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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA- ÁREA DE FITOTECNIA

DISCIPLINA: PLANTAS MEDICINAIS, CONDIMENTARES E AROMÁTICAS.

Relatório de Aula Prática

Poejo (Mentha pulegium L.)

Maria Victtoria Carvalho Alves

Turma: SA3

Recife, 2018
Introdução
Hortelã, ou menta, é nome comum para as diversas espécies do género
Mentha da família Lamiaceae. A Mentha pulegium L, mais conhecida pelo
nome popular de poejo, tem efeito digestivo e expectorante e é considerado
antimicrobiano e antiespasmódico. Uma outra espécie afim, M. cervina, é
também conhecida, entre outras designações, por poejo-fino. O poejo (M.
pulegium) é uma herbácea muito aromática, frequente em locais húmidos e
linhas de água de aplicação condimentar e medicinal (Figueiredo et al., 2014).
As análises químicas e farmacologias apresentam até 2% de óleo
essencial, cujo o principal componente é a pulegona, esta substância é
responsável pelo cheiro e por ações tóxicas, associadas de mentona e
isomentona, bem como de flavonóides, em destaque a diosmina e hesperidina
(HAJLAOUI et al., 2009; LORENZI, 2002; NAGELL; HEFENDEHL, 1974).
Os óleos essenciais, isolados das partes aéreas de M. pulegium,
colhidas em fase vegetativa no Campo de Tiro, foram obtidos com um
rendimento de 0.2% (v/p.f.). A pulegona (80-86%) e a mentona (5-7%) foram os
componentes dominantes dos óleos essenciais isolados das amostras
estudadas. Está entre as plantas aromáticas e medicinais, atualmente
conhecidas pela ação inseticida e seu uso na forma de infusão se faz para
combater uma longa lista de doenças, desde uma simples gripe até um ataque
de asma e de coqueluche (Figueiredo et al., 2014).
O poejo é utilizado tradicionalmente em culinária como decoração, no
licor de poejo, como condimento e chás. Conhecido como hortelãzinho, erva-
de-são-lourenço e menta-selvagem, dependendo do lugar onde ocorre. Mesmo
em pequena escala, o plantio da cultura pode resultar em um rendimento
adicional ao produtor que se dispuser a explorar a atividade no mercado local.
(Figueiredo et al., 2014; LORENZI, 2002).
Uma planta de altas propriedades aromáticas, possui aroma intenso e
penetrante, por ser adstringente, contrai os tecidos e tende a secar as
mucosas, quando em contato com a boca pode produzir sensação de
aspereza, pode ser encontrada em locais húmidos, à beira de rios ou riachos
(Figueiredo et al., 2014).
Apresenta propriedades mucolítica, anticatarral, tônica e estimulante,
hipertensiva e cardiotônica, carminativa, estimulante hepatobiliar e emenagoga,
com indicações para tratamento de bronquite catarral crônica, bronquite
asmática, coqueluche, leucorréia e dismenorreia (HAJLAOUI et al., 2009;
LORENZI, 2002; NAGELL; HEFENDEHL, 1974).
Revisão de Literatura
Hortelã, ou menta, é o nome comumente dado para as diversas
espécies do género Mentha da família Lamiaceae. Segundo alguns
taxonomistas, conhecem-se 18 espécies de Mentha e 11 híbridos, cultivados
ou silvestres. Nos diversos países onde ocorrem, estas espécies são usadas
como ervas aromáticas e condimentares, e também para fins medicinais e
ornamentais (Figueiredo et al., 2014).

O poejo, de nome cientifico Mentha pulegium L, é uma herbácea muito


aromática, variável quanto ao porte, forma das folhas e indumento, frequente
em locais húmidos e linhas de água. Esta planta também é conhecida como
Erva-de-são-lourenço, hortelã-da-folha-miúda, menta selvagem, poejo, poejo-
das-hortas, poejo-real (Miraj e Kiani, 2016).

Utilizada desde a antiguidade, o poejo é uma das mentas mais


populares na Europa, originaria do Oriente Médio e Norte da África, seu nome
pulegium, deriva de pulex (pulga) e foi dado por “Plínio, o velho” devido a sua
capacidade de repelir insetos. Espécie alóctone, originária da Europa, porém
há muito tempo adaptada às condições brasileiras, crescendo
espontaneamente em solos úmidos (Ferreira Ribeiro e Diniz. Londrina, 2008).

