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2- Condição: que sejam frustradas as tratativas contratuais por culpa da outra parte, que
ocultou ou falseou dados ou criou falsas expectativas.
Além disso, o Incoterms 2000 oferece uma visão mais simples e mais clara dos 13
Incoterms.
Após agregados aos contratos de compra e venda, os Incoterms passam a ter força
legal, com seu significado jurídico preciso e efetivamente determinado. Assim,
simplificam e agilizam a elaboração das cláusulas dos contratos de compra e venda.
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Definições
Grupo E
Grupo F
FOB - Free on Board - Livre a Bordo do Navio. O vendedor, sob sua conta e risco,
deve colocar a mercadoria a bordo do navio indicado pelo comprador, no porto de
embarque designado. Compete ao vendedor atender as formalidades de exportação; esta
fórmula é a mais usada nas exportações brasileiras por via marítima ou aquaviário
doméstico. A utilização da cláusula FCA será empregada, no caso de utilizar o
transporte rodoviário, ferroviário ou aéreo.
Grupo C
CIF - Cost, Insurance and Freight - Custo, Seguro e Frete. Cláusula universalmente
utilizada em que todas despesas, inclusive seguro marítimo e frete, até a chegada da
mercadoria no porto de destino designado correm por conta do vendedor; todos os
riscos, desde o momento que transpõe a amurada do navio, no porto de embarque, são
de responsabilidade do comprador; o comprador recebe a mercadoria no porto de
destino e arca com todas despesas, tais como, desembarque, impostos, taxas, direitos
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aduaneiros. Esta modalidade somente pode ser utilizada para transporte marítimo.
Deverá ser utilizado o termo CIP para os casos de transporte rodoviário, ferroviário ou
aéreo.
CPT - Carriage Paid To - Transporte Pago Até. O vendedor paga o frete até o local
do destino indicado; o comprador assume o ônus dos riscos por perdas e danos, a
partir do momento em que a transportadora assume a custódia das mercadorias.
Este termo pode ser utilizado independentemente da forma de transporte, inclusive
multimodal.
CIP - Carriage and Insurance Paid to - Transporte e Seguro Pagos até. O frete é
pago pelo vendedor até o destino convencionado; as responsabilidades são as mesmas
indicadas na CPT, acrescidas do pagamento de seguro até o destino; os riscos e danos
passam para a responsabilidade do comprador no momento em que o
transportador assume a custódia das mercadorias. Este termo pode ser utilizado
idependentemente da forma de transporte, inclusive multimodal.
Grupo D
DDP - Delivered Duty Paid - Entregue Direitos Pagos. O vendedor cumpre os termos de
negociação ao tornar a mercadoria disponível no país do importador no local combinado
desembaraçada para importação, porém sem o compromisso de efetuar desembarque; o
vendedor assume os riscos e custos referentes a impostos e outros encargos até a entrega
da mercadoria; este termo representa o máximo de obrigação do vendedor em
contraposição ao EXW.
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Tabela de Incoterms
Categorias
E de Ex
Mercadoria
(Partida -
entregue ao comprador no
Mínima EXW - Ex Works
estabelecimento do
obrigação para
vendedor.
o exportador)
Paid
Acordos de Bitributação
A invocação de lei estrangeira que concede reciprocidade deve ser comprovada pelo
sujeito passivo. A prova de reciprocidade de tratamento é feita com cópia da lei
publicada em órgão da imprensa oficial do país de origem do rendimento, traduzida por
tradutor juramentado e autenticada pela representação diplomática do Brasil naquele
país, ou mediante declaração desse órgão atestando a reciprocidade de tratamento
tributário.
AVAL
É uma obrigação internacional assumida por uma Instituição Financeira, a fim de
garantir o pagamento de um título de crédito aceito ou sacado contra o cliente.
Assegura ao exportador o pagamento assumido pelo importador, nos prazos e condições
negociadas.
Este tipo de garantia possui algumas vantagens, como por exemplo, permitir ao
importador fazer negócios com empresas exportadoras que não queiram assumir os
riscos comerciais.
FIANÇA
É um contrato através do qual o BANCO (neste caso, o fiador) garante o cumprimento
da obrigação de seu cliente (o afiançado), junto a um credor em favor do qual a
obrigação deve ser cumprida (o beneficiário).
