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Manual de Desempenho

2ª edição | Revisada e atualizada

Alvenaria com
Blocos de Concreto
Guia para atendimento
à Norma ABNT 15575
FICHA CATALOGRÁFICA

Manual de Desempenho - Alvenaria com Blocos de Concreto


2º Edição - Revisada e Atualizada
Associação Brasileira da Industria de Blocos de Concreto - Bloco Brasil
Associação Brasileira de Cimento Portland - ABCP
Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento - Sinaprocim

ISBN 978-85-87024-82-4
1.Alvenaria 2.Blocos de concreto 3.Desempenho

Coordenação técnica
Cláudio Oliveira Silva e Carlos Alberto Tauil

Execução dos Ensaios


Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Instituto Tecnológico itt PERFORMANCE
Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT
Centro tecnológico do Ambiente Construído - CETAC
Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC

Revisão
Carlos Alberto Tauil e Glécia R. S. Vieira

Diagramação
Mari Ângela dos Santos Costella - Infovia Comunicação

Dezembro/2016
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO 7

2- SISTEMAS DE VEDAÇÕES VERTICAIS 7

3- CARACTERIZAÇÃO DOS BLOCOS E ARGAMASSA 7
3.1- Blocos de concreto 7
3.2- Argamassa 9

4- REQUISITOS DOS USUÁRIOS 10


4.1- Segurança 10
4.2- Habitabilidade 10
4.3- Sustentabilidade 10

5- NÍVEL DE DESEMPENHO 10

6- SEGURANÇA ESTRUTURAL 10
6.1- Requisitos gerais 10
6.2- Estabilidade e Resistência Estrutural 11
6.3- Deslocamentos, Fissuração e Ocorrência de Falhas 11
6.4- Resistência ao impacto de corpo mole 11
6.5- Ações transmitidas por portas 14
6.6- Resistência às solicitações de Peças Suspensas 14

7- SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 17
7.1- Requisitos gerais 17
7.2- Dificultar a ocorrência da inflamação generalizada 17
7.3- Dificultar a propagação do incêndio 18
7.4- Dificultar a propagação do incêndio e preservar a estabilidade estrutural da edificação 18

8- SEGURANÇA NO USO E NA OPERAÇÃO 21
8.1- Segurança na Utilização do Imóvel 21

9- ESTANQUEIDADE 21
9.1- Infiltração de Água nos Sistemas de Vedações Verticais Externas (fachadas) 21
9.2- Umidade nas Vedações Verticais Internas e Externas Decorrente da Ocupação do Imóvel 22

10- DESEMPENHO TÉRMICO 23
10.1- Zonas bioclimáticas 23
10.2- Métodos de Avaliação 23
10.3- Método Simplificado 23
10.4- Método Detalhado 24

11-DESEMPENHO ACÚSTICO 29
11.1- Níveis de desempenho para componentes de fachada – ensaio em laboratório 29
11.2- Níveis de desempenho promovidos pela vedação entre ambientes – ensaio em laboratório 29

12- DURABILIDADE E MANUTENIBILIDADE 32


12.1- Manifestações Patológicas em Paredes Externas 32
12.2- Vida Útil de Projeto das Paredes 32
12.3- Manutenibilidade das Paredes 33

13- IMPACTO AMBIENTAL 34


13.1- Seleção e consumo de materiais 34
13.2- Reciclagem 34

14- CONSIDERAÇÕES FINAIS 35

15- AGRADECIMENTOS 36

16- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36


TERMO DE RESPONSABILIDADE

Este manual foi elaborado com base nos requisitos da norma de desempenho ABNT NBR 15575 parte 4 –
Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas (SVVIE).
Os resultados aqui apresentados são uma síntese de relatórios de ensaios completos realizados por labo-
ratórios independentes e os respectivos responsáveis estão devidamente citados nas partes correspondentes deste
manual.

Este manual é recebido e utilizado por conta e risco do usuário. Os Autores, a ABCP e a BlocoBrasil se excluem
de toda responsabilidade por quaisquer reclamações ou danos diretos ou emergentes, a partir de material contido no
manual, e ainda nega expressamente qualquer garantia, expressa ou implícita, que se relacionem ou que de qualquer
forma possam estar relacionadas ao manual.

O usuário deste manual deve consultar um profissional independente e habilitado para determinar se o ma-
terial contido no manual é atualizado e aplicável e correto no momento de seu uso.

Os Autores, a ABCP e a BlocoBrasil não se responsabilizam por erros ou omissões incluídos ou de qualquer
forma associados com o manual, e eles serão isentos de responsabilidade para com o mesmo.

MODIFICAÇÃO OU REPRODUÇÃO LIMITADA

É expressamente entendido e acordado pela aceitação e utilização do manual, que nem o manual ou parte
dele pode ser copiado, reproduzido de outro modo, ou modificado sem a prévia e expressa autorização por escrito dos
autores.
PREFÁCIO

Nesta segunda edição do manual de desempenho de alvenarias com blocos de concreto, A BlocoBrasil reitera seu
compromisso como representante do setor de blocos de concreto na direção de fomentar a qualidade como principal parâmetro
de seus associados fabricantes.

A revisão e ampliação das informações técnicas em relação à edição anterior são mais um passo na direção do aumento
da competitividade técnica/econômica dos blocos de concreto como solução de vedação para praticamente todos os tipos de
edificações.

Nosso continuo compromisso com a qualidade dos produtos e divulgação de todos os atributos do bloco de concreto ao
mercado não para por aqui, envolvendo um trabalho incessante de avaliação e comunicação de resultados.

Nos momentos mais difíceis da economia é que o trabalho associativo ganha ainda mais importância e cada Associado
deve valorizar sua participação de maneira ativa, garantindo as boas práticas de gestão, ética e qualidade em sua em empresa
e também enxergando o mercado onde está inserido, ajudando a BlocoBrasil a encontrar soluções que resultem em benefícios
aos Associados, clientes e para toda a sociedade.

Apenas agindo deste modo, o reconhecimento de que o sistema de alvenaria com blocos de concreto é um sistema
competitivo e que proporciona desempenho e durabilidade às edificações, virá do próprio mercado.

Mais uma vez gostaríamos de registrar nossos sinceros agradecimentos à todos os profissionais que participaram des-
sa e da edição anterior deste manual.

Ramon O. Barral
Presidente da BlocoBrasil
1 INTRODUÇÃO
3 CARACTERIZAÇÃO DOS BLOCOS
A norma de desempenho trata do comportamento em uso da edi- E ARGAMASSA
ficação e de seus sistemas, trazendo conceitos como a durabilidade e a
manutenibilidade da edificação. Deve ser considerada complementar às 3.1 Blocos de concreto
Normas prescritivas já existentes, não devendo substituí-las (ABNT NBR
15575-1, 2013). Para a realização dos ensaios apresentados neste manual, foram
utilizados blocos de concreto em conformidade com as especificações
Neste manual são apresentados os principais aspectos ligados ao da norma ABNT NBR 6136 – Blocos vazados de concreto simples para
desempenho de vedações verticiais internas e externas construídas com alvenaria – Requisitos.
blocos de concreto. Estas vedações podem ser projetadas com ou sem
função estrutural. Os parâmetros apresentados neste manual podem ser As amostras foram coletadas em fabricantes associados à Bloco-
utilizados nos projetos com o objetivo de parametrizar as váriáveis ne- Brasil – Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto e que
cessárias para que as alvenarias com blocos de concreto possam atender possuem o Selo de Qualidade ABCP – Associação Brasileira de Cimento
aos requisitos da norma de desempenho. Portland. Deste modo, os fabricantes associados à BlocoBrasil e que pos-
suem o Selo de Qualidade ABCP, podem apresentar este manual como
referência para o atendimento dos requisitos de desempenho conforme
2 SISTEMAS DE VEDAÇÕES VERTICAIS especificação da norma ABNT NBR 15575 parte 4.

Este manual trata dos Sistemas de Vedações Verticais Internas e Neste estudo foram utilizados três amostras de blocos de concre-
Externas – SVVIE, também chamados de Alvenarias. As alvenarias com to. Uma amostra de bloco classe C (sem função estrutural) e outras duas
blocos de concreto podem ter função estrutural ou apenas de vedação, amostras com função estrutural, sendo uma classe B e outra classe A. Os
devendo atender aos requisitos da norma ABNT NBR 15575 parte 4. ensaios de caracterização dos blocos de concreto foram executados pelo
Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT e a síntese dos resultados estão
As alvenarias de forma geral exercem funções como estanqueida- apresentados na Tabela 1 a seguir.
de à água, isolação térmica e acústica, capacidade de fixação de peças
suspensas, capacidade de suporte a esforços de uso, compartimentação
em casos de incêndio, etc.

Podem também interagir com demais componentes, elementos e


sistemas da edificação, como caixilhos, esquadrias, estruturas, cobertu-
ras, pisos e instalações (ABNT NBR 15575-4, 2013).

Os principais requisitos de desempenho das alvenarias com blocos


de concreto estão abordados neste manual.

7
Tabela 1 – Síntese dos resultados dos blocos de concreto (ABNT NBR 6136)
Propriedades IPT RE 145.922-205 IPT RE 1.083.269-203

Bloco classe C Bloco Classe B Bloco Classe A


média 5,0 6,3 11,9
Resistência à compressão (MPa) desvio padrão - Sd 0,41 1,17 0,4
característica – fbk 4,62 5,10 11,5
média 7,0 7,6 6,3
Absorção de água (%)
desvio padrão - Sd 0,5 0,25 0,17
menor valor 19,7 26,0 31,0
Espessura da parede interna do bloco (mm) desvio padrão - Sd 0,58 0,00 -
Espessura equivalente 143,6 202,5 246,0

As Tabelas 2 e 3 apresentam as especificações da norma ABNT NBR 6136, cujo valores podem ser comparados aos resultados obtidos pelas amostras
de blocos de concreto utilizados no estudo.

Tabela 2 - Resistência característica à compressão, Absorção de água e Retração por secagem (ABNT NBR 6136)

Resistência Absorção de água (%)


característica à Retração por
Classificação Classe
compressão axiala Agregado normalb Agregado levec secagemd (%)
- fbk (MPa)
Individual Média Individual Média

Com função A fbk ≥ 8,0 ≤ 9,0 ≤ 8,0


estrutural B 4,0 ≤ fbk < 8,0 ≤ 10,0 ≤ 9,0 ≤ 16,0 ≤ 13,0 ≤ 0,065
Com ou sem
C fbk ≥ 3,0 ≤ 11,0 ≤ 10,0
função estrutural
a
Resistência característica à compressão axial obtida aos 28 dias.
b
Blocos fabricados com agregado normal.
c
Blocos fabricados com agregado leve.
d
Ensaio facultativo.
Tabela 3 – Espessura mínima das paredes dos blocos (ABNT NBR 6136)
Paredes transversais
Largura nominal Paredes longitudinaisa
Classe Espessura equivalenteb
mm mm Paredesa mm
mm/m
190 32 25 188
A
140 25 25 188
190 32 25 188
B
140 25 25 188
190 18 18 135
140 18 18 135
C 115 18 18 135
90 18 18 135
65 15 15 113
a
Média das medidas das paredes tomadas no ponto mais estreito.
b
Soma das espessuras de todas as paredes transversais aos blocos (em milímetros), dividida pelo comprimento nominal do bloco (em metros).
8
3.2 Argamassa

Para a execução dos ensaios de desempenho apresentados neste manual foram utilizadas: uma amostra de argamassa do tipo multiplo uso,
sendo esta aplicada no assentamento e revestimento dos blocos, quando foi o caso. Outras duas amostras de argamassa, uma de assentamento e outra
de revestimento foram utilizadas apenas no ensaio de corpo mole na parede de blocos de concreto classe A.

