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Ciclo 5 : A Missa

Módulo III – A IGREJA DE CRISTO

Ciclo 5 – A Missa
Ciclo 5 : A Missa

Apresentação

Buscamos nesse subsídio fornecer textos e reflexões sobre a missa. Para que você tivesse acesso ao melhor
conteúdo, buscamos trazer aqui as catequeses que o próprio Papa Francisco tem oferecido todas as quartas-
feiras no Vaticano. Aproveite cada uma das palavras desse texto para mergulhar no conhecimento, na
sabedoria e na fé e assim poder partilhar esse dom com os catequizados.

1. Reflexões sobre a Santa Missa 2


Iniciamos hoje uma nova série de catequeses, que dirigirá o olhar para o “coração” da Igreja, isso é, a
Eucaristia. É fundamental para nós cristãos compreender bem o valor e o significado da Santa Missa, para
viver sempre mais plenamente a nossa relação com Deus.

Não podemos esquecer o grande número de cristãos que, no mundo inteiro, em dois mil anos de história,
resistiram até a morte para defender a Eucaristia; e quantos, ainda hoje, arriscam a vida para participar da
Missa dominical. No ano 304, durante as perseguições de Diocleciano, um grupo de cristãos, do norte da
África, foram surpreendidos enquanto celebravam a Missa em uma casa e foram presos. O próconsul romano,
no interrogatório, perguntou a eles porque o fizeram, sabendo que era absolutamente proibido. E eles
responderam: “Sem o domingo não podemos viver”, que queria dizer: se não podemos celebrar a Eucaristia,
não podemos viver, a nossa vida cristã morreria.

De fato, Jesus disse aos seus discípulos: “Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu
sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna;
e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 53-54)

Aqueles cristãos do norte da África foram assassinados porque celebravam a Eucaristia. Deixaram o
testemunho que se pode renunciar à vida terrena pela Eucaristia, porque essa nos dá a vida eterna, tornando-
nos partícipes da vitória de Cristo sobre a morte. Um testemunho que nos interpela a todos e pede uma
resposta sobre o que significa para cada um de nós participar do Sacrifício da Missa e nos aproximarmos da
Mesa do Senhor. Estamos procurando aquela fonte que “traz água viva” para a vida eterna?, que faz da nossa
vida um sacrifício espiritual de louvor e de agradecimento e faz de nós um só corpo com Cristo? Este é o
sentido mais profundo da santa Eucaristia, que significa “agradecimento”: agradecimento a Deus Pai, Filho e
Espírito Santo que nos envolve e nos transforma na sua comunhão de amor.

Nas próximas catequeses, gostaria de dar resposta a algumas perguntas importantes sobre Eucaristia e a
Missa, para redescobrir, ou descobrir, como através deste mistério da fé resplandece o amor de Deus.

O Concílio Vaticano II foi fortemente animado pelo desejo de conduzir os cristãos para compreender a
grandeza da fé e a beleza do encontro com Cristo. Por esse motivo, era necessário, antes de tudo, atuar, com
a guia do Espírito Santo, uma adequada renovação da Liturgia, porque a Igreja continuamente vive dessa e se
renova graças a essa.

Um tema central que os padres conciliares sublinharam é a formação litúrgica dos fiéis, indispensável para
uma verdadeira renovação. E é justamente essa também a finalidade desse ciclo de catequeses que hoje
começamos: crescer no conhecimento do grande dom de Deus que nos doou na Eucaristia.
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A Eucaristia é um acontecimento maravilhoso no qual Jesus Cristo, nossa vida, se faz presente. Participar da
Missa “é viver uma outra vez a paixão e a morte redentora do Senhor. É uma teofania: o Senhor se faz presente
sobre o altar para ser oferecido ao Pai pela salvação do mundo” (Homilia na Santa Missa, Casa Santa Marta,
10 de fevereiro de 2014). O Senhor está ali conosco, presente. Tantas vezes nós vamos ali, olhamos as coisas,
conversamos entre nós enquanto o sacerdote celebra a Eucaristia…e não celebramos próximo a Ele. Mas é o
Senhor! Se hoje viesse aqui o presidente da República ou qualquer pessoa muito importante do mundo, é
certo que todos estaríamos próximo a ele, que gostaríamos de saudá-lo. Mas pense: quando você vai à Missa,
ali está o Senhor! E você está distraído. É o Senhor! Devemos pensar nisso. “Padre, é que as missas são chatas”
– “Mas, o que você diz, o Senhor é chato?” – “Não, não, a Missa não, os padres” – “Ah, que se convertam os
padres, mas é o Senhor que está ali!”. Entendido? Não esqueçam isso. “Participar da Missa é viver uma outra
vez a paixão e a morte redentora do Senhor”.

Vamos tentar agora colocar algumas perguntas simples. Por exemplo, porque se faz o sinal da cruz e o ato 3
penitencial no início da Missa? E aqui gostaria de fazer outro parêntese. Vocês viram como as crianças fazem
o sinal da cruz? Você não sabe o que fazem, se é o sinal da cruz ou um desenho. Fazem assim [ faz um gesto
confuso] . É preciso ensinar as crianças a fazer bem o sinal da cruz. Assim começa a Missa, assim começa a
vida, assim começa o dia. Isso quer dizer que nós somos redimidos com a cruz do Senhor. Olhem as crianças
e as ensinem a fazer bem o sinal da cruz. E aquelas Leituras, na Missa, porque estão ali? Por que se leem aos
domingos três Leituras e nos outros dias duas? Por que estão ali, o que significa a Leitura da Missa? Por que
se leem e o que tem a ver? Ou até mesmo, por que em certo ponto o sacerdote que preside a celebração diz:
“Corações ao alto”? Não diz: “Celulares ao alto para tirar a foto!”. Não, é uma coisa feia! E eu digo a vocês que
me dá tanta tristeza quando celebro aqui na Praça ou na Basílica e vejo tantos telefones levantados, não só
dos fiéis, mas também de alguns padres e também bispos. Mas por favor! A Missa não é um espetáculo: é ir
ao encontro da paixão e da ressurreição do Senhor. Por isso o sacerdote diz: “Corações ao alto”. O que quer
dizer isso? Lembrem-se: nada de telefones.

É muito importante voltar ao fundamento, redescobrir aquilo que é essencial, através daquilo que se toca e
se vê na celebração dos Sacramentos. A pergunta do apóstolo São Tomé (cfr Jo 20, 25), de poder ver e tocar
as feridas dos pregos no corpo de Jesus é o desejo de poder, de algum modo, “tocar” Deus para acreditar Nele.
Isso que São Tomás pede ao Senhor é aquilo de que nós precisamos: vê-Lo, e tocá-Lo para poder reconhecê-
Lo. Os Sacramentos vêm ao encontro dessa exigência humana. Os Sacramentos, e a celebração eucarística de
modo particular, são os sinais do amor de Deus e as vias privilegiadas para nos encontrarmos com Ele.