Existe ainda um tipo de fiança que podem ser emitidas com caráter financeiro por
empresas brasileiras a bancos no exterior a fim de que estes concedam crédito a uma
subsidiária da empresa.
Podemos dizer de outra forma que é uma ordem dada pelo importador ao seu Banco
para que este, perante o Beneficiário (exportador) assuma o compromisso de
pagar, aceitar ou negociar um efeito com um determinado montante (valor da
mercadoria), desde que o Beneficiário apresente os documentos exigidos, em
conformidade com todos os termos definidos nesse compromisso (Carta de Crédito).
A carta de crédito pode ser emitida para pagamento à vista ou a prazo. Como se
constitui em garantia bancária, acarreta custos adicionais para o importador, que paga
taxas e comissões para abertura de crédito, além de contra garantias exigidas pelo banco
emissor. Na negociação de crédito deve-se observar o conceito e porte do banco
emissor. Existem muitos bancos pequenos e regionais. Os bancos mais tradicionais e de
grande patrimônio são considerados de primeira linha. A carta de crédito pode sofrer
emendas desde que aceitas por todas as partes envolvidas a saber: banco emissor, banco
confirmador, tomador de crédito (importador) e beneficiário (exportador). A CCI definiu
normas para emissão e uso de cartas de crédito divulgadas na Publicação 500,
denominadas “Regras e usos Uniformes para Créditos Documentários”. Essas regras são
aceitas em todo mundo.
Legislação Básica:
Desta forma, o leasing é um contrato semelhante a uma locação, mas que caracteriza-se
fundamentalmente por oferecer ao arrendatário, ao termo final do contrato, a tríplice
opção acima exposta, conjuntamente com vantagens tributárias, usufruíveis ao longo do
contrato, pelas quais o arrendatário pode contabilizar os custos do arrendamento
mercantil como despesas operacionais. Em síntese, é um contrato que permite o
financiamento a médio e longo prazo de bens móveis e imóveis, sem que o arrendatário
tenha que se descapitalizar.
Contratos de Câmbio
No Brasil não é permitido o livre curso da moeda estrangeira, isto é, as pessoas
físicas ou jurídicas só podem comprar ou vender moedas estrangeiras nos
estabelecimentos legalmente autorizados pelo Banco Central do Brasil (Bacen).
comercial, no caso de ainda não estar disponível a DI. O contravalor em moeda nacional
deve ser levado a débito de conta titulada pelo comprador ou pago com cheque de sua
emissão, nominativo ao agente autorizado vendedor, cruzado e não endossável.
verifica quando contenha ele algum "elemento de estraneidade", que pode ser o
domicílio das partes, o local da execução de seu objeto ou outro equivalente.
O direito das partes de escolher a lei aplicável, num contrato internacional, além
de ser aceito quase que universalmente pelas legislações, é também reconhecido pelos
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tribunais arbitrais. A escolha de lei aplicável pelas partes, pode ser expressa ou
implícita.
No que diz respeito às pessoas físicas, tem nossa doutrina pátria distinguido
entre capacidade de fato e de direito, muito embora o art. 7º da LICC (2) não o faça. No
entanto, é o exame da capacidade das pessoas jurídicas o que mais interessa nos
contratos internacionais.
temos Irineu Strenger (5), que é de opinião de que a soberania da autonomia da vontade
na escolha da lei aplicável, sobrepõe- se mesmo à lei do local de constituição.
Procura-se, hoje, no mais das vezes, identificar as normas do direito com o qual
o contrato mantenha os vínculos mais estreitos, para que as partes possam consagrá-lo.
A liberdade de escolha da lei aplicável, faz parte de grande número de tratados que
compõe o cenário das relações internacionais.
É preciso atentarmos também, para a questão da ordem pública, visto que a lei
que, segundo o elemento de conexão deverá ser a aplicável, não poderá em hipótese
alguma, ofender a ordem pública internacional, caso em que a lei estrangeira aplicável
será afastada.
Com efeito, o contrato, qualquer que seja ele, não deixa de ser um ato jurídico,
que deverá, assim, exteriorizar-se através de uma forma determinada, já que a forma,
nada mais é do que o modo pelo qual a manifestação de vontade se exibe nas relações
sociais e se destina a garantir a legalidade do conteúdo. A lei aplicável é que deverá
determinar se a falha formal acarretará ou não a nulidade do contrato.
contida no contrato de forma expressa, e outra entende, ainda, que apenas nas
hipóteses descritas no instrumento contratual poderia esta ser argüida.
se lê que "o credor, além do seu domicílio real, poderá designar outro, onde possa
também ser citado".
