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emprego
Governo do Estado de São Paulo
Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Ciência e Tecnologia
Pr o g ra m a d e
Qualificação
C G onteúdos erais
Profissional
C a d e r n o d o
Trabalhador
Vo l u m e
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência e Tecnologia
ÍNDICE
Comunicar é preciso 9
Fazendo contas 55
ABC da informática 101
P964
Programa de qualificação profissional / Conteúdos gerais
São Paulo : Fundação Padre Anchieta, 2010.
(Caderno do trabalhador, v. 3)
(vários autores, il.)
Programa de qualificação profissional da Secretaria do
Emprego e Relação do Trabalho-SERT
ISBN 978-85-61143-41-1
1. Trabalho – treinamento. 2. Trabalho – comunicação
3. Informática – noções básicas I. Título. II. Série.
Geraldo Alckmin
Governador
Rodrigo Garcia
Secretário
Caro(a) trabalhador(a),
O tema deste módulo é comunicação. Veremos as várias formas de nos comunicarmos
no trabalho e na vida pessoal, assim como compreender um texto, redigir um bilhete
ou uma carta etc.
Nós nos comunicamos todos os dias, não é mesmo? E fazemos isso de modo tão na-
tural que, muitas vezes, nem nos perguntamos se estamos utilizando a melhor forma
de comunicação ou, ainda, se podemos falar ou escrever de determinada maneira em
qualquer situação. Você já pensou nisso? Tenha pensado ou não, é importante saber
como melhorar a escrita e a forma de falar.
Este módulo de comunicação é muito útil para todos e muito importante para quem
procura trabalho ou emprego.
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Comunicar é preciso
Viu como nos comunicamos o tempo todo? Por gestos, movimentos, olhares, caretas,
desenhos, pela fala, pela escrita… Para cada situação há uma linguagem que facilita a
comunicação entre as pessoas.
É por meio da linguagem que expressamos pensamentos, saberes, ideias, dúvidas,
situações vividas, emoções etc.
Sempre que queremos nos comunicar devemos pensar e selecionar a linguagem mais
adequada para que os outros entendam o que pretendemos dizer.
Imagine a seguinte situação: você está dirigindo e vê um carro andando com a porta
aberta. O que você faz? Buzina para chamar a atenção do motorista e gesticula com a
mão para mostrar a ele que a porta está aberta, certo? Para agradecer, o motorista faz
outro gesto, levantando a mão, por exemplo.
Dona ludis,
nu m vo u tr ab ai á po rq ue vou tê de vortá nu dotor
Amanham
Joao por cauza da dor nas costas. Depois
levo
atestado.
Heleno
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1 Forme um grupo com mais dois colegas. Vocês vão discutir as questões a seguir.
a) Heleno fez bem ao avisar que faltaria ao trabalho?
Quando temos algo a dizer, devemos pensar em qual é a melhor forma de nos co-
municar, se por escrito, por telefone ou pessoalmente. Sendo possível, parece mais
adequado um funcionário avisar o chefe pessoalmente de que vai precisar faltar ao
trabalho. Isso mostra responsabilidade e permite que o chefe se organize, evitando
prejudicar o serviço.
2 Agora, sozinho, pense: você escreveria o bilhete de outra forma? Como? Escreva‑o
de seu jeito, em seu caderno.
Ao decidirmos escrever em vez de conversar, conforme fez Heleno, temos de ficar
atentos à escrita correta das palavras. Hoje há cada vez mais textos para ler e também
precisamos escrever muito mais. Uma mensagem escrita corretamente ajuda o leitor
a compreender com mais facilidade o que queremos dizer, além de demonstrar nossos
conhecimentos sobre a linguagem escrita.
Quando escrevemos, é muito importante, ainda, que a nossa letra seja legível a fim de
que outras pessoas consigam entendê‑la. Isso também facilita a leitura.
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Comunicar é preciso
Em uma conversa com amigos ou familiares, ficamos à vontade para, por exemplo,
usar gírias. Quando precisamos falar com alguém que conhecemos pouco ou fazer
uma apresentação a um grupo de pessoas no trabalho, na escola, numa associação do
bairro, devemos ficar atentos à nossa forma de falar.
