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Estela funerária de Mnesarete; um jovem escravo (esquerda) encara sua falecida patroa.[1] Ática,
c. 380 a.C.. (Gliptoteca de Munique, Alemanha)
A escravidão era uma prática comum e componente integral da vida na Grécia Antiga, ao
longo de toda a sua história, da mesma maneira que nas demais sociedades
antigas.[2] Estima-se que em Atenas a maioria dos cidadãos tinha pelo menos um escravo.
A maior parte dos escritores do período antigo consideravam a escravidão não só como
algo natural, mas como algo necessário, porém alguns debates isolados ocorreram,
especialmente nos diálogos socráticos.
Em conformidade com a prática historiográfica, este artigo pretende discutir apenas a
escravidão como bem móvel (propriedade pessoal), ao contrário da prática que envolvia
grupos dependentes, como os penestas da Tessália ou os hilotas espartanos, que se
assemelhavam mais aos servos medievais (pouco mais que um bem imóvel). O escravo é
um indivíduo privado de sua liberdade, e forçado a submeter-se a um proprietário, que
pode comprá-lo, vendê-lo ou emprestá-lo como qualquer outro bem material.
O estudo da escravidão na Grécia Antiga oferece um número de significantes problemas
metodológicos. A documentação sobre o assunto é desconexa e muito fragmentada,
focalizando-se principalmente na cidade de Atenas. Nenhum tratado foi escrito
especialmente dedicado ao assunto. Os casos judiciais do século IV a.C. se interessavam
pela escravidão apenas como uma fonte de renda. A comédia e a tragédia exibiam
os estereótipos, e a iconografia não fez qualquer diferenciação substantiva entre o escravo
e o artesão; até a terminologia é, por vezes, vaga.
Índice
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1Terminologia
2Origens da escravidão
3Referências
4Bibliografia
Terminologia[editar | editar código-fonte]
Os antigos gregos tinham diversas palavras para descrever os escravos, que precisam ser
colocadas no devido contexto para evitar qualquer ambuiguidade.
Em Homero, Hesíodo e Teógnis de Megara, o escravo era chamado de δμώς (dmôs).[3] O
termo tem um significado geral, porém se refere particularmente a prisioneiros de
guerra capturados como butim,[4] em outras palavras, propriedade. Durante o período
clássico, os gregos freqüentemente se utilizavam do termo ἀνδράποδον
(andrápodon),[5] literalmente "aquele com os pés de um homem", em oposição a
τετράποδον (tetrápodon), "quadrúpede", ou gado.[6] A palavra mais comum é δοῦλος
(doûlos),[7] que aparece numa forma arcaica nas incrições micênicas como do-e-
ro,[8] utilizada em oposição ao conceito de "homem livre", ἐλεύθερος (eleútheros).
O verbo δουλεὐω, que veio a significar "trabalhar" no grego moderno, pode ser usado
metaforicamente para outras formas de dominação, como a de uma cidade sobre a outra,
ou dos pais sobre seus filhos.[9] Finalmente, o termo οἰκέτης (oikétês) era utilizado,
significando "aquele que vive na casa", referindo-se aos empregados domésticos.[10]
Outros termos eram menos precisos, e precisam de determinados contextos: