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Gelson Hein
Médico Veterinário
Unidade Local de Toledo
NOVEMBRO – 2004
TOLEDO - PR
1
RESUMO
INTRODUÇÃO
O melhoramento animal em bovinos tem evoluído cada vez mais e a técnica mais
difundida é a inseminação artificial. Na bovinocultura leiteira os ganhos conquistados a
cada nova geração, com animais mais produtivos, que expressam características de padrões
zootécnicos conhecidos e fundamentais para o cumprimento de sua função: a produção de
leite, que é a resposta que se busca em cada animal.
O acesso à tecnologia da inseminação artificial foi possível ao pequeno produtor
rural através da organização de condomínios, treinamento de inseminadores da própria
comunidade e a capacitação dos produtores em cursos de bovinocultura leiteira.
As parcerias envolvidas neste projeto são fundamentais para sua manutenção, onde a
Emater-Pr coordena e atua na organização dos grupos; a Prefeitura Municipal adquiriu os
botijões de nitrogênio, mantendo o apoio de 50 % do total de sêmen utilizado nos
condomínios e disponibiliza um técnico para auxiliar na administração; e a Cooperativa
(COOPERLAC) atua no apoio técnico aos produtores.
Os 24 condomínios de inseminação artificial de bovinos leiteiros, distribuídos nas
comunidades do município de Toledo-PR, atendem atualmente a 388 pequenos produtores
rurais, mantém 6.123 animais cadastrados (vacas e novilhas) a serem inseminados durante o
ano e que produzem diariamente em média 43.757 litros de leite.
Este trabalho analisa alguns resultados da atividade leiteira em 101 propriedades,
escolhidas aleatoriamente, que se mantiveram no programa dos condomínios de
inseminação artificial desde 1999 até 2004, como o aumento da produção de leite, do
número de animais melhorados no plantel, adoção da inseminação artificial em todas as
propriedades e a organização destes produtores neste sistema, com iniciativas de parcerias
entre os produtores para a redução dos custos de produção e melhoria de renda nas suas
propriedades.
DESCRIÇÃO
A região Oeste do Paraná tem a maior bacia leiteira do Estado e uma cadeia de
produção estruturada com todos os elos presentes e em franco desenvolvimento. Com um
solo rico e altamente explorado na produção de grãos, tendo no binômio soja e milho suas
principais culturas e base agrícola desde o início da colonização. Dos grãos vieram as
agroindústrias do frango e do suíno, despontando para o progresso da região e abrindo
caminho para uma pecuária leiteira de expressão, mas que ainda busca uma definição do
seu modelo de produção, pelas próprias peculiaridades encontradas em cada propriedade
rural onde é praticada.
A colonização regional iniciou-se em meados da década de 60 e teve grande
diversidade de etnias. As famílias de origem alemã e italiana foram as que mais se
identificaram com as atividades agropecuárias, como na pecuária leiteira.
Dos fatores que colaboraram para a manutenção e o crescimento da atividade
leiteira na região, pode-se destacar: facilidade de produção e grande volume de alimentos
durante o ano todo; estímulo ao crédito e fomento das cooperativas e programas de governo
para aquisição de animais e equipamentos; afinidade dos produtores com a atividade;
necessidade de uma renda mensal; crescentes investimentos dos produtores em tecnologia e
capacitação própria; e eficiente estrutura de coleta e comercialização do leite.
Mesmo com a atividade leiteira apresentando um crescimento acentuado, a
instabilidade dos preços e insegurança no retorno econômico, tem sido um dos principais
fatores para que os pequenos produtores invistam na pecuária leiteira. Por ser uma atividade
que exige muito conhecimento técnico do produtor, em algumas propriedades que adotam
pouca tecnologia, observa-se que os avanços são lentos, pontuais, têm poucos
investimentos em áreas fundamentais, e sem a devida análise técnica ou econômica.
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CONCLUSÕES