You are on page 1of 113

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA - FT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL - DEC

Aula 1: Controle da Drenagem Urbana


Sistema de Drenagem e Medidas de Controle de Cheias

Ellem Cristiane Contente


ellem_cont@hotmail.com

Manaus, novembro de 2015


Conteúdo
Temas a serem abordados na disciplina
• Cheias e Impactos da Urbanização;
• Sistemas de Drenagem e Medidas de Controle de Cheias;
• Noções de Hidrologia para Projetos de Drenagem;
• Noções de Hidráulica para Projetos de Drenagem;
• Projeto de Microdrenagem;
• Desafios Futuros para a Drenagem de Áreas Urbanas.
Bibliografia
Livros:
- Drenagem Urbana; Tucci, C. E. M.; ABRH / Editora da Universidade.
- Drenagem Urbana e Controle de Enchentes; Canholi, A. P.; Oficina de Textos.
- Hidrologia, Ciência e Aplicação; Tucci, C. E. M.; ABRH / Editora da Universidade.
-Água de Chuvas: Engenharia das águas pluviais nas cidades; Botelho, M. H. C/.
Editora Blucher, 3ª ed.
- Inundações Urbanas; Tucci, C. E. M.; ABRH / Editora da Universidade.
- Técnicas Compensatórias em Drenagem Urbana; Baptista, M.; Nascimento, N.;
Barroud, S.; ABRH.

Manuais e Outros Textos


-Manual de Hidrologia Básica para Projetos de Estradas; DNIT.
- Guia Prático para Projeto de Pequenas Obras Hidráulicas; DAEE/SP.
Inundações e Ameaças Ambientais
Os fenômenos extremos de origem natural compreendem uma das
ameaças mais antigas ao homem, suas construções e atividades.
Observa-se um aumento no total de desastres naturais, pessoas atingidas
e perdas econômicas, além de uma redução do número de fatalidades.
Sumário de Desastres Naturais (1900 a 2006)

Registro do Total de Pessoas Atingidas


Total de Desastres Registrados
fatalidades
Registro de Fatalidades

pessoas atingidas

total de
desastres
Adaptado do livro “Atlas da Água”

De acordo com dados de (UNESCO, 2006), o continente mais atingido


por desastres naturais relacionados com a água é a Ásia (38%), seguido
pela América (25%), África (21%), Europa (11%) e Oceania (5%).
Dentre as razões para o aumento observado na incidência de desastres
naturais, pode-se destacar:
• crescimento populacional;
• aumento das atividades econômicas e bens situados em áreas de risco;
• deficiência das informações relativas a perdas e eventos ocorridos no
passado (“aumento aparente”);
• variabilidade dos fenômenos naturais e influência exercida pelo homem.

A redução do total de fatalidades se deve a vários fatores, entre os quais:


• aumento da capacidade de previsão e de comunicação de alertas;
• melhora dos serviços de atendimento de emergência e de ajuda
internacional em situações de desastre;
• progresso da medicina.
Dentre as ameaças naturais, as inundações são as mais comuns e que
as que provocam os maiores prejuízos. No período compreendido entre
1992 e 2001 as perdas econômicas provocadas por desastres
relacionados com a água foram de US$ 446 bilhões, representando 65%
das perdas totais provocadas por desastres naturais (ISDR, 2004).

Inundações
Tempestades de Vento
Secas
Epidemias de Doenças de Veiculação Hídrica
Deslizamentos de Terra e Fluxo de Detritos
Número de Desastres

Fome
Ondas e Marés Meteorológicas Extremas
Outros Desastres

A probabilidade de um indivíduo falecer em virtude de ameaças


ambientais nos países sub-desenvolvidos e em desenvolvimento é de 3
a 4 vezes maior do que nos países desenvolvidos (SMITH, 1996).
Os processos físicos que originam as catástrofes naturais podem ser
vistos como um recurso ou como uma ameaça de acordo com
disponibilidade.

Processo Físico
extremo
(máximo)
Ameaça

média
Recurso

limite da margem de tolerância


extremo Ameaça
(mínimo)

Tempo

As inundações, em geral, são provocadas por chuvas intensas, estações


chuvosas, degelo ou avanço do mar sobre o continente em eventos
extremos de marés combinados com a ação das ondas. Algumas das
inundações mais severas são observadas durante a passagem de
Algumas
furacões. das inundações mais severas são observadas durante a
passagem de furacões.
As inundações, em geral, são provocadas por chuvas intensas, estações
chuvosas, degelo ou avanço do mar sobre o continente em eventos
extremos de marés combinados com a ação das ondas. Algumas das
inundações mais severas são observadas durante a passagem de
furacões.

Outras ameaças ambientais também podem provocar direta ou


indiretamente inundações:
• Ruptura de barragens (ameaça tecnológica);
• Tsunamis;
• Terremotos (modificam a topografia e podem provocar deslizamentos
e ruptura de barragens);
• Deslizamentos de terra (ex: rio Paute, Equador, 1993);
• Erupções vulcânicas (ex: geleira jokulhlaup, Islândia, 1996).
Cheias em Manaus:

As cheias de Manaus flutuam em torno do pico médio anual (27,71m),


entre 26,56m e 28,86m, sendo o nível de 29,00m caracterizado como a
cota de emergência. Os primeiros alagados surgem na cota de 27,00m e
a partir de 28,50m começam os transtornos para as comunidades
ribeirinhas.

