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AULA 2 - COMUNICAÇÃO CRISTÃ - EXPRESSÃO CORPORAL

“Linguagem corporal e não-verbal” Segredos da comunicação eficiente

Profª. Rosângela Adell

A linguagem corporal corresponde a todos os movimentos gestuais e de postura que


fazem com que a comunicação seja mais efetiva. A gesticulação foi a primeira forma de
comunicação. Com o aparecimento da palavra falada os gestos foram tornando-se
secundários, contudo eles constituem o complemento da expressão e auxiliam na comunicação
verbal, devendo ser coerentes com o conteúdo da mensagem.
A expressão corporal é fortemente ligada ao psicológico, pois os traços
comportamentais são secundários e auxiliares.
Uma pesquisa da UCLA (Universidade da Califórnia) descobriu que para o sucesso, ou
fracasso, de uma comunicação, as palavras (isto é, o que falamos) contribuem com 7%, o tom
de voz contribui com 38% (entonação, volume, timbre) e a expressão facial/corporal contribui
com 55% (gestos, posturas, contato visual).

A comunicação é dividida em três elementos: Postura Corporal ou linguagem não


verbal, Tom de voz e Palavras utilizadas.
A postura ou linguagem corporal detém 55% de influencia em nossa comunicação, isso
quer dizer que, para termos um forte poder de persuasão devemos trabalhar nossa linguagem
corporal através da técnica de postura.
Para aumentarmos ainda mais o nosso poder de persuasão e brilharmos em nossas
apresentações devemos utilizar a técnica de ritmo e utilizar os 38 % de influencia através do
nosso tom de voz. Um orador influente deve passar emoção e segurança através das palavras,
e faz isso dando ritmo a sua apresentação.
Apesar de deter somente 7% de influencia sobre a comunicação o vocabulário deve
sempre acompanhar o nível de sua plateia e os objetivos de sua apresentação, nunca
subestime o uso das palavras.

O conhecimento de sinais corporais nos ajuda a aprimorar a comunicação


interpessoal – tanto na emissão como na recepção de mensagens. Ela tem grande impacto na
forma como nos comunicamos e pode refletir pensamentos e sentimentos não pronunciados
verbalmente – além de sentimentos e desejos inconscientes.
Você e todas as pessoas ao seu redor transmitem continuamente mensagens não
verbais por meio de comportamentos involuntários ou deliberados. Isto significa que você
possui uma fonte constante de informações a seu respeito e a respeito dos outros. Se for
capaz de observar e interpretar parte desses sinais, você terá maior chance de saber o que os
outros sentem e pensam, além de ter a chance de conhecer-se melhor.
Há momentos em que as palavras dizem uma coisa, mas a linguagem corporal diz outra
bem diferente. Como na loja em que a vendedora olha distraidamente para as unhas enquanto
pergunta se pode lhe ser útil – seu desinteresse é mais do que claro apesar das palavras
educadas.

Quando há uma postura de preponderância do tórax, estamos diante de pessoas


vaidosas, seguras de si e que detém de algum poder; Quando somente a cabeça se ergue,
estamos diante de alguém insociável, autossuficiente, que mantém o controle de si.
O tórax em posição inversa, encolhida, indica que estamos diante de pessoas tímidas,
submissas, retraídas; Com a cabeça baixa seu corpo diz: “estou diante de grandes desilusões,
sou tímido em relação a este ambiente ou sinto-me frágil mentalmente/moralmente”.
Essas ilustrações e as demais, refletem, na maioria das vezes, apenas o momento e isto
não quer dizer que faça parte da personalidade da pessoa.
Há dois fatores importantes para a compreensão da linguagem corporal:
1. Fatores externos ou socioculturais. A linguagem corporal sofre influências culturais e
sociais. Por exemplo, pessoas de países diferentes provavelmente irão interpretar gestos e
sinais de forma diferente, já que estes ganham significado dentro de um determinado contexto
cultural e social. Homens e mulheres usam a linguagem corporal de forma adequada ao seu
papel social.
2. Fatores psicológicos e hábitos. A expressão corporal é fortemente ligada ao estado
psicológico do indivíduo e reflete sentimentos e interesses pessoais – de forma consciente ou
inconsciente. Além disso, alguns gestos estão relacionados a hábitos pessoais.

Como você abre seu presente diz muito sobre você


A autora de livros sobre comportamento humano Elayne Kahn resolveu analisar nossa
linguagem corporal quando ganhamos presentes de outras pessoas. Com o resultado em
mãos, ela montou uma tabela que relaciona o ato a características de nossa personalidade,
depois de entrevistar os voluntários que participaram da pesquisa. Veja se você se encaixa em
um dos perfis:
Se você chacoalha o presente e tenta adivinhar o que tem dentro – é dramático e
precisa ser o centro das atenções. É também um grande contador de histórias.
Se você abre o cartão primeiro – é pensativo e sensível. Não tem atitudes compulsivas –
como gastar os tubos no cartão de crédito quando sai às compras. E liga para o que as
pessoas pensam sobre você.
Colocam-se seus presentes em volta para que todos vejam – adora entreter os outros, é
animado e divertido. Divide as coisas com mais facilidade.
Abrem-se os presentes quando está só – também chora só, não divide opiniões ou
sentimentos com os outros. Pode se sentir isolado pelos pares, mesmo não sendo.
Espera-se para abrir seus presentes por último – é inseguro e preocupado. Pode se
passar por egoísta, mas é pura timidez.

Corpo e postura
A orientação do corpo reflete o grau em que nos aproximamos ou afastamos de uma
pessoa. Por exemplo, virar-se diretamente para alguém sinaliza seu interesse na pessoa,
enquanto ficar de lado sinaliza um desejo de evitar o envolvimento ou de manter a conversa.
A postura também pode ser bastante reveladora; percebemos isso analisando algumas
expressões coloquiais que ligam os estados emocionais a posturas do corpo, como:
Você vai ficar de braços cruzados?
Pare de carregar o mundo sobre os ombros!
Mantenha a cabeça erguida!
Encare o medo de frente.
Fique de olhos bem abertos.
Ela estava de queixo caído.
A secretária empurrava o trabalho com a barriga.
Que nariz empinado!
O homem babava por aquela mulher.
Não seja tão cara-de-pau.
Estudiosos afirmam que mantemos uma postura relaxada quando nos sentimos à
vontade e não ameaçados, mas nossa postura se torna mais tensa quando sentimos algum
tipo de ameaça. Por exemplo, pessoas que estão em posição hierárquica superior tendem a se
mostrar mais relaxadas do que pessoas em posição hierárquica inferior.

Gestos
Alguns gestos transmitem mensagens intencionais, como um polegar erguido em
aprovação a uma ideia. Mas há casos em que os gestos são inconscientes. Alguns indicam
desconhecimento (dar de ombros); vaidade (ajeitar os cabelos, olhar-se no espelho, ajeitar as
roupas); apertar ou manipular frequentemente alguma parte do corpo (desconforto). Mas
muitos gestos são ambíguos e podem assumir diferentes significados.
A ausência de gestos também pode significar algo, como tristeza, desinteresse,
desânimo ou tédio.
A língua de sinais ou língua gestual se refere ao uso de gestos e sinais em vez de sons
na comunicação. É muito utilizada como forma de entendimento entre pessoas surdas, mudas
e com problemas auditivos. Mas é usada também para a comunicação nos esportes e em
algumas atividades profissionais. A língua de sinais é tão natural e tão complexa quanto as
línguas orais, dispondo de recursos expressivos suficientes para permitir aos seus usuários
expressar-se sobre qualquer assunto, em qualquer situação, domínio do conhecimento e
esfera de atividade.
Não se sabe quando as línguas de sinais foram criadas, mas sua origem remonta
possivelmente à mesma época ou a épocas anteriores àquelas em que foram sendo
desenvolvidas as línguas orais. Especialistas consideram esta possibilidade devido ao fato de
que o bebê humano desenvolve a coordenação motora dos membros antes de falar.