As cláusulas de eleição de foro são muito úteis, desde que bem escolhidas, o que
implica o estudo das normas conflituais e das leis por elas indicadas.
Cláusulas Arbitrais:
Informações bibliográficas:
1. INTRODUÇÃO
Os contratos que regulam a importação e exportação de bens são instrumentos
complexos: incluem, em um só documento, acordos sobre as condições de venda,
transporte, seguro e meios de pagamento (que muitas vezes envolvem serviços
financeiros), além de estabelecer a divisão dos ônus por serviços portuários e custos
alfandegários, sem esquecer de eventuais obrigações adicionais, tais como a preparação
de documentos e licenças governamentais.
Apesar disso, é comum para micro e pequenas empresas, e até para alguns
empreendimentos de porte médio, realizarem negócios de compra e venda internacional
sem a proteção de um contrato escrito. Dado o grande número de sub operações que
estão envolvidas na importação ou exportação, e às dificuldades inerentes ao comércio
exterior (distância, desconhecimento das leis do outro país, incerteza quanto à entrega
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dos bens), essa prática torna-se altamente desaconselhável. O risco da operação, que
poderia ser controlável, torna-se imenso ao admitir-se que a transferência internacional
de mercadorias dependa unicamente da memória e boa-fé das partes envolvidas.
Artigo 2
(a) de bens comprados para uso pessoal, familiar ou doméstico, a não ser que o
vendedor, a qualquer tempo antes ou no ato da conclusão do contrato, não soubesse nem
pudesse saber que os bens foram adquiridos para estes usos;
(f) de eletricidade.
Artigo 3
A oferta comercial é a base do contrato de venda. Ela deve ser firme, clara e sem
qualquer ambigüidade. (...) Ela é considerada como uma estimativa na qual se
descrevem os termos gerais da venda.
É importante salientar que os termos gerais de negócio aos quais o autor se refere
nada mais são do que cláusulas comerciais padronizadas, que em última instância irão
fazer parte do contrato internacional.
1) Cláusula geral:
Está cláusula deverá estabelecer que todos os contratos de compra e venda a
serem celebrados estarão sujeitos às condições de venda do vendedor.
Esta cláusula, contudo, deve ser utilizada com parcimônia, pois pode contrastar
com outras cláusulas que também regulem a transferência de propriedade dos bens, tais
como a definição de Incoterms (ver abaixo), ou mesmo com a legislação do país de
destino dos bens.
Para evitar a incerteza, é recomendável que as partes escolham desde logo qual
Lei regerá o contrato. Não se deve confundir, nesse caso, Lei e foro. Dependendo do
caso, os litígios advindos de um contrato podem ser julgados em um país, segundo
a lei de outro. Da mesma forma, no caso de adoção da arbitragem, os litígios podem ser
julgados de acordo com leis diferentes das dos países envolvidos. Por exemplo: Um
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contrato entre um importador Brasileiro e um exportador Belga, que pode ser julgado
segundo o Direito Comercial dos Estados Unidos.
7) Cláusula de arbitragem.
A arbitragem é uma forma de solução de conflitos que busca compor os interesses
das partes sem necessidade de acesso à justiça estatal, exceto na fase de execução da
decisão.
Grande parte dos países tem leis próprias regulando a arbitragem, e aceitam as
decisões arbitrais como verdadeiras sentenças judiciais, executáveis e irrecorríveis.
Ao se adotar uma cláusula arbitral, é importante criar uma cláusula "Cheia". Isto
é, uma cláusula que indique, antecipadamente, qual órgão presidirá a arbitragem, qual
será a lei aplicável, quantos árbitros comporão o painel, onde ocorrerá a arbitragem, e
quais serão as regras procedimentais adotadas.
Caso a cláusula arbitral seja "Vazia", ou seja, não indique o número de árbitros, a
instituição arbitral e tão pouco a lei aplicável, corre-se o risco de ter de recorrer à justiça
estatal para definir estas lacunas, antes mesmo de iniciar a arbitragem.