Em maio de 2012 foi registrada a maior cheia histórica no rio Negro


(29,97m), superando a cheia de 2009 (29,77m).

Os bairros mais atingidos pela enchente foram São Raimundo, Glória,


Presidente Vargas, Raiz, São Geraldo, Betânia, Morro da Liberdade,
Santa Luzia e Educandos.

Outras grande cheias: 1953 (29,69 mestro);1976 (29,61 metros); 1989


(29,42 metros) e 2015 (29,65m).
Imagens da Cheia de 2009 em Manaus:
Imagens da Cheia de 2012 em Manaus:
Drenagem Urbana e Impactos da Urbanização
A drenagem urbana, ao longo do tempo, vem sofrendo modificações
em sua conceituação e abordagem.

Novas tendências sempre se apresentam para fazer frente a novos


desafios.

O rápido processo de urbanização e crescimento das populações


urbanas, nos últimos séculos, aceleraram os problemas e as
necessidades de resposta dos sistemas de drenagem.

Entender o passado e conhecer os processos envolvidos no


agravamento das cheias em ambientes urbanos é o primeiro passo
para se colocar frente aos novos (e velhos) desafios.
O problema das cheias urbanas é um dos grandes desafios atuais,
especialmente nas grandes cidades de países em desenvolvimento,
onde, entre outras coisas, os recursos materiais são escassos, a pressão
social é maior, a industrialização tardia e rápida nem sempre permitiu o
planejamento adequado da urbanização.

Soluções sistêmicas devem ser procuradas, sempre. As cheias são


problemas com componentes temporais e espaciais e seus efeitos podem
se combinar de forma desastrosa, se não considerados de forma
integrada no contexto da bacia, que deve ser tomada como unidade de
planejamento.

É necessário fugir dos paradigmas tradicionais e não cair na armadilha de


novos paradigmas.

A melhor solução só pode ser obtida a partir do conhecimento de cada


sistema estudado. Não há fórmula pré-definida que possa resolver
qualquer problema e ser transportada de uma bacia para outra.
Impactos da Urbanização
Enchente é um fenômeno natural, resultado do excesso da parcela de
escoamento superficial das águas resultantes das chuvas.

Após suprir a retenção natural da cobertura vegetal, saturar os vazios


do solo e preencher as depressões do terreno, as águas pluviais
buscam os caminhos oferecidos pela drenagem natural e/ou artificial,
fluindo até o corpo de água receptor final.

Dependendo de uma série de fatores físicos, característicos da bacia


considerada, e da magnitude das chuvas, os escoamentos podem
superar a capacidade da rede que os conduzem e os volumes
excedentes podem invadir áreas marginais, que então passam a sofrer
alagamentos.
Nos países desenvolvidos, a urbanização ocorreu gradativamente,
possibilitando que as cidades se estruturassem lentamente para
absorver os migrantes, havendo melhoria na infra-estrutura urbana,
evitando a proliferação de problemas.

Nos países em desenvolvimento, a rápida industrialização ocorrida


após a 2a. Guerra Mundial gerou um acentuado desequilíbrio das
condições de vida entre as cidades e a zona rural, provocando intenso
êxodo rural e um rápido processo de urbanização.

Esse processo de rápida urbanização, realizado em condições


precárias, em geral, totalmente desprovido de uma firme política de
planejamento urbano e de investimentos em infraestrutura, associada à
estagnação das áreas rurais, dificultou a absorção da mão-de-obra rural
nas cidades, transferindo a pobreza do campo para a cidade.
No Brasil, a urbanização ganhou intensidade a partir da década de 1950:

População do Brasil

180
Milhões

169.61
160
157.07
População 146.83
140
População Urbana
120 119.00
População Rural
Habitantes

100
93.14

80
70.19

60
51.94
41.24
40
30.64

14.33 17.44
20
9.93

0
1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000
Ano
Impactos Hidrológicos da Urbanização:
O processo de urbanização altera significativamente as parcelas do
ciclo hidrológico, tendendo a reduzir a interceptação vegetal e a
retenção em depressões, diminuir a infiltração, aumentar a produção
de escoamentos superficiais e acelerar os escoamento, agravando,
desta forma, as cheias.

Interceptação
Vegetal

Evapo-
Evapo-
transpiração
transpiração

Escoamento
superficial

Escoamento
superficial

Escoamento Escoamento Escoamento


sub-superficial Escoamento
sub-superficial subterrâneo subterrâneo
Antes da Urbanização Depois da Urbanização
Impactos da Urbanização
 Principais fatores que agravam as inundações urbanas
– impermeabilização do solo;
– urbanização sem o devido cuidado com a drenagem;
– falta de planejamento urbano;
– ocupação das áreas marginais;
– traçado de avenidas, ruas, etc.
– problema habitacional: ocupação de áreas marginais e morros (áreas de risco) por favelas
– grande produção de sedimentos (solos) provenientes de loteamentos e outros tipos de movimento de
terra;
– grande quantidade de lixo (resíduos de todos os tramanhos: carros, utensílios domésticos, pneus,
sacos de lixo, plásticos, restos vegetais, etc ...)

– qualidade das águas (esgoto, poluição difusa, etc.)