Rosto e olhos
O rosto e os olhos são as partes mais notadas do nosso corpo, mas a interpretação das
expressões faciais e dos movimentos dos olhos é uma tarefa muito complicada. Segundo Adler
e Towne (2002), emoções diferentes aparecem mais claramente em partes diferentes do rosto.
Por exemplo, felicidade e surpresa aparecem mais nos olhos e na parte inferior do rosto;
a raiva manifesta-se mais na parte inferior, nas sobrancelhas e na testa; o medo e a tristeza,
nos olhos; a repugnância, na parte inferior da face.
Pesquisas identificaram seis emoções básicas que as expressões faciais refletem:
surpresa, medo, raiva, repulsa, felicidade e tristeza – sentimentos que parecem estar presentes
em todas as culturas.
Geralmente, as pessoas são bastante hábeis no julgamento das expressões faciais
dessas emoções. Esta habilidade aumenta quando se conhece o alvo ou o contexto em que a
expressão ocorre. Segundos pesquisadores do assunto, uma pessoa é capaz de fazer e
reconhecer cerca de 250 mil expressões faciais por dia (PEASE; PEASE, 2005). Os olhos
podem enviar vários tipos de mensagens. Por exemplo, fitar alguém nos olhos é, em geral, um
sinal de envolvimento, mas desviar os olhos sinaliza, com frequência, o desejo de evitar o
contato.
Os olhos também comunicam dominação ou submissão. Por exemplo, baixar os olhos
significa que a pessoa cedeu. Em algumas ordens religiosas, por exemplo, os membros
subordinados devem manter os olhos baixos quando falam com um superior. As pupilas dos
olhos também comunicam. Pesquisadores descobriram que os olhos de uma pessoa se tornam
maiores na proporção do seu grau de interesse por um objeto.

Voz – 38%
A voz é um importante canal de comunicação não-verbal (38% da linguagem corporal).
A forma como uma mensagem é enunciada pode dar à mesma palavra ou palavras vários
significados. Veja no exemplo abaixo como a ênfase dada a uma palavra pode mudar o sentido
da frase (adaptado de ADLER; TOWNE, 2002):
Este é um fantástico filme de ação. (Não apenas qualquer filme, mas este em particular.)
Este é um fantástico filme de ação. (Este filme é superior, extraordinário.)
Este é um fantástico filme de ação. (O filme é ótimo como uma obra de ação; pode não
ser tão bom quanto um musical ou um filme artístico.)
Este é um fantástico filme de ação. (Não é um livro ou um CD; é um filme.)
O tom de voz, o ritmo, a altura, as pausas, entre outros aspectos da voz são importantes
para reforçar ou contradizer a mensagem que nossas palavras transmitem.
Porque as mulheres falam mais cedo que os homens?
As mulheres desenvolvem mais cedo o hemisfério esquerdo que é o responsável pela
linguagem do que os homens (que desenvolvem mais o direito). Isso explica também o fato dos
meninos terem mais inteligência espacial e os consultórios dos fonoaudiólogos serem cheios
de meninos.
Além disso quando a mulher fala com o homem em uma relação amorosa, isso ativa no
cérebro dela o sistema de recompensa, como se a recompensa dela fosse a sua atenção ou
até você mesmo. Portanto, quanto mais a mulher fala, mais interessada ela está em você.