1 Pense na seguinte situação: quando você está em casa e o telefone toca, como cos-
tuma atendê‑lo? Escreva abaixo.
2 Agora, imagine que você trabalha num escritório de engenharia chamado Enge-
peq. Escreva qual você acha que seria o jeito mais adequado de atender ao telefone.
Leia suas respostas em voz alta para os colegas, comparando‑as com as deles.
Esse exercício mostra que a forma como atendemos ao telefone também pode variar
de acordo com a situação em que nos encontramos. Geralmente, no local de trabalho,
devemos falar ao telefone de maneira mais formal e cortês do que quando estamos em
casa. O ideal é usar expressões como:
• por favor;
• bom dia ou boa tarde;
• obrigado (quando é um homem que fala) ou obrigada (quando é uma
mulher que fala);
• pois não.
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Comparando a linguagem que falamos com a que escrevemos, imagine que alguém
ligou para seu trabalho querendo falar com o gerente. Você avisa que ele não está no
momento e pergunta à pessoa se ela quer deixar algum recado. Ela responde:
— Ah, quero, sim. Aqui é o Mário. Diga para o Anselmo que a reunião de hoje à
tarde foi remarcada para amanhã, às 8 horas. Peça para ele me ligar dizendo se poderá
ir ou não.
Converse com seu professor sobre a melhor maneira possível de você escrever esse
recado.
3 Responda no caderno: que informações não poderiam faltar no recado?
4 Registre, também no caderno, como você deixaria o recado para o gerente Ansel-
mo. No trabalho precisamos, muitas vezes, escrever recados de ligações telefônicas
ou mesmo de um departamento para outro. É importante organizarmos bem os
recados escritos. Lembre‑se: use letra legível – para que as outras pessoas não te-
nham dificuldade de ler; seja claro nas informações que você quer passar (isto é,
na organização da mensagem); anote a data, o horário da ligação, quem ligou e
qual foi o recado. Se você não for entregá‑lo pessoalmente, anote seu nome para o
destinatário saber quem o escreveu.
andré sarmento
O bilhete
Usamos o bilhete quando queremos registrar mensagens curtas e para assuntos que
não sejam sigilosos (isto é, aqueles que todos podem conhecer). O bilhete deve trazer o
assunto principal de maneira clara e direta. Se o tema for confidencial ou mais longo, é
melhor esperarmos a pessoa para falar diretamente com ela ou deixarmos a mensagem
em um envelope fechado.
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Comunicar é preciso
Jarbas Oliveira/Folhapress
É importante conhecer o que é e como se escreve poesia
porque, podemos dizer, ela é um tipo de escrita viva, re-
digida sem utilidade prática, além de emocionar o leitor.
Em geral, os poemas são escritos em versos (linhas do poe
ma), que formam estrofes (blocos de versos) e, geralmen-
te, apresentam rima.
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Comunicar é preciso
Quem escreve leis precisa antecipar as dúvidas que possam aparecer, explicando tudo
em detalhes. Esses textos usam uma linguagem que não estamos acostumados a ouvir
ou a ler. Além disso, é comum que eles citem leis anteriores, o que ajuda a complicar
um pouquinho mais o entendimento. Uma lei é organizada em artigos, parágrafos,
incisos e alíneas, e é essa forma de escrever que a diferencia de outros textos. Quando
precisamos entender um texto legal, podemos procurar a ajuda de um advogado ou
de um sindicato, por exemplo. As leis são muito importantes, pois tratam de nossos
direitos como cidadãos.
1 O que você achou da leitura que acabou de fazer? Foi fácil ou difícil? Discuta com
seus colegas de classe e escreva sua opinião no caderno.
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2 Releia o artigo 1o, localize as informações principais e compare‑o com o texto se-
guinte, reescrito com outras palavras.