– obras de drenagem mal projetadas;

– obras de drenagem com problemas de execução;

– canalização de córregos sem a devida análise de impactos a jusante (transferência de inundações de

um ponto a outros);

– soluções impróprias de canalização;

– participação da sociedade (lixo, educação ambiental, etc...)


Quadro resumo:
Remoção da Vegetação Natural:

A urbanização tem como primeira ação a remoção da vegetação


natural da bacia.

O desmatamento causa um aumento no volume de chuva efetiva já


que a parcela antes retida na vegetação e no solo, contribuirá agora
para o escoamento superficial.

O desmatamento também acarreta o aumento do transporte de


sedimentos na bacia, já que os solos outrora protegidos pela cobertura
vegetal ficam agora sujeitos a processos erosivos. Isto determina então
uma deposição de sedimentos na rede de drenagem, reduzindo a
médio e longo prazo sua capacidade de escoamento.
O efeito da impermeabilização sobre a bacia tende a reduzir à medida
em que se aumenta o tempo de recorrência da cheia;

Isto é explicado pois sob chuvas intensas, com longa duração e


elevada altura pluviométrica, a parcela do escoamento que infiltra será
pequena, seja pela superação da capacidade de infiltração do solo
pela intensidade da precipitação, seja pela saturação do solo, com a
bacia não urbanizada comportando-se de forma bastante similar à
bacia urbanizada (Hollis, 1975).
A retenção natural desempenha importante papel no resultado da
relação chuva x volume superficial. Este fenômeno atua facilitando a
infiltração e promovendo um retardamento dos picos de cheia e a
redução dos volumes disponíveis para os escoamentos superficiais.
Canalização:
O principal impacto provocado pela canalização é o aumento da
capacidade de condução da rede de drenagem e a aceleração dos
escoamentos, que são os próprios objetivos deste tipo de medida.

Rio Joana (Maracanã)

As medidas de canalização são contra-indicadas especialmente nos


casos em que existe áreas vulneráveis a jusante.
Canalização:

A canalização dos pontos críticos por vezes acaba apenas transferindo


a inundação de um lugar para o outro da bacia.

A bacia normalmente começa a ser urbanizada a jusante, em áreas


mais planas, aparecendo locais de inundação devido a
estrangulamentos ao longo do baixo curso do rio.

As primeiras obras de canalização são feitas a jusante, relacionados à


urbanização inicial, aumentando o hidrograma no exutório da bacia.

Com a continuidade do processo de urbanização para montante da


bacia, a canalização é feita ao longo de todo o curso principal.

Ao término do processo, áreas de montante que antes serviam de


armazenamento natural em épocas de cheia estão agora canalizadas,
transferindo a inundação para jusante, com efeitos de maior monta que
antes da canalização da bacia.

O resultado disto é, em geral, o agravamento das inundações nas áreas


mais baixas da bacia.
Ocupação de Várzeas:
Devido ao deficiente planejamento
urbano, com ausência em muitas das
cidades brasileiras de um Plano Diretor
Urbano, a ocupação inadequada das
várzeas de inundação dos cursos
d’água é freqüente.
Aterros nas Margens de Rios e Canais:
Os aterros construídos nas margens dos cursos de água pela ação do
homem, em geral para ocupação das margens, podem ser
considerados como um tipo de perturbação, cujas conseqüências se
refletirão nos padrões dos escoamentos naturalmente estabelecidos.
A maioria dos aterros de cursos de água são irregulares e invadem a
faixa marginal de proteção dos rios, configurando crime ambiental.
Os aterros das margens dos rios podem provocar:
• erosão da margem oposta;
• inundações no trecho de montante por influência de remansos;
• impactos nos trechos de jusante, por rompimento repentino do
próprio aterro;
• alteração da qualidade da água, pelo aumento de sólidos em
suspensão;
• a destruição da mata ciliar.
Lixo e Resíduos Sólidos:
A combinação da presença dos sedimentos originados pela erosão do
solo da bacia, com o acréscimo de lixo nos escoamentos dos rios e
seus afluentes, acarreta uma grande redução da eficiência da rede de
drenagem da bacia.
Este fator é de grande influência em países pobres devido às precárias
condições de vida e saneamento básico, muitas das vezes sem
recolhimento regular do lixo, aliados à falta de educação ambiental da
população, que descarta objetos indesejados na calha dos rios.

Degradação do rio Joana – lixo,


sedimentos e entulho na calha.

Lixo acumulado em seção parcialmente


obstruída do rio Faria Timbó.
Ilustrações de resíduos sólidos grosseiros.

Máquina de lavar em
“Fusca Rolha” um trecho de galeria
Singularidades:

As pontes ou travessias sobre os cursos de água podem representar


uma ameaça durante as enchentes.

Muitas vezes não são utilizados critérios de projeto e de construção


compatíveis com a necessidade de passagem das cheias, implantando
os pilares de sustentação que acabam por estrangular a área da seção
de escoamento.

Soma-se a esse tipo de resistência, aquela decorrente do acúmulo de


lixo, de sedimentos e vegetação junto aos pilares, exigindo
manutenção periódica, através de limpeza e desobstrução.

