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SAÚDE
AUXILIAR DE LABORATÓRIO
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92p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-356-5
CDD 540
SUMÁRIO
1.4 CROMATOGRAFIAS...................................................................................................................
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................................
1 CONHECIMENTOS QUÍMICOS PARA USO EM LABORATÓRIO
Dessa forma, o público a quem o curso se dirige se resume a todos aqueles que
tenham interesse em atuar na rotina de um laboratório, sobretudo como auxiliar, e também
àqueles que tenham interesse em aprender mais sobre a rotina em um laboratório. Nesse
módulo serão focados os conhecimentos de natureza relacionada à área Química, necessários
para uma boa atuação em laboratório. Para um adequado acompanhamento do curso,
principalmente neste módulo sobre conhecimentos relacionados à área Química, espera-se que
o leitor disponha de conhecimentos prévios básicos sobre cálculos químicos, pois os mesmos
serão aqui retomados apenas com o intuito de relacioná-los à prática em um laboratório, já que
não dispomos de tempo e espaço para abordá-los de forma ampla, tomando os ensinamentos
dos cálculos desde o início.
12
Dependendo da aplicação ou uso do material, alguns itens do laboratório também
devem passar por processo de esterilização. Assim, após o término do uso dos itens, o auxiliar
de laboratório deve lavá-los muito bem e levá-los à autoclave (equipamento utilizado para
esterilizar itens por meio do calor úmido sob pressão), a 120º por 20 minutos.
n(nmoles ) soluto
Molaridade mol/L Química
V ( L) solução
N eq. g ( soluto )
Normalidade eq./L Química
V ( L) solução
n (nmoles )componente
Fração Molar X Física/química
n º total(moles )componentes
O preparo de uma solução exige atenção a alguns passos, quais sejam: o cálculo da
quantidade de soluto a ser utilizada, a medição desse soluto, a sua diluição no meio solvente e
homogeneização, seguida de armazenagem.
Para a etapa dos cálculos, nos focaremos naquilo que é mais relevante. O cálculo da
molaridade (grandeza mais frequentemente utilizada para definir a concentração) das soluções é
definido como:
M = __m(g)___ 14
PM x V (L)
O cálculo mais comumente empregado para nos orientar na diluição de uma solução é
o que relaciona a molaridade e o volume das duas soluções (da solução concentrada e da
solução na concentração que queremos obter). Assim segue:
M1 x V1 = M2 x V2
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1.3 TITULAÇÕES
1
Água que passa por processo de purificação específico, visando à remoção dos íons presentes na
mesma. É considerada água com elevado grau de pureza, daí sua preferencial utilização em rotina
laboratorial (seu uso dificulta ou inviabiliza a contaminação dos experimentos).
as análises volumétricas apresentam diversos sinônimos, como titulação, volumetria, titrimetria e
titulometria.
Conceitua-se como titulação ou titulometria o procedimento analítico por meio do qual
uma quantidade desconhecida de uma dada substância passa a ser conhecida por uma reação
produzida entre essa substância e outro reagente conhecido e padronizado. No que se refere a
esta reação, temos dois conceitos importantes: o de titulante e o de titulado. O titulado é a 16
substância, composto ou solução cuja concentração quer-se determinar, enquanto o titulante é o
reagente ou solução cuja concentração é sabida.
Contudo, em outras titulações, que não envolvam um ácido e uma base, podem
também ocorrer reações de complexação, precipitação e oxidação-redução.
Para facilitar o nosso estudo, vamos nos focar no estudo das titulações, ácido-base,
mais comumente empregadas na rotina de trabalho do auxiliar de laboratório.
1.4 CROMATOGRAFIAS
O termo cromatografia foi utilizado pela primeira vez em 1906 por um botânico russo
no momento em que descrevia suas experiências com extratos de folhas, nas quais objetivava a
separação de componentes. Nessas experiências, o extrato das folhas foi adicionado a uma
coluna de vidro preenchida com carbonato de cálcio e, então, adicionado éter de petróleo que
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deveria percorrer a coluna e, assim, separar os componentes do extrato de folhas em faixas
coloridas. Possivelmente, esse seja o motivo pelo qual a técnica foi batizada de cromatografia, já
que chrom equivale à cor e graphie significa escrita (NELSON & COX, 2006).