Assim, através dessas catequeses que hoje começamos, gostaria de redescobrir junto com vocês a beleza que
se esconde na celebração eucarística e que, uma vez revelada, dá sentido pleno à vida de cada um. Nossa
Senhora nos acompanhe nessa nova etapa do caminho. Obrigado.

2. Missa é o memorial do Mistério pascal de Cristo

Prosseguindo com as catequeses sobre a Missa, podemos nos perguntar: o que é essencialmente a Missa? A
Missa é o memorial do Mistério pascal de Cristo. Essa nos torna partícipes da sua vitória sobre o pecado e a
morte e dá significado pleno à nossa vida.

Por isso, para compreender o valor da Missa, devemos, antes de tudo, entender então o significado bíblico do
“memorial”. Esse “não é somente a recordação dos acontecimentos do passado, mas os torna, de certo modo,
presentes e atuais. Precisamente assim Israel entende a sua libertação do Egito: toda vez que é celebrada a
Páscoa, os acontecimentos do êxodo tornam-se presentes na memória dos crentes a fim de que conformem
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a esses a própria vida” (Catecismo da Igreja Católica, 1363). Jesus Cristo, com a sua paixão, morte, ressurreição
e ascensão ao céu levou à realização a Páscoa. E a Missa é o memorial da sua Páscoa, do seu “êxodo”, que
realizou por nós, para nos fazer sair da escravidão e nos introduzir na terra prometida da vida eterna. Não é
somente uma recordação, não, é mais: é fazer presente aquilo que aconteceu vinte séculos atrás.

A Eucaristia nos leva sempre ao ápice da ação de salvação de Deus: o Senhor Jesus, fazendo-se pão partido
por nós, derrama sobre nós toda a sua misericórdia e o seu amor, como fez na cruz, de forma a renovar o
nosso coração, a nossa existência e o nosso modo de nos relacionarmos com Ele com os irmãos. Diz o Concílio
Vaticano II: “Toda vez que o sacrifício da cruz, com o qual Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado, é
celebrado sobre o altar, se realiza a obra da nossa redenção” (Cost.dogm. Lumen gentium, 3).

Cada celebração da Eucaristia é um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus Cristo ressuscitado. Participar da
Missa, em particular aos domingos, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser iluminados pela sua luz, 4
aquecidos pelo seu calor. Através da celebração eucarística o Espírito Santo nos torna partícipes da vida divina
que é capaz de transfigurar todo o nosso ser mortal. E na sua passagem da morte à vida, do tempo à
eternidade, o Senhor Jesus nos leva com Ele para fazer a Páscoa. Na Missa se faz Páscoa. Nós, na Missa,
estamos com Jesus, morto e ressuscitado e Ele nos leva para frente, para a vida eterna. Na Missa nos unimos
a Ele. Ou melhor, Cristo vive em nós e nós vivemos n’Ele. “Fui crucificado com Cristo – diz São Paulo – e não
vivo mais eu, mas Cristo vive em mim. E esta vida, que eu vivo no corpo, a vivo na fé do Filho de Deus, que me
amou e entregou a si mesmo por mim” (Gal 2, 19-20). Assim pensava Paulo.

O seu sangue, de fato, nos liberta da morte e do medo da morte. Liberta-nos não somente do domínio da
morte física, mas da morte espiritual que é o mal, o pecado que nos pega toda vez que caímos vítimas do
pecado nosso ou dos outros. E então a nossa vida se torna poluída, perde a beleza, perde o significado,
esmorece.

Cristo em vez disso, nos dá vida; Cristo é a plenitude da vida e quando enfrentou a morte a derrotou para
sempre: “Ressussitando destruiu a morte e renovou a vida” (Oração eucarística VI). A Páscoa de Cristo é a
vitória definitiva sobre a morte, porque Ele transformou a sua morte em supremo ato de amor. Morreu por
amor! E na Eucaristia, Ele quer nos comunicar este seu amor pascal, vitorioso. Se o recebemos com fé, também
nós podemos amar verdadeiramente Deus e o próximo, podemos amar como Ele nos amou, dando a vida.

Se o amor de Cristo está em mim, posso doar-me plenamente ao outro, na certeza interior de que mesmo que
o outro me fira, eu não morrerei; caso contrário, deveria defender-me. Os mártires deram a vida propriamente
por essa certeza da vitória de Cristo sobre a morte. Somente se experimentamos este poder de Cristo, o poder
do seu amor, somos verdadeiramente livres de nos doarmos sem medo. Isso é a Missa: entrar nesta paixão,
morte, ressurreição, ascensão de Jesus; quando vamos à Missa é como se fôssemos ao calvário, o mesmo.
Mas pensem: se nós no momento da Missa vamos ao calvário – pensemos com imaginação – e sabemos que
aquele homem ali é Jesus. Mas, nós nos permitiremos ficar conversando, tirar fotografias, fazer um pouco o
espetáculo? Não! Porque é Jesus! Nós, certamente, estaremos em silêncio, no choro, e também na alegria de
sermos salvos. Quando nós entramos na Igreja para celebrar a Missa, pensemos isto: entro no calvário, onde
Jesus dá a sua vida por mim. E assim desaparece o espetáculo, desaparecem as conversas, os comentários, e
estas coisas que nos distanciam disto que é tão bonito que é a Missa, o triunfo de Jesus.

Penso que agora seja claro como a Páscoa se torna presente e operante toda vez que celebramos a Missa, isso
é, o sentido do memorial. A participação na Eucaristia nos faz entrar no mistério pascal de Cristo, permitindo-
nos passar com Ele da morte à vida, isso é, ali no calvário. A Missa é refazer o calvário, não é um espetáculo.
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3. Por que ir à Missa aos Domingos?


A celebração dominical da Eucaristia está no centro da vida da Igreja (cfr Catecismo da Igreja Católica, n. 2177).
Nós cristãos vamos à Missa aos domingos para encontrar o Senhor ressuscitado, ou melhor, para deixar-nos
encontrar por Ele, ouvir a sua palavra, alimentar-nos à sua mesa, e assim nos tornarmos Igreja, ou seja, seu
místico Corpo vivente no mundo.

Compreenderam isso, desde o primeiro momento, os discípulos de Jesus, que celebraram o encontro
eucarístico com o Senhor no dia da semana que os judeus chamavam “o primeiro da semana” e os romanos
“dia do sol”, porque naquele dia Jesus ressuscitou dos mortos e apareceu aos discípulos, falando com eles,
comendo com eles, dando a eles o Espírito Santo (cfrMt28,1;Mc16,9.14;Lc24,1.13;Gv20,1.19), como ouvimos
na Leitura bíblica. Também a grande efusão do Espírito em Pentecostes acontece no domingo, o
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quinquagésimo dia após a ressurreição de Jesus. Por essas razões, o domingo é um dia santo para nós,
santificado pela celebração eucarística, presença viva do Senhor entre nós e para nós. É a Missa, portanto,
que faz cristão o domingo! O domingo cristão gira em torno da Missa. Que domingo é, para um cristão, aquele
em que falta o encontro com o Senhor?

