
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Temas de Direito dos Transportes, pág. 12.
33
MÁRIO RAPOSO, Transporte Internacional de Mercadorias por Mar, pág. 271.
34
É com o Harter Act, que se distingue a falta náutica da falta comercial. Este estabelece a
irresponsabilidade do armador no que respeita às falas náuticas. Cfr. CARLOS OLIVEIRA
COELHO, Três Datas, um Século de Direito Marítimo, pág. 634.
35
Que apenas poderiam ser invocados na fase náutica, cfr. CARLOS OLIVEIRA COELHO, Três
Datas, um Século de Direito Marítimo, pág. 635.
36
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção de
Bruxelas de 1924, Pág. 28 a 30.
17
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
37
CARLOS OLIVEIRA COELHO, Três Datas, um Século de Direito Marítimo, cit. pág. 633; e cfr.
RICARDO TOLEDO, Las Reglas de Roterdam y el Unasur, anuário de Derecho Marítimo, Vol.
XXVII, pág. 267.
38
MÁRIO RAPOSO, Transporte Internacional de Mercadorias por Mar, pág. 271 e Transporte
Marítimo de Mercadorias. Os problemas, pág. 42.
18
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
39
NUNO CASTELLO-BRANCO, Direito dos Transportes, pág. 251.
40
MÁRIO RAPOSO, Transporte Marítimo de Mercadoria. Os problemas, pág. 50, cit.:“ A
Convenção fazia parte da ordem jurídica portuguesa desde a sua ractificação, quase vinte anos
antes.”.
41
NUNO CASTELLO-BRANCO, Direito dos Transportes, pág. 252.
42
“ …Ao remeter a emissão do conhecimento de carga no território dos Estados contratantes,
pode ser interpretado como abrangendo o transporte interno…” HUGO RAMOS ALVES, Da
Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção de Bruxelas de 1924, cit.
pág.41.
19
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
43
Quando o porto de destino e o de partida se encontrem situados em Estados contratantes
diferentes.
44
Quando o conhecimento fosse detido pelo nacional de um Estado contratante diferente do
Estado onde este tivesse sido emitido.
45
LUÍS LIMA PINHEIRO, Direito Aplicável ao Contrato de Transporte Marítimo de Mercadoria,
A.O., pág. 5/6.
46
VASCONCELOS ESTEVES, Fretamento de Navio para Transporte de Mercadorias, faz a
distinção entre contrato de fretamento e contrato de transporte assim como de carta partida
e conhecimento de carga. Ver págs. 308 a 310. Pág. 308 cit.: “ …contrato de fretamento em que
uma parte (fretador) se obriga em relação à outra (afretador) a pôr à sua disposição um navio,
ou parte dele, para fins de navegação marítima, mediante uma remuneração pecuniária
denominada de frete”. Esse contrato é denominado por carta partida.
47
NUNO CASTELLO-BRANCO, Direito dos Transportes, pág. 256 a 257, cit.: “…a ser assim, seria
ameaçada a imperatividade do regime uniforme, pois que, para se furtar a este, ao
transportador bastaria evitar a emissão do conhecimento de carga….se quisermos garantir a
imperatividade desejada pelos Estados …haveremos de considerar integrados no âmbito
material da convenção, não apenas os transporte efectivamente titulados por um
conhecimento de carga, mas, outrossim, aqueles em que, não tendo sido emitido um
conhecimento, tal emissão deveria ter ocorrido”.
48
LUÍS DE LIMA PINHEIRO, Direito Aplicável ao Contrato de Transporte Marítimo de
Mercadorias, Pág. 165.
20
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
49
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção de
Bruxelas de 1924, Pág. 33 e IGNÁCIO ARROYO, Las Reglas de Rotterdam. Para Qué?, Anuário
de Derecho Marítimo, Vol. XXVII pág. 27.
50
Desde que o armador-transportador prove que actuou diligentemente para colocar o navio
em estado de navegabilidade, Cfr. CARLOS OLIVEIRA COELHO, Três Datas, um Século de Direito
Marítimo, pág. 636.
51
Actualizado para €498,88 por força do art.º 31º n. 1 do DL 352/86 de 31 de Outubro.
52
RICARDO BERNARDES, A Conduta do Transportador Impeditiva da Limitação da
Responsabilidade no Direito Marítimo, pág. 464 Nt. 91.
21
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
53
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção de
Bruxelas de 1924, Pág. 124.
54
NUNO CASTELLO-BRANCO, Da Disciplina do Contrato de Transporte Internacional de
Mercadorias por Mar, pág. 367, Nt. 643.
55
AZEVEDO MATOS, Princípios de Direito Marítimo, pág. 225.
56
FRANCESCO BERLINGIERI, A Comparative Analysis of the Hague-Visby Rules, the Hamburg
Rules and the Rotterdam Rules, Pág. 5, cit.: “…from the beginning of loading of the goods on
the ship to the completion of their discharge from the ship… there are periods when the goods
are in the custody of the carrier to which the Hague-Visby Rules do not apply. That creates
uncertainty, because the rules applicable may vary from port to port. “.
57
NUNO CASTELLO-BRANCO, Direito dos Transportes, pág. 255/256 e CARLOS GÓRRIZ LÓPEZ,
Contrato de Transporte Marítimo Internacional Bajo Conocimiento de Embarque, pág. 46.