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Reservatório
Fase móvel
(amostra)
Fase
estacionária
Proteínas
Efluente
Grupos funcionais
carregados
negativamente
Proteína (amostra)
é adicionada à
coluna
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Polímero
poroso
Proteína (amostra) é
adicionada à coluna.
Moléculas de
proteína separadas
por tamanho (as
maiores passam
mais livremente).
Proteína de interesse
Ligante
25
Mistura
de
proteínas
A mistura é adicionada à
coluna que contém
ligante específico para a
proteína de interesse.
Outras proteínas A proteína de
(que não a de interesse é
interesse) são eluída pela
eluídas da solução do
coluna. ligante.
1.5 ESPECTROFOTOMETRIA
A espectrofotometria se baseia nas propriedades de absorção e/ou emissão de
radiação eletromagnética pelas moléculas, quando seus elétrons se movimentam entre
diferentes níveis energéticos. Os estudos sobre essa técnica se iniciaram no século XVII, com o
início dos estudos sobre a luz, e culminaram com a invenção do espectroscópio em 1859.
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A radiação que incide em uma solução pode sofrer reflexão, refração, espalhamento ou
ser absorvida pela solução. Dessa forma, somente uma parcela da radiação incidente será
transmitida pela solução. A absorção da radiação ocorre quando a energia que é transportada
por ela é igual à diferença entre dois níveis de energia das moléculas presentes em solução.
Assim, a energia da radiação é transferida para as moléculas e ocorre a sua absorção pelas
mesmas. Isto nos permite inferir que os comprimentos de onda que certa substância absorve são
típicos e estão associados à sua estrutura molecular.
O espectrofotômetro é o instrumento que nos permite medir a quantidade de luz que foi
absorvida por uma solução, após termos submetido-a a um feixe de luz monocromática. De
forma geral, o espectrofotômetro se constitui em: uma fonte de radiação, que pode ser uma
lâmpada incandescente, a amostra e um detector. É na fonte de radiação que deve haver um
modo de controle e seleção do comprimento de onda que deve incidir na amostra, o que é feito
por meio de filtros ou monocromatizadores (prismas ou grades de difração). O prisma separa
esse feixe de luz monocromática em seus diferentes comprimentos de onda (como ocorre em
um arco-íris, por exemplo, em que se tem a separação da luz branca em seus diferentes
comprimentos de onda – coloridos) e nos permite saber a quantidade de luz absorvida pela
solução correspondente a cada comprimento de onda (Universidade dos Açores, 2012). 28
Fonte de
radiação
Prisma
Cubeta com
amostra
Detector
Computador
As letras representam: (a) fonte de luz, (c) prisma, (e) compartimento de amostras com cubeta
contendo solução, (f) célula fotelétrica, (g) amplificador.
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A luz emitida passa pelas cubetas; as medições são feitas seguindo a ordem 31
branco-amostras;
Essa intensidade de luz que atravessou as amostras é medida, nos permitindo
saber os valores de absorbância.
Contudo, para realizar a quantificação espectrofotométrica de uma substância em
solução é preciso antes construir a chamada, curva padrão, que nos permite descobrir a
constante de proporcionalidade de absorção do método colorimétrico. Assim, para construir tal
curva, prepara-se uma série de soluções com um composto de concentração conhecida, como a
albumina, por exemplo. Utilizamos o método colorimétrico elegido e realizamos a medição das
absorbâncias em um dado comprimento de onda.
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2 CONHECIMENTOS BIOLÓGICOS PARA USO EM LABORATÓRIO
35
36
A B C
Quando se objetiva obtiver o soro sanguíneo (A), o plasma sanguíneo (B) e, no caso de sangue
total (C), que não sofreu centrifugação.