Os ensaios de caracterização das amostras de argamassa foram executados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT e a síntese dos resul-
tados estão apresentados na Tabela 4 a seguir.

Tabela 4 - Dos resultados da argamassa de assentamento e revestimento conforme


ABNT NBR 13279 e ABNT NBR 9778
IPT RE 1.073.873-203 IPT RE 1.083.234-203 IPT RE 1.083.235-203
Propriedade Argamassa múltiplo Argamassa de Argamassa de
uso assentamento revestimento
Média 8,86 4,9 5,4
Resistência à compressão (MPa)
Desvio padrão 0,2 0,16 0,16
Média 3,61 2,1 1,9
Resistência à tração na flexão (MPa)
Desvio padrão 0,14 0,23 0,17
Média 16,1 16,1 18,8
Absorção de água (%)
Desvio padrão 0,2 0,2 0,2
Média 29,0 31,5 34,5
Índice de vazios (%)
Desvio padrão 0,3 0,3 0,3
Média 1,81 1,96 1,83
Massa específica seca (g/cm3)
Desvio padrão 0,01 0,00 0,01

A Tabela 5 apresenta a classificação das argamassas ensaiadas quanto à resistência à tração na flexão e compressão. As demais propriedades
ensaiadas não possuem critérios de classificação.

Tabela 5 - Classificação da argamassa de assentamento e revestimento (ABNT NBR 13281)

Amostra Propriedade Resultado do ensaio (MPa) Classificação da ABNT NBR 13281


Resistência à compressão 8,9 P6
Argamassa múltiplo uso
Resistência à tração na flexão 3,6 R6
Resistência à compressão 4,9 P4
Argamassa de assentamento
Resistência à tração na flexão 2,1 R4
Resistência à compressão 5,4 P4
Argamassa de revestimento
Resistência à tração na flexão 1,9 R3

9
100%

4 REQUISITOS DOS USUÁRIOS 5 NÍVEL DE DESEMPENHO


0%

Considera-se como requisitos dos usuários o conjunto de neces- O desempenho se refere ao comportamento em uso da edificação
sidades a serem satisfeitas pela edificação e seus sistemas, de modo a e de seus sistemas. O comportamento em uso é avaliado através de re-
cumprir com suas funções. A ABNT NBR 15575 parte 1 estabelece uma quisitos de desempenho que são estabelecidos com o objetivo de aten-
lista de requisitos dos usuários, que uma vez atendida, considera-se, der às necessidades básicas dos usuários.
para todos os efeitos que estejam satisfeitas os requisitos do usuário. A
seguir estão apresentados os requisitos que a devem ser atendidos pela Os requisitos de desempenho são condições que expressam qua-
edificação como um todo. litativamente os atributos que a edificação habitacional e seus sistemas
devem possuir. Para a avaliação destes requisitos são estabelecidos mé-
4.1 Segurança todos de avaliação e critérios de desempenho.

Os requisitos do usuário relativos à segurança são expressas pelos Os critérios são especificações quantitativas dos requisitos de de-
seguintes fatores: sempenho, expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de
que possam ser objetivamente determinados (CBIC, 2013). Para alguns
• segurança estrutural; desses requisitos os critérios são estabelecidos em três níveis de desem-
penho:
• segurança contra incêndio;

• segurança no uso e na operação. M - Mínimo (Obrigatório)


I - Intermediário
4.2 Habitabilidade S - Superior

Os requisitos do usuário relativos à habitabilidade são expressas Entretanto, a maioria dos requisitos apresentados na ABNT NBR
pelos seguintes fatores: 15575, estabelece apenas o critério mínimo a sr atendido. O atendimento
ao nível de desempenho mínimo (M) é obrigatório para todos os requi-
• estanqueidade; sitos especificados na norma ABNT NBR 15575 parte 4. Quanto maior
o nível de desempenho, maior será a satisfação do usuário em ter suas
• desempenho térmico; exigências atendidas.
• desempenho acústico;

• desempenho lumínico; 6 SEGURANÇA ESTRUTURAL


• saúde, higiene e qualidade do ar; O sistema de vedações verticias durante a vida útil de projeto, sob
• funcionalidade e acessibilidade; as diversas condições de exposição (ação do peso próprio, sobrecargas
de utilização, atuações do vento e outros), deve atender aos seguintes
• conforto tátil e antropodinâmico. requisitos de segurança estrutural estabelecidos na norma ABNT NBR
15575 parte 2.
4.3 Sustentabilidade
6.1 Requisitos gerais
Os requisitos do usuário relativos à sustentabilidade são expressas
pelos seguintes fatores: • não ruir ou perder a estabilidade de nenhuma de suas partes;

• durabilidade; • prover segurança aos usuários sob ação de impactos, choques,


vibrações e outras solicitações decorrentes da utilização normal da edifi-
• manutenibilidade; cação, previsíveis na época do projeto;

• impacto ambiental. • não provocar sensação de insegurança aos usuários pelas defor-
mações de quaisquer elementos da edificação;

• não repercutir em estados inaceitáveis de fissuração de vedação


e acabamentos;
10
• não prejudicar a manobra normal de partes móveis, como portas 6.3 Deslocamentos, Fissuração e Ocorrência de Falhas
e janelas, nem repercutir no funcionamento normal das instalações em
face das deformações dos elementos estruturais; Não ocasionar deslocamentos ou fissuras excessivas aos ele-
mentos de construção vinculados ao sistema estrutural, levando-se
• cumprir as disposições das ABNT NBR 5629, ABNT NBR 11682 e em consideração as ações permanentes e de utilização, nem impedir o
ABNT NBR 6122 relativamente às interações com o solo e com o entorno livre funcionamento de elementos e componentes da edificação, tais
da edificação. como portas e janelas, nem repercutir no funcionamento das instalações
(ABNT NBR 15575-2, 2013).
6.2 Estabilidade e Resistência Estrutural
• Estados-Limites de Serviço
A alvenaria com blocos de concreto deve apresentar um nível es-
pecífico de segurança contra a ruína, considerando-se as combinações Sob a ação de cargas gravitacionais, de temperatura, de vento
de carregamento de maior probabilidade de ocorrência, ou seja, aquelas (ABNT NBR 6123), recalques diferenciais das fundações (ABNT NBR 6122)
que se referem ao estado-limite último. Elementos com função de ve- ou quaisquer outras solicitações passíveis de atuarem sobre a constru-
dação (paredes e divisórias, não estruturais) devem ter capacidade de ção, conforme ABNT NBR 8681, os componentes estruturais não devem
transmitir à estrutura seu peso próprio e os esforços externos que sobre apresentar valores superiores aos indicados na norma ABNT NBR 15961-
eles venham atuar diretamente, decorrentes de sua utilização (ABNT NBR 1 (ABNT NBR 15575-2, 2013).
15575-2, 2013).
Cada projeto de alvenaria com blocos de concreto deve ser avaliado
• Estado Limite Último: quanto ao atendimento às especificações das normas ABNT específicas:

Atender às disposições aplicáveis das normas que abordam a esta- • ABNT NBR 15961-1 – Alvenaria estrutural – Blocos de Concreto.
bilidade e a segurança estrutural para todos os componentes estruturais Parte 1: Projeto
da edificação habitacional, incluindo-se as obras geotécnicas. Devem
ser necessariamente consideradas nos projetos as cargas permanentes, • ABNT NBR 15961-2 - Alvenaria estrutural – Blocos de Concreto.
acidentais (sobrecargas de utilização), devidas ao vento e a deforma- Parte 2: Execução e Controle de obras.
ções impostas (variação de temperatura e umidade, recalques das fun-
dações), conforme ABNT NBR 8681, ABNT NBR 6120, ABNT NBR 6122 e Consultar Também:
ABNT NBR 6123 (ABNT NBR 15575-2, 2013).
Parâmetros de projeto de alvenaria estrutural com blocos de con-
Cada projeto de alvenaria com blocos de concreto deve ser avaliado creto - PARSEKIAN, G. A. - EdUFSCar, 2012 (disponível em: www.comuni-
quanto ao atendimento às especificações das normas ABNT específicas: dade da construção.com.br).
• ABNT NBR 15961-1 – Alvenaria estrutural – Blocos de Concreto. 6.4 Resistência ao impacto de corpo mole
Parte 1: Projeto
Os ensaios de resistência a impactos de corpo mole tem o objetivo
• ABNT NBR 15961-2 - Alvenaria estrutural – Blocos de Concreto. de avaliar o comportamento da parede a impactos ou choques acidentais
Parte 2: Execução e Controle de obras. gerados pela própria utilização da edificação, ou por tentativasde intru-
sões.
Consultar Também:
Os ensaios de resistência ao impacto de corpo mole foram execu-
Parâmetros de projeto de alvenaria estrutural com blocos de con- tados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT em duas paredes,
creto - PARSEKIAN, G. A. - EdUFSCar, 2012 (disponível em: www.comuni- uma executada com blocos classe C e outra com bloco classe A. A síntese
dade da construção.com.br). dos resultados estão apresentados na Tabela 6 e 7 a seguir e as Figuras 1
e 2 ilustram a execução dos ensaios.

11
Tabela 6 – Resultados e critérios de avaliação do ensaio de resistência ao impacto de corpo mole
Relatório IPT RE 1.074.051-203

Deslocamentos (mm) Critério de desempenho conforme


Energia de
ABNT NBR 15575-4 – tab. 6
Elemento Local de impacto de
Observações do ensaio Vedações verticais externas
ensaiado impacto corpo mole
Instantâneos Residual (fachadas) de casas térreas, sem
(J)
função estrutural

120 1 0 Nada a relatar Não ocorrência de falhas


180 1 0 Nada a acrescentar Não ocorrência de falhas
(face revestida com argamassa 25 mm)
Vedação vertical sem função estrutural

Não ocorrência de falhas


Bloco Classe C 14x19x39 caracterizado

240 2 0 Nada a acrescentar Limite de deslocamento horizontais: dh


≤ h/250 dhr ≤ h/1250
conforme Tabela 1

Impacto externo

Aparecimento de fissura no
360 4 0 revestimento em ambas as
faces
Não ocorrência de ruína
Aumento da extensão da
480 5 0 fissura na face oposta à de
impacto
Aparecimento de fissura no
720 8 1 revestimento na face oposta à -
de impacto
A parede foi construida com blocos de concreto classe C – 14x19x39, caracterizado conforme Tabela 1.

Os blocos foram assentados com argamassa industrializada multiplo uso, caracterizada conforme Tabela 4.

A parede com dimensões de 4,22 m de comprimento e 2,60 m de altura, foi montada no interior de um pórtico de aço.

A face de impacto foi revestida com argamassa industrializada multiplo uso com 25 mm de espessura, caracterizada conforme

Tabela 4, e a face oposta foi revestida com gesso com espessura de 5 mm.
As extremidades da parede não receberam qualquer tipo de travamento.

Foi aguardado o periodo de cura de 28 dias após o assentamento e erevestimento para a execução dos ensaios.

Parede após o ensaio de imapcto de corpo mole – face de impacto Parede após o ensaio de impacto de 360 J – face oposta à de impacto

Figura 1 – Ensaio de impacto de corpo mole – face de impacto revestida com argamassa com espessura de 25 mm. IPT RE 1.074.051-203

12
Tabela 7 – Resultados e critérios de avaliação do ensaio de resistência ao impacto de corpo mole
Relatório IPT RE 1.084.718-203

Deslocamentos (mm) Critério de desempenho conforme


Energia de
ABNT NBR 15575-4 – tab. 3
Elemento Local de impacto de
Observações do ensaio Vedações verticais externas
ensaiado impacto corpo mole
Instantâneos Residual (fachadas) de edifícios com mais
(J)
de um pavimento

120 0 0 Nada a relatar Não ocorrência de falhas


Acesso externo do público; normalmente
Vedação vertical scom função estrutural

(face revestida com argamassa 25 mm)

180 0 0 Nada a acrescentar Não ocorrência de falhas


Bloco Classe A 14x19x39 caracterizado

Não ocorrência de falhas


240 0 0 Nada a acrescentar Limite de deslocamento horizontais:
conforme Tabela 1
Impacto externo

andar térreo

dh ≤ h/250 dhr ≤ h/1250


360 0 0 Nada a acrescentar Não ocorrência de falhas
480 1 0 Nada a acrescentar
720 Nada a acrescentar
Não ocorrência de ruptura
1 0

A parede foi construida com blocos de concreto classe A – 14x19x39, caracterizado conforme Tabela 1.