Outros tipos de singularidades ocorrem em contrações bruscas da


seção transversal ou de uma galeria, algumas entradas em galeria,
etc.
Exemplos de singularidades (em galerias):
Ocupação de Encostas:
A ocupação das áreas de encosta causa
a redução do amortecimento de cheias
na cabeceira da bacia e introduz um fator
de risco adicional: escorregamento de
terra causados pelo solo desprovido de
sua cobertura vegetal original.
Conceitos Básicos - Resumo
 Cheias: aumento das vazões nos rios devido, principalmente, ao
aumento do escoamento superficial (chuva excedente ou parcela da
chuva que não infiltra); ocorrem no período chuvoso: no hemisfério sul
de outubro a março.

 Inundações: são cheias excepcionais, fazendo com que os rios


extravasem, ocupando áreas maiores, formando os chamados leitos
maiores;

se as margens foram ocupadas, as águas invadem ruas, avenidas,


indústrias, residências, etc...
Conceitos Básicos - Resumo
 Inundações
– um dos maiores problemas urbanos
– danos
• mortes por afogamento
• mortes por escorregamento de morros
• mortes por contaminação (leptospirose e outras doenças)
• danos materiais (moradias, comércio, indústrias, etc)
• congestionamentos
• perdas no trânsito (cargas, veículos, etc)
• destruição de veículos
• desvalorização comercial de áreas
• diversos outros fatores que deterioram ainda mais o padrão de
vida urbano
Sistemas de Drenagem
Tradicionalmente, a drenagem é definida como o conjunto de elementos,
interligados em sistema, destinados a recolher as águas pluviais
precipitadas sobre determinada região, conduzindo-as, de forma segura,
a um destino final.

Essas águas podem se tornar incômodas ou prejudiciais em razão de


sua quantidade, quando o seu excesso pode provocar grandes
inundações, pela sua qualidade, quando a poluição pode degradar o
ambiente e provocar problemas de saúde pública, ou por ambas as
razões.
EXERCÍCIO

Exercício: Entendendo co contexto urbano e a drenagem urbana


( conceito e impactos)

1. Elabore um pequeno texto conceituando drenagem urbana e


sua importância.
2. Apresente as principais causas das inundações em áreas
urbanas.
3. Faça uma breve discussão acerca de duas das principais
causas das inundações em áreas urbanas e sua relação com
as inundações.
Sistemas de Drenagem
Tradicionalmente, a drenagem é definida como o conjunto de elementos,
interligados em sistema, destinados a recolher as águas pluviais
precipitadas sobre determinada região, conduzindo-as, de forma segura,
a um destino final.

Essas águas podem se tornar incômodas ou prejudiciais em razão de


sua quantidade, quando o seu excesso pode provocar grandes
inundações, pela sua qualidade, quando a poluição pode degradar o
ambiente e provocar problemas de saúde pública, ou por ambas as
razões.
Importância Drenagem

Precipitação
Escoamento
Superficial
Infiltração
Evaporação
Inundações

Acúmulos de água parada Escoamento excessivo


Importância Drenagem

Saúde Pública Economia


malária Invasão
leptospirose propriedades
Dificuldades trânsito
dengue Erosão vias

Sistema de saneamento que mais facilmente comprova sua


(in)eficiência, sempre após as chuvas. (Manual Saneamento – pag 265 )
A drenagem urbana pode se apresentar em sistema independente e
separado ou, em muitos casos, estar combinada com o sistema de
esgotamento sanitário, em um sistema unitário. Neste segundo
contexto, os alagamentos podem se tornar ainda mais críticos, em
função de problemas de qualidade da água.

Outras vezes, e com uma frequência maior do que a desejável,


sistemas separadores acabam se degradando com a proliferação de
ligações indevidas de esgotamento sanitário, passando a funcionar, de
forma não planejada, como sistemas unitários.

Sistema Unitário x Separador Absoluto


O escoamento de águas pluviais vai ocorrer sempre,
independentemente de existir ou não sistema de drenagem
projetado.

A drenagem natural cumprirá seu papel, estando ou não adequada


aos objetivos desejados.

O funcionamento do sistema de drenagem está condicionado à


ocorrência de chuvas, não sendo solicitado durante parte do tempo,
mas necessitando estar em condições de operação a qualquer
tempo.
Objetivos do Sistema de Drenagem:

• Proteção do homem e minimização dos prejuízos provocados por


inundações;
• Conservação de logradouros (eventualmente, prédios históricos);
• Preservação das condições de tráfego na cidade;
• Controle de erosão;
• Preservação de várzeas e integração de soluções de drenagem com
paisagens urbanas em combinações multifuncionais;
• Integração com o plano urbanístico da cidade, tanto no que diz
respeito às questões de zoneamento e uso do solo, como em relação ao
crescimento urbano;
• Avaliação integrada de questões de qualidade e quantidade das águas
escoadas;
• Mitigação dos impactos da urbanização e impedimento da
transferência de problemas para jusante.
Sistema de drenagem urbana

Superficial • Telhados, Árvores e Terreno;


Precipitação
• Passeios e Ruas
• Sarjetas e Sarjetões; Escoamento

Subterrâneo • Bocas Coletoras Captação


• Tubos Conectores
Condução
• Caixas de Ligação
• PVs Transporte

Superficial • Galerias Destino


• Corpos D´água Final
Os sistemas de drenagem urbana englobam dois subsistemas
característicos: a micro-drenagem e a macro-drenagem.

Microdrenagem - é o sistema de condutos construídos destinados a


receber e conduzir as águas das chuvas vindas das construções, lotes,
ruas, praças, etc, captando-as de forma distribuída. Em uma área
urbana, a microdrenagem é essencialmente definida pelo traçado das
ruas e está ligada diretamente à implantação de loteamentos.