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A experimentação animal teve início com os antigos gregos e romanos, mas somente
nos séculos XVIII e XIX progrediu, a partir de uma prática relativamente incomum até o
embasamento científico. Hipócrates traçava relações entre os órgãos humanos doentes e os de
animais. Pitágoras já acreditava que a amabilidade com todas as criaturas de origem não
humana era nosso dever. Galeno realizou vivisecções2 com propósitos experimentais,
observando variáveis em função de alterações provocadas nos animais. Admite-se que a
primeira pesquisa científica que utilizou animais de maneira sistemática ocorreu em 1638, tendo
sido realizada por William Harvey. A publicação, por Charles Darwin, do livro “A Origem das
Espécies” em 1859 estabeleceu os vínculos entre as diferentes espécies animais, o que
2
Método de experimentação animal caracterizado como o ato de dissecar um animal vivo, objetivando
a visualização de estruturas internas com propósitos de estudo e pesquisa.
possibilitou a extrapolação dos resultados obtidos em pesquisas com animais para os seres
humanos (POLITI, et al., 2008).
Esse fisiologista em 1860 fez uso do cão de estimação de sua filha em uma aula.
Assim, sua esposa fundou a primeira associação de defesa de animais de laboratório. Os
processos de crítica ao uso de animais fizeram surgir, então, práticas menos exploradoras dos
animais com fins de pesquisa. Em 1959, o zoologista William Russell e o microbiologista Rex
Burch publicaram um livro no qual estabeleciam os três Rs das pesquisas com animais: replace
(substituir), reduce (reduzir) e refine (refinar). Essa pode, então, ser considerada uma das
primeiras tentativas de sensibilização dos procedimentos de experimentação animal (POLITI, et
al., 2008).
40
No final dos anos 1990, o Brasil ingressou de forma definitiva no campo das pesquisas
e do desenvolvimento científico, que invariavelmente dependem do uso de animais de
laboratório. Mas, esse processo de inserção do Brasil nesse campo requer ainda sua atenção
com as questões de biossegurança, definidas como sendo o conjunto das ações voltadas para a
prevenção ou eliminação dos riscos à saúde do homem, dos animais e do ambiente associados
a essas atividades.
42
A contenção física depende do corpo do animal. Em roedores, por exemplo, ela é
frequentemente realizada por meio da base da cauda, que é utilizada para suspender o animal,
retirando-o das caixas, por exemplo. Após isso, apoia-se o animal em uma superfície,
preferencialmente, onde o mesmo possa se agarrar, como a própria tampa da gaiola ou caixa.
Em animais de pequeno porte, como camundongos, é frequente se utilizar da pegada da pele da
região posterior (dorso) cervical, puxando-a com os dedos, indicador e polegar, e da fixação da
cauda com os demais dedos e a palma da mão. No caso de animais maiores, como os ratos,
prende-se o mesmo com a mão na região dorsal da caixa torácica e segurando sua cabeça com
os dedos, indicador e polegar (PAIVA et al., 2005).
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Em relação à eutanásia (forma de abreviação da vida de um ser vivo, sem dor ou
sofrimento), essa se torna uma opção em razão do término do experimento, com o intuito de
obter material biológico (tecidos) para pesquisa, quando o animal está sob estresse, dor ou
sofrimento excessivos, quando os animais não estão mais aptos à reprodução e quando passam
a apresentar características que não são mais desejáveis ao biotério. Mais especificamente em
relação ao procedimento da eutanásia, devem ser observados certos critérios para a
manutenção do bem-estar animal durante a sua realização, como:
Uma cultura celular pode ser dita primária, secundária (ou diploide) e contínua, em
razão da fonte de células que a compõe. Assim, em uma cultura primária as células iniciais
foram obtidas a partir dos próprios tecidos de um dado organismo. Já a cultura secundária é
obtida por meio da remoção de células de uma cultura primária. Em uma linhagem contínua,
têm-se células que escaparam do controle exercido no ciclo celular e não sofrem senescência,
isto é, com o tempo não perderão sua capacidade proliferativa, como seria esperado em célula
em condições normais (PINTO et al., 2012).