Os blocos foram assentados com argamassa industrializada de assentamento, caracterizada conforme Tabela 4.

A parede com dimensões de 3,72 m de comprimento e 2,60 m de altura, foi montada no interior de um pórtico de aço.

A face de impacto foi revestida com argamassa industrializada de revestimento com 25 mm de espessura, caracterizada conforme Tabela 4, e a face oposta também

foi revestida com argamassa industrializada de revestimento com 25 mm de espessura.
As extremidades da parede receberam elementos enrijecedores (blocos assentados na posição transversão, preenchidos com graute e colocação de duas barras de

aço na argamassa de assentamento a cada três fiadas de blocos – “ferro cabelo”) simulando a amarração com uma parede transversal ou um pilar.
Foi aguardado o periodo de cura de 28 dias após o assentamento e erevestimento para a execução dos ensaios.

Parede após o ensaio de imapcto de corpo mole – face de impacto Esquema de travamento da parede para o ensaio. IPT RE 148.485-205

Figura 2 – Ensaio de impacto de corpo mole – face de impacto revestida com argamassa com espessura de 25 mm. IPT RE 1.084.718-203

13
Os resultados obtidos permitem concluir que a parede de blocos de concreto classe C com dimensões (14x19x39)cm com revestimento externo de argamassa
com espessura de 25 mm e revestimento de gesso com espessura de 5 mm, atende aos critérios de desempenho da norma ABNT NBR 15575-4 – Tabela 6, para
vedações verticais externas (fachadas) de casas térreas, sem função estrutural.
Já a parede executada com blocos classe A, atende aos requisitos da norma ABNT NBR 15575-4 – Tab. 3, para vedações verticais externas (fachadas) de
edifícios com mais de um pavimento, entre outras situações prevista na norma.

6.5 Ações transmitidas por portas

Este ensaio visa verificar a resistência da alvenaria em relação em relação às seguintes condições estabelecidas na norma ABNT NBR 15930-2:
- dez operações de fechamento brusco da porta.
Não devem ocorrem falhas como: rupturas, fissurações, destacamentos no encontro com o marco, cisalhamento nas regiões de solidarização do marco,
destacamentos em juntas entre componentes das paredes e outros.

- ação de impacto de corpo mole com energia de 240 J, aplicado no centro geométrico da folha da porta.
Não deve ocorrer arrancamento do marco, nem ruptura ou perda de estabilidade da parede. Admite-se, no contorno do marco, a ocorrência de danos localiza-
dos, tais como fissurações e estilhaçamentos.

Este requisito não foi avaliado neste manual.

6.6 Resistência ao impacto de corpo duro


Os ensaios de resistência a impactos de corpo duro tem por objetivo avaliar o comportamento da parede à impactos e choques acidentais decorrentes da
utilização da edificação.
Os ensaios de resistência ao impacto de corpo duro foram executados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT e a síntese dos resultados estão apresenta-
dos na Tabela 8 a seguir.

Tabela 8 – Resultados e critérios de avaliação do ensaio de resistência ao impacto de corpo duro


Relatório IPT RE 1.074.051-203
Elemento Energia de impacto Observações do Critério de desempenho conforme ABNT
Local do impacto
ensaiado de corpo duro (J) ensaio NBR 15575-4
Impacto externo (acesso externo Não ocorrência de falhas, inclusive no
3,75 Nada a relatar
Vedação vertical sem função estrutural
Bloco Classe C 14x19x39 caracterizado

do público) revestimento

Face revestida com argamassa


conforme Tabela 1

20 Nada a relatar Não ocorrência de ruptura e traspassamento


25 mm

2,5 Nada a relatar Não ocorrência de falhas


Impacto interno (todos os
pavimento) face revestida com
gesso
10 Nada a relatar Não ocorrência de ruptura e traspassamento

Parede construida com blocos de concreto classe C – 14x19x39, caracterizado conforme Tabela 1. Assentados com argamassa multiplo uso, caracterizada

conforme Tabela 4.
Caracteristica da parede ensaiada: Montada em pórtico de ensaio, com comprimento de 4,20 m e altura de 2,60 m, revestida em uma das faces com argamassa

multiplo uso com 25 mm de espessura, caracterizada conforme Tabela 4, e na outra face revestida com gesso com espessura de 5 mm.
Foi aguardado o periodo de cura de 28 dias após o assentamento e erevestimento para a execução dos ensaios.

Os resultados obtidos permitem concluir que a parede de blocos de concreto classe C com dimensões 14x19x39 cm com revestimento externo de argamassa
com espessura de 25 mm e revestimento de gesso com espessura de 5 mm, atende aos critérios de desempenho da ABNT NBR 15575-4.
14
6.7 Resistência às solicitações de Peças Suspensas
O objetivo deste ensaio é avaliar o comportamento às solicitações originadas pela fixação de peças suspensas (armários, prateleiras, lavatórios, hidrantes,
quadros e outros).
No ensaio, a simulação da ação de cargas devido à peças suspensas é realizada com a instalação de mãos-francesas padronizadas (Figura 3), onde gradativa-
mente são aplicadas cargas, não sendo permitido que ocorram fissuras, lascamentos ou rupturas, nem o arrancamento dos dispositivos de fixação.

Esquema de mão-francesa para ensaios de peças suspensas Ensaio realizado em parede com bloco classe C e revestimento de gesso
(ABNT NBR 15575-4). com 5 mm. Foto IPT

Figura 3 – Ensaio de resistência a solicitações de peças suspensas

Os deslocamentos horizontais instantâneos (dh) e o deslocamento horizontal residual (dhr) devem ficar abaixo dos valores especificados na norma ABNT NBR
15575-4. A Tabela 9 apresenta os critérios e os respectivos níveis de desempenho conforme a norma ABNT NBR 15575-4 anexo F – Tab. F.1.

Tabela 9 - Cargas de ensaio e critérios para peças suspensas fixadas por mão-francesa padrão
(ABNT NBR 15575-4 – Anexo-F)

Carga de ensaio Carga de ensaio aplicada na peça, Nível de


aplicada em cada ponto considerando dois pontos Critérios de desempenho
(kN) (kN) desempenho
Ocorrência de fissuras toleráveis
Limitação dos deslocamentos horizontais:
0,4 0,8 M
dh < h/500
dhr < h/2 500
Não ocorrência de fissuras ou destacamentos
Limitação dos deslocamentos horizontais:
0,5 1,0 I
dh < h/500
dhr < h/2 500
Não ocorrência de fissuras ou destacamentos
Limitação dos deslocamentos horizontais:
0,6 1,2 S
dh < h/500
dhr < h/2 500
h : altura do elemento parede;
dh: deslocamento horizontal instantâneo;
dhr: deslocamento horizontal residual.
M = desempenho mínimo; I= desempenho intermediário, S= Desempenho superior.

Os ensaios de resistência a solicitações de peças suspensas foram executados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT e a síntese dos resultados estão
apresentados nas Tabelas 10 e 11 a seguir.
15
Tabela 10 – Resultados do ensaio de resistência a solicitações de peças suspensas
Relatório IPT RE 1.074.051-203
Carga Deslocamentos
Parede e Tipo de bucha Ocorrências
(N) (kgf) R1 R2 R3
196 20 0,00 0,00 0,00 Nada a acrescentar
Bloco classe C
Parede do bloco 294 30 0,00 0,00 0,00 Nada a acrescentar
19,7 mm 392 40 0,00 0,00 0,00 Nada a acrescentar
Revestimento de gesso com 490 50 0,00 0,00 0,00 Nada a acrescentar
espessura 5 mm
589 60 0,00 0,00 0,00 Nada a acrescentar
Bucha comum 8 mm para oco 687 70 0,00 0,00 -0,01 Nada a acrescentar
Após 1 hora de ensaio, escorregamento da bucha
785 80 0,00 0,00 -0,01
aproximadamente 2 mm
Após 24 horas de ensaio, escorregamento da bucha
785 80* -0,03 0,01 0,00
aproximadamente 5 mm
883 90 -0,03 0,01 0,00 Aumento do escorregamento
Queda do sistema de fixação após 2 h de ensaio.
981 100 -0,03 0,01 0,00
Término do ensaio
*Carga atuante por um período de 24h.

Tabela 11 – Resultados do ensaio de resistência a solicitações de peças suspensas


Relatório IPT RE 1.076.094-203
Carga Deslocamentos
Parede e Tipo de bucha Ocorrências
(N) (kgf) R1 R2 R3
196 20 0,00 0,00 0,01 Nada a acrescentar
Bloco classe C
Parede do bloco 294 30 0,00 0,00 0,01 Nada a acrescentar
19,7 mm 392 40 0,00 0,00 0,01 Nada a acrescentar
Revestimento de gesso com 490 50 0,00 0,00 0,01 Nada a acrescentar
espessura 5 mm
589 60 0,00 0,00 0,02 Nada a acrescentar
Bucha tipo FU 8 mm 687 70 0,00 0,00 0,02 Nada a acrescentar
785 80 0,00 0,00 0,02 Nada a acrescentar
Após 24 horas de ensaio, escorregamento da bucha no lado
785 80* 0,01 -0,01 0,05
esquerdo, aproximadamente 1,3 mm
883 90 0,01 -0,01 0,05 Nada a acrescentar
981 100 0,01 -0,01 0,05 Nada a acrescentar
Após 24 horas de ensaio, aumento escorregamento da bucha no
981 100* -0,01 -0,07 0,05
lado esquerdo totalizando ≅ 3,7 mm
residual 0,12 0,05 0,04 Nada a acrescentar
*Carga atuante por um período de 24h.

Os resultados permitem concluir que para uma parede construida com blocos classe C e revestida com 5 mm de gesso, a utilização de bucha comum de 8 mm
para oco, atende ao desempenho minimo de 0,8 kN, enquanto que para a mesma parede, a fixação com bucha tipo FU 8 mm, foi obtido o desempenho intermediário
de 1,0 kN, conforme critérios de desempenho apresentados na Tabela 9.
16
7 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

As edificações devem promover a segurança contra incêndio devendo atender aos seguintes requisitos estabelecido na norma ABNT NBR 15575 parte 1:

7.1 Requisitos gerais


- Possibilitar a saída dos ocupantes da edificação em condições de segurança;
- Garantir condições razoáveis para o emprego de socorro público, permitindo o acesso operacional de viaturas, equipamentos e seus recursos humanos, com
tempo hábil para exercer as atividades de salvamento (pessoas retidas) e combate a incêndio (extinção);
- Evitar ou minimizar danos à própria edificação, às outras adjacentes, à infra-estrutura pública e ao meio ambiente.

7.2 Dificultar a ocorrência da inflamação generalizada


O sistema construtivo ou elemento deve dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio e não gerar fumaça excessiva
capaz de impedir a fuga dos ocupantes em situações de incêndio (ABNT NBR 15575-4, 2013).

• Reação ao fogo da face interna dos sistemas de vedações verticais e respectivos miolos isolantes térmicos e
absorventes acústicos.
As superfícies internas das vedações verticais externas (fachadas) e ambas as superfícies das vedações verticais internas devem classificar-se de acordo com as
especificações da norma ABNT NBR 15575 parte 4:
a) Classe I, II A ou III A, quando estiverem associadas a espaços de cozinha;
b) Classe I, II A, III A ou IV A, quando estiverem associadas a outros locais internos da habitação, exceto cozinhas;
c) Classe I ou II A, quando estiverem associadas a locais de uso comum da edificação,
d) Classe I ou II A, quando estiverem associadas ao interior das escadas, porém com Dm inferior a 100.