Quanto a sua fisiologia, a planta é herbácea, vivaz, prostrada, perene,


pilosa ou glabrescente que cresce de 10 a 50cm em altura. As folhas são
pequenas, curtamente pecioladas, opostas, obtusas ou subagudas,
denticuladas ou quase inteiras, redondo-ovaladas, aromáticas. A inflorescência
é racimosa, composta de flores lilases, em numerosos verticilos, todos axilares,
multifloros, bastante compactos. O cálice é viloso, tubuloso, com a goela
fechada por pêlos coniventes, sublabiado, com 5 dentes desiguais, os dois
inferiores mais estreitos. Carpelos ovóides, lisos. Exala um aroma peculiar
(Miraj e Kiani, 2016).

Recomenda-se toda a planta para a utilização, sendo esta apenas fresca


ou seca. Propaga-se por mudas (estolão) tiradas por divisão de touceiras. O
plantio pode ser efetuado o ano todo, desde que haja umidade adequada no
solo. (Ferreira Ribeiro e Diniz. Londrina, 2008).

O solo para o cultivo deve ser rico em matéria orgânica, úmido e


alcalino. Quanto ao aspecto físico do solo, pode ser melhorado, no seu
preparo, com a adição de incorporando no mesmo esterco e/ou composto
orgânico que fornecem nutrientes, ajudando a reter a umidade. A correção do
solo pode ser feita com calcário, além da adubação com um produto natural
que é os húmus. (RODRIGUES, 2004). A irrigação deve ser planejada de modo
que este seja mantido sempre úmido e o pH ideal entre 5,0 e 6,5.

O espaçamento de 20 por 20 cm para se obter rápida cobertura do solo.


A cada 02 anos, deve-se mudar o local de cultivo. Planta prostrada, aromática,
perene, alcançando até 50 cm, folhas verde-escuras, suavemente pilosas,
pecioladas e ovais. Pequenas flores azuis-violáceas que aparecem no início do
verão. Início da colheita 02 a 03 meses após o plantio. Coleta-se 50% das
folhas. A temperatura de secagem não deve exceder 40 a 45º C (Ferreira
Ribeiro e Diniz. Londrina, 2008).

Os princípios ativos encontrados no poejo são os óleos essenciais:


neoisomenthol, pulejona, mentona, linalol, limoneno, lippiona, etc e os
flavonóides: diosmina e hesperidina. (Ferreira Ribeiro e Diniz. Londrina, 2008).
Com efeito, o poejo é utilizado, tradicionalmente, como decoração e
condimento em culinária, nomeadamente na preparação do piso', de azeites
aromatizados, e em saladas, sopas, açordas, migas, pratos de peixe
(caldeiradas), carne, caracóis, conquilhas e também em sobremesas, como
pudins, ou para dar um toque diferente a frutos, como morangos e figos. São
ainda conhecidos, e afamados, os licores, e infusões de poejos, muito
utilizados como digestivos e/ou para debelar constipações (Figueiredo et al.,
2014).

Para uso interno, tem-se a Infusão, na qual se utiliza de 10 a 40 gr/litro


de água – utilizada para gargarejos, como enxaguante bucal e também para
uso interno. Tinturas ou extratos hidroalcoólicos (maior toxicidade). Extratos
fluídos (1:1 em álcool 45%) 1 a 4 ml divididos em 2 ou 3 tomadas diárias.
E para uso externo deve-se utilizar em banhos ou cataplasmas para o
tratamento de feridas. (Ferreira Ribeiro e Diniz. Londrina, 2008).

O poejo possui outras utilidades como em sua essência aromática que


pode ser utilizada como repelente de insetos, para o tratamento de parasitas de
pelos de animais, como aromatizante de ambientes, além de perfumes,
sabonetes e desodorantes (Figueiredo et al., 2014).
Metodologia
1. Escolha da área
O local destinado para disposição da sementeira com a planta medicinal
em questão, poejo, está localizado na Universidade Federal Rural de
Pernambuco, no Departamento de Agronomia, em estufas situadas na área
destinada a Fitotecnia.

(Imagem da estufa escolhida como local para disposição da sementeira para a


fabricação de mudas.)

