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a) evitar os anacronismos;
1
Cf. O´CALLAGHAN, J. M., Notas sobre 7Q tomadas en el "Rockefeller Museum" de Jerusalén. Bíblica,
1972. Roma. p. 517-536
aparece muitas vezes em seus textos como uma teoria e práxis radicalmente oposta ao
cristianismo, mas isto não exclui alguns pontos de contato em diversos níveis. Assim,
Qumrã deve ser considerado como um ponto seguro de comparação no conhecimento do
cristianismo originário.
1.3 O Judeu-cristianismo
2
Cf. DANIELOU,J. Les manuscrits de la Mer Morte et les origines du christianisme, Paris, 1957.
3
Cf. BAUR, F. C., Das Manischäische Religionssystem. Hildesheim – New York, 1835.
4
Cf. GRECH, P., Il messaggio biblico e la sua interpretazione. Saggi di ermeneutica, teologia ed esegesi.
Roma, 2005.
nascimento virginal. Consideram Jesus ora o novo Moisés e ora o novo Adão. Sua
autoridade provém do cumprimento definitivo que nele se deu da lei mosaica).
b) Vivem segundo a lei judaica (principalmente pregam a necessidade da
circuncisão).
c) São opositores radicais a Paulo. Para os ebionistas, Paulo é chamado Simão, em
referência a Simão, o Mago. Dizem que Paulo quis matar a Tiago, mas sem
sucesso; além de não ter tido nenhuma visão divina, mas diabólica.
Assim, partamos da prática religiosa imperial, que concebia a religião como parte
constitutiva do Império no seu culto aos deuses e imperadores, visto que o favor dos
deuses garantia a ordem pública da polis, a prosperidade de seus cidadãos e a continuidade
do Império; o que nos permite compreender que o conflito cheio de antagonismo será
inevitável tanto aos gentios quanto aos cristãos – haja vista nestes a impossibilidade de
adorar e prestar culto a qualquer divindade diversa, negando a participação no culto
devido ao seu caráter imoral, trazendo assim a desconfiança da sociedade sobre si.
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Cabe explicar que os termos “pagão-paganismo”, no sentido em que compreendemos, partem de
uma concepção pejorativa que os cristãos da antiguidade tiveram das culturas ou povos contemporâneos a
si, que adoravam deuses outros que não o Deus cristão. É no século IV d.C. que “pagão” adquire esse novo
significado.
b) Aceitação daquelas ideias, conhecimentos e sistemas filosóficos que contribuíram
para o bem da fé, atitude fixada por Justino através do conceito de “sementes do
Verbo” – intervenção da providência na história – (cf. também Aristides, Melitão,
Justino, Atenágoras, Minúcio Félix e Lactâncio).
Um sistema bem aceito, ainda que em sua versão popular, pelos cristãos foi o
Estoicismo, que sendo entendido como uma “filosofia viva” no seu tempo, também
havia influenciado grandemente sobre as concepções morais e religiosas do Império
(cf. Cícero, Séneca e Marco Aurélio), foi um ponto de diálogo entre o cristianismo e
o mundo pagão dos primeiros séculos.
O movimento que gerou maior inquietação junto aos cristãos dos três primeiros
séculos seguramente foi o gnosticismo, plasmado em diversos sistemas que, na prática,
se diferiam muito entre si. Basicamente, se tratava de uma doutrina da redenção que se
desenvolveu em paralelo e em competição com cristianismo, tomando elementos mais
antigos e cujo interesse principal era explicar o mal no mundo, a situação do homem nele
e sua possibilidade de salvação, de caráter sincrético.
Mesmo com estes achados, permanece para os estudiosos uma sombra sobre a
origem deste fenômeno religioso. Por esta razão, temos apenas teorias aproximadas sobre
o gnosticismo:
6
JONAS, H. The Gnostic Religion: The Message of the Alien God and the Beginnings of Christianity,
2001.
7
FILORAMO, G., A History of Gnosticism. Oxford and Cambridge, 1990).
mantém teoricamente este sistema. M. A. Williams colocou, ultimamente, algumas
objeções sobre o gnosticismo, baseando-se na correção e fidelidade das traduções feitas
dos textos coptas e da interpretação dos mesmos.
Ainda que não haja um sistema gnóstico único, apresentamos um esquema geral de
sua cosmovisão:
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:
GARCÍA MARTÍNEZ, F., TREBOLLE BARRERA, J., Los hombres de Qumrã. Literatura,
estructura social y concepciones religiosas, Madrid 1993, Trotta
FILORAMO, Giovanni, L´attesa della fine. Storia della Gnosi, Roma, Bari 1983, Laterza
KLIJN, A. F. J., REININK, G. J., Patristic Evidence for Jewish-Christian Sects, Leiden
1971, Brill.
PIÑERO, A., MONTSERRAT TORRENTS, J., GARCÍA BAZÁN, F., Textos gnósticos. Biblioteca
de Nag Hammadi I. Tratados filosóficos y cosmológicos, Madrid 2000, Trotta.