As classificações da norma ABNT NBR 15575 parte 4 estão apresentadas na Tabela 12.

Tabela 12 - Classificação dos materiais (ABNT NBR 15575-4, 2013)


Classe Método de ensaio
ISO 1182 NBR 9442 ASTM E 662
I Incombustível - -
A Combustível Ip ≤ 25 Dm ≤ 450
II
B Combustível Ip ≤ 25 Dm > 450
A Combustível 25 < Ip ≤ 75 Dm ≤ 450
III
B Combustível 25 < Ip ≤ 75 Dm > 450
A Combustível 75 < Ip ≤ 150 Dm ≤ 450
IV
B Combustível 75 < Ip ≤ 150 Dm > 450
A Combustível 150 < Ip ≤ 400 Dm ≤ 450
V
B Combustível 150 < Ip ≤ 400 Dm > 450
VI Combustível Ip > 400 -
Ip = Índice de propagação superficial de chama
Dm = Densidade específica ótica máxima de fumaça

A parede deve ser ensaiada conforme a norma ABNT NBR 9442 - Materiais de construção – Determinação do índice de propagação superficial de chama pelo
método do painel radiante – Método de ensaio.
As alvenarias com blocos de concreto executadas sem revestimento ou revestidas com gesso ou argamassa à base de cimento estão isentas de comprovação
deste requisito por se tratar de materiais incombustíveis.
17
7.3 Dificultar a propagação do incêndio Devem ser utilizados os seguintes métodos para a avaliação das paredes:
Os elementos e materiais utilizados na parede externa não devem • ABNT NBR 5628 – Componentes construtivos estruturais - Determina-
facilitar a propagação do fogo. ção da resistência ao fogo;
• ABNT NBR 10636 – Paredes divisórias sem função estrutural – Deter-
• Reação ao fogo da face externa das vedações verti- minação da resistência ao fogo
cais que compõem a fachada.
Os critérios para classificação da resistência ao fogo das paredes são:
As superfícies externas das paredes externas (fachadas) devem
• Estanqueidade: avaliação da liberação de gases ou chamas através de
classificar-se como I ou II B conforme especificado na norma ABNT NBR 9442 e
fissuras ou aberturas que podem surgir durante a execução do ensaio. Simula
apresentado na Tabela 12.
se a parede irá se manter estanque e proteger as pessoas e objetos do lado não
Os materiais empregados nas vedações verticais devem ser avaliados
exposto ao ambiente de combustão.
em relação à reação ao fogo através da norma ABNT NBR 9442 - Materiais de
• Isolação térmica: avaliação da temperatura na face não exposta ao
construção. Determinação do índice de propagação superficial de chama pelo
fogo, simulando se o calor radiado pela combustão poderá causar algum risco às
método do painel radiante – Método de ensaio.
pessoas e objetos na região próxima à parede.
As alvenarias com blocos de concreto executadas sem revestimento ou
• Estabilidade: avaliação da estabilidade estrutural das paredes durante
revestidas com gesso ou argamassa à base de cimento estão isentas de compro-
e após à exposição ao fogo. A estabilidade da parede é importante para permitir
vação deste requisito por se tratar de materiais incombustíveis.
o tempo adequado para a evacuação e resgate das pessoas.
São três o níveis de classificação de resistência ao fogo:
• Estável ao fogo: quando atende apenas ao critério de estabilidade
7.4 Dificultar a propagação do incêndio e preservar a • Para-chamas: quando atende aos critérios de estabilidade e estanquei-
estabilidade estrutural da edificação dade
Os elementos e materiais utilizados na parede externa não devem • Corta-fogo: quando atende simultaneamente aos critérios de estabili-
facilitar a propagação do fogo e ainda devem manter a estabilidade estrutural dade, estanqueidade e isolação térmica.
da edificação.
Para o atendimento da norma de desempenho ABNT NBR 15575-4 e das
• Resistência ao fogo de elementos estruturais e de especificações da norma ABNT NBR 14432, as paredes avaliadas sõa classifica-
compartimentação (vedação) das como resistentes ao fogo apenas no grau corta-fogo, ou seja, atende aos
Os sistemas ou elementos de vedação vertical que integram as edifica- critérios de estabilidade, estanqueidade e isolação térmica.
ções habitacionais devem atender às seguintes especificações:
• ABNT NBR 14432 – Exigências de resistência ao fogo dos elementos Os ensaios de resistência ao fogo foram executados pelo Instituto de
construtivos de edificações – Procedimento Pesquisas Tecnológicas – IPT e a síntese dos resultados estão apresentados nas
As paredes estruturais devem apresentar tempo requerido de resistência Tabelas 13 e 14 a seguir.
ao fogo (TRRF) no mínimo de 30 minutos, assegurando neste período condições
de estabilidade, estanqueidade e isolação térmica.
As paredes de geminação (paredes entre unidades) de casas térreas ou
sobrados geminados, bem como as paredes entre unidades habitacionais e que
fazem divisa com as áreas comuns nos edifícios multifamiliares, devem apresen-
tar tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) mínimo de 30 minutos.
No caso de unidade habitacional unifamiliar, isolada, até 2 pavimentos,
exige-se tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) mínimo de 30 minutos
para as paredes da cozinha e ambiente fechado que abrigue equipamento de
gás.
O tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) nas demais edificações
deve considerar a altura, ocupação/uso e carga de incêndio da edificação,
podendo variar de 30 min a 120 min, conforme especificado na norma ABNT
NBR 14432.

18
Tabela 13 – Síntese dos resultados dos ensaios de resistência ao fogo - ABNT NBR 10636
(sem função estrutural)
Relatório IPT RE 1.076.540-203

Amostra Blocos de concreto classe C: (140x190x390)mm (Tabela 1)

Segmento de parede com dimensões: (2600x2600)mm, espessura total com revestimento: 170 mm

Assentamento: juntas amarradas de 10 mm (horizontal e vertical) com argamassa industrializada

múltiplo uso (Tabela 4).
Corpo de prova
Revestimento: argamassa industrializada múltiplo uso (Tabela 4). Espessura 15 mm em ambas as

faces da parede.
Cura do segmento de parede: 75 dias após assentamento, em ambiente de laboratório.

Duração de 120 min. Pressão no interior do forno: 10 Pa.
Condições de ensaio
Temperatura inicial de To = 22oC, atingindo temperatura média de até 1.032oC no interior do forno.
Resultados

Tempo de atendimento aos critérios de avaliação (min) Classificação quanto à resistência


Estanqueidade Isolação térmica Estabilidade ao fogo, no grau corta-fogo (min)

90 98 120 90
Aos 87 e 117 minutos foram realizados
Limite de elevação de temperatura da
choques mecânicos para a verificação
face não exposta ao fogo:
da estabilidade do corpo de prova para A parede apresentou resistência ao
O corpo de prova se manteve estanque Média: 140oC + To = 162oC
o tempo de 90 e 120 minutos. O corpo fogo no grau corta-fogo por 90 min
durante 90 minutos de ensaio. Qualquer ponto: 180oC + To = 202oC
de prova se manteve estável durante o (CF90)
período de 120 minutos de exposição
Ultrapassado aos 98 minutos de ensaio
ao fogo
Observações do ensaio:
Aos 8 minutos foi verificado o surgimento de fissuras na face não exposta ao fogo.
Aos 9 minutos de ensaio ocorreu o desprendimento da camada de argamassa de revestimento da face exposta ao fogo.

19
Tabela 14 – Síntese dos esultados dos ensaios de resistência ao fogo - ABNT NBR 5628
(com função estrutural)
Relatório IPT RE 1.076.555-203

Amostra Blocos de concreto classe B: (140x190x390)mm (Tabela 1)

Segmento de parede com dimensões: (2600x2600)mm, espessura total com



revestimento: 170 mm
Assentamento: juntas amarradas de 10 mm (horizontal e vertical) com arga-

massa industrializada múltiplo uso (Tabela 4).
Corpo de prova
Revestimento: argamassa industrializada múltiplo uso (Tabela 4). Espessura 15

mm em ambas as faces da parede.
Cura do segmento de parede: 110 dias após assentamento, em ambiente de

laboratório.
Duração de 120 min. Pressão no interior do forno: 10 Pa.
Condições de ensaio Temperatura inicial de To = 23oC, atingindo temperatura média de até 1.015oC no interior do forno.
Aplicação de carga: carregamento axial 10.000 kg/m – durante todo o programa de aquecimento.
Resultados

Tempo de atendimento aos critérios de avaliação (min) Classificação quanto à resistência


Estanqueidade Isolação térmica Estabilidade ao fogo, no grau corta-fogo (min)

120 107 120 90


Limite de elevação de temperatura da O corpo de prova se manteve estável
face não exposta ao fogo: durante todo período de ensaio.
A parede apresentou resistência ao
O corpo de prova se manteve estanque Média: 140oC + To = 163oC Após 24 h do término do programa
fogo no grau corta-fogo por 90 min
durante todo período de ensaio Qualquer ponto: 180oC + To = 203oC de aquecimento, o corpo de prova
(CF90)
Ultrapassado aos 107 minutos de foi submetido novamente à carga de
ensaio serviço e manteve-se estável
Observações do ensaio:
Aos 8 minutos foi verificado o surgimento de fissuras na face não exposta ao fogo.
Aos 9 minutos de ensaio ocorreu o desprendimento da camada de argamassa de revestimento da face exposta ao fogo.

Os resultados permitem concluir que para uma parede construida com blocos classe C revestida com argamassa multiplo uso com 15 mm de espessura em
cada lado, apresenta resistência ao fogo no grau corta-fogo por 90 min (CF90).
Já a parede estrutural com bloco classe B e argamassa multiplo uso com 15 mm de espessura em cada lado, apresenta resistência ao fogo no grau corta-fogo
por 90 min (CF90).
Nos dois casos, o desprendimento prematuro da argamassa de revestimento prejudicou o desempenho da parede quanto à sua resistência ao fogo.

20
8 SEGURANÇA NO USO E NA OPERAÇÃO 9 ESTANQUEIDADE

A segurança no uso e operação das alvenarias deve ser considerada em A exposição à água de chuva, à umidade proveniente do solo e àquela
projeto, devendo-se prever possíveis alterações por parte dos usuários no layout, proveniente do uso da edificação habitacional, devem ser consideradas em pro-
nas instalação prediais, instalações de cargas suspensas nas paredes, entre outras jeto, pois a umidade acelera os mecanismos de deterioração e acarreta a perda
alterações que possam comprometer a segurança da edificação. das condições de habitabilidade e de higiene do ambiente construído (ABNT NBR
15575-1, 2013).
8.1 Segurança na Utilização do Imóvel
A norma ABNT NBR 15575 parte 1 especifica que deve-se assegurar que 9.1 Infiltração de Água nos Sistemas de Vedações
tenham sido tomadas medidas de segurança aos usuários da edificação habita- Verticais Externas (fachadas)
cional durante as condições de uso e operação da edificação. As paredes externas devem ser estanques à água proveniente de chuvas
No caso das vedações verticais, embora não seja estabelecido nenhum incidentes ou de outras fontes.
requisito específico, o usuário da edificação deve ser alertado em relação à
condições necessárias para manutenção da segurança durante toda vida útil da • Estanqueidade à água de chuva, considerando-se a
edificação.
ação dos ventos
Deve-se informar sobre quais paredes podem sofrer algum tipo de alte-
A alvenaria da edificação habitacional, incluindo a junção entre a janela e
ração, como remoção, cortes, furos, etc. Do mesmo modo, a passagem de tubu-
a parede devem permanecer estanques e não apresentar infiltrações que propor-
lações de água e gás e outras instalações no interior das vedações verticais deve
cionem borrifamentos, escorrimentos, ou formação de gotas de água aderentes
atender aos requisitos das normas especificas ABNT NBR 15961 parte 1 e ABNT
na face interna, podendo ocorrer pequenas manchas de umidade, com áreas li-
NBR 15961 parte 2, no caso de paredes estruturais.
mitadas aos valores indicados na Tabela 15 (ABNT NBR 15575-4, 2013).
As informações pertinentes aos cuidados relacionados à segurança das
vedações verticiais devem constar do manual do proprietário e dos termos de
recebimento da edificação. No caso de edificações construído com paredes es-
truturais, recomenda-se também a instalação de avisos em locais de fácil visibili-
dade e de grande circulação de usuários, informado que o edifico em questão foi
construído com paredes estruturais e que as mesmas não podem sofrer qualquer
tipo de intervenção, sob risco de comprometer a segurança de toda a edificação.