TABELA 6: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS LINHAGENS CELULARES PRIMÁRIAS,
SECUNDÁRIAS E CONTÍNUAS
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amostra
gradiente de
sacarose
Componente de baixa
densidade
Componente de alta
densidade
Proteínas (necessárias em
Aminoácidos Vitaminas Sais Outros componentes meios sem soro,
quimicamente definidos)
Vermelho de fenol
Histidina Nicotinamida NaHCO3
(indicador de pH)
Lisina Tiamina
Metionina Riboflavina
Fenilalanina
Treonina
Triptofano
Tirosina
Valina
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FONTE: PERAZZOLO, 2012.
Câmara de fluxo laminar: local onde devem ser manipulados os meios de cultivo
e as células (feitos os repiques), evitando contaminação.
Estufa de CO2: apresenta as condições ideais para o crescimento celular.
Centrífuga: para separação das populações celulares (descrito acima).
Microscópio invertido: para visualização do crescimento celular ainda no cultivo.
Na figura abaixo, tem-se um esquema resumido de como estabelecer uma cultura
celular, chamando a atenção para os repiques que são realizados. Isto é, quando a cultura
celular cresce muito no meio, é preciso dividi-la entre outros meios para que continuem a se
desenvolver, uma vez que o contato entre as células pode induzir uma inibição do crescimento.
FIGURA 16: ESQUEMA ILUSTRATIVO DO ESTABELECIMENTO DE CULTIVO CELULAR,
COM REPIQUES
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Tanto o DNA, como o RNA, quanto às proteínas são instrumentos importantes nas
análises de biologia molecular. Atualmente, há diversas técnicas de biologia molecular utilizadas
em uma ampla gama de propósitos de pesquisa, como em Genética de Populações, estudos
sobre Evolução ou Filogenia, mapeamento e expressão gênica. Assim, daremos início ao estudo
tratando da reação em cadeia da polimerase (PCR). A tecnologia de PCR, que causou uma
verdadeira revolução nos estudos na área Biológica, foi concebida por Kary Mullis na década de
1980 e vem sendo utilizada tanto em pesquisas que objetivam o entendimento de processos
biológicos, como no melhoramento genético. Esta técnica envolve a síntese enzimática in vitro
de milhões de cópias de um fragmento de DNA.
FIGURA 17: ESQUEMA COM RESUMO DAS PRINCIPAIS ETAPAS DA REAÇÃO EM CADEIA
DA POLIMERASE (PCR)
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No caso das proteínas, estas podem ser separadas e caracterizadas por eletroforese,
outra importante técnica de Biologia Molecular que se baseia na migração de proteínas
carregadas por meio de um campo elétrico. Esse procedimento, normalmente, não é utilizado
para purificar proteínas em grande quantidade, porque alternativas mais simples estão
disponíveis para a consecução desse objetivo. Além disso, o método eletroforético,
frequentemente, altera a estrutura terciária das proteínas e, com isso, modifica também suas
funções. Assim, a principal utilidade da eletroforese na rotina laboratorial é como método
analítico. Sua vantagem é que as proteínas podem ser visualizadas e separadas, permitindo ao
auxiliar de laboratório estimar rapidamente o número de proteínas diferentes em uma mistura ou
o grau de pureza de uma determinada proteína em particular. A eletroforese também permite a
determinação de propriedades das proteínas, como seu ponto isoelétrico e seu peso molecular
aproximado.
Amostra
Poço
Direção da
migração
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FIGURA 19: GEL DA ELETROFORESE DE DUAS AMOSTRAS (A E C) CORRIDAS COM O
MARCADOR DE PESO MOLECULAR KALEIDOSCOPE
Duas proteínas não relacionadas que apresentam massas similares são diferenciadas
por suas cargas elétricas, já que suas sequências e, portanto, o número de resíduos ácidos e
básicos será diferente. Dessa forma, na eletroforese bidimensional, as proteínas serão
separadas, sequencialmente, por sua massa e sua carga.