Artigo 1o – Os empregados domésticos terão direito ao FGTS a partir de 20 de
março de 2000. Basta que seu empregador preencha o requerimento.
3 Agora é sua vez! Leia os artigos 2o e 3o, encontre as principais informações e, no
caderno, reescreva‑os com suas palavras.
A ordem alfabética
Viu como é mais fácil localizar palavras quando elas estão em ordem alfabética? Vamos
aprofundar um pouco esse conhecimento.
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Comunicar é preciso
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andré sarmento
O dicionário é um grande aliado para quem pretende se
comunicar bem, seja falando, seja escrevendo. Muitas
pessoas dizem, popularmente, que o dicionário é “o pai
dos burros”. Mas pense bem: consultamos um dicio-
nário quando pretendemos escrever adequadamente
e compreender melhor o significado das palavras; isso
é coisa de pessoas inteligentes, que querem aprender
sempre mais, concorda?
No dicionário encontramos os vários sentidos que um
mesmo vocábulo pode ter. Ele está organizado em or-
dem alfabética a fim de facilitar a localização das pala-
vras que procuramos.
Facultar:
Confere:
Irretratável:
Penalidade:
Benefício:
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Comunicar é preciso
Cuidado!
Não basta procurar no dicionário o que cada palavra quer dizer.
Por quê? Porque uma mesma palavra pode ter mais de um significado
e, portanto, precisamos buscar o sentido da palavra no texto do qual
foi extraída. Quer ver? “Corte a manga.”
Essa frase bem simples pode ser uma orientação para uma costureira
ou fazer parte de uma receita de sobremesa.
“Muitas janelas estão abertas.”
Seria uma observação de alguém que está usando um computador ou
de quem está com frio dentro de casa?
Atividade 7 – As gírias
1 Você tem o hábito de usar gírias? Escreva nas linhas abaixo as que você conhece ou
costuma usar.
2 Discuta com o professor e os colegas de classe como e quando você costuma falar gírias.
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Ditos populares
A pre
ssa é inimiga da perfeição
arão que d
Rir Cam o rm va
éom eao l e
elhor remédio C omer e nda
coça r é só c
omeçar
Água mole em pedra dura tanto b
ate até que fura
Manda
quem pode zo
, obedece quem tem juí
Algumas expressões que costumamos usar e ouvir têm origens interessantes que vale
a pena conhecer. Você já ouviu dizer: sem eira nem beira?
Há duas versões para o surgimento dessa expressão. Uma delas é que a palavra eira dá
nome a um terreno cimentado ou de chão batido onde, antigamente, os lavradores co-
locavam os grãos de cereais (trigo, por exemplo) para secar. Já a palavra beira refere‑se
à beirada, ao cantinho da eira. Quando uma eira não tinha beira, o vento levava os
grãos e tudo se perdia.
A outra explicação é que o telhado dos casarões antigos das pessoas ricas tinha três
partes: a eira, a beira e a tribeira. As casas mais pobres apresentavam telhados simples,
apenas com a tribeira, ficando, assim, sem eira nem beira.
Seja qual for a origem, essa expressão passou a significar “sem recursos, na miséria”.
Então, a frase “João não tem eira nem beira” quer dizer que João não tem dinheiro
suficiente para sobreviver.
Muitas vezes usamos essas combinações de palavras sem analisar seu sentido e aca-
bamos ofendendo as pessoas. Quando dizemos, por exemplo, “Pau que nasce torto
morre torto” ou “Filho de peixe peixinho é”, pensamos sobre o que exatamente esses
ditados populares querem dizer?
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Comunicar é preciso
Você já deve ter percebido que a língua portuguesa se apresenta de variadas formas,
com muitos sotaques e estilos diferentes. Quem vive no meio rural não fala igual ao
habitante da cidade. Paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos, paraenses, baianos, ama-
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zonenses, todos possuem seu jeito próprio de falar. Devemos respeitar essas diferen-
ças, lembrando que elas são vários retratos de nosso país e que nenhuma é melhor ou
mais correta que as demais.