Há comunidades cristãs que, infelizmente, não podem ter a Missa aos domingos; também essas, todavia, neste
dia santo, são chamadas a recolher-se em oração no nome do Senhor, ouvindo a Palavra e Deus e tendo vivo
o desejo da Eucaristia.

Algumas sociedades secularizadas perderam o sentido cristão do domingo iluminado pela Eucaristia. É pecado
isso! Nestes contextos é necessário reavivar esta consciência, para recuperar o significado da festa, o
significado da alegria, da comunidade paroquial, da solidariedade, do repouso que restaura a alma e o corpo
(cfr Catecismo da Igreja Católica, nn. 2177-2188). De todos esses valores nos é mestra a Eucaristia, domingo
após domingo. Por isso o Concílio Vaticano II quis reiterar que “o domingo é, pois, o principal dia de festa a
propor e inculcar no espírito dos fiéis; seja também o dia da alegria e do repouso” (Const. Sacrosanctum
Concilium, 106).

A abstenção dominical do trabalho não existia nos primeiros séculos: é uma contribuição específica do
cristianismo. Por tradição bíblica os judeus repousam no sábado, enquanto na sociedade romana não era
previsto um dia semanal de abstenção dos trabalhos servis. Foi o sentido cristão de viver como filhos e não
como escravos, animado pela Eucaristia, a fazer do domingo – quase universalmente – o dia do repouso.

Sem Cristo estamos condenados a ser dominados pelo cansaço do cotidiano, com as suas preocupações, e
pelo medo do amanhã. O encontro dominical com o Senhor nos dá a força de viver o hoje com confiança e
coragem de seguir adiante com esperança. Por isso nós cristãos vamos encontrar o Senhor aos domingos na
celebração eucarística.

A comunhão eucarística com Jesus, Ressuscitado e vivente na eternidade, antecipa o domingo sem ocaso,
quando não haverá mais cansaço nem dor, nem luto nem lágrimas, mas somente a alegria de viver plenamente
e para sempre com o Senhor. Também desse abençoado repouso nos fala a Missa do domingo, ensinando-
nos, no fluir da semana, a confiarmo-nos nas mãos do Pai que está nos céus.

O que podemos responder a quem diz que não serve ir à Missa, nem mesmo aos domingos, porque o
importante é viver bem, amar o próximo? É verdade que a qualidade da vida cristã se mede na capacidade de
amar, como disse Jesus: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”
(Jo 13, 35); mas como podemos praticar o Evangelho sem tirar a energia necessária para fazê-lo, um domingo
após o outro, da fonte inesgotável da Eucaristia? Não vamos à Missa para dar algo a Deus, mas para receber
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Dele aquilo de que realmente precisamos. Recorda-o a oração da Igreja, que assim se dirige a Deus: “Tu não
tens necessidade do nosso louvor, mas por um dom do teu amor nos chama para dar-te graças; os nossos
hinos de benção não aumentam a tua grandeza, mas nos obtém a graça que nos salva” (Missal Romana,
prefácio comum IV).

Em conclusão, por que ir à Missa aos domingos? Não basta responder que é um preceito da Igreja; isso ajuda
a guardar o seu valor, mas não basta. Nós cristãos precisamos participar da Missa dominical porque somente
com a graça de Jesus, com a sua presença viva em nós e entre nós, podemos colocar em prática o seu
mandamento e assim sermos suas testemunhas críveis.

4. Ritos Iniciais da Missa 6


Hoje gostaria de entrar no vivo da celebração eucarística. A Missa é composta de duas partes, que são a
Liturgia da Palavra e a Liturgia eucarística, assim estritamente ligadas entre si de modo a formar um único ato
de culto (cfr Sacrosanctum Concilium, 56; Instrução Geral do Missal Romano, 28). Introduzida por alguns ritos
preparatórios e concluídas por outros, a celebração é, portanto, um único corpo e não se pode separar, mas
para uma compreensão melhor, procurarei explicar os seus vários momentos, cada um dos quais é capaz de
tocar e envolver uma dimensão da nossa humanidade. É necessário conhecer estes santos sinais para viver
plenamente a Missa e saborear toda a sua beleza.

Quando o povo está reunido, a celebração se abre com os ritos introdutivos, compreendidos o ingresso dos
celebrantes ou do celebrante, a saudação – “O Senhor esteja convosco”, “A paz esteja convosco” – o ato
penitencial – “Eu confesso”, onde nós pedimos perdão pelos nossos pecados – o Kyrie eleison, o hino do Glória
e a oração coleta: chama-se “oração coleta” não porque ali se faz a coleta das ofertas: é a coleta das intenções
de oração de todos os povos; e aquela coleta de intenção dos povos se eleva ao céu como oração. O seu
escopo – destes ritos introdutivos – é fazer com que “os fiéis, reunidos, formem uma comunidade e se
disponham a escutar com fé a Palavra de Deus e a celebrar dignamente a Eucaristia” (Instrução Geral do Missal
Romano, 46). Não é um bom hábito olhar para o relógio e dizer: “Estou em tempo, chego depois do sermão e
com isso cumpro o preceito”. A Missa começa com o sinal da Cruz, com estes ritos introdutivos, porque ali
começamos a adorar Deus como comunidade. E por isso é importante prever não chegar atrasado, mas sim
antecipado, para preparar o coração a este rito, a esta celebração da comunidade.

Enquanto normalmente se desenvolve o canto de entrada, o sacerdote com os outros ministros chega em
procissão ao presbitério e aqui saúda o altar com uma inclinação e, em sinal de veneração, beija-o e, quando
há o incenso, incensa-o. Por que? Porque o altar é Cristo: é figura de Cristo. Quando nós olhamos para o altar,
olhamos justamente para onde está Cristo. O altar é Cristo. Estes gestos, que arriscam passar despercebidos,
são muito significativos, porque exprimem desde o início que a Missa é um encontro de amor com Cristo, o
qual “oferecendo o seu corpo na cruz […] torna-se altar, vítima e sacerdote” (prefácio pascal V). O altar, de
fato, enquanto sinal de Cristo, “é o centro da ação de graças que se realiza com a Eucaristia” (Instrução Geral
do Missal Romano, 296), e toda a comunidade em torno do altar, que é Cristo; não para olhar a face, mas para
olhar Cristo, porque Cristo está no centro da comunidade, não está distante dessa.