60
Corrente
elétrica
62
FIGURA 22: IMAGEM DE UM MICROCHIP DE DNA, EM QUE AS DIFERENTES CORES
REPRESENTAM CDNAS DE DIFERENTES POPULAÇÕES CELULARES OU DE CÉLULAS EM
DIFERENTES ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO
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2.5 MICROSCOPIA
O microscópio ótico, o tipo mais simples e mais utilizado na rotina laboratorial possui o
poder de individualizar dois pontos que se encontrem a 0,2 μm (200 nm) de distância. Assim,
não importa quantas vezes à imagem aumentada, o microscópio ótico nunca será capaz de
individualizar dois pontos que estejam a menos de 0,2 μm entre si ou revelar detalhes menores
que essa dimensão (LODISH, et al., 2005).
67
FIGURA 26: IMAGEM DE UM MELANÓCITO OBTIDA EM MICROSCOPIA DE
FLUORESCÊNCIA (A MELANINA SE ENCONTRA INDICADA NA COR VERDE)
Pelo fato do número de elétrons secundários produzidos por uma dada área da
amostra, depender do ângulo de incidência do feixe de elétrons na superfície da amostra, as
imagens obtidas por meio de microscopia eletrônica de varredura apresentam uma aparência
tridimensional. O poder de resolução da microscopia eletrônica de varredura é, contudo, bem
inferior ao poder de resolução da microscopia eletrônica de transmissão (ALBERTS et al., 2008).
FIGURA 28: IMAGEM DE UM CONJUNTO DE CÉLULAS CULTIVADAS (EM L, INDICA-SE O
PRIMÓRDIO DE UM LÚMEN ORGANIZADO PELAS CÉLULAS)
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71
As BPLs podem ser divididas em dois grupos principais: as que se referem aos
cuidados pessoais daqueles que atuam em ambientes de laboratório e as que dizem respeito ao
próprio ambiente do laboratório.
Utilizar sempre avental ou jaleco de algodão grosso, pois esse tecido tende a
queimar mais lentamente e reagir pouco com determinadas substâncias químicas, o que diminui
o risco de lesões na pele do trabalhador. Devem possuir mangas compridas e comprimento até o
joelho, além de serem utilizados sempre fechados. Lembrando que, esses itens devem ser
despidos assim que o profissional deixar este ambiente, evitando, assim o transporte para outras
áreas de material particulado contaminado ou não presente nesta vestimenta;
Utilizar sempre calças compridas e sapatos fechados produzidos com material
não poroso e resistente, evitando danos ao trabalhador em caso de: derramamento ou respingo
de substâncias tóxicas, ácidas, básicas ou corrosivas; acidentes com materiais perfurocortantes
ou materiais biológicos contaminados;
Manter os cabelos sempre presos, evitando a contaminação das substâncias
que estamos manipulando com as células e a sujeira neles presentes. Dependendo da atividade
a ser realizada, como o manuseio de medicamentos a serem aplicados em pacientes, por
exemplo, é ainda obrigatório, além de manter os cabelos presos, utilizar o gorro;
Lavar as mãos constantemente com sabão neutro antes e após todo e qualquer
procedimento;
Utilizar protetores faciais e/ou oculares (óculos se segurança) sempre que
houver necessidade de manuseio ou armazenamento de substâncias químicas, principalmente
as voláteis;
Utilizar respiradores (máscaras) em casos especiais, como em operações de
limpeza de almoxarifados de produtos químicos, onde não seja possível a utilização de sistemas
exaustores de ar e no local em que ainda não tiverem sido adotadas medidas de proteção 75
coletiva contra os vapores nocivos;
Manter as unhas sempre aparadas, de preferência sem esmalte, no caso de
trabalhadores que atuam em laboratórios clínicos;
Evitar o uso de itens de maquiagem na pele, assim como o uso de esmaltes nas
unhas, já que a maquiagem pode contribuir para o aumento da quantidade de material
particulado no ambiente, além de facilitar a aderência de alguns agentes à pele, causando
irritação;
Evitar o uso de adereços, como joias e relógios, pois esses atuam como
depósitos de material particulado e micro-organismos;
Manter a vacinação em dia e complementá-la com outras vacinas não previstas
no calendário básico de vacinação, principalmente no caso de profissionais que atuem em