Tabela 15 - Estanqueidade à água de vedações verticais externas (fachadas) e esquadrias


(ABNT NBR 15575-4)
Percentual máximo da soma das áreas
Edificação Tempo de ensaio (h) Nível de desempenho
das manchas de umidade
10% M
Térrea 7,0
Sem manchas I; S
5% M
Com mais de um pavimento 7,0
Sem manchas I; S
Esquadrias Deve atender à ABNT NBR 10821 M
Percentual máximo da soma das áreas das manchas de umidade na face oposta à incidência da água, em relação à área total do corpo-de-prova submetido à
aspersão de água, ao final do ensaio.
M = desempenho mínimo; I= desempenho intermediário, S= Desempenho superior.

Os ensaios devem ser realizados considerando-se as regiões de exposição ao vento indicadas na Figura 4 e as condições de ensaios indicadas na Tabela 16. O
equipamento utilizado no ensaio está apresentado na Figura 5 (ABNT NBR 15575-4).

21
A penetração de água em vedações verticias se dá principalmente através
das juntas de assentamento, podendo ocorrer através da argamassa ou na inter-
face entre o bloco e a argamassa.
Deve-se atender as especificações das normas ABNT NBR 13749 – Reves-
timento de paredes e tetos de argamassa inorgânicas e NBR 7200 – Execução de
revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas, que estão relacio-
nados ao revestimento que deverá proteger a parede quanto à penetração de
água de chuva.

Este manual não apresenta os resultados referentes ao requisito de estanquei-


dade.

9.2 Umidade nas Vedações Verticais Internas e Exter-


nas Decorrente da Ocupação do Imóvel
A alvenaria não deve permitir infiltração de água, através de suas faces,
quando em contato com áreas molháveis e molhadas. (ABNT NBR 15575-4, 2013)
Figura 4 - Condições de exposição ao vento conforme as regiões brasileiras
(ABNT NBR 15575-4)
• Estanqueidade das alvenarias com incidência
direta de água – Áreas molhadas
Tabela 16 - Condições de ensaio de A quantidade de água que penetra não deve ser superior a 3,0 cm3, por
estanqueidade à água de sistemas de vedações um período de
verticais externas (ABNT NBR 15575-4) 24 h, numa área exposta com dimensões de 34 cm x 16 cm.
Pode-se realizar a análise de projeto ou a realização de ensaio de estan-
Condições de ensaio de paredes
queidade, conforme método estabelecido na Figura 6.
Região do Brasil Pressão estática Vazão de água
(Pa) L / m2 min
I 10
II 20
III 30 3,0
IV 40
V 50
Para as edificações térreas, com beirais de no mínimo 0,50 m de projeção, a
pressão estática do ensaio pode ser reduzida de 10 Pa em qualquer das re-
giões.

Figura 6 – Dispositivo do ensaio de estanqueidade acoplado à parede


(ABNT NBR 15575-4)

Figura 5 - Esquema de montagem do corpo-de-prova para ensaio 22


(ABNT NBR 15575-4)
• Estanqueidade de vedações verticais internas e externas em contato com áreas molháveis
Não deve ocorrer presença de umidade perceptível nos ambientes contí- timento de paredes e tetos de argamassa inorgânicas e NBR 7200 – Execução de
guos, desde que respeitadas às condições de ocupação e manutenção previstas revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas.
em projeto e descritas no manual de uso e operação. Deve-se analisar o projeto Este manual não apresenta os resultados referentes ao requisito de es-
ou proceder à inspeção visual a 1,0 m de distância, quando em campo. tanqueidade.
Deve-se atender às especificações das normas ABNT NBR 13749 – Reves-

10 DESEMPENHO TÉRMICO 10.2 Métodos de Avaliação


A norma ABNT NBR 15575 parte 4 estabelece dois procedimentos norma-
tivos para a avaliação do desempenho térmico das alvenarias externas:
O desempenho térmico deve necessariamente estar relacionado ao con- • método simplificado: utiliza apenas os valores de transmitância térmica
texto de projeto, devendo-se considerar todas às variáveis relacionadas à edifica- e de capacidade térmica;
ção e ao local de implantação (condições ambientais, topografia, orientação da • método detalhado: avalia o desempenho térmico da edificação como
fachada, ventilação, dimensões dos ambientes, etc). um todo através de simulação computacional.
A avaliação isolada das propriedades térmicas dos blocos de concreto
como componentes da alvenaria, não deve ter prioridade ao contexto global do
projeto quando se deseja estimar o desempenho térmico. A norma ABNT NBR 10.3 Método Simplificado
15575 parte 4 estabelece que a edificação habitacional, e não apenas o bloco, Considerando-se o procedimento simplificado, as paredes externas de-
deve reunir características que atendam às exigências de desempenho térmico, vem apresentar transmitância térmica e capacidade térmica que proporcionem
considerando-se a zona bioclimática onde a edificação se encontra. pelo menos o nível de desempenho mínimo considerando-se as zonas bioclimá-
ticas apresentadas na Figura 7.
O uso do procedimento simplificado, que não considera as demais vari-
10.1 Zonas bioclimáticas áveis do projeto e do local de implantação, não deve ser tomado como deter-
A norma ABNT NBR 15220-3 estabelece a divisão do território brasileiro minante na avaliação do desempenho térmico do sistema de vedação externa,
em oito zonas bioclimáticas. Esta divisão considerou regiões geográficas rela- devido a limitação dos parâmetros especificados para avaliar este requisito.
tivamente homogêneas quanto aos elementos climáticos que interferem nas Os critérios especificados na norma ABNT NBR 15575 parte 4 para a ava-
relações entre ambiente construído e conforto humano. As zonas bioclimáticas liação simplificada estão apresentados na Tabela 17.
brasileiras estão apresentadas na Figura 7.
Tabela 17 – Transmitância e Capacidade Térmica
para paredes externas (ABNT NBR 15575-4)

Transmitância
Nível de Térmica U (W/m2.K) Capacidade
Zonas
desempenho α ≤ 0,6 α > 0,6 térmica (CT)
Bioclimáticas
exigido (cores (cores (kJ/m2.K)
claras) escuras)
1e2 ≤ 2,5 ≥ 130

M 3, 4, 5, 6, 7 ≥ 130
≤ 3,7 ≤ 2,5
Sem
8
exigência
α = Quociente da taxa de radiação solar absorvida por uma superfície pela
taxa de radiação solar incidente sobre esta mesma superfície (ABNT NBR
Figura 7 – Zoneamento bioclimático brasileiro (ABNT NBR 15220-3)
15220-1). Está relacionada principalmente à cor da superfície da parede.
M = desempenho mínimo
23
Na avaliação simplificada, que também pode ser considerada uma ava- A avaliação para determinação do desempenho térmico pelo método
liação preliminar, a transmitância térmica e a capacidade térmica podem ser simplificado foi executada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT e a sín-
determinados conforme estabelecido na norma ABNT 15220 parte 2, sendo ne- tese dos resultados estão apresentados na Tabela 18 a seguir.
cessário obter os valores de condutividade térmica de cada material utilizado na
composição da parede avaliada.

Tabela 18 – Síntese dos resultados de determinação da Transmitância Térmica


e Capacidade Térmica (ABNT NBR 15220-2) Relatório IPT RE 145.318-205

Resultados
Tipologia de Parede
Transmitância Térmica (U) Capacidade térmica (CT)
(W/m2.K) (kJ/m2.K)

Paredes externas 2,70 194

Blocos de concreto: Critérios de Aprovação


Dimensões: (14x19x39)cm
Paredes dos blocos: 25 mm Z1 e Z2 Z1 a Z8 Z1 e Z7 Z8
Resistência: Classe B
Revestimento: α ≤ 0,6 α > 0,6
Atende Sem exi-
Interno: 5 mm gesso *Não atende
(M) gência
Externo: 25 mm argamassa Atende (M) *Não atende

* Quando a condição da parede não atende aos critérios do método simplificado é necessário avaliar o desempenho térmico da parede
por meio do método detalhado.
M = desempenho mínimo.

Os resultados permitem concluir que a parede analisada atende aos crité- renovação de ar por hora do ambiente (renovação por frestas), e uma condição
rios de desempenho da norma ABNT NBR 15575-4 para as zonas bioclimáticas Z3 “ventilada”, com taxa de 5 ren/h, ou seja, cinco renovações de ar por hora do am-
a Z8 quando as paredes externas são pintadas com cores claras e média (α ≤ 0,6), biente sala ou dormitório.
não atendendo o desempenho exigido para as zonas bioclimáticas 1 e 2 quanto à No caso do sombreamento das aberturas pode ser considerada uma condi-
transmitância térmica. ção “padrão”, na qual não há nenhuma proteção da abertura contra a entrada da
Portanto, para as zonas bioclimáticas Z1 e Z2, o desempenho térmico foi radiação solar, e uma condição “sombreada”, na qual há proteção da abertura que
novamente avaliado pelo método detalhado através de simulação térmica. corte pelo menos 50% da radiação solar incidente no ambiente sala ou dormitório.

10.4 Método Detalhado


Considerada um procedimento mais completo, a simulação do desempe-
nho térmico especificada na norma ABNT 15575 parte 1, considerada também as
condições de ventilação e de sombreamento da edificação. No caso da ventilação
pode ser considerada uma condição “padrão”, com taxa de 1 ren/h, ou seja, uma

24
A Tabela 19 apresenta os critérios de avaliação do desemepnho térmico que devem ser obtidos pela edificação considerandos todas as variáveis estabelecidas
na norma ABNT NBR 15575 parte 4.

Tabela 19 – Critérios de Avaliação do Desempenho Térmico para as Condições de Verão e Inverno


(ABNT NBR 15575-1)
Condições de verão Condições de inverno
Nível de desempenho Zonas bioclimáticas
1a7 8 1a5 6a8
M Ti,max ≤ Te,max Ti,max ≤ Te,max Ti,min ≥ (Te,min + 3°C)
I Ti,max ≤ (Te,max – 2°C) Ti,max ≤ (Te,max – 1°C) Ti,min ≥ (Te,min + 5°C) Nestas zonas, este critério não
Ti,max ≤ (Te,max – 2°C) e precisa ser verificado.
S Ti,max ≤ (Te,max – 4°C) Ti,min ≥ (Te,min + 7°C)
Ti,min ≤ (Te,min + 1°C)
Ti,max é o valor máximo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em graus Celsius;
Ti,min é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em graus Celsius;
Te,max é o valor máximo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em graus Celsius;
Te,min é o valor mínimo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em graus Celsius.
M = desempenho mínimo; I= desempenho intermediário, S= Desempenho superior.

A avaliação para determinação do desempenho térmico pelo método de- Foram consideradas apenas as condições climáticas das zonas bioclimáticas Z1
talhado também foi executada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT e os e Z2, representadas pelas cidades de Curitiba/PR (Z1) e São Lourenço/MG (Z2),
principais parâmetros utilizados na avaliação estão apresentados seguir. conforme apresentado na Tabela 20.
Os estudos foram realizados através do software Energyplus, que conside-
ra o carater dinâmico das trocas de calor entre a edificação e o ambiente externo.

Tabela 20 – Dados climáticos e geográficos das cidades


Relatório IPT RE 143.318-205
Cidade/Estado Curitiba/PR São Lourenço/MGa
Zona Bioclimática (ABNT NBR 15220-3) Z1 Z2
Latitude 25,24 S 22,1 S
Longitude 49,27 W 45,01 W
Altitude (m) 924 953
Dados climáticos dos dias típicos de verão
Valor máximo diário da temperatura do ar (oC) 31,4 31,8
Amplitude diária da temperatura do ar ( C)o
10,2 11,7
Temperatura de bulbo úmido ( C) o
21,3 21,6
Radiação solar global no plano horizontal (Wh/m2) 2774b 4988c 5307
Dados climáticos dos dias típicos de inverno
Valor máximo diário da temperatura do ar ( C) o
0,7 2,6
Amplitude diária da temperatura do ar ( C)o
11,6 16,6
Temperatura de bulbo úmido (oC) 11,0 14,0
Radiação solar global no plano horizontal (Wh/m ) 2
1666 b
3211c
3595
a
Os dados desta cidade não constam da norma ABNT NBR 15575 e foram gerados pelo IPT com base em dados climáticos do INMET e dados de radiação solar
global no plano horizontal obtidos do CRESESB CEPEL.
b
Valor de radiação solar global constante da norma ABNT NBR 15575
c
Valor de radiação global obtido pelo CRESESB CEPEL. 25
Para cada uma das cidades escolhidas, o desempenho térmico foi avaliado utilizando-se como parâmetro um projeto modelo da Companhia de Desenvolvimen-
to Habitacional e Urbano de São Paulo – CDHU conforme apresentado na Figura 8.

Paredes externas:
Blocos de concreto - Classe B (14x19x39)cm. Paredes internas com espessura da
ordem de 25 mm.
Revestimento Externo: argamassa comum com espessura 25 mm
Revestimento interno: gesso com espessura de 5 mm.

Paredes internas:
Blocos de concreto - Classe C (9x19x39)cm. Paredes internas com espessura da
ordem de 15 mm.
Revestimento nas duas faces: gesso com espessura de 5 mm.

Cobertura:
Telhado com telhas cerâmicas, com espessura média de 2,5 cm. Sobre laje hori-
zontal maciça de concreto convencional, com espessura de 9 cm.
Janelas:

• Dormitórios e sala: com tipologia “de correr”, dimensões de (120x120)cm, com-


postas por caixilhos metálicos, com duas folhas de vidro liso incolor transparente
com 3 mm de espessura.
• Cozinha: com tipologia “de correr”, dimensões de (100x80)cm, compostas por
caixilhos metálicos, com duas folhas de vidro liso incolor transparente com 3 mm
de espessura.
• Banheiro: com tipologia “basculante”, dimensões de (60x60)cm, composta por
caixilho metálico, com vidro liso incolor transparente com
3 mm de espessura.

Portas:
Internas e externas, com tipologia “de abrir”, dimensões de (80x210) cm, com
perfil de desempenho PIM (ABNT NBR 15930-2)

Figura 8 – Planta e corte da habitação avaliada e características


construtivas da habitação Relatório IPT RE 143.318-205 Pé direito: 2,60 m

Absortância à radiação solar:


Superfície externa das paredes: cor clara = 0,3; cor média = 0,5; cor escura = 0,7.
Superfície externa das telhas: cor escura = 0,65

26
As características dos materiais utilizados na edificação estão apresentadas na Tabela 21 a seguir.

Tabela 21 – Características dos materiais utilizados na edificação (ABNT NBR 15220)


Relatório IPT RE 143.318-205

Calor específico - c
Material Massa específica - ρ (kg/m3) Condutividade térmica - λ (W/(m.K))
(kJ/(kg.K))
Argamassa comum 2100 1,15 1,00
Concreto (lajes) 2400 1,75 1,00
Concreto (blocos) 2200 1,50 1,00
Gesso 1200 0,50 0,84
Cerâmica (telhas) 1700 1,00 0,92

Os resultados obtidos pela simulação computacional realizada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, utilizando-se os parâmetros citados, estão apre-
sentados nas Tabelas 22 e 23 a seguir.

Tabela 22 – Valores máximos diários da temperatura do ar exterior e interior (ºC) com indicação
dos níveis de desempenho térmico dos recintos analisados, no verão
Relatório IPT RE 143.318-205

Temperatura Dormitório 1/Condição Sala/Condição


Zona Cor da parede
máxima do ar SOMB. + SOMB.
Bioclimática externa CP SOMB. VENT. CP SOMB. VENT.
externo (oC) VENT. + VENT.

Z1 clara: α = 0,3 28,3 27,7 28,8 28,4 28,3 27,6 28,8 28,4
(radiação solar 31,4 média: α = 0,5 28,8 28,2 29,0 28,6 28,6 27,9 29,0 28,6
NBR 15575) escura: α = 0,7 29,3 28,7 29,3 28,9 28,9 28,2 29,1 28,7

Z1 clara: α = 0,3 30,7 29,7 30,1 29,5 31,2 30,1 30,4 29,8
(radiação solar 31,4 média: α = 0,5 31,4 30,5 30,5 29,9 31,5 30,5 30,6 30,0
CRESESB) escura: α = 0,7 32,2 31,2 31,0 30,4 31,9 30,9 30,8 30,2
clara: α = 0,3 30,7 29,7 30,2 29,6 31,3 30,1 30,5 29,9
Z2 31,8 média: α = 0,5 31,4 30,4 30,6 29,9 31,6 30,6 30,7 30,1
escura: α = 0,7 32,2 31,1 31,1 30,4 32,1 31,0 30,9 30,3
CP – Condição padrão: Ambiente com ventilação somente por infiltração através de frestas em janelas e portas, a uma taxa de 1,0 Ren/h (renovação do volume de
ar do ambiente por hora) e janelas sem sombreamento.
SOMB. – Sombreamento: Janelas com proteção solar externa ou interna, como cortinas ou outros elementos, que impeçam a entrada de radiação solar direta ou
reduzem em 50% a incidência da radiação solar global no ambiente.
VENT. – Ambiente ventilado a uma taxa de 5,0 Ren/h (renovação do volume de ar do ambiente por hora).
SOMB. + VENT. - Ambiente com a combinação de sombreamento e ventilação, conforme descrito.
Indicação do nível de desempenho:
Vermelho: nível de desempenho térmico abaixo do mínimo
Amarelo: nível de desempenho térmico mínimo
Verde: nível de desempenho térmico intermediário
Azul: nível de desempenho térmico superior
27
Tabela 23 – Valores mínimos diários da temperatura do ar exterior e interior (ºC) com indicação
dos níveis de desempenho térmico dos recintos analisados, no inverno
Relatório IPT RE 143.318-205

Temperatura Dormitório 1/Condição Sala/Condição


Zona Cor da parede
mínima do ar
Bioclimática externa
externo (oC) CP CP

Z1 clara: α = 0,3 3,9 4,2


(radiação solar 0,7 média: α = 0,5 4,0 4,3
NBR 15575) escura: α = 0,7 4,4 4,5

Z1 clara: α = 0,3 4,8 5,2


(radiação solar 0,7 média: α = 0,5 5,0 5,4
CRESESB) escura: α = 0,7 5,5 5,8
clara: α = 0,3 8,8 9,4
Z2 2,6 média: α = 0,5 9,1 9,7
escura: α = 0,7 9,4 9,9
CP – Condição padrão: Ambiente com ventilação somente por infiltração através de frestas em janelas e portas, a uma taxa de 1,0 Ren/h (renovação do volume de
ar do ambiente por hora) e janelas sem sombreamento.
Indicação do nível de desempenho:
Vermelho: nível de desempenho térmico abaixo do mínimo
Amarelo: nível de desempenho térmico mínimo
Verde: nível de desempenho térmico intermediário
Azul: nível de desempenho térmico superior

O projeto avaliado com as condições estabelecidas atendem aos critérios • Na zona bioclimática Z2, com as paredes externas pintadas com cores
de desempenho térmico mínimo, nas zonas bioclimáticas Z1 e Z2, nas seguintes claras ou médias e, com cores escuras, desde que sejam garantidas as condições
condições: de sombreamento de aberturas ou ventilação dos ambientes no verão;
• Na zona Bioclimática Z1, considerando-se os dados de radiação solar • Nas zonas bioclimáticas Z1 e Z2, com qualquer tipo de pintura das pare-
presentes na norma ABNR NBR 15575; des externas na condição de inverno.
• Na zona bioclimática Z1, considerando-se dados de radiação solar do
CRESESB CEPEL, com as paredes externas pintadas com cores claras e, com cores Ressalva-se que os resultados da simulação computacional apresentados
médias ou escuras, desde que sejam garantidas as condições de sombreamento neste estudo, são validos apenas para edificações habitacionais com os parâme-
de aberturas ou ventilação dos ambientes no verão; tros conforme descrito neste documento.

28
11 DESEMPENHO ACÚSTICO

A norma ABNT NBR 15575-4 estabelece que a edificação habitacional Os ensaios para avaliação do desempenho acústico em laboratório foram
deva apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no que executados pelo Instituto Tecnológico itt PERFORMANCE da Universidade do
se refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edificação habitacional, e Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Para a execução dos ensaios, o laboratório
isolamento acústico adequado entre áreas comuns e privativas. da Unisinos utilizou os seguintes equipamentos e instrumentação apresentados
na Tabela 25.
11.1 Níveis de desempenho promovidos pela
vedação entre ambientes – ensaio em laboratório

A Tabela 24 apresenta os valores e as respectivas classificações de de- Tabela 25 – Equipamentos utilizados no ensaio
sempenho de vedações entre ambientes conforme a norma ABNT NBR 15575-4. acústico
Relatórios UNISINOS - Nºs 0439/2014, 0440/2014,
Tabela 24 - Índice de redução sonora ponderado,
0417/2014 e 0442/2014
Rw, de componentes construtivos utilizados nas
vedações entre ambientes
Descrição Fabricante Modelo
(ABNT NBR 15575-4 - Tabela F. 12)
Analisador sonoro Brüel & Kjaer Type 2270
Nível
Fonte sonora dodecaédrica Brüel & Kjaer 4296
Rw
Elemento de Calibrador acústico Brüel & Kjaer Type 4231, classe 1
[dB] desem-
penho

Parede entre unidades habitacionais autônomas 45 a 49 M


(parede de geminação), nas situações onde não 50 a 54 I
haja ambiente dormitório. ≥ 55 S
50 a 54 M
Parede entre unidades habitacionais autônomas
(parede de geminação), caso pelo menos um dos 55 a 59 I
ambientes seja dormitório. ≥ 60 S

45 a 49 M
Parede cega de dormitórios entre uma unidade
habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, 50 a 54 I
como corredores e escadaria nos pavimentos. ≥ 55 S

Parede cega de salas e cozinhas entre uma 35 a 39 M


unidade habitacional e áreas comuns de trânsito 40 a 44 I
eventual como corredores e escadaria dos pavi-
mentos. ≥ 45 S

Parede cega entre uma unidade habitacional 50 a 54 M


e áreas comuns de permanência de pessoas, 55 a 59 I
atividades de lazer e atividades esportivas, como
home theater, salas de ginástica, salão de festas,
salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, ≥ 60 S
cozinhas e lavanderias coletivas.
45 a 49 M
Conjunto de paredes e portas de unidades distin-
50 a 54 I
tas separadas pelo hall.
≥ 55 S
M = desempenho mínimo; I= desempenho intermediário, S= Desempenho
superior. 29
A síntese dos resultados dos ensaios de desempenho acústico estão apresentados a na Tabela 26 a seguir.

Tabela 26 – Resultados de Desempenho Acústico (ISO 10140-2) Síntese dos Relatórios UNISINOS
Nºs 0439/2014, 0440/2014, 0417/2014 e 0442/2014

Componente Tipologia de Parede

Tipologias das paredes

Bloco de concreto classe C (90x190x390)mm (115x190x390)mm (140x190x390)mm (190x190x390)mm


Assentamento (juntas horizontais e
argamassa - espessura de10 mm
verticais)
Revestimento (interno e externo) gesso – espessura de 5 mm
Área das paredes (área ensaiada) (m2)
Área (m2) 18,6
Câmara emissora
Volume (m ) 3
65,3
Área (m )
2
16,6
Câmara receptora
Volume (m3) 57,8
Resultados
Relatórios UNISINOS - N os

0439/2014,0440/2014, 0417/2014 e Índice de redução sonora ponderada Rw (dB)


0442/2014)

As amostras de blocos e argamassa de assentamento e revestimento utilizados neste ensaio não foram caracterizadas pela UNISINOS e portanto não
constam deste manual.

Tomando-se os resultados apresentados nos relatórios da UNISINOS as paredes ensaiadas foram classificadas conforme o desempenho acústico esta-
belecido na norma ABNT NBR 15575 parte 4 – anexo F. A Tabela 27 apresenta a classificação de desempenho acústico das paredes ensaiadas.

30
Tabela 27 – Classificação de Desempenho Acústico em função de Rw
(ABNT NBR 15575-4)

Classificação do desempenho conforme NBR 15575-4

Índice de redução ponderado, Rw [dB]


Nível de desempenho Mínimo (M)

Bloco de concreto classe C – dimensões (mm) (90x190x390) (115x190x390) (140x190x390) (190x190x390)

Assentamento (juntas horizontais e verticais) argamassa - espessura de10 mm


Revestimento (interno e externo) gesso – espessura de 5 mm
Resultados:
Relatórios UNISINOS - N 0439/2014,0440/2014, 0417/2014 e
os
40 44 44 47
0442/2014)
Parede entre UH (parede de geminação - menos
≥ 45 Não atende Não atende Não atende M
dormitório)
Parede entre UH (parede de geminação – dor-
≥ 50 Não atende Não atende Não atende Não atende
mitório)
Parede cega de dormitórios entre uma uni-
Nível de Desempenho

dade habitacional e áreas comuns de trânsito ≥ 45 Não atende Não atende Não atende M
eventual
Parede cega de salas e cozinhas entre uma
unidade habitacional e áreas comuns de trân- ≥ 35 I I I S
sito eventual
Parede cega entre uma unidade habitacional
e áreas comuns de permanência de pessoas, ≥ 50 Não atende Não atende Não atende Não atende
atividades de lazer e atividades esportivas.
Conjunto de paredes e portas de unidades
≥ 45 Não atende Não atende Não atende M
distintas separadas pelo hall
M = desempenho mínimo; I= desempenho intermediário; S= Desempenho superior; UH=Unidade Habitacional.

O desempenho acústico da alvenaria depende do correto preenchimento disto, a espessura das paredes dos blocos e a massa específica dos blocos também
das juntas de assentamento horizontais e verticais dos blocos de concreto. Além podem influenciar os resultados de desempenho acústico.

31
12 DURABILIDADE E MANUTENIBILIDADE

Entende-se como durabilidade, a capacidade da edificação ou de seus sis- 12.1 Manifestações Patológicas em Paredes Externas
temas, de desempenhar suas funções ao longo do tempo, sob condições de uso Para as paredes externas devem ser limitados os deslocamentos, fissura-
e manutenção especificadas no Manual de Uso, Operação e Manutenção (CBIC, ções e falhas, incluindo seus revestimentos, em função de ciclos de exposição ao
2013). calor e resfriamento que ocorrem durante a vida útil do edifício.
A durabilidade do edifício e de seus sistemas é uma exigência econômica • Ação de calor e choque térmico
do usuário, pois está diretamente associada ao custo global do bem imóvel. A As paredes externas, incluindo seus revestimentos, devem ser submetidas
durabilidade de um produto se extingue quando ele deixa de cumprir as funções a dez ciclos sucessivos de exposição ao calor e resfriamento por meio de jato de
que lhe forem atribuídas, quer seja pela degradação que o conduz a um estado água e não devem apresentar:
insatisfatório de desempenho, quer seja por obsolescência funcional (ABNT NBR • deslocamento horizontal instantâneo, no plano perpendicular ao corpo-
15575-1, 2013). -de-prova, superior a h/300, onde h é a altura do corpo de prova;
O período de tempo compreendido entre o início de operação ou uso de • ocorrência de falhas como fissuras, destacamentos, empolamentos, des-
um produto e o momento em que o seu desempenho deixa de atender às exigên- coloramentos e outros danos que possam comprometer a utilização da alvenaria.
cias do usuário pré-estabelecidas é denominado vida útil (ABNT NBR 15575-1, Devem ser realizados ensaios, em laboratório, de ciclos de calor e resfria-
2013). mento conforme método apresentado na Figura 9.
Este manual não apresenta os resultados referentes ao requisito de du-
rabilidade.

Posicionamento dos termopares na superfície do corpo-de-prova Posicionamento do defletômetro


Figura 9 - Esquema de montagem e instrumentação do corpo-de-prova (ABNT NBR 15575-4)

A ação de ciclos de calor e resfriamento em vedações verticias 12.2 Vida Útil de Projeto das Paredes
afetam prioritariamente os revestimentos externos da parede, pois são A vida útil é uma medida temporal da durabilidade de um edifí-
estes elementos que de fato estão expostos às condições ambientais. cio ou de suas partes (sistemas complexos, do próprio sistema e de suas
Deste modo, as alvenarias com blocos de concreto que cumprem partes: subsistemas; elementos e componentes). A Vida Útil de Projeto
às especificações da norma ABNT NBR 6136 tem potencial para atender – VUP é definida pelo incorporador e/ou proprietário e projetista, e ex-
a este requisito, devendo-se cumprir também os requisitos das normas pressa previamente (ABNT NBR 15575-1).
ABNT NBR 13749 – Revestimento de paredes e tetos de argamassa inor- • Vida Útil de Projeto - VUP
gânicas e ABNT NBR 7200 – Execução de revestimento de paredes e tetos A parede deve manter a capacidade funcional e as características
de argamassas inorgânicas. estéticas, ambas compatíveis com o envelhecimento natural dos mate-
riais durante a vida útil de projeto de acordo com as especificações da
ABNT NBR 15575-1, resumidas na Tabela 28.

32
Tabela 28 – Vida Útil de Projeto para Paredes (ABNT NBR 15575-1 – Tab.C.6)

VUP
Sistema Exemplos (anos)
Mínimo Superior
Vedação vertical externa Paredes de vedação externas, painéis de fachada, fachadas-cortina ≥ 40 ≥ 60
Vedação vertical interna Paredes e divisórias leves internas, escadas internas, guarda-corpos ≥ 20 ≥ 30
Revestimento de piso, parede e teto: de argamassa, de gesso, cerâmicos, pétreos,
Revestimento interno aderido ≥ 13 ≥ 20
de tacos e assoalhos e sintéticos
Revestimento de fachada aderido e
Revestimento, molduras, componentes decorativos e cobre-muros ≥ 20 ≥ 30
não aderido
Pinturas internas e papel de parede ≥3 ≥4
Pintura
Pinturas de fachada, pinturas e revestimentos sintéticos texturizados ≥8 ≥ 12

O atendimento aos prazos constantes na Tabela 28 depende das especi-


ficações do projeto, das condições de execução, da especificação dos materiais e
componentes do sistema e da realização das intervenções constantes no manual
de operação, uso e manutenção fornecido pelo incorporador e/ou pela constru-
tora, bem como evidências das correções.

12.3 Manutenibilidade das Paredes


A manutenibilidade se refere ao grau de facilidade de um sistema, ele-
mento ou componente de ser mantido ou recolocado no estado no qual possa
executar suas funções requeridas, sob condições de uso especificadas e quando a
manutenção é executada sob condições determinadas (CBIC, 2013).
As paredes devem manter a capacidade funcional durante a vida útil de
projeto, desde que submetidos às intervenções periódicas de manutenção espe-
cificadas pelo construtor.

• Manual de operação, uso e manutenção


Devem ser realizadas as manutenções preventivas e, sempre que neces-
sárias manutenções com caráter corretivo devem ser previstas e realizadas. As
manutenções corretivas devem ser realizadas assim que algum problema se ma-
nifestar, a fim de impedir que pequenas falhas progridam às vezes rapidamente
para extensas patologias (ABNT NBR 15575-4).

Deve-se realizar análise do manual de operação, uso e manutenção das


edificações, considerando-se as diretrizes gerais das normas ABNT NBR 5674 -
Manutenção de edificações – Procedimento e ABNT NBR 14037 - Diretrizes para
elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações- Requisi-
tos para elaboração e apresentação dos conteúdos.

33
13 IMPACTO AMBIENTAL • Pegada de água
• Pegada de resíduos
• Intensidade de uso de matéria-prima
A construção civil é uma das atividades humanas que mais gera impacto
Conceitualmente a ACV-M pode ser escalada até contemplar todas as
ambiental no planeta. Por isto a norma de desempenho NBR 15575 parte 1 es-
análises de uma ACV completa, dependendo do porte da empresa e do produto,
tabelece que os empreendimentos e sua infraestrutura (arruamento, drenagem,
processo ou serviço avaliado. Isto torna a ACV-M uma ferramenta mais flexível e
rede de água, gás, esgoto, telefonia, energia) devem ser projetados, construídos
apropriada à grande diversidade de empresas e segmentos dentro da cadeia da
e mantidos de forma a minimizar as alterações e impactos no ambiente.
Indústria da Construção Civil (JOHN et al, 2013).
Para tanto, os especificadores devem adotar procedimentos para seleção
Uma parceria entre ABCP, BlocoBrasil e CBCS possibilitou a implementa-
de materiais e sistemas construtivos conforme a seguir:
ção da ACV-M no setor de blocos de concreto. O projeto tem como objetivo men-
surar e divulgar os indicadores de impactos ambientais ao longo do ciclo de vida
dos blocos de concreto para alvenaria e peças de concreto para pavimentação. A
13.1 Seleção e consumo de materiais Figura 10 ilustra os fluxos de produção dos blocos de concreto avaliados nos fabri-
A seleção de materiais e sistemas construtivos pode ser feita através dos cantes participantes, tendo como escopo apenas o fluxo até o portão da fábrica.
resultados de inventários de ciclo de vida dos produtos selecionados, de forma
a subsidiar a tomada de decisão na avaliação do impacto que estes elementos
provocam ao meio ambiente (ABNT NBR 15575-1, 2013).