Há depois o sinal da cruz. O sacerdote que preside o traça em si e o mesmo o fazem todos os membros da
assembleia, conscientes de que o ato litúrgico se realiza “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. E
aqui passo a um outro assunto bem pequeno. Vocês viram como as crianças fazem o sinal da cruz? Não sabem
o que fazem: às vezes fazem um desenho, que não é o sinal da cruz. Por favor: mamãe e papai, avós, ensinem
as crianças, desde o início – de pequeninos – a fazer bem o sinal da cruz. E expliquem-lhes que é ter como
proteção a cruz de Jesus. E a Missa começa com o sinal da cruz. Toda a oração se move, por assim dizer, no
espaço da Santíssima Trindade – ‘Em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo’ – que é espaço de comunhão
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infinita; tem como origem e como fim o amor de Deus Uno e Trino, manifestado e doado a nós na Cruz de
Cristo. De fato, o seu mistério pascal é dom da Trindade, e a Eucaristia sempre brota do seu coração ferido.
Marcando-nos com o sinal da cruz, portanto, não só fazemos memória do nosso Batismo, mas afirmamos que
a oração litúrgica é o encontro com Deus em Jesus Cristo, que por nós se encarnou, morreu na cruz e
ressuscitou glorioso.

O sacerdote, portanto, dirige a saudação litúrgica, com a expressão: “O Senhor esteja convosco” ou uma outra
similar – há muitas – ; e a assembleia responde: “Ele está no meio de nós”. Estamos em diálogo; estamos no
início da Missa e devemos pensar no significado de todos esses gestos e palavras. Estamos entrando em uma
“sinfonia” na qual ressoam várias tonalidades de vozes, compreendidos tempos de silêncio, em vista de criar
o “acordo” entre todos os participantes, isso é, de reconhecer-se animados por um único Espírito e por um
mesmo fim. De fato, “a saudação sacerdotal e a resposta do povo manifestam o mistério da Igreja reunida”
(Instrução Geral do Missal Romano, 50). Exprime-se, assim, a comum fé e o desejo recíproco de estar com o 7
Senhor e de viver a unidade com toda a comunidade.

E esta é uma sinfonia orante, que se está criando e logo apresenta um momento muito tocante, porque quem
preside convida todos a reconhecer os próprios pecados. Todos somos pecadores. Não sei, talvez alguém de
vocês não é pecador…Se alguém não é pecador, levante a mão, por favor, assim todos vemos. Mas não há
mãos levantadas, tudo bem: vocês têm boa fé! Todos somos pecadores; e por isso no início da Missa pedimos
perdão. É o ato penitencial. Não se trata somente de pensar nos pecados cometidos, mas muito mais: é o
convite a confessar-se pecadores diante de Deus e diante da comunidade, diante dos irmãos, com humildade
e sinceridade, como o publicano no templo. Se realmente a Eucaristia torna presente o mistério pascal, vale
dizer a passagem de Cristo da morte à vida, então a primeira coisa que devemos fazer é reconhecer quais são
as nossas situações de morte para poder ressurgir com Ele à vida nova. Isto nos faz compreender quanto é
importante o ato penitencial. E por isso retomaremos o assunto na próxima catequese.

Vamos passo a passo na explicação da Missa. Mas eu recomendo: ensinem bem às crianças a fazer o sinal da
cruz, por favor!

5. Ato Penitencial

Retomando as catequeses sobre a celebração eucarística, consideramos hoje, no contexto dos ritos
introdutórios, o ato penitencial. Na sua sobriedade, esse favorece a atitude com que dispor-se a celebrar
dignamente os santos mistérios, isto é, reconhecendo diante de Deus e dos irmãos os nossos pecados,
reconhecendo que somos pecadores. O convite do sacerdote, de fato, é dirigido a toda a comunidade em
oração, porque todos somos pecadores. O que pode dar o Senhor a quem já tem o coração cheio de si, do
próprio sucesso? Nada, porque o presunçoso é incapaz de receber perdão, satisfeito como é da sua presumida
justiça. Pensemos na parábola do fariseu e do publicano, onde somente o segundo – o publicano – volta para
casa justificado, isso é, perdoado (cfr Lc 18, 9-14). Quem é consciente das próprias misérias e abaixa os olhos
com humildade, sente sobre si o olhar misericordioso de Deus. Sabemos por experiência que somente quem
sabe reconhecer os erros e pedir desculpa recebe a compreensão e o perdão dos outros

Ouvir em silêncio a voz da consciência permite reconhecer que os nossos pensamentos são distantes dos
pensamentos divinos, que as nossas palavras e as nossas ações são muitas vezes mundanas, guiadas, isso é,
por escolhas contrárias ao Evangelho. Por isso, no início da Missa, fazemos comunitariamente o ato penitencial
mediante uma fórmula de confissão geral, pronunciada na primeira pessoa do singular. Cada um confessa a
Deus e aos irmãos “ter pecado em pensamentos, palavras, atos e omissões”. Sim, também por omissões, ou
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seja, ter deixado de fazer o bem que poderia ter feito. Muitas vezes nos sentimos bravos porque – dizemos –
“não fiz mal a ninguém”. Na realidade, não basta não fazer o mal ao próximo, é preciso escolher fazer o bem
aproveitando as ocasiões para dar bom testemunho de que somos discípulos de Jesus. É bom ressaltar que
confessamos tanto a Deus quanto aos irmãos ser pecadores: isso nos ajuda a compreender a dimensão do
pecado que, enquanto nos separa de Deus, nos divide também dos nossos irmãos e vice-versa. O pecado
rompe: rompe a relação com Deus e rompe a relação com os irmãos, a relação na família, na sociedade, na
comunidade: o pecado rompe sempre, separa, divide.

As palavras que dizemos com a boca são acompanhadas do gesto de bater no peito, reconhecendo que pequei
por minha culpa, e não dos outros. Acontece muitas vezes que, por medo ou vergonha, apontamos o dedo
para acusar outros. Custa admitir ser culpados, mas nos faz bem confessá-lo com sinceridade. Confessar os
próprios pecados. Eu recordo uma história, que contava um velho missionário, de uma mulher que foi se
confessar e começou a dizer os erros do marido; depois passou a contar os erros da sogra e depois os pecados 8
dos vizinhos. A um certo ponto, o confessor lhe disse: “Mas, senhora, me diga: terminou?” – Muito bem: a
senhora terminou com os pecados dos outros. Agora comece a dizer os seus”. Dizer os próprios pecados!

Depois da confissão do pecado, suplicamos à Virgem Maria, aos anjos e santos que rezem ao Senhor por nós.
Também nisso é preciosa a comunhão dos santos: isso é, a intercessão destes “amigos e modelos de vida”
(Prefácio de 1º de novembro) nos apoia no caminho rumo à plena comunhão com Deus, quando o pecado
será definitivamente aniquilado.

Além do “Confesso”, pode-se fazer o ato penitencial com outras fórmulas, por exemplo: “Piedade de nós,
Senhor / Contra ti pecamos./ Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia./ E dai-nos a tua salvação” (cfr Sal 123,
3; 85, 8; Jer 14, 20). Especialmente aos domingos se pode realizar a benção e a aspersão da água em memória
do Batismo (cfr OGMR, 51), que apaga todos os pecados. É também possível, como parte do ato penitencial,
cantar o Kyrie eléison: com antiga expressão grega, aclamamos o Senhor – Kyrios – e imploramos a sua
misericórdia (ibid., 52).