22
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
23
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
58
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção de
Bruxelas de 1924, cit. pág. 88.
59
Cfr. AZEVEDO MATOS, Princípios de Direito Marítimo, pág. 219, cit.: “de origem inglesa a
«due diligence» ou razoável diligência, não de entregar as mercadorias, mas de fazer toda a
diligência e tomar todas as medidas úteis para que estas sejam transportadas como deve ser”.
24
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
60
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção de
Bruxelas de 1924, cit. pág. 99.
25
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
26
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
61
MICHAEL F. STURLEY, The Carrier´s Liability Under the Hague, Hague-Visby, and Hamburgo
Rules, in the Rotterdam Rules, 5,005.
62
NUNO CASTELLO-BRANCO, Da Disciplina do Contrato de Transporte Internacional de
Mercadorias por Mar, cit. pág. 366.
27
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
63
CARLOS GÓRRIZ LÓPEZ, Contrato de Transporte Marítimo Internacional Bajo Conocimiento
de Embarque, pág. 36/37 sobre os documentos similares, considera a carta de porte marítimo
“sea waybill” e afasta a carta partida.
64
Equivale a 0,65 gramas de ouro puro.
65
Consta o seguinte do texto do protocolo “ As disposições da presente Convenção aplicar-se-
ão a todo o conhecimento relativo a um transporte de mercadorias entre portos relevantes de
28
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
esta aplicável sempre que o transporte seja entre portos de dois Estados
diferentes, o conhecimento seja emitido num Estado contratante ou o
transporte se inicie ou termine num porto de um Estado contratante.
Também procede à alteração da norma referente ao limite da
responsabilidade do transportador. Este Protocolo prevê a exclusão do
limite da responsabilidade do transportador, caso os danos na
mercadoria hajam sido causados por acção ou omissão do transportador
com o intuito de causar dano. Assim o artigo 4.º n.º 5 passou a ter a
seguinte redacção: “Nem o transportador nem o navio terão direito a
beneficiar da limitação de responsabilidade, se for provado que o dano
resulta de um acto ou de uma omissão do transportador que ocorrer, quer
com a intenção de provocar um dano, quer temerariamente e com a
consciência que um dano provavelmente resultaria desse acto ou
omissão”.
A par do domínio imperativo, o Protocolo prevê um domínio
facultativo de aplicação através de cláusulas Paramount66.
dois Estados diferentes quando: a) o conhecimento seja emitido num Estado contratante; ou
b) o transporte seja iniciado no porto de um Estado Contratante; ou c) o conhecimento preveja
que o contrato se regerá pelas disposições da presente Convenção ou da legislação de qualquer
Estado que as aplique ou lhes dê efeito, independentemente da nacionalidade do navio, do
portador, do carregador, do destinatário ou de qualquer outra pessoa interessada”.
66
LUÍS DE LIMA PINHEIRO, Estudos de Direito Civil, Direito Comercial e Direito Comercial
Internacional, pág. 151.
67
Segundo os dados do Banco de Portugal, em 27 de Janeiro de 2014, a taxa de câmbio do
Direito Especial de Saque é de 1,12871. O activo financeiro do FMI, o Direito Especial de Saque,
substituiu o ouro e o dólar para efeitos de troca. Este funciona apenas entre bancos centrais e
também pode ser trocado por moeda corrente com o aval do FMI. Apesar de ter sido criado
em 1969, apenas começou a ser utilizado em 1981. O seu valor é determinado pela variação
média da taxa de câmbio dos cinco maiores exportadores do mundo: França (Euro),
29
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
Alemanha (Euro), Japão (iene), Reino Unido (libra esterlina) e Estados Unidos (dólar
estadunidense). A partir de 1999, o euro substituiu a moeda francesa e alemã neste cálculo.
68
FRANCISCO COSTEIRA DA ROCHA, Limitação da Responsabilidade do Transportador
Marítimo, pág. 257/258.
69
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Do Transporte “port-to-port” ao Transporte “door-to-door”,
pág. 376.
70
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Sobre a Responsabilidade do Transportador nas Regras de
Roterdão. Breves notas, in Estudios de Derecho Marítimo, pág. 643.
30
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
71
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Maritima-
Plus” sobre Transporte Internacional de Mercadorias, pág. 55 e MÁRIO RAPOSO, Transporte
Internacional de Mercadorias por Mar, pág. 273.
72
FRANCESCO BERLINGIERI, A Comparative Analysis of the Hague-Visby Rules, the Hamburg
Rules and the Rotterdam Rules, pág.5 “…in a port-to-port contract the Rules normally apply to
the whole period during which the carrier is in charge of the goods. But this is not the case in a
door-to-door contract or when the terminals of the carrier are outside the port area, because
the rules applicable would be different, nor are there in the Hamburg Rules provisions…”.
73
MÁRIO RAPOSO, Transporte Internacional de Mercadorias por Mar, pág. 276.
31
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
74
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Marítima
Plus” sobre Transporte Internacional de Mercadoria, pág. 67 Nt. 196.
75
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção de
Bruxelas de 1924, pág. 37.
32
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
76
IGNÁCIO ARROYO, Las Reglas de Rotterdam. Para Qué?, Anuário de Derecho Marítimo, Vol.