2. Substrato
A qualidade das plantas medicinais está diretamente relacionada às
características do solo, os substratos apresentam papel fundamental no
desenvolvimento das mudas e devem possuir baixa densidade, boa
capacidade de absorção e retenção de água, boa aeração e drenagem, além
de estar isento de pragas, doenças e substâncias tóxicas. Normalmente, todas
estas características não são encontradas em um único componente, o que
leva a utilização de misturas de materiais para a obtenção de um melhor
substrato (Kämpf, 2000; Wendling et al., 2002).
O material deve fornecer à estaca bom suprimento de água e ao mesmo
tempo boa aeração. É importante que os insumos a serem utilizados na
composição dos substratos sejam de fácil disponibilidade na região, o que
favorece a sua aquisição (Arrigoni-Blank et al., 2013), desta forma foi utilizado
o substrato de casca de pinos, sendo este o mais disponível na região.
3. Irrigação
O poejo necessita de constante irrigação, o que ressalta a necessidade
da disponibilidade de água, devido ao seu habitat natural ter um clima ameno
está planta não se desenvolve genuinamente em climas quentes. A irrigação
realizada foi manual duas vezes ao dia.
4. Produção de mudas
Para a produção de mudas pode ser utilizada a propagação por
sementes ou estaquias. Quando por estaca, encontrada mais facilmente deste
modo, devem estar frescas e respondendo os devidos requisitos sanitários.
Uma sementeira de tipo 180, para que se possa iniciar o plantio, este que será
dado início após dispor sobre a sementeira o substrato nas células desejadas.
As estacas, uma técnica de propagação vegetativa mais rápida e de
mais fácil execução, utilizada nas espécies que apresentam maior facilidade
para a formação de raízes adventícias, devem medir entre 5 e 10 cm, conter no
mínimo três gemas, escolher um caule jovem e saudável, colocar em um local
luminoso, mas não direto ao sol, para que assim, possa garantir a germinação.
Deve-se certificar que a orientação da está correta para que não haja perda
das mudas.
Resultados e Discursões
Após a escolha do local e selecionada a sementeira, foram utilizados
ramos de Poejo para a produção de estacas, estas que em seguida foram
dispostas sobre a sementeira de 180 células e devidamente irrigadas.

(Ramos utilizados para produção de estacas)


Na sementeira foram plantadas 95 células com estacas de poejo, a irrigação
ocorreu de forma manual duas vezes ao dia durante todo o processo de plantio.

(15 dias após o plantio)


(20 dias após o plantio)
Durante o processo de plantio houve uma falha na irrigação em dois dias e
apenas 10 mudas resistiram a este período sem a devida irrigação. Estas foram
transportadas para saquinhos de mudas, chegando assim na sua etapa final.

(Poejo em total de 10 mudas na sua etapa final)


Conclusão
Como observado na revisão de literatura, o poejo é uma planta com
propriedades inúmeras que deve ser usado de forma correta para obter-se um
melhor uso dos seus compostos e óleos essenciais. Por outro lado, o poejo
deve ser utilizado com cuidado, pois alguns testes toxicológicos descobriram
que algumas pessoas podem ter sensibilidade e irritação quando entrando em
contato.
Contudo, o plantio desta planta fitoterápica é adequado para
temperaturas amenas, fazendo necessária a constante e devida irrigação da
mesma, sem exceder, para que não ocorro o encharcamento. Como
demonstrando no presente trabalho, a erva não reagiu bem a falha na
irrigação, sendo prejudicial e um fator crítico caso o cultivo seja comercial.
Por fim, o poejo pode ser uma planta cultivada em ambientes pequenos,
grandes, locais fechados, abertos e tem um ciclo curto tendo como vantagem
seu uso medicinal e pode servir de repelente de algumas pragas.
Referências:
ALONSO, J.R; “Tratado de fitomedicina – bases clínicas e farmacológicas”–
editora Isis . 1998 – Buenos Aires – Argentina;
BAKHROUF, A. Biological activities of the essential oils and methanol extract of
tow cultivated mint species (Mentha longifolia and Mentha pulegium) used in
the Tunisian folkloric medicine. World J Microbiol Biotechnol, v.25, p.2227–
2238, 2009;
Ferreira Ribeiro, P. and Diniz. Londrina, R. (2008). Plantas aromáticas e
medicinais – cultivo e utilização;
FIGUEREIDO, A.C; “Mentha Pulegium” Universidade de Lisboa, Faculdade de
Ciências de Lisboa, DBV, IBB, Centro de Biotecnologia Vegetal, C2, Campo
Grande, 1749-016 Lisboa, Portugal;
HAJLAOUI, H.; TRABELSI, N.; NOUMI, E.; SNOUSSI, M.; FALLAH, H.;
KSOURI, R.;
MATHIAS, J.; Como plantar poejo. Revista Globo Rural. 02 de Dezembro de
2013;
MIRAJ, S. and Kiani, S. (2016). Study of pharmacological effect of Mentha
pulegium: A review;

RIBEIRO, P.G.F; DINIZ, R.C.; “Plantas aromáticas e medicinais – cultivo e


utilização” – Londrina: IAPAR, 2008;
RODRIGUES, V.G.S; Cultivo, uso e manipulação de plantas medicinais.
Embrapa, 2004. Porto Velho, RO.

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