A Sagrada Escritura nos oferece luminosos exemplos de figuras “penitentes” que, regressando a si mesmas
depois de ter cometido o pecado, encontram a coragem de tirar a máscara e se abrir à graça que renova o
coração. Pensemos no rei Davi e nas palavras a ele atribuídas no Salmo: “Piedade de mim, ó Deus, no teu
amor; na tua grande misericórdia apaga a minha iniquidade” (51, 3). Pensemos no filho pródigo que retorna
ao pai; ou na invocação do publicano: “Ó Deus, tenha piedade de mim, pecador” (Lc 18, 13). Pensemos
também em São Pedro, em Zaqueu, na mulher samaritana. Comparar-se com a fragilidade do barro de que
fomos formados é uma experiência que nos fortifica: enquanto nos coloca diante da nossa fraqueza, abre-nos
o coração para invocar a misericórdia divina que transforma e converte. E isso é aquilo que fazemos no ato
penitencial no início da Missa.

6. Glória e Oração da Coleta

No percurso das catequeses sobre celebração eucarística, vimos que o Ato penitencial nos ajuda a nos
despojarmos das nossas presunções e a nos apresentarmos a Deus como realmente somos, conscientes de
sermos pecadores, na esperança de sermos perdoados.
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Propriamente do encontro entre a miséria humana e a misericórdia divina toma vida a gratidão expressa no
“Glória”, “um hino muito antigo e venerável com o qual a Igreja, reunida no Espírito Santo, glorifica e suplica
Deus Pai e o Cordeiro” (Instrução Geral do Missal Romano, 53).

O início deste hino – “Glória a Deus nos altos céus” – retoma o canto dos Anjos no nascimento de Jesus em
Belém, alegre anúncio do abraço entre o céu e a terra. Este canto envolve também nós recolhidos em oração:
“Glória a Deus no alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade”. Depois do “Glória”, ou, quando
não há este, logo após o Ato penitencial, a oração toma forma particular na oração denominada “coleta”, por
meio da qual é expresso o caráter próprio da celebração, variável segundo os dias e os tempos do ano (cfr
ibid, 54). Com o convite “oremos”, o sacerdote exorta o povo a recolher-se com ele em um momento de
silêncio, a fim de tomar consciência de estar na presença de Deus e fazer emergir, cada um no próprio coração,
as intenções pessoais com que participa da Missa (cfr ibid, 54). O sacerdote diz “oremos”; e depois vem um
momento de silêncio e cada um pensa nas coisas de que precisa, que quer pedir, na oração. 9
O silêncio não se reduz à ausência de palavras, mas sim dispor-se a ouvir outras vozes: aquela do nosso coração
e, sobretudo, a voz do Espírito Santo. Na Liturgia, a natureza do sagrado silêncio depende do momento em
que tem lugar: “Durante o ato penitencial e depois do convite à oração, ajuda o recolhimento; depois da leitura
ou da homilia, é um chamado a meditar brevemente aquilo que foi ouvido; depois da Comunhão, favorece a
oração interior de louvor e de súplica” (ibid.,45). Portanto, antes da oração inicial, o silêncio ajuda a nos
recolhermos em nós mesmos e a pensar no porquê estamos ali. Eis então a importância de escutar o nosso
coração para abri-lo depois ao Senhor. Talvez venhamos de dias de cansaço, de alegria, de dor, e queremos
dizê-lo ao Senhor, invocar a sua ajuda, pedir que esteja próximo a nós; temos familiares e amigos doentes ou
que atravessam provações difíceis; desejamos confiar a Deus o futuro da Igreja e do mundo. E para isso serve
o breve silêncio antes que o sacerdote, recolhendo as intenções de cada um exprima em voz alta a Deus, em
nome de todos, a comum oração que conclui os ritos de introdução, fazendo precisamente a “coleta” de cada
intenção. Recomendo vivamente aos sacerdotes observar esse momento de silêncio e não ir com pressa:
‘oremos’, e que se faça o silêncio. Recomento isso aos sacerdotes. Sem esse silêncio, corremos o risco de
negligenciar o recolhimento da alma.

O sacerdote recita esta súplica, esta oração de coleta, com os braços abertos, é a atitude do orante, assumido
pelos cristãos desde os primeiros séculos – como testemunham os afrescos das catacumbas romanas – para
imitar o Cristo com os braços abertos no madeiro da cruz. E ali, Cristo é o Orante e é junto a oração! No
Crucifixo reconhecemos o sacerdote que oferece a Deus o culto a ele, ou seja, a obediência filial.

No Rito Romano, as orações são concisas, mas ricas de significado: podem ser feitas tantas belas meditações
sobre estas orações. Tão belas! Voltar a meditar os textos, também fora da Missa, pode ajudar-nos a aprender
como nos dirigirmos a Deus, o que pedir, quais palavras usar. Possa a liturgia tornar-se para todos nós uma
verdadeira escola de oração

7. Liturgia da Palavra

Continuamos hoje as catequeses sobre Santa Missa. Depois de nos concentrarmos nos ritos de introdução,
consideremos agora a Liturgia da Palavra, que é uma parte constitutiva porque nos reunimos justamente para
ouvir aquilo que Deus fez e pretende ainda fazer por nós. É uma experiência que acontece “ao vivo” e não por
ouvir dizer, porque “quando na Igreja se lê a sagrada Escritura, o próprio Deus fala ao seu povo e Cristo,
presente na sua palavra, anuncia o Evangelho” (Instrução Geral do Missal Romano, 29; cfr Cost. Sacrosanctum
Concilium, 7; 33). E quantas vezes, enquanto é lida a Palavra de Deus, comenta-se: “Olha aquele…olha aquela,
Ciclo 5 : A Missa

olha o chapéu que aquela trouxe: é ridículo…”. E se começa a fazer os comentários. Não é verdade? Deve-se
fazer comentários enquanto se lê a Palavra de Deus? [respondem: “Não!”]. Não, porque se você conversa com
o povo não ouve a Palavra de Deus. Quando se lê a Palavra de Deus na Bíblia – a primeira Leitura, a segunda,
o Salmo responsorial e o Evangelho – devemos ouvir, abrir o coração, porque é o próprio Deus que nos fala e
não pensar em outras coisas ou falar de outras coisas. Entendido? … Explicarei o que acontece nessa Liturgia
da Palavra.