XXVII, cit. pág. 28.
77
MÁRIO RAPOSO, Transportes Marítimos de Mercadorias. Os problemas, pág. 43.
78
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Marítima
Plus” sobre Transporte Internacional de Mercadoria, cit. pág. 8.
33
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
4. A CONVENÇÃO DE ROTERDÃO
4.1. INTRODUÇÃO
79
MÁRIO RAPOSO, Transporte Marítimo de Mercadorias. Os Problemas, pág. 44 cit.: “…o mais
espectacular caso de fracasso do propósito de uniformizar, através de uma convenção… deu-
se com o transporte multimodal. A convenção de 1980 foi ratificada apenas por 11 Estados de
fraco relevo em DM…” e MIGUEL ROCA LÓPEZ, Las Reglas de Roterdam pág. 608, cit.:“...su
aprobación se constató uno de los mayores fracasos habidos en la historia de las convenciones
internacionales y su texto quedó relegado al estúdio comparativo de académicos Juristas”.
80
Há data da realização deste trabalho, Janeiro de 2014, dados do CMI.
34
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
81
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Sobre a Responsabilidade do Transportador nas Regras de
Roterdão. Breves nota, in Estudios de Derecho Marítimo, pág. 640.
82
Cfr. MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso en Las
Reglas de Rotterdam, pág. 253, cit.: “…com la finalidade de uniformizar el regímen jurídico del
transporte marítimo internacional de mercancias, intentando superar los inconvenientes
generados por sus precedentes…”.
83
Crf. IGNÁCIO ARROYO, Ámbito de Aplicación de la Normativa Uniforme, Anuário de Derecho
Maríimo, Vol. XVIII, pág. 431.
84
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Do transporte “port-to-port” ao Transporte “door-to-door”,
cit. pág. 402.
85
O transportador assume integralmente a responsabilidade, aplica-se, assim, ao transporte
multimodal na acepção estrita. Cfr. IGNÁCIO ARROYO, Ámbito de Aplicación de la Normativa
Uniforme, Anuário de Derecho Marítimo, Vol. XVIII, pág. 432; Crf. FRANCISCO RUEDA, El
Transporte Multimodal Internacional: La Viabilidad de un Régimen Jurídico Uniforme, Anuário
de Derecho Marítimo, Vol. XXI, pág. 334.
86
ALEXANDRE DE SOVERAL MARTINS, As Regras de Roterdão, pág. 100 cit.:. “O transporte
multimodal tem consideráveis vantagens quando associado ao transporte em
contentores…torna a passagem de mercadorias de um meio de transporte para outro mais
fácil…”.
35
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
4.2.- SISTEMATIZAÇÃO
87
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Do transporte “port-to-port” ao Transporte “door-to-door”,
pág. 380, Nt. 38.
88
FRANCISCO RUEDA, Introducción a la Jurisprudencia Multimodal, Anuário de Derecho Vol.
XXV, pág. 201; Crf. IGNÁCIO ARROYO, Ámbito de Aplicación de la Normativa Uniforme, Anuário
de Derecho Maríimo, Vol. XVIII, pág. 431 v.g. diferença do transporte segmentado utilizado na
Convenção de Genébra em que a responsabilidade é exigida a cada um dos transportadores.
Cfr. MÁRIO RAPOSO, Transporte Internacional de Mercadorias por Mar, pág. 162 v.g diferença
entre transportes sucessivos e multimodal.
89
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Do transporte “port-to-port” ao transporte “door-to-door”,
pág. 384.
90
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Do transporte “port-to-port” ao transporte “door-to-door”,
pág. 387.
91
Crf. IGNÁCIO ARROYO, Ámbito de Aplicación de la Normativa Uniforme, Anuário de Derecho
Marítimo, Vol. XVIII, pág. 430.
36
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
92
Crf. FRANCISO PELETEIRO, Ventajas de Las Reglas de Rotterdam para Porteadores Y
Cargadores. El Punto de Vista de Armadores, Anuário de Derecho Marítimo, Vol. XXVII, pág.
245.
93
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Maritima-
Plus” sobre Transporte Internacional de Mercadorias, pág. 11.
94
MIGUEL ROCA LÓPEZ, Las Reglas de Rotterdam, in Estudios de Derecho Marítimo, pág. 609.
37
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
95
Que é definido nos termos do art.º 1 n.º 1 (“Contract of carriage” means a contract in witch
a carrier, against the payment of freight, undertakes to carry goods from one place to another.
The contract shall provide for carriage by sea and may provide for carriage by others modes of
transport in addition to the sea carriage.). Cfr. FRANCISCO RUEDA, Las Reglas de Roterdam. Un
Regime Uniforme para los Contratos de volumen?, Anuário de Derecho Marítimo, Vol. XXVI,
que classifica o contrato como atípico, pág. 104 e 106.
96
Tal como as regras de Hamburgo, mas em moldes diferentes, desde logo nestas o contrato
de transporte é aquele pelo qual o transportador se obriga, contra o pagamento de um frete,
a transportar mercadorias por mar, de um porto para outro porto excluindo expressamente a
sua aplicação ao transporte que não seja marítimo.
97
FRANCISCO COSTEIRA DA ROCHA, O Contrato de Transporte de Mercadorias, pág. 27/28 cit.:
“ a deslocação terá que ser o principal da prestação do transportador. Quando tal não acontece
não se pode falar em contrato de transporte”.