Mas, em qualquer lugar do Brasil, quando vamos à escola ou começamos a trabalhar,
tomamos contato com outra linguagem: a linguagem formal, ou culta. Ela foi esco-
lhida como modelo nos ambientes de trabalho e nos meios de comunicação (rádio,
jornais, televisão), por exemplo. Assim, aprender a linguagem formal é ampliar seus
saberes sobre os modos de comunicação oral ou escrita.
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Comunicar é preciso
Como empregar a linguagem culta? Vamos tomar como exemplos as palavras seje e
esteje. Você já ouviu falar em conjugação de verbos? Um mesmo verbo pode ser usado
de várias formas, chamadas tempos verbais (“Eu ando”, “Você come salada?”).
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Que eu seja
Que tu sejas
Que ele seja
Que nós sejamos
Que vós sejais
Que eles sejam
Exemplo:
• Para que eu seja marceneiro, preciso aprender me-
lhor o sistema métrico.
O mesmo acontece com o verbo estar.
Que eu esteja
Que tu estejas
Que ele esteja
Que nós estejamos
Que vós estejais
Que eles estejam
Exemplo:
• Para que eu esteja no trabalho às 8h00, preciso sair
de casa às 6h30.
E o que você acha da frase “Ele pediu para mim fazer
um recibo”? O correto é: “para eu fazer”. Veja outro
exemplo:
Curiosidade
Você sabia que certa vez • Tem alguma coisa para eu comer?
um radialista fez confu‑
são e trocou a palavra
Perceba como a frase anterior é diferente da seguinte:
granizo (chuva de pedri‑ • Falta para mim ter um emprego.
nhas de gelo) pela palavra
granito (pedra usada em Não seria estranho falar: “Falta para eu ter um emprego”?
pisos e pias de cozinha)?
Ele disse:
Mesmo quando usamos a linguagem formal, será que
“Uma chuva de granito podemos escrever de mais de um jeito? Veja os dois
atingiu a cidade”. exemplos abaixo:
Já pensou se chovesse
pedras de granito?
• Nesta empresa tem 138 funcionários.
• Nesta empresa há 138 funcionários.
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Comunicar é preciso
2 Converse com três colegas sobre qual dessas frases seria mais adequada para o dire-
tor de uma empresa usar durante uma entrevista ao jornal local.
3 Copie abaixo a frase que vocês consideraram mais adequada. Depois, discuta sua
escolha com o professor.
Dependendo da situação, os verbos ter (tem) e haver (há) querem dizer a mesma
coisa. Nesses casos, podemos utilizar um ou outro. Mas o verbo haver torna a comu-
nicação mais formal. As duas formas do exemplo estão corretas; é só uma questão de
analisar o que fica melhor em cada situação ou contexto.
Estrangeirismo
Existem muitas variações na língua falada e escrita. Com o passar do tempo, a lingua-
gem também se transforma.
Você já ouviu falar em estrangeirismo? É o uso de palavras ou expressões de outra
língua, de outro idioma, que passamos a usar como se fossem da língua portuguesa.
Confira o exemplo a seguir.
Se falamos: “Me dá um hot dog, moço!”, tanto o vendedor como qualquer outra pessoa
que estiver passando entenderá o pedido.
E isso não acontece apenas com expressões “importadas” do inglês. Usamos palavras
francesas, italianas…
Veja só: jiu-jítsu (japonês), abajur (do francês abat‑jour), pizza (italiano).
Algumas dessas palavras já fazem parte do nosso dicionário. Outras entraram em nos-
so vocabulário há pouco tempo e ainda não fazem parte do nosso dicionário.
No entanto, o uso exagerado de palavras estrangeiras acaba desvalorizando a língua
portuguesa.
Na letra de seu Samba do approach, Zeca Baleiro faz uma brincadeira com o uso exage-
rado de certos termos estrangeiros. Leia abaixo um trecho da letra da canção.
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Interpretação de texto
Vamos ler agora um texto sobre o encontro da verdade
com a mentira. Ele tem tudo a ver com o falar, ou seja, a
oralidade, tema central desta unidade.