Por fim, é importante notar que o Incoterm acaba por determinar também a forma
de transporte das mercadorias, já que existem termos específicos para cada modalidade
de transporte. (A lista completa pode ser encontrada no site da Câmara Internacional de
Comércio: www.iccwbo.org)
9) Forma de Pagamento
A forma de pagamento deve estar claramente disposta no contrato. Em geral, os
meios mais utilizados são a transferência bancária direta (T/T remittance ou Bank
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Em termos práticos, isso significa que um contrato pode ser declarado não
cumprido caso o comprador deixe de tomar posse das mercadorias no prazo acordado,
ainda que o preço esteja pago, e as mercadorias já no país de destino. Da mesma forma,
bens perfeitamente dentro das especificações podem ser rejeitados pelo comprador, se
entregues com um dia de atraso.
Algumas outras cláusulas típicas dos contratos internacionais são indicadas por
José Maria Rossani Carcez, em sua obra "Contratos Internacionais Comerciais". São
elas:
14) Confidencialidade
Geralmente adotada através de cláusulas padronizadas, os acordos de
confidencialidade visam a proteger as partes da publicação de informações técnicas,
administrativas ou mercadológicas que sejam de seu interesse, e que venha a ser
transmitidas à outra parte durante o decurso da relação contratual.
fazer. (...) além disso, esta cláusula desempenha papel que está longe de ser simples,
pois pode ser associada, paradoxalmente, a um mecanismo de recompensa à diligencia
do empresário, ou ainda, ao inverso, desde que seja legalmente possível, responder a
preocupação de limitação da responsabilidade.
Tais previsões são muito importantes caso se queira assegurar uma maior rigidez
nas comunicações, já que, segundo a CISG, comunicações por e-mail são, por definição,
plenamente aceitáveis para gerar obrigações entre as partes.
4. CONCLUSÃO
A lista apresentada na verdade representa pouco mais que os termos básicos de
um contrato internacional. Os contratos reais devem sempre ser permeados pelas
características do caso. Não se deve esquecer que existem infindáveis outros arranjos
contratuais que podem vir a integrar um acordo internacional, a fim de espelhar a
riqueza de alternativas criadas pela realidade dinâmica do comércio internacional, e que
a melhor solução será sempre a que se adequar às circunstâncias e desejos das partes no
caso concreto.
Informações bibliográficas:
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física ou jurídica), mas sim ao Estado, único ente capaz de conferir a proteção
diplomática (que é ato discricionário fundamentado no Direito interno do concedente),
inclusive independentemente de pedido do interessado (de ofício).
Sobre o tema “proteção diplomática”, apesar de alheio ao objeto deste ponto, mostra-se
relevante a transcrição da síntese extraída do material didático do curso FMB –
Intensivo Federal 2010, apenas para uma melhor compreensão da cláusula supracitada:
JULGADOS
cláusula arbitral, já vigorava a Lei de Arbitragem, ainda que o contrato tenha sido
celebrado em data anterior à sua vigência, pois, as normas processuais têm aplicação
imediata". Ademais, "pelo Protocolo de Genebra de 1923, subscrito pelo Brasil, a
eleição de compromisso ou cláusula arbitral imprime às partes contratantes a obrigação
de submeter eventuais conflitos à arbitragem, ficando afastada a solução judicial. Nos
contratos internacionais, devem prevalecer os princípios gerais de direito internacional
em detrimento da normatização específica de cada país, o que justifica a análise da
cláusula arbitral sob a ótica do Protocolo de Genebra de 1923". (...) (RESP
200700500908, ARNALDO ESTEVES LIMA, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE
DATA:20/10/2010.)
exceções da regra que disciplina a competência do Juizado Especial Federal (art. 3º, § 1º,
I, da Lei nº 10.259/01).
2. De acordo com o art. 109, III, da Constituição da República, "as causas fundadas em
tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional" são da
competência da Justiça Federal.
3. É competente a Justiça Federal Comum para a análise da ação ordinária que busca a
revalidação e registro de diploma estrangeiro, com base em Convenção e Acordo
Internacionais, como se deduz do exame conjunto dos arts. 3º da Lei nº 10.259/01 e 109,
da CF.
4. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 3ª Vara da Seção
Judiciária do Estado do Maranhão, ora suscitado. (CC 104102 / MA
2009/0047402-8, STJ, 2009)
3)
SENTENÇA ESTRANGEIRA. JUÍZO ARBITRAL. CONTRATO INTERNACIONAL
FIRMADO COM CLÁUSULA ARBITRAL. CONTRATO INADIMPLIDO. LEI
9.307/96 (LEI DE ARBITRAGEM), ARTS. 38, III E 39, PARÁGRAFO ÚNICO.