98
FRANCESCO BERLINGIERI, A Comparative Analysis of the Hague-Visby Rules, the Hamburg
Rules and the Rotterdam Rules, pág. 2 “Normally a contract is defined on the basis of the
obligations of the parties. The Hague- Visby Rules do not contain any such definition, but
merely connect the notion of contract of carriage to the document issued there under, the bill
of lading. For that reason it has been said that they have adopted a documentary approach…”.
In the Hamburg Rules and in the Rotterdam Rules there is instead a definition of the contract
of carriage but it differs in respect of the description of the obligation of the carrier which is
merely the carriage of goods by sea from one port to another in the Hamburg Rules and the
carriage of goods from one place to another in the Rotterdam Rules. The Hamburg Rules
expressly exclude their application to the carriage by modes other than sea in case the contract
38
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
involves the carriage by other modes, while the Rotterdam Rules extend their application to
the carriage by other modes if the parties have so agreed.”.
99
ALEXANDRE DE SOVERAL MARTINS, As Regras de Roterdão, pág. 102.
100
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção
de Bruxelas de 1924, pág. 14 e pág. 62.
101
LYNCE FARIA, O Transporte Internacional de Mercadorias, Da Convenção de Bruxelas de
1924 às Regras de Hamburgo de 1978, pág. 26.
102
DL 191/87 art. 1º.
103
LUÍS DE LIMA PINHEIRO, Estudos de Direito Civil, Direito Comercial e Direito Comercial
Internacional, pág. 153.
39
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
104
FRANCISCO COSTEIRA DA ROCHA, O Contrato de Transporte de Mercadorias, pág. 28 e
LYNCE FARIA, O Transporte Internacional de Mercadorias, Da Convenção de Bruxelas de 1924
às Regras de Hamburgo de 1978, pág. 30
105
LYNCE FARIA, O Transporte Internacional de Mercadorias, Da Convenção de Bruxelas de
1924 às Regras de Hamburgo de 1978, pág.34.
106
LYNCE FARIA, O Transporte Internacional de Mercadorias, Da Convenção de Bruxelas de
1924 às Regras de Hamburgo de 1978, pág. 33 a 35.
40
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
107
Cfr. CHRISTIAN SCAPEL, La Responsabilité du Transporteurs Selon les Règles de Rotterdam,
pág. 19 e sgts.
108
FRANCISCO COSTEIRA DA ROCHA, O Contrato de Transporte de Mercadorias, cit. pág. 29
41
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
109
“1. Subject to article 6, this Convention applies to contracts of carriage in which the place of
receipt and the place of delivery are in different States, and the port of loading of a sea carriage
and the port of discharge of the same sea carriage are in different States, if, according to the
contract of carriage, any one of the following places is located in a Contracting State: ( a) The
place of receipt; ( b) The port of loading; ( c) The place of delivery; or (d) The port of discharge.
2. This Convention applies without regard to the nationality of the vessel, the carrier, the
performing parties, the shipper, the consignee, or any other interested parties.”
110
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Maritima-
Plus” sobre Transporte Internacional de Mercadorias, pág. 18.
42
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
111
“1. This Convention does not apply to the following contracts in liner transportation: ( a)
Charter parties; and ( b) Other contracts for the use of a ship or of any space thereon.
2. This Convention does not apply to contracts of carriage in non-liner transportation except
when: ( a) There is no charter party or other contract between the parties for the use of a ship
or of any space thereon; and ( b) A transport document or an electronic transport record is
issued.”.
112
Cfr. Art.º. 1º n.º 3 “«Liner transportation» means a transportation service that is offered to
the public through publication or similar means and includes transportation by ships operating
on a regular schedule between specified ports in accordance with publicly available timetables
of sailing dates.”.
113
Cfr. Artº. 1º n.º 4 “«Non-liner transportation» means any transportation that is not liner
transportation.”.
114
ALEXANDRE DE SOVERAL MARTINS, As Regras de Roterdão, pág. 106.
115
Que é aquele período em que o transportador é responsável pela perda, dano ou atraso na
entrega da mercadoria, Cfr. MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño
o Retraso en Las Reglas de Rotterdam, pág. 254. Refere ainda o autor, a importância das Regras
de Roterdão alargarem o período da responsabilidade do transportador, para além do período
em que este tem a mercadoria sob a sua custódia, v.g pág. 254/255; e CHRISTIAN SCAPAL, La
Responsabilité du Transporteurs Selon les Règles de Rotterdam, pág. 22
43
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
entregues, nos termos do artigo 12.º n.º 1116. Alargando assim, o período
da responsabilidade do transportador, face às convenções anteriores, o
que implica que a responsabilidade se extenda ao transporte marítimo,
mas também ao aéreo, ferroviário ou rodoviário, assim como a todas as
operações portuárias117.
Isto, porque, num sistema multimodal, o transportador pode
receber as mercadorias antes de chegar ao porto e pode ter de as
entregar depois de estas terem chegado ao porto118.
Basta pensar no exemplo: num transporte do Huambo (Angola)
para Coimbra (Portugal), o transportador não recebe a mercadoria no
porto e a entrega em Coimbra também não será num porto.