A verdade e a mentira
A verdade marcou um encontro com a mentira. A verda-
de chegou na hora, pontual e certa. A mentira chegou
atrasada, e se justificou: “Minhas pernas são curtas e
bambas. Mas não conte a ninguém”. A verdade nada
disse. Apenas sorriu.
A mentira prosseguiu: “O que você quer de mim? Eu sou
bonita, você é feia, eu sou jovem, você é velha, eu sou
extrovertida, você é tímida, eu sou agradável, você é de-
sagradável, eu sou, enfim, aquilo que as pessoas querem.
Posso ser qualquer coisa, estar em qualquer lugar, posso
fazer tudo o que quero e, francamente, não vejo o porquê
de estar aqui, nesse momento, perdendo meu tempo com
alguém que não é bem‑aceita em todos os lugares. O que
você quer de mim, afinal?”, disse a mentira com a voz
ligeiramente esganiçada.
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Comunicar é preciso
A verdade, com voz límpida e cristalina, respondeu apenas: “Quero lhe dizer que,
apesar de sua beleza e formosura, eles querem a mim. As pessoas buscam a mim, mesmo
quando encontram você”. Na hora de ir embora, sempre apressada, a mentira botou o
casaco da verdade e saiu correndo. A verdade, para não passar frio, botou a roupa da
mentira. E todo mundo achou que a verdade era a mentira e a mentira era a verdade.
Mas foi só por um tempo: logo um vento soprou revelando as pernas curtas e bambas da
mentira disfarçada.
Diléa Frate, Histórias para acordar, São Paulo, Companhia das Letrinhas, 1996.
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Mentira Verdade
3 Por que você acha que, ao se atrasar para o encontro com a verdade, a mentira falou
que tem pernas curtas? Você já ouviu essa expressão? Explique no caderno o que
ela quer dizer.
4 A mentira afirma: “Posso estar em qualquer lugar”. Diariamente vemos televisão, ou-
vimos rádio, lemos notícias no jornal. Você acredita que tudo o que é dito ou escrito
nesses meios de comunicação seja verdade? Por quê? Escreva sua opinião no caderno.
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Comunicar é preciso
A defesa de ideias
Você já deve ter assistido a um debate pela televisão ou mesmo ouvido algum pelo
rádio, certo? Em geral, nesses programas, duas ou mais pessoas discutem determinado
assunto, umas a favor, outras contra, e cada um dos participantes tem a oportunidade
de apresentar seu ponto de vista e defendê‑lo.
Atividade 6 – Ideias…
1 Forme um grupo com mais três colegas e debata com eles o tema escolhido por
seu professor. Lembrem‑se das regras de uma boa conversa: quando alguém estiver
falando, os outros precisam escutar com atenção. Todos devem ter a chance de
opinar. Vamos lá!
2 Escreva o tema proposto para a discussão em equipe.
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Comunicar é preciso
reprodução
Página de uma edição medieval da obra Manuscrito hebreu encontrado no Iraque no século XI.
Elementos, de Euclides, que data do ano 888.
Essa versão em grego foi escrita à mão.
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rejunte para piso e 6 sacos de cimento. Então, Dona Maria pediu para ele tomar nota
desses materiais. Veja como ficou a lista que Seu José escreveu:
6 caixas de piso
3 metros de areia
10 sacos de cimento
1 pacote de rejunte para piso
Dona Maria é uma senhora muito atenta e logo percebeu que Seu José havia feito
alguma confusão. Então, foi conferir a lista com ele. Já pensou que prejuízo ela teria
se não fizesse isso?
Portanto, em situações como essa, é preciso ter muita atenção e conferir o que está
escrito.
Faça, agora, os exercícios a seguir.
1 Seu amigo pediu que você o ajudasse a preencher um cheque para pagar os remé-
dios que comprou na Farmácia Boa Saúde. A compra totalizou R$ 75,12. Preencha
o cheque para seu amigo. E não se esqueça de conferir!