Macrodrenagem - corresponde à rede de canais de maiores dimensões,


que recebem as contribuições do sistema de microdrenagem e as
lançam no corpo receptor.

A macrodrenagem também contempla a rede de drenagem natural, pré-


existente à urbanização, constituída por rios e córregos, localizados nos
talvegues dos vales. Essa rede natural pode receber obras que a
modificam e complementam, tais como canalizações, barragens, diques
e outras, funcionando como os principais condutores de vazão de uma
bacia .
Sistema de Drenagem Urbana

MICRODRENAGEM MACRODRENAGEM
Microdrenagem
 Coletores prediais; sarjetas; bocas de lobo, PVs, galerias

Coletores prediais Boca de lobo

Sargeta Poço de visita (PV)


Macrodrenagem
Microdrenagem, galerias > 1,5 m e os corpos receptores;

Fundo de vales … relevo acidentado;

Canais artificiais …. relevo plano


As cheias urbanas estão diretamente associadas às falhas destes
subsistemas, por erro de concepção, falta de manutenção ou por
obsolescência devido ao acelerado crescimento urbano.

Falhas na micro-drenagem geram alagamentos superficiais sobre as


ruas.

Falhas na macro-drenagem geram manchas de alagamento a partir do


extravasamento da rede.

A conjugação de falhas em ambos os sistemas geram alagamentos


generalizados.
Efeito Provocado pela Falha ou Superação da Capacidade do Sistema
de Drenagem:

Manaus - Amazonas Centro - Manaus

Rua Manaus – funcionando como Praça Afonso Pena /SP -


canal armazenamento
temporário
TRABALHO
Problemas em Drenagem Urbana

1º Trabalho: Pesquisa de campo – Identificar os elementos de


drenagem da área a ser definida pela equipe, bem como os
problemas associados ao sistema de drenagem existente.
Identificar a área de análise
Utilizar registros fotográficos
 Fazer breve relato de cada situação identificada no ponto de vista
da equipe.
 Elaborar apresentação com a análise crítica – 5 minutos
Apresentação: 26/11/2015
Medidas de Controle de Cheias
Medidas de Controle de Cheias
As medidas de controle de cheias são classificadas em:

Medidas Estruturais – são obras de engenharia construídas com o


intuito de reduzir o risco de enchentes. Exemplos: implantação de rede
de microdrenagem, dragagem, diques e polders, reservatórios, desvios
do rio, estruturas de infiltração, entre outras.

Medidas Não-Estruturais - buscam a redução das perdas por meio de


uma melhor convivência com as inundações e baseiam-se em ações de
planejamento, zoneamento de áreas de risco, regulamentação de
restrições para a ocupação da planície de inundação, implantação de
sistemas de alerta, seguro contra inundações, entre outras medidas.
A abordagem tradicional do problema de cheias urbanas focaliza mais
especificamente a sua conseqüência, buscando medidas estruturais
para se ajustar rios e canais às novas vazões encontradas,
promovendo obras em calha, não atuando nas causas diretas do
processo de agravamento das enchentes;

Novas tendências na drenagem buscam tratar o problema em sua


causa, de forma sistêmica, com atuações distribuídas sobre a
paisagem urbana, com objetivo de reduzir e retardar picos de cheia,
permitindo, quando possível, a recarga do lençol freático.
Visão Tradicional x Novas Tendências

Fonte: CANHOLI
O planejamento de controle de cheias envolve um problema variável
no espaço e no tempo, o que reforça a necessidade do planejamento
sistêmico.

Fonte: CANHOLI, 2005

A bacia é a unidade fundamental de planejamento!


As medidas estruturais de controle do escoamento podem ser
classificadas, de acordo com a sua ação na bacia hidrográfica, como:
• Distribuídas: tipo de controle que atua em praças, lotes e
passeios;
• Na micro-drenagem: controle sobre o hidrograma de um ou mais
loteamentos;
• Na macro-drenagem: controle sobre os rios e canais urbanos;

Em outra forma de abordagem, conforme estudos de Tucci e Genz


(1995), as medidas de controle do escoamento são organizadas de
acordo com a sua ação sobre o hidrograma da bacia hidrográfica,
visando:
• Aumento da eficiência do escoamento;
• Medidas de armazenamento;
• Medidas de infiltração e percolação;
• Diques e pôlders: solução normalmente utilizada onde não há
espaço para amortecimento da inundação ou para inundações
ribeirinhas.
Uma terceira forma de abordagem, proposta por Simons et al (1977),
divide as medidas estruturais em extensivas e intensivas.

As medidas extensivas são aquelas que agem na bacia procurando


modificar as relações entre precipitação e vazão.

As medidas intensivas são aquelas que agem no rio e podem ser de


três tipos:
• Aceleração do escoamento: construção de diques, dragagem e
corte de meandros;
• Retardo do escoamento: reservatórios e bacias de
amortecimento;
• Desvio do escoamento: canais de desvio.
Soluções Estruturais
Obras de Engenharia:

 Canalizações;
 Barragens;
 Galerias;
 retificação e outras melhorias de córregos e rios
 dragagem (desassoreamento);
 obras de retenção (reservatórios);
 drenagem forçada em áreas baixas;
 Bombeamento;
 Túneis;
 micro drenagem.
Soluções Não –Estruturais
Atacam as causas:
• Planejamento de Macro e Micro Drenagem Urbana

• Leis de Uso e Ocupação do Solo (preservação das áreas marginais, manutenção de áreas verdes,
disciplinamento da ocupação urbana, etc.)