As partes podem estipular o momento e o lugar da entrega, desde
que este não seja posterior ao da operação inicial da carga, nem a
entrega seja anterior ao momento da operação final da descarga, sendo
nulas todas as cláusulas que desrespeitem estes limites, nos termos do
artigo 12.º n.º 3119.
O artigo 13.º n.º 2, prevê a estipulação de cláusulas no contrato
de transporte que transfiram as obrigações do transportador para o
carregador, o carregador documentário ou o destinatário120, prevendo
116
Art.º 12 n.º 1 “The period of responsibility of the carrier for the goods unther this Convention
begins when the carrier or a performing party receives the goods for carriage and ends when
the goods are delivered.”
117
MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso en Las Reglas
de Rotterdam, pág. 256.
118
ALEXANDRE DE SOVERAL MARTINS, As Regras de Roterdão, pág. 111/112; e JANUÁRIO DA
COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Marítima-Plus” sobre
Transporte Internacional de Mercadorias, pág. 56
119
“For the purpose of determining the carrier’s period of responsibility, the parties may agree
on the time and location of receipt and delivery of the goods, but a provision in a contract of
carriage is void to the extent that it provides that: ( a) The time of receipt of the goods is
subsequent to the beginning of their initial loading under the contract of carriage; or ( b) The
time of delivery of the goods is prior to the completion of their final unloading under the
contract of carriage.”
120
Art.º 13º n.º 2 “Notwithstanding paragraph 1 of this article… the carrier and the shipper may
agree that loanding, handling, stowing or unloading of the goods is to be performed by the
shipper, the documentar shipper or the consignee…”
44
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
4.6.-OBRIGAÇÕES DO TRANSPORTADOR
121
TOMOTAKA FUJITA, The Coverage of the Rotterdam Rulles, pág. 3, cit.: “Such an
arrangemant is called “free in/free out” FIO, razão pela qual a Convenção claramente consagra
as cláusulas FIO. Referindo–se ainda MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por
Perdida, Daño o Retraso en Las Reglas de Rotterdam, pág. 260, às cláusulas FIOS (freen in and
out stowed); FIOST (free in and out stowed and trimmed) e FIOSTLSD (freen in and out stowed
trimmed lashed secured and dunnaged).
122
MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso en Las Reglas
de Rotterdam, pág. 261
123
ALEXANDRE DE SOVERAL MARTINS, As Regras de Roterdão, pág. 113
124
MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso en Las Reglas
de Rotterdam, pág. 256 e sgts.
125
HUGO RAMOS ALVES, Da Limitação da Responsabilidade do Transportador na Convenção
de Bruxelas de 1924, cit. pág. 70 “…a navegabilidade abarca não só a aptidão do navio para a
navegação, mas, também a aptidão para receber a carga transportada, bem como transportá-
la em condições de segurança numa determinada viagem…”.
45
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
126
ALEXANDRE DE SOVERAL MARTINS, As Regras de Roterdão, pág. 106/107 e JANUÁRIO DA
COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Marítima-Plus” sobre
Transporte Internacional e Mercadorias, pág. 58
127
FRANCESCO BERLINGIERI, A Comparative analysis of the Hague-Visby Rules, the Hamburg
Rules and the Rotterdam Rules, pág. 6
128
Artigo 5 º das Regras de Hamburgo, «Fundamento da responsabilidade» “1. O
transportador é responsável pelo prejuízo resultante da perda ou dano às mercadorias, bem
como de atraso na entrega, se a ocorrência que causou a perda, avaria ou atraso ocorreu
quando as mercadorias estavam sob sua responsabilidade, tal como definido no artigo 4, a
menos que prove que ele, seus funcionários ou agentes tomaram todas as medidas que
poderiam razoavelmente ser exigidas para evitar a ocorrência e suas consequências.
2. Atraso na entrega ocorre quando as mercadorias não foram entregues no porto de
descarga previsto no contrato de transporte dentro do prazo expressamente acordado ou,
na ausência de tal acordo, dentro do tempo que seria razoável exigir de uma transportadora
diligente, tendo em conta as circunstâncias do caso.”.
129
Art.º 13º nº 1 “The carrier shall …properly and carefully receive, load, handle, stow, carry,
keep, care for, unload, and delivery the goods”.
46
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
130
“Therefore, it is perfectly possible for the parties, for instance, to enter into a traditional
“port-to-port” contract of carriage in which the shipper delivers the goods to the container
yard of the port of loading, and the carrier unloads them at the container yard of the port of
discharge, with the carrier only responsible for the carriage between the two container yards.”
Cfr. Questions and Answers on The Rotterdam Rules, The CMI INTERNATIONAL WORKING
GROUP of the Rotterdam Rules.
131
ALEXANDRE DE SOVERAL MARTINS, As Regras de Roterdão, pág. 108, Nt. 26.
132
IGNÁCIO ARROYO, Las Reglas de Rotterdam. Para Qué?, Anuário de Derecho Marítimo, Vol.
XXVII, pág. 37 refere um sistema misto de responsabilidade objectiva e por culpa.