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Comunicar é preciso
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________ )
referente a______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
Nome _ __________________________________________________________
Assinatura________________________________________________________
Pontuação
A pontuação tem papel importante na escrita, pois ela ajuda a dar sentido ao
texto. Uma mesma frase pontuada de diferentes maneiras pode ganhar diferen-
tes sentidos.
Antigamente não existia pontuação, pois todo texto era lido para outras pessoas pelo
próprio autor, que sabia o sentido que queria dar ao que havia escrito. Mas, com o
passar do tempo, foi necessário criar os sinais de pontuação para que todos os leitores
compreendessem o sentido que o autor quis dar a cada texto.
Por muito tempo ensinou‑se que a vírgula é usada para uma pausa breve, na respira-
ção, e o ponto final, para uma pausa longa. Ainda que isso aconteça quando estamos
lendo, essas não são as funções da vírgula e do ponto final. Se fosse assim, já pensou
como seria o texto de uma pessoa que tem dificuldade para respirar?
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Mensagem escrita
Quando deixamos uma mensagem escrita para alguém, precisamos pontuá‑la ade-
quadamente. Caso contrário, corremos o risco de não sermos compreendidos. Quer
ver um exemplo de como isso pode ocorrer?
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2 Agora compare a forma como você pontuou o texto com a de dois colegas. Todos
pontuaram do mesmo modo?
O texto que você acabou de pontuar foi extraído da crônica Chuveiro, escrita por
Mário Prata. Veja como ele decidiu usar a pontuação:
Já estão clonando gente. As vacas ficaram loucas, já mando e‑mail com imagem e som.
Tudo evolui no mundo. Menos o chuveiro. Não o chuveiro em si, mas a regulagem da
temperatura. Não existirá ninguém no mundo preocupado com isso?
Mário Prata, Minhas tudo, Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.
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Comunicar é preciso
2 Fazer palavras cruzadas é um passatempo bem interessante que nos ajuda a man-
ter a memória ativa e a treinar a ortografia. Que tal começar a praticar agora
mesmo? Lembre‑se: use sempre letras de forma e escreva apenas uma letra em
cada quadradinho!
Verbo saber
na 1a pessoa
do singular do
presente
Curiosidade
Você sabia que escritores e jornalistas não escrevem seus textos de
uma só vez? Eles escrevem, leem, revisam e escrevem de novo de
outro jeito até considerarem que o texto ficou bom. Quando o livro
ou a notícia estão prontos, passam ainda pelos revisores, pessoas
responsáveis pela correção ortográfica e gramatical. Está vendo?
Devemos aprender com eles a revisar nossos escritos antes de
enviá‑los a alguém.
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Unidade 4 Ampliação
dos horizontes
A vida moderna nos oferece várias possibilidades
de comunicação rápida com pessoas do mundo
todo. Podemos contatá‑las com eficiência e rapidez
por e‑mail, fax, telefone, internet, videoconferência…
Mesmo com todos esses meios eletrônicos, as formas
mais tradicionais de correspondência, como cartas,
bilhetes e requerimentos, ainda são bastante usadas.
kphoto
istoc
andré sarmento
Você já reparou que as cartas comerciais (de bancos, por exemplo), oficiais (de órgãos
públicos) e de cobrança usam linguagem formal? Geralmente, as instituições que as
enviam têm modelos prontos e mudam apenas os dados das pessoas que vão rece-
bê‑las, pois as mensagens são as mesmas. No trabalho, muitas vezes temos também de
escrever cartas utilizando modelos com linguagem formal.
O tipo de linguagem usada numa carta depende da situação. Veja.
• Linguagem informal – para as cartas pessoais, que são aquelas que escrevemos
para parentes, namorada(o) e amigos.
• Linguagem formal – para as cartas que escrevemos a autoridades, pessoas des-
conhecidas e empresas. Veja o exemplo a seguir.
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Comunicar é preciso
Atividade 1 – Carta de
solicitação de emprego
1 Forme dupla com um colega de classe. Vocês vão imaginar a seguinte situação:
um amigo pediu ajuda para escrever uma carta solicitando emprego numa em-
presa. Ele mostrou para vocês outra carta como modelo. Leiam esse texto antes de
ajudá‑lo a fazer o dele.