laboratórios dentro de hospitais, por exemplo, já que nesses ambientes é frequente a presença
de agentes biológicos multirresistentes;
Evitar o consumo de comida e bebida no ambiente de laboratório, pois o
derramamento de líquidos ou partículas sólidas atua na atração de insetos ou outros animais
para o ambiente do laboratório, além de o próprio alimento poder se contaminar com material
particulado presente no ambiente. Dessa forma, para evitar a contaminação do alimento,
também não devemos compartilhar freezers, geladeiras ou micro-ondas utilizados nos
experimentos com os alimentos;
Evitar o fumo, já que esse não é adequado a nenhum tipo de ambiente fechado;
Manter local adequado para a guarda de objetos pessoais, casacos e bolsas,
evitando levá-los ao ambiente do laboratório;
Manter portas fechadas e restringir o acesso de pessoas ao recinto do
laboratório, uma vez que o número de pessoas e o nível de movimentação das mesmas
aumenta consideravelmente a quantidade de material particulado no ambiente do laboratório;
Manter a atenção durante todo o tempo em que estiver no ambiente do
laboratório, já que distrações contribuem para a ocorrência de acidentes;
Utilizar luvas para a realização de todo e qualquer procedimento que envolva
substâncias químicas ou qualquer outro tipo de agente, inclusive os biológicos, bem como
durante os processos de higienização do ambiente e dos utensílios ali utilizados. Quanto ao uso
das luvas, a escolha pelo tipo mais adequado de luva a ser utilizado irá depender da atividade a 76
ser realizada e do tipo de agente e/ou substância manipulado. A esse respeito, tem-se abaixo
um quadro-resumo quanto às recomendações de uso dos principais tipos de luva utilizados em
ambientes de laboratório (ZOCHIO, 2009).
Borracha Recomendada para cetonas e ésteres. Não recomendada para os demais tipos
butílica de solventes.
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Como visto acima, quando tratamos das boas práticas de laboratório, algumas
recomendações preveem o uso de determinados equipamentos, os quais podem classificar
como sendo de uso individual ou coletivo. Esses equipamentos de proteção individual (EPIs) ou
de proteção coletiva (EPCs) servem à proteção do trabalhador contra ameaças à sua saúde e
segurança presentes no ambiente de trabalho. Na figura abaixo, podemos observar alguns
exemplos de EPIs, como: protetor auricular; óculos de proteção; luvas; protetor facial; calçado
fechado (botas); respirador ou máscara.
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3.2 BIOSSEGURANÇA
O termo biossegurança se refere ao conjunto de ações e práticas que objetivam a
prevenção, minimização e eliminação dos riscos para a saúde humana e dos animais e a
proteção ao meio ambiente.
Frascos de reagentes podem ser utilizados para descarte, mas somente para o
acondicionamento da mesma substância e não de substância diversa da que inicialmente
continha. Os resíduos do grupo C devem ser mantidos em recipientes indicativos de natureza
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radioativa até o completo decaimento de sua ação ionizante. Após isso, tais resíduos também
poderão passar a ser classificados como pertencentes ao grupo D (resíduos domiciliares).
Alguns resíduos pertencentes ao grupo D podem ser destinados à reciclagem. Para facilitação
desse processo, o ideal é já manter recipientes individuais para sua coleta seletiva. Nesse caso,
pode ser utilizado o código de cores para identificação dos recipientes: papel (azul), metal
(amarelo), vidro (verde), plástico (vermelho) e resíduos orgânicos (marrom). Os resíduos
classificados no grupo E devem ser descartados imediatamente após o uso em recipientes
rígidos, com identificação específica (inscrição de perfurocortante).
Cada cor associa-se a um tipo específico de resíduo, porém, nem todos os resíduos
pertencentes à determinada classe podem ser reciclados.
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REFERÊNCIAS
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&London, pp. 195-262. 85
86
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91