133
Deriva do incumprimento do contrato de transporte de mercadorias, sendo que se
considera haver incumprimento do contrato quando haja perda, dano ou atraso na entrega da
mercadoria, cfr. MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso
en Las Reglas de Rotterdam, pág. 262
134
ALEXANDRE DE SOVERAL MARTINS, As Regras de Roterdão, na pág. 109, escreve que a
responsabilidade do transportador parece estar baseada na culpa, uma vez que a palavra
inglesa “fault” não é inteiramente coincidente com “culpa” (“fault” é mais indicado para “falha”
e “guilt” para culpa).
47
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
135
V.g. MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso en Las
Reglas de Rotterdam, pág. 263
136
Idem; V.g também CHRISTIAN SCAPEL, La Responsabilité du Transporteurs Selon les Règles
de Rotterdam, pág. 23
137
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Maritima-
Plus” sobre Transporte Internacional de Mercadorias, pág. 59, Nt. 171.
48
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
138
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Maritima-
Plus” sobre Transporte Internacional de Mercadorias, pág. 59, Nt. 173, uma vez que há
circunstancias que ocorreram nesse período mas cujos efeitos se produzem mais tarde.
139
Denominadas de “Himalaya protetion”; cfr. TOMOTAKA FUJITA, The Coverage of the
Rotterdam Rulles, pág. 5.
49
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
140
“Notwithstanding paragraph 3 of this article, the carrier is liable for all or part of the loss,
damage or delay: a) If the claimant proves that the fault of the carrier or of a persen referred
to in article 18 caused or contributed to the event or circumstance on which the carriers relies;
or”.
141
“If the claimant proves that an event or circumstance not listed in paragraph 3 of this article
contributed to the loss, damage, or delay and the carrier cannot prove that this event or
circumstance is not attributable to its fault or to the fault of any person referred to in article
18”.
142
“The carrier is also liable, notwithstanding paragraph 3 of this article, for all or parto f the
loss, damage or delay if: a) The claimant proves that the loss, damage or delay was or was
probably caused by or contributed to by (i) the unseaworthiness of the ship; (ii) the improper
crewing, equipping, and supplying of the ship; or (iii) the fact that the holds or other parts of
the ship in witch the goods are carried, were not fit and safe for reception, carriage, and
preservation of the goods; and”.
143
“The carrier is unable to prove either that: (i) none of the events or circumstances referred
to in subparagraph 5 (a) of this article caused the loss, damage, or delay; or (ii) it complied with
its obligation to exercise due diligence pursuant to article 14.”.
50
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
144
FRANCESCO BERLINGIERI, A Comparative Analysis of the Hague-Visby Rules, the Hamburg
Rules and the Rotterdam Rules, pág. 9.
51
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
3ª Fase
4ª Fase
52
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
145
CHRISTIAN SCAPEL, la Responsabilité du Transporteurs Selon les Règles de Rotterdam, pág.
22 e sgts, cit.: “ l’éxtension du domaine de la Convention se manifeste, également, à l’égarde
de la responsabilité pour retard”.
146
“1. The carrier is liable for loss of or damage to the goods, as well as for delay in delivery, if
the claimant proves that the loss, damage, or delay, or the event or circumstance that caused
or contributed to it took place during the period of the carrier’s responsibility as defined in
chapter 4.”.
147
“Delay in delivery occurs when the goods are not delivered at the place of destination
provided for in the contract of carriage within the time agreed.”.
148
“ The carrier is liable for the breach of its obligations under this Convention caused by the
acts or omissions of: a) any performing party; b)the master or crew of the ship; c) employees
of the carrier or a performing party; or d) any other person that performs or undertakes to
perform any of the carrier’s obligations under the contract of carriage, to the extent that the
person acts, either directly or indirectly, at the carrier’s request or under the carrier’s
supervision or control”.
149
Cfr. Art. 1º n.º 6 “(a) “Performing party” means a person other than the carrier that performs
or undertakes to perform any of the carrier’s obligations under a contract of carriage with
respect to the receipt, loading, handling, stowage, carriage, care, unloading or delivery of the
53
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
goods, to the extent that such person acts, either directly or indirectly, at the carrier’s request
or under the carrier’s supervision or control. ( b) “Performing party” does not include any
person that is retained, directly or indirectly, by a shipper, by a documentary shipper, by the
controlling party or by the consignee instead of by the carrier.”.
150
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Sobre a Responsabilidade do Transportador nas Regras de
Roterdão, in Estudios de Derecho Marítimo, pág. 651.
151
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Do Transporte “port to port” ao Transporte “door to door”,
cit. pág. 375.
152
Cfr. Art.º 1º n.º 7 ““Maritime performing party” means a performing party to the extent that
it performs or undertakes to perform any of the carrier’s obligations during the period between
the arrival of the goods at the port of loading of a ship and their departure from the port of
discharge of a ship. An inland carrier is a maritime performing party only if it performs or
undertakes to perform its services exclusively within a port area.”.
54
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
153
Cfr. Art.º 1º n.º 6 a).
154
Cfr. Art.º 19 “A marine performing party is subject to the obligations and liabilities imposed
on the carrier under this convention and is entitled to the carrier’s defences and limits of
liability as provided for in this Convencion …”.
155
Cfr. MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso en Las
Reglas de Rotterdam, pág. 276/277.
55
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
156
Cfr. MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso en Las
Reglas de Rotterdam, pág. 276.
157
Cfr. MARTÍN OSANTE, Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso en Las
Reglas de Rotterdam, pág. 277 e 288.