O hemisfério esquerdo é responsável pelo comportamento lógico, detalhado,


cauteloso, organizado, enquanto que no hemisfério direito residem a criatividade, a intuição e
as habilidades artísticas. O ideal é que usemos os dois hemisférios de forma equilibrada,
integrada.
Há pesquisas que afirma que o hemisfério dominante em 98% dos humanos é o
hemisfério esquerdo, responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa.
Enquanto o hemisfério direito, é responsável pelo pensamento simbólico e criatividade, embora
pesquisas recentes estejam contradizendo isso, comprovando que existem partes do
hemisfério direito destinados a criatividade e vice-versa. Nos canhotos as funções estão
invertidas.
No hemisfério esquerdo localiza-se 2 áreas especializadas: a Área de Broca (B), o
córtex responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke (W), o córtex responsável
pela compreensão verbal. É esta área que nos permite compreender o que os outros dizem e
que nos faculta a possibilidade de organizarmos as palavras sintaticamente corretas.

Toque
O toque é uma das mais poderosas formas de comunicação não-verbal, mas precisa ser
usado com cuidado.
O ritual de toque mais comum através de culturas é o cumprimento de chegada e saída.
Dependendo do local ou país, isto pode incluir apertar mãos, abraçar, beijar, esfregar narizes
ou outra forma de toque. Se você pretende relacionar-se com pessoas de diferentes locais,
deve informar-se sobre os rituais de cumprimento, assim terá a chance de apresentar-se
melhor e evitar gafes e situações desagradáveis.
O toque é normalmente usado para demonstrar empatia, especialmente entre as
mulheres. Para mostrar empatia quando não se é muito chegado a outra pessoa, são usados
toques mais rápidos e distantes, nas costas, ombros ou no braço. Mesmo um pequeno toque
pode ser muito confortante e incentivador. Abraçar demoradamente ou tocar o braço por um
período mais longo são formas de toque apropriadas quando existe maior grau de intimidade
entre as pessoas.

Por que os homens não conseguem mentir para as mulheres?


As pesquisas sobre linguagem corporal revelam que, na comunicação frente a frente, os
sinais NÃO-verbais podem equivaler até 80% do impacto da mensagem. Como as mulheres
são melhores na sua percepção sensorial cortical, a mulher recebe e analisa as informações
rapidamente e sua integração eficiente dos hemisférios cerebrais permite integrar e decifrar
muito bem os sinais transmitidos.
Pesquisas comprovam que o estrogênio, hormônio feminino, contribui para o aumento
em 30% do corpo caloso, que é a área de conexão entre os dois hemisférios cerebrais e isso
permite processar melhor os dados. Como o homem têm menor capacidade de percepção e
integrar as aferências sensoriais e fazer conexões com entre diferentes regiões específicas, a
mulher aproveita-se disso e com isso consegue enganar facilmente. Até a própria pele da
mulher é mais fina e mais sensitiva, explicando a alta dependência do toque.
Aperto de mãos
O aperto de mãos é um ritual básico de cumprimento que pode conter muitos
significados. Para começar bem um relacionamento ou uma reunião, precisamos que este
toque transmita uma mensagem firme e positiva. Veja a seguir alguns erros que transformam
seu aperto de mãos em um cartão de visitas desagradável:
Apertar a mão do outro usando força exagerada.
Ter as mãos suadas e pegajosas.
Oferecer a mão com a palma para baixo com objetivo de “ficar por cima”, colocando o
interlocutor em posição de inferioridade.
Estender o dedo indicador e tocar o punho do interlocutor.
Usar apenas as pontas dos dedos.
Não tocar a palma da mão do interlocutor.
Manter o braço muito esticado.
“Puxar” a pessoa durante o aperto de mãos, desequilibrando-a.
Sacudir demasiadamente a mão do interlocutor.
Pesquisas indicam que um aperto de mãos pode ser muito mais eficaz quando é
acompanhado por um leve toque no cotovelo ou na mão da outra pessoa.

REFERENCIA - PEASE, Allan; PEASE, Bárbara. Desvendando os segredos da


linguagem corporal. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.

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