As páginas da Bíblia deixam de ser um escrito para se tornar palavra viva, pronunciada por Deus. É Deus que,
por meio da pessoa que lê, nos fala e interpela a nós que ouvimos com fé. O Espírito “que falou através dos
profetas” (Credo) e inspirou os autores sacros, faz com que “a palavra de Deus atue verdadeiramente nos
corações aquilo que faz ressoar nos ouvidos” (Lecionário, Introd.,9). Mas para ouvir a Palavra de Deus é preciso
ter também o coração aberto para receber a palavra no coração. Deus fala e nós nos colocamos à escuta, para
depois colocar em prática o que ouvimos. É muito importante ouvir. Algumas vezes talvez não entendemos 10
bem porque há algumas leituras um pouco difíceis. Mas Deus nos fala o mesmo de outro modo. [É preciso
estar] em silêncio e ouvir a Palavra de Deus. Não se esqueçam disso. Na Missa, quando começam as leituras,
ouçamos a Palavra de Deus.

Precisamos escutá-Lo! É de fato uma questão de vida, como bem recorda a incisiva expressão que “não só de
pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4, 4). A vida que a Palavra de Deus
nos dá. Neste sentido, falamos da Liturgia da Palavra como da “mesa” que o Senhor prepara para alimentar a
nossa vida espiritual. É uma mesa abundante aquela da liturgia, que alcança largamente os tesouros da Bíblia
(cfr Sc, 51), seja do Antigo ou do Novo Testamento, porque nesses é anunciado pela Igreja o único e idêntico
mistério de Cristo (cfr Lecionário, Introd.,5). Pensemos na riqueza das leituras bíblicas oferecidas pelos três
ciclos dominicais que, à luz dos Evangelhos Sinóticos, nos acompanham ao longo do ano litúrgico: uma grande
riqueza. Desejo aqui recordar também a importância do Salmo responsorial, cuja função é favorecer a
meditação de quanto ouvimos na leitura que o precede. É bom que o Salmo seja valorizado com o canto, ao
menos no refrão (cfr OGMR, 61; Lezionario, Introd., 19-22).

A proclamação litúrgica das mesmas leituras, com os cantos tirados da Sagrada Escritura, exprime e favorece
a comunhão eclesial, acompanhando o caminho de todos e de cada um. Entende-se, portanto, porque
algumas escolhas subjetivas, como a omissão de leituras ou sua substituição com textos não bíblicos, sejam
proibidas. Ouvi que alguém, se há uma notícia, lê o jornal, porque é a notícia do dia. Não! A Palavra de Deus é
a Palavra de Deus! O jornal podemos lê-lo depois. Mas ali se lê a Palavra de Deus. É o Senhor que nos fala.
Substituir aquela Palavra com outras coisas empobrece e compromete o diálogo entre Deus e o seu povo em
oração. Ao contrário, [requere-se] a dignidade do ambão e o uso do Lecionário [1], a disponibilidade de bons
leitores e salmistas. Mas é preciso procurar bons leitores!, aqueles que saibam ler, não aqueles que leem
[deturpando as palavras] e não se entende nada. É assim. Bons leitores. Devem-se preparar e fazer a prova
antes da Missa para ler bem. E isso cria um clima de silêncio receptivo [2].

Sabemos que a palavra do Senhor é uma ajuda indispensável para não nos perdermos, como bem reconhece
o Salmista que, dirigido ao Senhor, confessa: “Lâmpada para os meus passos é a tua palavra, luz sobre o meu
caminho” (Sal 119, 105). Como poderíamos enfrentar a nossa peregrinação terrena, com seus cansaços e
provas, sem sermos regularmente alimentados e iluminados pela Palavra de Deus que ressoa na liturgia?

Certo, não basta ouvir com os ouvidos, sem acolher no coração a semente da divina Palavra, permitindo-lhe
dar fruto. Recordemo-nos da parábola do semeador e dos diversos resultados segundo os diversos tipos de
terreno (cfr Mc 4, 14-20). A ação do Espírito, que torna eficaz a resposta, precisa de corações que se deixem
trabalhar e cultivar, de modo que quanto ouvido na Missa passe na vida cotidiana, segundo a advertência do
apóstolo Tiago: “Sejam daqueles que colocam em prática a Palavra e não ouvidores apenas, iludindo a vós
mesmos” (Tiag 1, 22). A Palavra de Deus faz um caminho dentro de nós. Nós a ouvimos com os ouvidos e passa
ao coração; não permanece nos ouvidos, deve ir ao coração; e do coração passa às mãos, às boas obras. Esse
Ciclo 5 : A Missa

é o percurso que faz a Palavra de Deus: dos ouvidos ao coração e às mãos. Aprendamos essas coisas.
Obrigado!
_____________________________

[1] Critérios e ordenação das leituras da Missa no Rito Romano são descritos na Introdução do Lecionário.

[2] “A Liturgia da Palavra deve ser celebrada de modo a favorecer a meditação; portanto se deve
absolutamente evitar qualquer forma de pressa que impeça o recolhimento. Nessa são oportunos também
breves momentos de silêncio, adaptados à assembleia reunida, por meio dos quais, com a ajuda do Espírito
Santo, a palavra de Deus seja acolhida no coração e se prepare a resposta com a oração” (OGMR, 56).

11
8. Evangelho e Homilia
Continuamos com as catequeses sobre Santa Missa. Chegamos às Leituras.

O diálogo entre Deus e o seu povo, desenvolvido na Liturgia da Palavra da Missa, atinge o ápice na proclamação
do Evangelho. Precede-o o canto do Aleluia – ou, na Quaresma, uma outra aclamação – com que “a assembleia
dos fiéis acolhe e saúda o Senhor que está para falar no Evangelho” [1]. Como os mistérios de Cristo iluminam
toda a revelação bíblica, assim, na Liturgia da Palavra, o Evangelho constitui a luz para compreender o sentido
dos textos bíblicos que o precedem, seja do Antigo seja do Novo Testamento. De fato, “de toda a Escritura,
como de toda celebração litúrgica, Cristo é o centro e a plenitude”[2]. Sempre no centro está Jesus Cristo,
sempre.

Por isso a própria liturgia distingue o Evangelho das outras leituras e o circunda de particular honra e
veneração. [3] De fato, a sua leitura é reservada ao ministro ordenado, que termina beijando o livro; coloca-
se à escuta em pé e se traça um sinal da cruz na testa, na boca e no peito; as velas e o incenso honram Cristo
que, mediante a leitura evangélica, faz ressoar a sua eficaz palavra. Destes sinais, a assembleia reconhece a
presença de Cristo que lhe dirige a “boa notícia” que converte e transforma. É um discurso direto aquele que
acontece, como atestam as aclamações com que se responde à proclamação: “Glória a ti, ó Senhor” e “Louvor
a ti, ó Cristo”. Nós nos levantamos para ouvir o Evangelho: é Cristo que nos fala, ali. E por isso nós estamos
atentos, porque é um colóquio direto. É o Senhor que nos fala.