56
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
on the deck of a ship only if: a) such carriage is required by law; b) they
are carried in or on containers or vehicles that are fit for deck carriage,
and the decks are specially fitted to carry such cointainers or vehicles, or;
c) the carriage on the deck is in accordance with the contract of carriage,
or the costoms, usages or practices of the trade in question” e o artigo 25.º
n.º 2 diz que o transportador é responsável, nos termos da Convenção,
pelo dano, perda ou atraso na mercadoria, contudo não será responsável
pelos danos ou perdas, resultantes dos especiais riscos do transporte no
convés, quando esse transporte tenha decorrido da alínea a) e c) do
artigo 25.º “…but the carrier is not liable for loss or for damage to such
goods, or delay in their deliverry, caused by the special risks involved in
their carriage on deck when the goods are carried in accordance with
subparagraphs 1 (a) or (c) of this article.”, ou seja, quando esse transporte
decorra por exigência da lei ou for feito de acordo com o estipulado no
contrato ou pelos usos do comércio ou a prática do tráfico.
Resulta do n.º 3 do artigo 25.º158 que o transportador é
responsável pelos danos, perdas ou atraso na entrega das mercadorias
que seja exclusivamente provocado pelo transporte no convés, quando o
transporte haja sido realizado fora dos casos previstos no artigo. 25.º n.º
1, nesse caso não pode o transportador invocar as causas de exoneração
previstas no artigo 17.º.
Contudo, quando um terceiro, de boa-fé tenha adquirido um
documento de transporte negociável, a não ser que esteja especificado
nos dados do contrato que as mercadorias podem ser transportadas no
convés159, o transportador não pode exonerar-se da sua
158
Art. 25 n.º 3“If the goods have been carried on the deck in cases other than those permitted
pursuant to paragraph 1 of this article, the carrier is liable for loss o for damage to the goods
or delay in their delivery that is exclusively caused by their carriage on deck, and is not entitle
to the defences provid for in article 17.”.
159
JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Maritima-
Plus” sobre Transporte Internacional de Mercadorias, pág.68, Nt. 199.
57
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
responsabilidade com base no artigo 25.º n.º 1 c), nos termos do artigo
25.º n.º 4160.
E estando o artigo 25 n.º 5161 na esteira do artigo 9.º n.º 4 das
Regras de Hamburgo, vem estabelecer que o transportador não tem
direito à limitação da responsabilidade, quando a perda, dano ou atraso
na entrega da mercadoria resultem do transporte no convés, quando
haja sido acordado pelo carregador e pelo transportador que o
transporte das mercadorias seria no porão.
160
Art.º 25 n.º4 “The carrier is not entitle to invoque subparagraph 1 (c) of this article against
a third party that has acquired a negotiable transport documento or a negotiable electronic
transport record in good faith, unless the contract particulars state that the goods may be
carried on deck”.
161
Art.º 25 n.º 5 “If the carrier and shipper expressly agreed that goods would be carried under
deck, the carrier is not entitled to the benefit of the limitation of liability for any loss of, damage
to or delay in the delivery of the goods to the extent that such loss, damage, or delay result
from their carriage on deck”.
162
Contudo, as partes executantes não marítimas, não beneficiam destas exonerações nem da
limitação da responsabilidade, ficando, assim, estes desprotegidos. Mais uma vez é colocado
em causa o regime uniforme, pretendido pela Convenção. V.g. MARTÍN OSANTE,
Responsabilidad del Porteador por Perdida, Daño o Retraso en Las Reglas de Rotterdam, pág
280
163
“2. The carrier is relieved of all or part of its liability pursuant to paragraph 1 of this article
if it proves that the cause or one of the causes of the loss, damage, or delay is not attributable
to its fault or to the fault of any person referred to in article 18.”.
58
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
164
“The carrier is also relieved of all or part of its liability pursuant to paragraph 1 of this article
if, alternatively to proving the absence of fault as provided in paragraph 2 of this article, it
proves that one or more of the following events or circumstances caused or contributed to the
loss, damage, or delay: (a) Act of God; (b) Perils, dangers, and accidents of the sea or other
navigable waters; (c) War, hostilities, armed conflict, piracy, terrorism, riots, and civil
commotions; (d) Quarantine restrictions; interference by or impediments created by
governments, public authorities, rulers, or people including detention, arrest, or seizure not
attributable to the carrier or any person referred to in article 18, (e) Strikes, lockouts,
stoppages, or restraints of labour ( f) Fire on the ship; (g) Latent defects not discoverable by
due diligence; (h) Act or omission of the shipper, the documentary shipper, the controlling
party, or any other person for whose acts the shipper or the documentary shipper is liable
pursuant to article 33 or 34; (i) Loading, handling, stowing, or unloading of the goods
performed pursuant to an agreement in accordance with article 13, paragraph 2, unless the
carrier or a performing party performs such activity on behalf of the shipper, the documentary
shipper or the consignee; (j) Wastage in bulk or weight or any other loss or damage arising from
inherent defect, quality, or vice of the goods; (k) Insufficiency or defective condition of packing
or marking not performed by or on behalf of the carrier; (l) Saving or attempting to save life at
sea; (m) Reasonable measures to save or attempt to save property at sea; (n) Reasonable
measures to avoid or attempt to avoid damage to the environment; or (o) Acts of the carrier in
pursuance of the powers conferred by articles 15 and 16.”.