• Integração da drenagem urbana com outras intervenções urbanas

• Regras Operativas de Obras Hidráulicas para Controle de Cheias

• Detenção do escoamento superficial gerado pela ocupação (parcela de solo impermeável) no próprio
lote

• Adoção de pavimentos permeáveis

• Fiscalização Intensa

• Educação Ambiental

• Sistema de coleta de lixo adequado

• Sistema eficiente de manutenção de obras de drenagem

• Participação da sociedade

• Sistema de Ações Civis para Minimizar os Impactos das Inundações (Defesa Civil, Polícia, Trânsito,
Serviço Social, Abrigos, Hospitais, Engenharia, etc)
Canalização

Fonte: SEMADS
Diques e Pôlders

Destruição de dique irregular em


Campos (RJ) – cheia 2008 do
rio Ururaí, 14.000 desalojados
Canal de desvio

Fonte: SEMADS
Novas Tendências
• Projetos integrados como resultado de avaliações sistêmicas;
• Atuações distribuídas sobre a bacia, destacando-se a utilização de
reservatórios temporários para redistribuição das vazões no tempo,
proporcionando o amortecimento das cheias, e a utilização de
dispositivos de infiltração para reduzir volumes escoados e promover
a recarga do lençol freático;
• Tratamento conjunto dos problemas de quantidade e qualidade da
água escoada;
• Busca da adequação de escoamentos à rede, atacando as causas
do problema (ao invés da consequência);
• Soluções integradas com o cenário da cidade, proporcionando a
criação de paisagens multifuncionais e a revitalização do espaço
urbano;
• Renaturalização e revitalização de rios.
Renaturalização e
Revitalização de rios
Reservatórios de Detenção
Reservatórios de detenção são estruturas hidráulicas construídas com o
intuito de amortecer cheias. Este objetivo é atingido por meio do
armazenamento temporário do escoamento e do controle hidráulico da
vazão liberada.

chuva de hidrograma gerado efeito do reservatório


projeto de detenção
vazão vazão

rio
bacia tempo tempo
hidrográfica

A Lei 1.192/2007, Pro águas - Manaus, prevê detenção ou retenção


para o amortecimento de vazões de cheias para áreas superiores a
500m². (Art. 17/18)
Reservat. de Detenção e Retenção
Reservatórios de detenção e de retenção são dois tipos de estruturas
muito utilizadas em sistemas de drenagem urbana.

reservatório de retenção reservatório de detenção

http://www.brevstorm.org/project_type_wetdetponds.cfm http://dnrweb.dnr.state.md.us/watersheds/surf/bmp/info/images/drypond.jpg

A diferença principal entre estas estruturas é a atuação quanto ao


controle da quantidade e da qualidade de água.
Principais diferenças entre os reservatórios de detenção e retenção:

Reservatórios de Detenção Reservatórios de Retenção

• sem lago permanente (em geral); • com lago permanente;

• remoção de sólidos em suspensão • remoção de sólidos em


(principalmente); suspensão, DBO, nutrientes, etc.;

• prioridade para o controle de • prioridade para o controle da


cheias; qualidade da água;

• usualmente sem espécies • usualmente com espécies


vegetais; vegetais;
Tipos de Reservatórios de Detenção
Os reservatórios de detenção podem ser classificados da seguinte forma:
• lote;
• encosta;
• praça;
Localização
• parque;
• passeio;
• outros.

Cobertura • a céu aberto;


• coberto.

Posição relativa • in-line;


ao curso d’água • off-line.

• com estrutura de infiltração;


Infiltração
• sem estrutura de infiltração.
Reservatórios de Detenção em Praças

Fonte: SEMADS
Arranjo de Reservatórios de Detenção
Conforme já mencionado, os reservatórios de detenção são compostos
basicamente por um elemento de controle das descargas para jusante
e por um vertedor que garante a segurança da obra.

Além destas estruturas principais, os reservatórios de detenção podem


apresentar também:

• estruturas de dissipação de energia na entrada do reservatório e a


jusante do mesmo;

• estruturas para remoção e armazenamento de sedimentos;

• outras unidades de tratamento (gradeamento, remoção de óleos e


graxas, etc);

• elementos de urbanização ou paisagismo da área do reservatório.


http://www.jamestowncorridor.com/imagegallery/photos/detention_basin_no_11.jpg
http://www.jamestowncorridor.com/imagegallery/photos/detention_basin_no_11.jpg
http://keats.admin.virginia.edu/stormwater/images/Photographs/fm/goochpond.jpg
http://sudsnet.abertay.ac.uk/images/DetBasinD_MSediment_000.jpg
Escavação de um
reservatório de detenção

http://www.mashburnconstruction.com

Placa de sinalização em um
reservatório de detenção
http://flms.net/images/lylphotos/aquarium/detention-pond-
sign1-2004.jpg
Colocaçao de manta no fundo de um reservatório de detenção.

http://www.accessdowntown.com/Project%20Pages/current%20se8th%20pics/pics/SE8%208_22_02.JPG
Exemplos de estruturas de dissipação
de energia: escada d’água (direita) e
enrocamento (abaixo).

http://www.ires.ubc.ca/projects/ponds/promontory.jpg
Reservatório de Lote
Medida de controle de cheias na fonte que consiste em pequenos
reservatórios localizados em cada lote com o objetivo de retardar o
hidrograma de saída do mesmo. A água armazenada pode vir a ser
utilizada para usos menos exigentes.

vazão das áreas A1 e A2

reservatório
(caixa d’água de 1m3)

caixa de confluência
ligação
caixa-reservatório vazão da área A3

muro
vertedor secundário vertedor principal
Vários países já dispõem de legislação específica que obriga a
implantação de intervenções deste tipo.

