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Tema 3: Avaliação Nacional da Educação

Básica: Um Sistema em Construção

Profª Ma Elaine Cristina


Vaz Vaez Gomes
PARA INÍCO DE CONVERSA
Neste tema você estudará a avaliação
nacional da educação básica. Vale lembrar,
nesse sentido, que este é um sistema que
está em construção.
Neste contexto são trazidas à memória as
preocupações diagnosticadas nas décadas de
1960 e 1970, as quais Pestana (2009)
considera fundamentais para o estudo.
Ou seja, os recursos disponibilizados para a
área da educação e as oportunidades
educacionais que garantiriam uma distribuição
social igualitária eram ínfimos.
Na década de 1980, com as crises sociais e
econômicas do pós-guerra, o processo de
competição no mercado mundial, exigiu uma
qualificação educacional para a classe
trabalhadora.
Dessa forma, as políticas de educação
demandaram uma agenda pautada na
liberação de recursos, e principalmente em
metodologias que verificassem o resultado do
investimento.
Pestana (2009, p. 54) afirma que “ampliaram-
se e aprofundaram-se as análises de eficiência
da administração escolar, as mensurações de
ganhos de aprendizagem e de eficácia dos
currículos e, mais recentemente, as de
aquisição e domínio de competências e
habilidades cognitivas”.
Continuando
Até o final da década de 1970, no Brasil, o
foco estava na construção de prédios
escolares e na garantia de equipamentos
mínimos. Não se tinha uma avaliação com
informações sobre a localização da
comunidade sem escola e principalmente
sobre a oferta de vagas.
É a partir de 1980 que o Ministério da Educação e
Cultura (MEC) implementa programas como o
EDURURAL e o MONHANGARA, com recursos do
BIRD. Esses programas tinham foco principal numa
avaliação a partir de sua implementação, mas
também nos impactos e no próprio sistema de ensino.
Na sociedade contemporânea sem educação
não existem cidadania, justiça social e
solidariedade.
Sem ela, dificulta-se principalmente a entrada
no mercado de trabalho tão concorrido, que
cada vez mais exige capacitação técnica. Se
entende-se que a formação do indivíduo, em
sua participação democrática na sociedade,
depende de como foi a educação básica
recebida,
logo se tem que criar mecanismos de
averiguação deste ensino (PESTANA, 2009).
É a partir dessa preocupação e por causa dela
que, segundo a autora, “ampliaram-se e
aprofundaram-se as análises de eficiência da
administração escolar...
...as mensurações de ganhos de
aprendizagem e de eficácia dos currículos e,
mais recentemente, as de aquisição e domínio
de competências e habilidades
cognitivas” (PESTANA, 2009, p. 56).
Vamos Praticar?
O resultado desse intenso trabalho de avaliação criou
na sociedade uma demanda no sentido de utilizar as
informações dos processos e os resultados na
formulação e nas tomadas de decisões. E é isso que
aos poucos vai se ampliando e vai consolidando o
movimento pela avaliação do desempenho do ensino
brasileiro (PESTANA, 2009).
A implementação do Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica (SAEB), a partir
de 1988, é decisiva para criar na sociedade
brasileira uma “cultura” de avaliação.
Segundo Pestana (2009, p. 58), embora os desafios
fossem tantos, o primeiro era “o de pesquisar,
selecionar ou construir um modelo para o sistema de
avaliação que articulasse as várias dimensões da
realidade educacional” e paralelamente a isso havia
as demandas de gerar informações para o processo
de decisão das instâncias competentes por definir e
implementar a
política de educação.
Para entender as demandas das políticas
educacionais e atender a elas, Stufflebeam
(apud PESTANA 2009, p. 59), define a
avaliação “como o processo de delinear, obter
e fornecer informações úteis para o
julgamento de decisões alternativas”.
E aponta uma forma com quatro jeitos de
avaliar: contexto, insumo, processo e produto.
Finalizando
Essa forma é denominada modelo CIPP, o qual sugere
que no contexto estão as decisões de planejamento;
no insumo são projetadas e analisadas alternativas de
procedimentos; a implementação é acompanhada
pelo processo; e, por fim, nos produtos estão os
resultados como argumento para as decisões.
Pode-se dizer então que esta é a base da
estruturação do sistema nacional de avaliação
da educação básica.
Esse modelo de avaliação é amplo, segundo a
autora, e tem condições de trazer informações
diversas sobre o sistema educacional, como
“rendimento de alunos, atuação de
professores, supervisores e administradores,
eficácia de programas, currículos e processos
de ensino, infra-estrutura
e condições de
funcionamento das
escolas”
(PESTANA, 2009, p. 59).
O SAEB é considerado “um marco referencial da
avaliação da educação básica no país”. Seus
resultados mostram avanços e “redirecionam” a
atuação da educação básica em “outros graus e
modalidades de ensino” e são principalmente
referências para outras instituições de ensino no país
e fora dele.
Os princípios e as diretrizes do SAEB são os
próprios desafios do sistema, que são
visibilidade social;
responsabilidade compartilhada;
legitimidade;
continuidade, qualidade;
equidade e
eficiência.

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