59
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
60
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
61
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
165
RICARDO BERNARDES, A Conduta do Transportador Impeditiva da Limitação da
Responsabilidade no Direito Marítimo, pág. 451.
166
Limits of liability “1. Subject to articles 60 and 61, paragraph 1, the carrier’s liability for
breaches of its obligations under this Convention is limited to 875 units of account per package
or other shipping unit, or 3 units of account per kilogram of the gross weight of the goods that
are the subject of the claim or dispute, whichever amount is the higher, except when the value
of the goods has been declared by the shipper and included in the contract particulars, or when
a higher amount than the amount of limitation of liability set out in this article has been agreed
upon between the carrier and the shipper. 2. When goods are carried in or on a container,
pallet or similar article of transport used to consolidate goods, or in or on a vehicle, the
packages or shipping units enumerated in the contract particulars as packed in or on such
article of transport or vehicle are deemed packages or shipping units. If not so enumerated,
the goods in or on such article of transport or vehicle are deemed one shipping unit. 3. The unit
of account referred to in this article is the Special Drawing Right as defined by the International
Monetary Fund. The amounts referred to in this article are to be converted into the national
currency of a State according to the value of such currency at the date of judgement or award
or the date agreed upon by the parties. The value of a national currency, in terms of the Special
Drawing Right, of a Contracting State that is a member of the International Monetary Fund is
to be calculated in accordance with the method of valuation applied by the International
Monetary Fund in effect at the date in question for its operations and transactions. The value
of a national currency, in terms of the Special Drawing Right, of a Contracting State that is not
a member of the International Monetary Fund is to be calculated in a manner to be determined
by that State.”.
167
ALEXANDRE DE SOVERAL MARTINS, As Regras de Roterdão, pág. 125 e 126 e JANUÁRIO DA
COSTA GOMES, Introdução às Regras de Roterdão – A Convenção “Maritima-Plus” sobre
Transporte Internacional de Mercadorias, pág. 73 e 74.
62
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
168
Limits of liability for loss caused by delay “Subject to article 61, paragraph 2, compensation
for loss of or damage to the goods due to delay shall be calculated in accordance with article
22 and liability for economic loss due to delay is limited to an amount equivalent to two and
one-half times the freight payable on the goods delayed. The total amount payable pursuant
to this article and article 59, paragraph 1, may not exceed the limit that would be established
pursuant to article 59, paragraph 1, in respect of the total loss of the goods concerned.”.
169
Calculation of compensation “1. Subject to article 59, the compensation payable by the
carrier for loss of or damage to the goods is calculated by reference to the value of such goods
at the place and time of delivery established in accordance with article 43. 2. The value of the
goods is fixed according to the commodity exchange price or, if there is no such price, according
to their market price or, if there is no commodity exchange price or market price, by reference
to the normal value of the goods of the same kind and quality at the place of delivery. 3. In case
of loss of or damage to the goods, the carrier is not liable for payment of any compensation
beyond what is provided for in paragraphs 1 and 2 of this article except when the carrier and
the shipper have agreed to calculate compensation in a different manner within the limits of
chapter 16.”.
63
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
170
“Neither the carrier nor any of the persons referred to in article 18 is entitled to the benefit
of the limitation of liability as provided in article 59, or as provided in the contrato f carriage, if
the claimant proves that the loss resulting from the breach of the carrier’s obligation under
this Convention was atributable to a personal acto or omission of the person claiming a right
to limit done with the intente to cause such los sor recklessly and with knowledge that such
loss would probably result.”.
171
“Neither the carrier nor any of the persons referred to in article 18 is entitled to the benefit
of the limitation of liability as provided in article 59, or as provided in the contrat of carriage, if
the claimant proves that the delay in delivery resulted from a personal act or omission of the
person claiming a right to limit done with the intente to cause such loss or recklessly and with
knowledge that such loss would probably result.”.
64
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
172
V.g. CHRISTIAN SCAPAL, La Responsabilité du Transporteurs Selon les Règles de Rotterdam,
pág. 25, cit. “…s’applique a toute action judiciaire ou arbitrale, ce qui inclut donc d’éventuelles
actions extracontractuelles…”.
65
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
5.- CONCLUSÃO
66
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
67
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
68
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
69
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
70
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
STURLEY, MICHAEL F., The Carrier´s Liability Under the Hague, Hague-
Visby, and Hamburgo Rules, in the Rotterdam Rules, Thomson Reuters,
UK, 2010
71
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS
72
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
www.uncitral.org
BERLINGIERI, FRANCESCO, A Comparative Analysis of the Hague-
Visby Rules, the Hamburg Rules and the Rotterdam Rules
www.rotterdamrules.com/interpretation
THE CMI INTERNATIONAL WORKING GROUP ON THE ROTTERDAM
RULES, Questions and Answers on the Rotterdam Rulles
www.comitemaritime.org/Rotterdam-Rules/0,2748,14832,00.html#
ALBA FERNÁNDEZ, MANUEL, Obligationes y Responsabilidade del
Porteado
BEARE, STUART, The Need For Change and the Preparatory Work of the
CMI
73
A Responsabilidade do Transportador nas Regras de Roterdão
____________________________________________________________________________
74