SENTENÇA HOMOLOGADA.
1. Contrato internacional de fornecimento de algodão firmado entre agricultor brasileiro
e empresa francesa, com cláusula arbitral expressa. Procedimento arbitral instaurado
ante o inadimplemento do contrato pela parte brasileira.
2. Nos termos do art. 39, parágrafo único, da Lei de Arbitragem, é descabida a alegação,
in casu, de necessidade de citação por meio de carta rogatória ou de ausência de citação,
ante a comprovação de que o requerido foi comunicado acerca do início do
procedimento de arbitragem, bem como dos atos ali realizados, tanto por meio das
empresas de serviços de courier, como também via correio eletrônico e fax.
3. O requerido não se desincumbiu do ônus constante no art. 38, III, da mesma lei, qual
seja, a comprovação de que não fora notificado do procedimento de arbitragem ou que
tenha sido violado o princípio do contraditório, impossibilitando sua ampla defesa.
4. Doutrina e precedentes da Corte Especial.
5. Sentença arbitral homologada. (SEC 3660 / GB 08/0218282-4, STJ, Corte Especial,
2009)
Comentários: O ponto central deste julgado diz respeito à aceitação plena por parte do
STJ das sentenças arbitrais celebradas em países estrangeiros. Vê-se que o caso
envolvia uma empresa francesa e um agricultor brasileiro. Conforme jurisprudência
pacificada na corte Superior não há necessidade da expedição de carta rogatória para
citação de pessoa domiciliada no Brasil para fins de cumprimento do disposto na
sentença arbitral prolatada no exterior.
Saliento que ante da previsão expressa de que o litígio seria submetido a um juízo
arbitral situado na Inglaterra, descabe a aplicação do disposto no art. 9º, da LICC.
- A título exclusivamente de debate, trago à baila os contornos traçados pelo art. 9º da
LICC.
Dispõe o art. 9º em epígrafe: “Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á
a lei do país em que se constituírem.”
Analisemos a hipótese do contrato ter sido firmado no Brasil e não existisse a
fixação de que o possível litígio seria submetido a um árbitro no estrangeiro:
- caberia a justiça brasileira a competência direta para julgamento da lide em todos os
seus contornos, inclusive com análise dos elementos extrínsecos e intrínsecos do
contrato celebrado. Do ponto de vista processual haveria competência da justiça
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brasileira para conhecer do tema, com fulcro no art. 88, I, do CPC. Nesta hipótese,
teríamos a competência da Justiça Estadual, eis que não haveria cumprimento de
convenção ou tratado firmado pelo Brasil a atrair a competência da Justiça Federal, mas
relação exclusivamente privada.
Comentários: Para fins tributários não interessa o contexto previsto no art. 9º da LICC.
5)
PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. AÇÃO
PROPOSTA NO ESTRANGEIRO PARA CONVERTER EM DIVÓRCIO A
SEPARAÇÃO JUDICIAL CONSENSUAL OCORRIDA NO BRASIL. CITAÇÃO DA
REQUERIDA NÃO-COMPROVADA. INDEFERIMENTO DA HOMOLOGAÇÃO.
1. A competência do juízo decorre, geralmente, do domicílio das partes ou de sua
submissão ao foro eleito. No caso dos autos, além de o requerente e a requerida serem
domiciliados no Brasil, a exceção declinatória do foro, por ela oferecida, indica sua
negativa de submissão à jurisdição concorrente. 2. Para homologação de sentença
estrangeira proferida em processo judicial proposto contra pessoa residente no Brasil, é
imprescindível que tenha havido a sua regular citação por meio de carta rogatória ou se
verifique legalmente a ocorrência de revelia.
3."Ainda que a citação assim tivesse sido procedida, viciada estaria a competência do
juízo alienígeno pela expressa recusa da pessoa citanda de se submeter àquela jurisdição,
nos termos da jurisprudência uniforme da Corte". Precedentes do STF.
4. A competência para conversão da separação judicial é exclusiva do juiz brasileiro,
conforme inteligência do art. 7º da LICC, segundo o qual a lei do país em que for
domiciliada a pessoa determina as regras sobre os direitos de família. (STJ, 2009)