Alguns municípios brasileiros também estão empreendendo esforços


para a elaboração de leis voltadas para este propósito: Porto Alegre
(2000), Belo Horizonte (1996), Guarulhos (2000), São Paulo (2002), Rio
de Janeiro (2004), entre outros.

O “reuso” da água da chuva retida no reservatório também vem sendo


mencionado em alguns destes textos, podendo vir a proporcionar
vantagens para o proprietário do lote (economia) e para a comunidade
de um modo geral (aumento da oferta global de água).

A captação e o aproveitamento da água da


chuva é uma técnica que já vem sendo
aplicada a muitos séculos. Ao lado, pode-se
observar a ruína de uma cisterna utilizada
pela civilização Maia.
Aproveitamento de Água de Chuva
A Austrália é um dos países líderes em pesquisa e tecnologia de
captação e aproveitamento de água de chuva.

Segundo estudos desenvolvidos pelo Australian Bureau of Statistics


(1994) e Heyworth et al (1998):
•13% das residências australianas utilizam água de chuva;
• 30,4% das residências na zona rural e 6,5% nas áreas urbanas
fazem uso desta fonte;
• o território que utiliza mais água de chuva é South Australia;
• Em South Australia, 82% da população rural usa água de chuva
como a principal fonte de água para abastecimento humano,
enquanto que para a região metropolitana de Adelaide este
número gira em torno de 28%.

Um tópico importante relativo ao aproveitamento de água de chuva é a


questão da qualidade original (chuva + lavagem superfície) e pretendida
para esta água (de acordo com os usos pretendidos).
Os sistemas de captação e aproveitamento de água de chuva são
compostos basicamente pelos seguintes componentes:

sistema de captação de água de chuva


(bacia de captação e canalizações para adução

tratamento preliminar (pré-filtro)

filtro

cisterna (armazenamento da água)

sistema de tratamento de água

sistema de distribuição da água tratada


Aproveitamento Paisagístico
A aplicação de técnicas alternativas de controle de cheias permite a
integração destas medidas com o aproveitamento paisagístico do
espaço urbano.
Uso de quadras
esportivas como bacias
de detenção.

Exemplo de parque público


com reservatório de detenção.
Exemplos de Aplicações
Bacia de detenção no Parque Urbano Pinto Teles (rio Orfanato)

Fonte: I Workshop 2004 – Rio-Águas / LHC – Alexandre de Bonis


Bacia de detenção no Parque Urbano Pinto Teles (rio Orfanato)

Vista da área antes da


implantação do reservatório

Fonte: I Workshop 2004 Rio-Águas / LHC – Alexandre de Bonis


Bacia de detenção no Parque Urbano Pinto Teles (rio Orfanato)

construção do reservatório

Fonte: I Workshop 2004 – Rio-Águas / LHC – Alexandre de Bonis


Bacia de detenção no Parque Urbano Pinto Teles (rio Orfanato)

Após a obra, a área foi transformada em um parque, tornando-se


uma “paisagem multifuncional”. Ou seja, passou a atender a dois
usos principais: controle de cheias e lazer.

Fonte: I Workshop 2004 – Rio-Águas / LHC – Alexandre de Bonis


Reservatório de detenção no WalMart

Fonte: I Workshop 2004 – Rio-Águas / LHC – Cláudia Aljan

Construído como uma compensação pela enorme área


impermeabilizada do empreendimento.
Outros exemplos de
reservatórios de detenção.

http://www.cityoforoville.org/Public%20Works/Basin4small.JPG

http://www.cityofsalem.net/~spubwork/SWater/det_basin.htm
http://www.soilretention.com/gallery/gallery-photos/water-
applications/CRYSTAL%20COVE%20PROMENADE%20DET%20BASIN2-lg.jpg
Piscinões em São Paulo:

http://www.daee.sp.gov.br/acervoepesquisa/obras_fotos.htm
Piscinões em São Paulo:

http://www.daee.sp.gov.br/acervoepesquisa/obras_fotos.htm
Trincheiras de Infiltração
As trincheiras de infiltração têm seu princípio de funcionamento no
armazenamento da água por tempo suficiente para sua infiltração no
solo, tendo bom desempenho na redução dos volumes escoados e
das vazões máximas de enchentes.
Ao interceptar o escoamento superficial, a trincheira de infiltração
propicia a recarga do lençol freático, preservando a vazão de base,
também funcionando como um dispositivo de tratamento da
qualidade de água do escoamento superficial, permitindo remoção
de até 80% dos sólidos em suspensão (AMEC, 2001).
Trincheiras de Infiltração
Valo de Infiltração
Dispositivos de drenagem lateral, muitas vezes utilizados paralelos às
ruas, estradas, estacionamentos e conjuntos habitacionais.
Concentram o fluxo das áreas adjacentes e criam condições para
infiltração ao longo do seu comprimento, devendo ter volume
suficiente para não ocorrer transbordamento, enquanto não ocorre
toda a infiltração, funcionando como um reservatório de detenção, na
medida em que a vazão que escoa para a vala seja maior do que a
sua capacidade de infiltração.
Pavimentos Permeáveis
O uso de pavimentos permeáveis consiste numa
das técnicas compensatórias mais utilizadas
atualmente.
É adequado para áreas de estacionamentos e
calçadas e demanda a realização de manutenção
periódica. Esta medida também auxilia no
controle da poluição difusa (lavagem da bacia).
Pavimentos permeáveis e canteiros