Portanto, na Missa, não lemos o Evangelho para saber como foram as coisas, mas ouvimos o Evangelho para
tomar consciência que aquilo que Jesus fez e disse uma vez; e aquela Palavra é viva, a Palavra de Jesus que
está no Evangelho é viva e chega ao meu coração. Por isso ouvir o Evangelho é tão importante, com coração
aberto, porque a Palavra é viva. Escreve Santo Agostinho que “a boca de Cristo é o Evangelho. Ele reina no
céu, mas não cessa de falar na terra”. [4] Se é verdade que na liturgia “Cristo anuncia ainda o Evangelho”, [5]
segue que, participando da Missa, devemos dar-lhe uma resposta. Nós ouvimos o Evangelho e devemos dar
uma resposta na nossa vida.

Para fazer chegar a sua mensagem, Cristo se serve também da palavra do sacerdote que, depois do Evangelho,
faz a homilia. [6] Recomendada vivamente pelo Concílio Vaticano II como parte da própria liturgia, [7] a homilia
não é um discurso de circunstância – nem mesmo uma catequese como esta que estou fazendo agora – nem
uma conferência nem uma lição, a homilia é outra coisa. O que é a homilia? É “um retomar aquele diálogo que
já está aberto entre o Senhor e o seu povo”, [8] a fim de que encontre cumprimento na vida. A autêntica
exegese do Evangelho é a nossa vida santa! A palavra do Senhor termina o seu curso fazendo-se carne em nós,
traduzindo-se em obras, como aconteceu em Maria e nos santos. Recordem-se daquilo que eu disse da última
vez, a Palavra do Senhor entra pelos ouvidos, chega ao coração e vai às mãos, às boas obras. E também a
Ciclo 5 : A Missa

homilia segue a Palavra do Senhor e faz também este percurso para nos ajudar a fim de que a Palavra do
Senhor chegue às mãos, passando pelo coração.

Já tratei desse assunto da homilia na Exortação Evangelii gaudium, onde recordava que o contexto litúrgico
“exige que a pregação oriente a assembleia, e também o pregador, para uma comunhão com Cristo na
Eucaristia que transforme a vida”[9].

Quem faz a homilia deve cumprir bem o seu ministério – aquele que prega, o sacerdote, ou o diácono ou o
bispo -, oferecendo uma real serviço a todos aqueles que participam da Missa, mas também quantos ouvem
devem fazer a sua parte. Antes de tudo prestando atenção, assumindo, isso é, as justas disposições interiores,
sem pretensões subjetivas, sabendo que cada pregador tem qualidades e limitações. Se às vezes há motivo de
chatear-se pela homilia longa ou não centrada ou incompreensível, às vezes é, em vez disso, o preconceito a
fazer o obstáculo. E quem faz a homilia deve ser consciente de que não está fazendo uma coisa própria, está 12
pregando, dando voz a Jesus, está pregando a Palavra de Jesus. E a homilia deve ser bem preparada, deve ser
breve, breve! Dizia-me um sacerdote que uma vez foi a outra cidade onde moravam os pais e o pai lhe disse:
“Sabe, estou contente, porque com os meus amigos encontramos uma igreja onde se faz a Missa sem
homilia!”. E quantas vezes nós vemos que na homilia alguns adormecem, outros conversam ou saem para
fumar um cigarro…Por isso, por favor, que seja breve, a homilia, mas que seja bem preparada. E como se
prepara uma homilia, queridos sacerdotes, diáconos, bispos? Como se prepara? Com a oração, com o estudo
da Palavra de Deus e fazendo uma síntese clara e breve, não deve ir além de 10 minutos, por favor. Concluindo,
podemos dizer que na Liturgia da Palavra, através do Evangelho e da homilia, Deus dialoga com o seu povo, o
qual O escuta com atenção e veneração e, ao mesmo tempo, O reconhece presente e operante. Se, portanto,
nos colocamos à escuta da “boa notícia”, por essa seremos convertidos e transformados, portanto, capazes
de mudar a nós mesmos e o mundo. Por que? Porque a Boa Notícia, a Palavra de Deus, entra pelos ouvidos,
vai ao coração e chega às mãos para fazer boas obras.
_________________________________
[1] Instrução Geral do Missal Romano, 62.

[2] Introdução ao Lecionário, 5.

[3] Cfr Instrução Geral do Missal Romano, 60 e 134.

[4] Sermão 85, 1: PL 38, 520; cf. também Tratado sobre evangelho de João, XXX, I: PL 35, 1632; CCL 36, 289

[5] Conc. Ecum. Vat. II, Cost. Sacrosanctum Concilium, 33.

[6] Cfr Instrução Geral do Missal Romano, 65-66; Introdução ao Lecionário, 24-27.

[7] Cfr Conc. Ecum. Vat. II, Cost. Sacrosanctum Concilium, 52.

[8] Exort. ap. Evangelii gaudium, 137.

[9] Ibid., 138.


Ciclo 5 : A Missa

9. A estrutura da Missa
A estrutura da Santa Missa é construída sobre dois grandes pilares: a liturgia da palavra, precedida dos ritos
inciais, e a liturgia eucarística, seguida dos ritos finais.

O rito eucarístico que detalhamos a seguir é o latino na sua forma ordinária, que é aquele que nos toca. Há,
no mundo inteiro, vários outros ritos eucarísticos reconhecidos pela santa Igreja, que se mantiveram por sua
antiguidade e fidelidade à doutrina católica: o rito ambrosiano, celebrado em Milão, o moçárabe, em partes
da Espanha, o melquita, o maronita, o braguense, a sagrada liturgia de São João Crisóstomo, etc.

A terminologia e as explicações foram obtidas preferencialmente da Instrução Geral sobre o Missal Romano,
13
que pode ser lido aqui, no site. Os ícones com o gestual aqui utilizados recolhemo-los da página Pastoralis.

RITOS INICIAIS
A finalidade dos ritos inciais, precedem a liturgia da palavra e têm o caráter de exórdio, introdução e
preparação. Sua finalidade é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão
e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia.

Entrada A celebração começa com o canto de entrada, cuja finalidade é inserir os fieis no mistério do
tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. Não havendo
canto de entrada, a antífona proposta no missal é recitada. Chegando ao presbitério, o sacerdote,
o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda. Em seguida, o sacerdote e
o diácono beijam o altar; e o sacerdote, se for oportuno, incensa a cruz e o altar.

Saudação Executado o canto da entrada, o sacerdote junto com toda a assembleia, faz o sinal da cruz; a
seguir, pela saudação, expressa à comunidade reunida a presença do Senhor.

Ato Realizado por toda a assembleia, por meio de uma confissão geral, e concluído pela
penitencial absolvição do sacerdote (que não alcança pecados graves). Aos domingos, particularmente,
no tempo pascal, pode-se optar pela bênção e aspersão da água em recordação do batismo.

Kyrie Se não foi incluido no ato penitencial, o 'Senhor, tende piedade' (Kyrie eleison) é rezado/cantado por
todos, para implorar a misericórdia de Deus.

Glória O texto deste hino (remonta ao século II) não pode ser substituído por outro. Entoado pelo
sacerdote ou, se for o caso, pelo cantor ou o grupo de cantores, é cantado por toda a assembleia.
Ciclo 5 : A Missa

Se não for cantado, deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si. O
Glória é próprio aos domingos (exceto no Advento e na Quaresma) e nas solenidades e festas.

