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“em que momento vemo-nos diante de um povo governante, do demos no ato ou papel de

governar? A resposta é: nas eleições. P. 123

“as eleições registram as decisões do eleitor, mas como ele chegou a essas decisões? As eleições
computam opiniões; mas de onde vêm essas opiniões e como são formadas? Qual é a gênese
da vontade e da opinião que as eleições se limitam a registrar? O voto envolve uma experiência
pré-eleitoral” p.. 124

“a opinião pública pode se definida da seguinte maneira: um público, ou uma multiplicidade de


público, cujos estados de espírito difusos (opiniões) interagem com fluxos de informações
relativas ao estado da res publica” p. 125

“os governos escolhidos por eleições refletem as opiniões do eleitorado e, além disso, são
obrigados a se responsabilizarem (através da repetição das eleições livres) perante seus
eleitores, são governos que podem ser chamados – sem forçar muito o significado – de governos
consentidos” p. 126.

“o teste democrático é o teste eleitoral, pois só as eleições manifestam um “consenso geral”,


isto é, as opiniões de todo o povo, de todas as pessoas ( que se dao o trabalho de manifestar
opiniões). Inversamente, as vozes que se fazem ouvir acima e além das eleições são as vozes da
elite ou das minorias; são vozes de uma parcela do povo, em geral uma parcela muito pequena”
p. 127

Na democracia existem três objetos passiveis de partilha: a) valores supremos, como igualdade,
liberdade; b) regras do jogo ou procedimentos e c) governos específicos e políticas
governamentais, que Easton chama de níveis de consenso: 1) nível comunitário 2) nível do
consenso procedimental 3) nível do consenso programático.

O primeiro diz respeito como a sociedade partilha suas crenças e valores, a sua cultura. Esse
nível não é necessário para que haja democracia, mas o consenso sobre os princípios
fundamentais facilita a democracia.

O segundo é o que estabelece as regras do jogo e que estabelece como os conflitos serão
resolvidos, o qual segue a regra do principio da maioria. Esta regra é a condição necessária para
que haja democracia.

O terceiro é a essência de toda democracia, que se sustenta no governo pela discussão. “esse é
o de fato o contexto onde a dissensão, o dissenso e a oposição emergem como elementos
caracterizadores da democracia”. P. 130.

“o ponto crucial é, portanto, que o dissenso, a oposição, políticas adversárias e contestação são
todas noções que adquirem um valor positivo, e um papel positivo, no contexto do pluralismo,
isto é, na concepção pluralista de sociedade e da história. Antes de qualquer outra coisa, o
pluralismo é a crença no valor da diversidade”. P. 131.

“nas democracias de hoje, são os meios de comunicação de massa que desempenham o papel
mais amplo e mais central na formação da opinião pública. A noção de vigilância, de formulação
de orem do dia, da função de cao de guarda, de refração prismática e/ou distorção e coisas do
gênero aplica-se basicamente à atuação dos meios de comunicação de massa e a seu impacto”.
P. 133.

“as condições que permitem uma opinião publica relativamente autônoma podem ser
resumidas em dois títulos: a) um sistema de educação que não seja um sistema de doutrinação;
e b) uma estrutura global de centros de influencia e informação plurais e diversos”. P. 139

“seja como for, vamos voltar as constatações que tratam inquestionável e diretamente da
questão crucial: quanto o público sabe, quanto sabe de forma errônea, ou não sabe
absolutamente nada sobre a coisa pública? Em síntese, qual é a base informativa da opinião
pública?” – “o estado de desatenção, falta de interesse, subinformacao, distorção perceptiva e,
por fim, simples ignorância do cidadão comum nunca deixam de surpreender o observador”. P.
146.

Problemas: 1) causa e remédio para a apatia politica das pessoas e 2) forma pela qual a teoria
da democracia reage a essas constatações.

- um primeiro diagnostico e sua terapia, refere-se basicamente aos problemas da informação. O


segundo coloca grandes esperanças, ao invés, em níveis maiores de instrução. Uma terceira
possibilidade aposta num novo símbolo aglutinador: a democracia participativa” p. 147

- o problema da informação esta ligado a tendenciosidade, influencia e pobreza `


qualitativa da informação.

- o nível de instrução não tem uma correlação direta entre a apatia das pessoas pela
política, pois mesmo nos países que houve aumento no grau de instrução não houve maior
participação na política ou busca por mais informações. A questão da riqueza das pessoas
também não explica a apatia.

“Não há qualquer razão imperiosa segundo a qual um crescimento geral dos níveis de
instrução deva refletir-se especificamente no crescimento de públicos politicamente bem-
informados. existe, ao contrário, uma razão excelente que explica por que isso pode não
acontecer. A informação é um custo que pesa em termos de recursos individuais insuficientes
de tempo e atenção. Assim, adquirir informação sobre um setor implica negligenciar outros
setores” p. 150

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