X
Jardins de Chuva
Consistem no uso combinado de jardins e estruturas de infiltração
Uso de jardins de chuva
em calçadas

Uso de jardins de chuva


em estacionamentos
Jardins de Cobertura
Em 2001, a prefeitura de Chicago
resolveu implantar um jardim de cobertura
no prédio da prefeitura.
Desde então, mais de 200 edifícios nesta
cidade já aderiram a esta tendência.
Cobertura da fábrica de
caminhões da Ford em
Michigan, EUA.
Vantagens dos jardins de chuva:
• redução do volume de escoamento
superficial;
• redução da poluição difusa;
• redução do nível de ruídos;
• absorção de poluição do ar;
• habitats para pássaros e outros
animais;
• alternativa de lazer;
• melhora o conforto térmico.
Reservatórios de Retenção
“Wetlands” (Retenção)

Depois de pronta

Em construção
Medidas Não Estruturais
As medidas não-estruturais, em conjunto com as anteriores, podem
minimizar os prejuízos, com um custo menor, além de prepararem a
cidade para um melhor convívio com o processo de cheias, que é um
processo cíclico natural.

Pode-se destacar as seguintes medidas não-estruturais de controle de


enchentes:
• Limpeza de logradouros e coleta de lixo;
• Elaboração de um Plano Diretor de Drenagem Urbana;
• Educação ambiental;
• Zoneamento de áreas de inundação;
• Planejamento de ações de emergência;
• Construções a prova de enchentes;
• Seguro contra inundações.
O zoneamento da planície de inundação e a adoção de restrições para
a ocupação desta constitui uma das melhores e mais indicadas medidas
de controle de cheias.

A regulamentação da ocupação de áreas de inundação é feita com base


em manchas de inundação e mapas de risco, no estabelecimento de
critérios de ocupação da mesma e deve estar integrada à legislação
municipal (TUCCI, 2007).

O plano diretor de drenagem urbana (PDDU) é um dos mecanismos de


gerenciamento do risco de inundação das cidades e deve estar
integrado aos demais planos de infra-estrutura urbana, como o plano
diretor de desenvolvimento urbano, entre outros.
Planos Diretores de Drenagem Urbana
A experiência americana de gerenciamento do risco de inundações é
uma das mais antigas e sua implementação foi extremamente
estimulada pela ocorrência da grande cheia de 1927 no rio Mississippi.

Uma das bases da política americana é o programa nacional de seguros


contra inundações (NFIP). As manchas de inundação elaboradas para
este fim (20 anos de TR para a zona de passagem da cheia e 100 anos
para a delimitação da planície de inundação) tem sido produzidas com o
apoio do HEC-GeoRAS em conjunto com o GIS StreamPro.

O uso de técnicas de modelagem acopladas com SIG constitui uma


tendência observada atualmente para a determinação e representação
de manchas de inundação.

As vantagens mais significativas do uso de SIG para o apoio à


simulação de inundações são:
• significativa redução do tempo necessário para o desenvolvimento do
estudo (da ordem de 66% a menos);
• redução de erros humanos nas fases de entrada de dados e pós-
processamento dos resultados (de 1 a 10% para virtualmente zero).
O programa americano de seguros contra inundações é composto por:
• seguro contra inundações;
• gerenciamento da planície de inundação;
• mapeamento de áreas de risco.

De acordo com o governo americano, 1 bilhão de dólares são poupados


anualmente com a prática das ações pertinentes ao NFIP, incluindo a
contratação de seguro. Edificações que respeitam a norma de
construção do NFIP sofrem 80% a menos de perdas estruturais.
Construções a prova de enchentes (“floodproofing”):

Relocação Elevação

Instalação de Dry flood proofing


barreiras e (impedir a água de entrar
comportas protegendo aberturas de
portas e janelas, ralos, etc.)

Wet flood proofing


(alterar a construção para minimizar o
prejuízo quando houver contato do seu
interior com a água)
Sistemas de Previsão e Alerta:

O uso de sistemas de previsão e alerta contra inundações representa


uma das principais tendências observadas nos países desenvolvidos
em termos de medidas não-estruturais e tem mostrado uma elevada
efetividade na redução de perdas em grandes bacias como as dos rios
Danúbio e Mississippi (SMITH, 1996).

Estudos de caso realizados em países desenvolvidos apontam para um


potencial de redução de perdas de até dois terços do total com o uso de
sistemas de alerta.

Na prática, as perdas evitadas têm sido da metade do total previsto, o


que não deixa de ser impressionante. Na Índia, uma redução de apenas
10% das perdas anuais provocadas por inundações representa uma
economia de US$250 milhões (SMITH, 1996).

You might also like