Oração da Ao convite do sacerdote ('Oremos'), este diz a oração que se costuma chamar 'coleta', pela
coleta qual se exprime a índole da celebração. Conforme antiga tradição da Igreja, a oração costuma
ser dirigida à Trindade Santa.

LITURGIA DA PALAVRA
A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação. Integram-na também breves
momentos de silêncio, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus. 14
Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia
da palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia.

Leituras As leituras conservam a unidade dos dois Testamentos e da história da salvação. Não é
bíblicas permitido trocá-las por outros textos não bíblicos. Por tradição, o ofício de proferi-las é
ministerial: deve ser feito pelo leitor. Na ausência deste, pode ser feito pelo sacerdote. Após
cada leitura, quem a leu profere a aclamação, respondida pelos demais.

Salmo O salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente será tomado do
responsorial lecionário. De preferência, será cantado, ao menos no que se refere ao refrão. Se não
puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação da palavra
de Deus.

Aclamação ao Após a leitura que antecede o Evangelho, canta-se o Aleluia, conforme exigir o tempo
Evangelho litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, por meio do qual os fieis
acolhem o Senhor que lhes vai falar no Evangelho. Na Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-
se o versículo antes do Evangelho proposto no lecionário.

Leitura do É o ponto alto da liturgia da palavra. A própria liturgia ensina que se lhe deve manifestar a
Evangelho maior veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras, de honra especial. O
Evangelho é lido pelo sacerdote.

Homilia É proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou por ele delegada a um sacerdote concelebrante
ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um leigo. Em casos especiais e por motivo
razoável a homilia também pode ser feita pelo Bispo ou presbítero que participa da celebração
Ciclo 5 : A Missa

sem que possa concelebrar. É obrigatória aos domingos e festas de preceito, não podendo ser
omitida, salvo por motivo grave. Após a homilia convém observar um breve tempo de silêncio.

Credo Ao rezar o Credo, os fieis respondem à palavra de Deus anunciada da Sagrada Escritura e explicada
pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé através de fórmula aprovada para o uso
litúrgico, recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na
Eucaristia. Deve ser cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo aos domingos e solenidades.

Oração Cabe ao sacerdote dirigir a oração. Ele a introduz com breve exortação, convidando os fiéis a 15
universal rezarem e depois a conclui. As intenções são pelas necessidades da Igreja, pelos poderes
públicos, pela salvação de todo o mundo, pelos que sofrem e pela comunidade local. Outras
podem ser agregadas de acoso com a ocasião (matrimônio, exéquias etc.). As intenções são
proferidas do ambão pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo.

LITURGIA EUCARÍSTICA
É a parte central da missa. Traz presente a última ceia, quando Cristo instituiu o sacramento eucarístico. A
Igreja dispôs toda a celebração eucarística de modo a corresponder às palavras e gestos de Cristo: na
preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou
em suas mãos; na oração eucarística, rendem-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as oferendas
tornam-se Corpo e Sangue de Cristo; pala fração do pão e pela comunhão os fieis, embora muitos, recebem o
Corpo e o Sangue do Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os apóstolos, das mãos
do próprio Cristo.

Preparação O sacerdote prepara o altar colocando nele o corporal, o purificatório, o missal e o cálice,
das ofertas a não ser que se prepare na credência. A seguir, trazem-se as oferendas, que podem ser
levadas pelos fieis, até o sacerdote. O canto do ofertório acompanha a procissão das
oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar.
O pão e o vinho são depositados sobre o altar pelo sacerdote, proferindo as fórmulas
estabelecidas; o sacerdote pode incensar as oferendas colocadas sobre o altar e, em
seguida, a cruz e o próprio altar. Em seguida, o sacerdote lava as mãos, ao lado do altar,
como rito de purificação.

Oração Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as acompanham, conclui-se
sobre as a preparação dos dons e prepara-se a Oração eucarística com o convite aos fieis a rezarem
ofertas com o sacerdote, e com a oração sobre as oferendas. O povo, unindo-se à oração, a faz sua
pela aclamação 'amém'.
Ciclo 5 : A Missa

Oração O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e o
eucarística associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo. A oração eucarística exige
que todos a ouçam respeitosamente e em silêncio.

Ação de graças - o sacerdote, em nome de todo o povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por toda
a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festividade ou o tempo.

Santo - aclamação pela qual toda a assembleia, unindo-se aos anjos, louva a Deus.

Epiclese - a Igreja implora por meio de invocações especiais a força do Espírito Santo para que os dons
oferecidos pelo ser humano sejam consagrados e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles
que vão recebê-la em comunhão.
16
Consagração - pelas palavras e ações de Cristo, se realiza o sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao
oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinha, e entregá-los aos apóstolos como comida
e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério.

Anamnese - a Igreja faz a memória do próprio Cristo, relembrando principalmente a sua bem-aventurada
paixão, a gloriosa ressurreição e a ascensão aos céus.

Oblação - a Igreja, em particular a assembléia atualmente reunida, realizando esta memória, oferece ao
Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada.

Intercessões - pelas quais se exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto
celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e defuntos, que
foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo.

Doxologia final - rezada somente pelo sacerdote, é confirmada pela assembleia, com um solene 'amém'.

Pai O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o sacerdote, e o sacerdote
Nosso acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia.

Rito da Oração dita somente pelo sacerdote, por meio da qual a Igreja implora a paz e a unidade para si
paz mesma e para toda a família humana. A saudação entre os fieis há de ser sóbria e apenas aos que
lhe estão mais próximos.

Fração O sacerdote parte o pão eucarístico, ajudado, se for o caso, pelo diácono ou um concelebrante.
do pão O sacerdote coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a unidade do Corpo e do Sangue
do Senhor. Entoa-se, então, o Cordeiro de Deus, respondido pelos fieis.

Comunhão sacerdote prepara-se por uma oração em silêncio para receber frutuosamente o Corpo e
Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio. A seguir, o sacerdote mostra
Ciclo 5 : A Missa

aos fiéis o pão eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice e convida-os ao banquete de Cristo;
e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as palavras prescritas do Evangelho.
Enquanto o sacerdote recebe o sacramento, entoa-se o canto da comunhão que se estenderá
à comunhão dos fieis. Para encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a oração
depois da comunhão, em que implora os frutos do mistério celebrado.

RITOS FINAIS
Nos ritos de encerramento temos breves comunicações, se forem necessárias; saudação e bênção do
sacerdote, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra
fórmula mais solene; despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas
boas obras, louvando e bendizendo a Deus; o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a 17
inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros.

10. Fontes
Para as catequeses do Papa:

 https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/catequese/

Para os ritos da missa:

 http://www.ahoradamissa.com/doc_missa_explicada.html

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