Empresa Ramos e Silva
A/C Sra. Rosana de Almeida
Departamento de Recursos Humanos A/C é a abreviatura
de “aos cuidados de”.
Prezados Senhores,
Dirijo‑me a V.S.ªs com o intuito de preencher a vaga
de Assistente Administrativo existente nesta empresa.
Esclareço‑lhes que me encontro preparado para exer-
cer essa função, tendo em vista que já concluí o cur-
so profissionalizante de Assistente Administrativo.
Aproveito para anexar meu currículo, no qual poderão
ser constatados meu preparo, minhas aptidões e expe-
riências profissionais anteriores.
Agradeço a atenção.
Gervásio da Silva e Lima
2 Ajudem seu amigo a escrever a carta utilizando as seguintes informações:
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Na carta que serviu de modelo, foi usada a abreviatura V.S.ªs. Você sabe o que ela sig-
nifica? Significa Vossas Senhorias, que é um pronome de tratamento, ou seja, a forma
cerimoniosa que usamos no trato com pessoas.
Dependendo a quem nos dirigimos, devemos utilizar um ou outro pronome de tra-
tamento. Veja.
Pronomes de
Usamos para Abreviatura
tratamento
Vossa Alteza Príncipes, princesas, duques, duquesas V. A.
Vossa Eminência Cardeais V. Em.ª
Altas autoridades do governo e do
Vossa Excelência V. Ex.ª
exército
Vossa Magnificência Reitores de universidade V. Mag.ª
Vossa Majestade Reis, rainhas, imperadores, imperatrizes V. M.
Vossa Santidade Papa V. S.
Vossa Senhoria Tratamento cerimonioso V. S.ª
Senhor Tratamento formal Sr.
Senhora Tratamento formal Sra.
Você Tratamento familiar ou informal –
3 Agora, anote o pronome de tratamento que você usaria ao escrever para as pessoas
listadas abaixo.
Para o papa:
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Comunicar é preciso
Carta de reclamação
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Atividade 3 – As siglas
Em algumas situações, como a abertura de um crediário, por exemplo, somos recebi-
dos da seguinte maneira:
— Bom dia! O senhor trouxe RG, CPF, o comprovante de endereço e o número
do INSS?
1 Leia as nomenclaturas a seguir, que são bastante utilizadas, e, com a ajuda do pro-
fessor, escreva a sigla correspondente a cada uma delas. Aproveite também para
analisar com seus colegas o significado de cada nomenclatura.
Nomenclatura Sigla
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Cadastro da Pessoa Física
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
Confederação Brasileira de Futebol
Distrito Federal
Federação Brasileira de Bancos
Força Aérea Brasileira
Imposto de Renda
Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Instituto de Pesos e Medidas
Produto Interno Bruto
Programa de Integração Social
Registro Geral
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Comunicar é preciso
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Program a d e Q u a l i f i c a ç ã o P r o f i s s i o n a l • V i a R á p i d a E m p r e g o • C o n t e ú d o s G e r a i s
Atividade 5 – Os classificados
Para publicar um classificado, alguns jornais cobram uma taxa por número de li-
nhas. É por isso que, em geral, esses anúncios trazem textos curtos e, muitas vezes,
abreviaturas.
1 Pesquise em jornais alguns classificados de emprego ou de venda de automóveis.
2 Agora, use o espaço abaixo para elaborar um classificado como se estivesse venden-
do uma bicicleta.
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Comunicar é preciso
Chegamos ao fim do módulo que trata da comunicação, mas em todas as outras partes
deste livro a leitura e a escrita estão presentes. Ao exercitá‑las você terá a oportunidade
de continuar a refletir, comparar, analisar, estudar… A leitura é uma fonte inesgotá-
vel de saberes que ajudam a nos tornar pessoas cada vez melhores! Para encerrar este
módulo vamos ler um texto de Campos de Queirós…
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