Os impactos ambientais de materiais de construção podem ser mensura-


dos através de indicadores obtidos em Análises de Ciclo de Vida - ACV. Os parâme-
tros para a realização de uma ACV estão estabelecidos na norma ISO 14040, que
especifica quatro etapas analíticas distintas para a realização da ACV: definição
de objetivo e escopo, criação do inventário de ciclo de vida e interpretação dos
resultados (ISO, 2006).
Embora a ACV seja a melhor ferramenta para mensurar e comparar os
impactos ambientais ao longo do ciclo de vida de produtos e serviços, sua com-
plexidade e custos de implementação tornam seu uso bastante limitado, princi-
palmente para pequenas e médias empresas (JOHN et al, 2013).
Com o objetivo de viabilizar o uso da ACV em um número maior de em-
presas, através da redução de custos e prazos de implantação, o CBCS – Conselho Figura 10 – Fluxos de entrada e saída na produção de blocos de concreto (CBCS,
Brasileiro da Construção Sustentável apresentou na conferência Rio+20 uma 2012)
proposta de desenvolvimento de ACV com características que respeitam às es- Recomenda-se que o especificador de blocos de concreto solicite, junto
pecificações da ISO 14040 e ao mesmo tempo possibilita o acesso de empresas ao fabricante de blocos, os indicadores individuais obtidos pela ACV-M efetuada
de menor porte de diferentes setores industriais. Este é um fator importante em na unidade de fabricação escolhida pelo comprador. Os indicadores informados
comparação a ACV completa, pois possibilita a mensuração de impactos am- somente terão validade quando atenderem aos procedimentos especificados
bientais em um número maior de empresas de um mesmo segmento, criando pelo CBCS e tiverem sido auditados por instituição de terceira parte credenciada.
parâmetros para um determinado produto em faixas de variação e não apenas
com um único valor médio, muitas vezes obtido em bancos de dados internacio- 13.2 Reciclagem
nais, como é prática comum na ACV completa, o que impossibilita demonstrar as Os Blocos de concreto têm como principais características a elevada re-
diferenças entre fabricantes de um mesmo setor e ainda distorce o comparativo sistência mecânica, dimensões modulares e serem vazados na posição vertical.
entre setores concorrentes. Estas características minimizam o índice de perdas por quebras, a necessidade
A metodologia proposta pelo CBCS intitulada de ACV-modular (ACV-M), de cortes para modulação e passagem de instalações elétricas, e minimizam o
consiste em determinar os cinco fluxos principais de um determinado processo uso de argamassa de assentamento e de revestimento, reduzindo o consumo de
produtivo. Estes fluxos foram escolhidos com base nos seguintes critérios (JOHN materiais e a geração de resíduos.
et al, 2013): De qualquer modo, recomenda-se que a Construtora execute um sistema
• fluxos predominantes, aqueles com maior relevância ambiental; de gestão de resíduos no canteiro de obras, de forma a minimizar sua geração
• facilmente mensuráveis pela própria empresa e consequentemente de e possibilitar a segregação de maneira adequada para facilitar o reuso, a reci-
fácil auditação; clagem ou a disposição final em locais específicos, devendo-se considerar que
• não requerer grande quantidade de dados secundários de emissões; no caso dos blocos de concreto e revestimentos à base de cimento, os resíduos
• serem baseados no conhecido conceito de “pegada”. eventualmente gerados são 100% recicláveis e podem ser reutilizados como
Para os materiais de construção civil, os cinco fluxos inicialmente esco- agregados reciclados conforme as especificações da norma ABNT NBR 15116 -
lhidos são: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.
• Pegada de CO2;
• Consumo de energia
34
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este manual deve ser utilizado como um guia orientativo na avaliação do para que o sistema construtivo com blocos de concreto atenda aos requisitos de
desempenho de alvenarias com blocos de concreto. desempenho da norma ABNT NBR 15575.
Ressalva-se que para cada obra deve-se levar em consideração as con- A Tabela 29 apresenta um resumo dos resultados obtidos neste manual
dições de exposição local, cabendo ao projetista a indicação da melhor solução sob condições especificas de ensaio relatados em cada caso.
Tabela 29 – Resumo dos requisitos de desempenho e resultados obtidos
Desempenho
Requisito de Desempenho Não Observações
Atende
atende
Estabilidade e resistência estrutural √
Deslocamentos, fissuração e ocorrência de falhas √ O projeto deve atender às especificações da norma NBR 15961-1
Dificultar a ocorrência de inflamação generalizada √
Resistência ao impacto de corpo mole – bloco classe A √ Atende a todos os critérios da norma
Resistência ao impacto de corpo mole – bloco classe C √ Atende para casas térreas, parede externa sem função estrutural
Ações transmitidas por portas - - Não ensaiado
Resistência ao impacto de corpo duro
√ Desempenho mínimo
bloco classe C (face revest. de gesso)
Resistência a solicitações de cargas suspensas Bucha comum – desempenho mínimo

bloco classe C (face revest. de gesso) Bucha FU – desempenho intermediário
Dificultar a ocorrência de inflamação generalizada √
Material classe I - incombustível
Dificultar a propagação de incêndio √
Dificultar a propagação de incêndio e preservar a estabili-
√ 90 min corta-fogo.
dade estrutural da edificação – bloco classe C
Dificultar a propagação de incêndio e preservar a estabili-
√ 90 min corta-fogo.
dade estrutural da edificação – bloco classe B
Segurança na utilização do imóvel √ Disponibilizar o Manual operação, uso e manutenção
Infiltração de água nas fachadas - - Não ensaiado
Umidade nas paredes internas e externas devido à ocupa- - -
Não ensaiado
ção do imóvel
Transmitância
Desempenho térmico – Método X Não atende para zonas bioclimáticas Z1 e Z2
térmica
simplificado – Paredes externas
Capacidade Térmica √ Atende para todas as zonas bioclimáticas
Desempenho térmico – Método detalhado – Edificação √ Atende para zonas bioclimáticas Z1 e Z2.
Bloco M15: Classes de ruído I e II atende com nível S. classe de ruído III
Desempenho acústico - Vedações externas √
atende com nível I
Atende para paredes cegas de salas e cozinhas entre unidades habitacionais
Desempenho acústico – Vedações entre ambientes X
e áreas comuns de trânsito eventual.
Exposição a ciclos de calor e resfriamento - - Não ensaiado
Manutenibilidade das paredes √ Disponibilizar o Manual de operação, uso e manutenção
Impacto ambiental √ Deve-se solicitar a ACV-m do fornecedor de blocos

Além de atenderem à norma de desempenho, os sistemas construtivos normas ABNT, apresentam grande competitividade quando são avaliados os pa-
que utilizam blocos de concreto em conformidade com as especificações das râmetros técnicos, econômicos, sociais e ambientais de forma conjunta.
35
15 AGRADECIMENTOS
Agradecimentos a todos os profissionais que auxiliaram na elaboração desta segunda edição do manual de desempenho de alvenarias com blocos de concreto.

16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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• Manutenção de edificações – Procedimento. ABNT NBR 5674. Rio de Janeiro, 2012.
• Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. ABNT NBR 6120. Rio de Janeiro, 2000.
• Projeto e execução de fundações. ABNT NBR 6122. Rio de Janeiro. 2010.
•Forças devidas ao vento em edificações. ABNT NBR 6123. Rio de Janeiro. 2013.
• Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Requisitos. ABNT NBR 6136. Rio de Janeiro. 2014.
•Execução de revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento. ABNT NBR 7200. Rio de Janeiro. 1998.
•Ações e segurança nas estruturas – Procedimentos. ABNT NBR 8681. Rio de Janeiro. 2004.
• Materiais de construção – Determinação do índice de propagação superficial de chama pelo método do painel radiante – Método de ensaio. ABNT NBR
9442. Rio de Janeiro.1988.
• Paredes divisórias sem função estrutural - Determinação da resistência ao fogo - Método de ensaio. ABNT NBR 10636. Rio de Janeiro.1989.
• Esquadrias externas para edificações Parte 3: Métodos de ensaio. ABNT NBR 10821-3 Rio de Janeiro. 2011.
•Estabilidade de encostas. ABNT NBR 11682. Rio de Janeiro, 2009.
• Revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Especificação. ABNT NBR 13749. Rio de Janeiro. 2013.
• Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações- Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos. ABNT
NBR 14037. Rio de Janeiro. 2011.
• Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – Procedimento. ABNT NBR 14432. Rio de Janeiro. 2001.
• Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. ABNT NBR 15116.
Rio de Janeiro. 2004.
• Desempenho térmico de edificações – Parte 1: Definições, símbolos e unidades. ABNT NBR15220-1. Rio de Janeiro. 2005.
•Desempenho térmico de edificações – Parte 2: Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e
componentes de edificações. ABNT NBR15220-2. Rio de Janeiro. 2008.
• Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. ABNT
NBR 15220-3. Rio de Janeiro. 2005.
• Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. ABNT NBR 15575-1. Rio de Janeiro. 2013.
• Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. ABNT NBR 15575-2. Rio de Janeiro. 2013.
• Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas. ABNT NBR 15575-4.
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CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO – CBIC. Desempenho de edificações habitacionais: guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR
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• Acoustics – Measurement of sound insulation of building elements – Part 2: Laboratory measurements of airbone sound insulation. ISO 10140-2.
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36
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• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 145.922-205. Caracterização do
desempenho de paredes executadas em alvenarias de blocos de concreto. São Paulo. dez. 2015.
• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 1.073.873-203. Ensaios de carac-
terização de argamassa para revestimento. São Paulo. set. 2015.
• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 1.074.051-203. Verificação da
resistência de sistemas de vedações verticais a impactos de corpo duro e corpo mole e resistência às solicitações de peças suspensas. São Paulo. out. 2015.
• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 1.076.540-203. Determinação da
resistência ao fogo em parede sem função estrutural. São Paulo. dez. 2015.
• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 1.076.555-203. Determinação da
resistência ao fogo em parede com função estrutural. São Paulo. dez. 2015.
• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 1.076.094-203. Verificação da
resistência de sistemas de vedações verticais a impactos de corpo mole e resistência às solicitações de peças suspensas. São Paulo. nov. 2015
• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 1.083.234-203. Ensaios de carac-
terização de argamassa para assentamento. São Paulo. ago. 2016.
• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 1.083.235-203. Ensaios de carac-
terização de argamassa para revestimento. São Paulo. ago. 2016.
• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 1.083.269-203. Ensaios físicos e
mecânicos em blocos de concreto. São Paulo. ago. 2016.
• Centro Tecnológico do Ambiente Construído - CETAC; Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos - LCSC. Relatório técnico 1.084.718-203. Verificação da
resistência de sistemas de vedações verticais a impactos de corpo mole. São Paulo. ago. 2016.

INSTITUTO TECNOLÓGICO itt PERFORMANCE. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. UNISINOS. Medição do índice de Redução Sonora Ponderado (Rw). F96-Relatório
Técnico de Ensaio No 0417/2014. Parede de blocos de concreto de 11,5 cm de largura e revestimento em gesso. São Leopoldo, RS. 2014.
• Universidade do Vale do Rio dos Sinos. UNISINOS. Medição do índice de Redução Sonora Ponderado (Rw). F96-Relatório Técnico de Ensaio No 0439/2014. Parede de
blocos de concreto de 14,0 cm de largura e revestimento em gesso. São Leopoldo, RS. 2014.
• Universidade do Vale do Rio dos Sinos. UNISINOS. Medição do índice de Redução Sonora Ponderado (Rw). F96-Relatório Técnico de Ensaio No 0440/2014. Parede de
blocos de concreto de 19,0 cm de largura e revestimento em gesso. São Leopoldo, RS. 2014.
• Universidade do Vale do Rio dos Sinos. UNISINOS. Medição do índice de Redução Sonora Ponderado (Rw). F96-Relatório Técnico de Ensaio No 0442/2014. Parede de
blocos de concreto de 9,0 cm de largura e revestimento em gesso. São Leopoldo, RS. 2014.

JOHN, V. M.; PACCA, S. A.; ANGULO, S. C.; CAMPOS, E. F. C; Strategies to escalate the use of LCA based decision making in the world-wide industry. CBCS. 2013.

PARSEKIAN ,G. A. Parâmetros de projeto de alvenaria estrutural com blocos de concreto. 222p. EdUFSCar. São Carlos. 2012.

37
BlocoBrasil
Associação Brasileira da
Indústria de Blocos de Concreto

Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto - BlocoBrasil


Av. Torres de Oliveira, 76 • Jaguaré • São Paulo • CEP 05347-902 - São Paulo
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