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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA


SECRETARIA ADJUNTA DA RECEITA PÚBLICA

ANÁLISE DA RECEITA PÚBLICA


5º Bim - 2017

Cuiabá – Dezembro - 2017


PEDRO TAQUES
Governador do Estado de Mato Grosso

GUSTAVO PINTO COELHO DE OLIVEIRA


Secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso

VINÍCIUS BORGES LEAL SARAGIOTTO


Secretário Adjunto Executivo - SAEX

FRANCISCO SERAFIM DE BARROS


Secretário Adjunto do Tesouro Estadual – SATE

ÚLTIMO ALMEIDA DE OLIVEIRA


Secretário Adjunto da Receita Pública - SARP

MARIA CÉLIA DE OLIVEIRA PEREIRA


Secretária Adjunta de Atendimento ao Cliente - SAAC

PATRÍCIA COSTA VIEIRA DE CAMARGO SALDANHA


Secretária Adjunta de Administração Fazendária - SAAF
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Sumário

Resumo executivo - receita pública ................................................................................................ 7


Aspectos legais ............................................................................................................................. 13
Aspectos metodológicos ............................................................................................................... 15
Códigos das Atividades Econômicas (CNAE´s) .......................................................................... 18
Gráficos-ICMS ............................................................................................................................. 23
Tabelas .......................................................................................................................................... 28
Eficácia Tributária – Anual/16 ..................................................................................................... 31
Análise do Inconverso .................................................................................................................. 33
Resumos ....................................................................................................................................... 33
Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos ........................................................ 40
Modelo econométrico de previsão da arrecadação de ICMS ....................................................... 58
Transferências Constitucionais per capita .................................................................................... 63
Transferências Voluntárias. .......................................................................................................... 65
Multas, juros e dívida ativa........................................................................................................... 66
Créditos tributários “sub judice”. ................................................................................................. 67
Valores transferidos a fundos. ...................................................................................................... 69
Prognósticos e Circunstâncias Relevantes .................................................................................... 70
Anexos......................................................................................................................................... 75
Sítios consultados pela Secretaria de Fazenda ............................................................................. 79

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EQUIPE DA SECRETARIA ADJUNTA DA RECEITA PÚBLICA - SARP

SECRETÁRIO ADJUNTO DA RECEITA PÚBLICA


Ultimo Almeida de Oliveira

UNIDADE TÉCNICA DE NEGÓCIO DA RECEITA PÚBLICA - UNRP


Eliel Barros Pinheiro - Fiscal de Tributos Estaduias/Chefe de unidade
Edson Fontana de Oliveira - Fiscal de Tributos Estaduais
Rodrigo Sarkis Moor Santos – Agente de Tributos Estaduais
Nardele Pires Rothebarth - Fiscal de Tributos Estaduais
Paulo César da Silva - Técnico em Processamento

UNIDADE DE PESQUISA ECONÔMICA E ANÁLISE DA RECEITA PÚBLICA


- UPEA
Luiz Gonçalo Pereira Ormond – Agente de Tributos Estaduais/Chefe de unidade
Vilma Blanco Alencar – Fiscal de Tributos Estaduais
Eliezer Pereira da Silva - Analista Administrativo
Elizeu Gomes de Souza - Analista Administrativo
Thaissa Radi Sposito - Analista Administrativo
Augusto Hideaki Borges Nohama – Técnico de Suporte
Alan Bruno Cabral Cassol – Técnico de Suporte
Frederico Alexandre Sejópoles – Analista Administrativo
João Batista da Silva Bueno Neto – Fiscal de Tributos Estaduais
José Américo Fernandes Júnior - Fiscal de Tributos Estaduais
José Manoel Faria e Silva - Fiscal de Tributos Estaduais
Decio de Oliveira Sanches Júnior - Agente de Tributos Estaduais

UNIDADE DE RELAÇÕES FEDERATIVAS FISCAIS - URFF


Vinícius Jose Simioni Silva – Fiscal de Tributos Estaduais/Chefe de Unidade
Denise Alvina Cortese - Agente de Tributos Estaduais
Denize Fabiane Boaventura - Técnico de Suporte

UNIDADE EXECUTIVA DA RECEITA PÚBLICA - UERP


Alex Sebastião da Silva - Fiscal de Tributos Estaduais/Chefe de unidade
Alexandre Paulino Monea - Fiscal de Tributos Estaduais
Jeane da Silva Souza - Fiscal de Tributos Estaduais

UNIDADE DE POLÍTICA TRIBUTÁRIA - UPTB


Fábio Fernandes Pimenta - Fiscal de Tributos Estaduais/Chefe de unidade
Marcos Aurélio Benetti - Fiscal de Tributos Estaduais
Adilson Garcia Rúbio - Fiscal de Tributos Estaduais
Fhabiane Cristini de Miranda Marques - Digitadora

PRÓ-FISCO
Edson Fontana de Oliveira - Fiscal de Tributos Estaduais

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APOIO DIRETO AO GABINETE


Maria Alves da Silva – Agente da Área Instrumental do Governo

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho avalia o comportamento da receita pública do Estado de


Mato Grosso no 5º Bim/2017, cumprindo assim o dispositivo do Art. 12 da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). Parte do conteúdo deste documento compara as receitas
efetivamente ingressadas no erário estadual com os montantes de receitas que foram
previstas pela Secretaria de Estado de Fazenda e Secretaria de Planejamento.

Art. 12 As previsões de receita observarão as normas


técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na
legislação, da variação do índice de preços, do crescimento
econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três
anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e
da metodologia de cálculo e premissas utilizadas (LRF, 2000)

As análises da receita visam prevenir riscos futuros, além de permitirem


correções de eventuais desvios das metas legais e econômicas. Desse modo, o esforço
em antecipar as distorções das metas pode ser corrigido em tempo como tentativa de
evitar desequilíbrios das contas públicas.
Uma visão geral de receita como a elaborada neste documento é uma tentativa
de sintetizar informações e evidenciá-las a todos os gestores, possibilitando a estes o
cumprimento da gestão fiscal (acompanhamento e avaliação permanente através de
análises, estudos e diagnósticos da receita) como estabelecido no Art. 67 da LRF, inc.4.
Ao auferir resultados obtidos referentes ao ano anterior pretende-se motivar
todos os gestores públicos a realizarem as receitas cabíveis ao Estado de Mato Grosso
de acordo com os princípios tributários e com o potencial da economia.
Procurou-se identificar o potencial de algumas das Receitas Tributárias e suas
componentes (IRRF, IPVA, ITCD, ICMS e TAXAS) como também, o FETHAB que,
no presente trabalho foram denominadas “receitas analisadas”.
A distância entre a receita realizada e a analisada representa possibilidades de o
Estado avançar na arrecadação sem aumentar alíquotas dos tributos de sua competência.
A diferença entre a arrecadação realizada e a analisada representa também um desafio
para os respectivos gestores dessas contas (IRRF, IPVA, ITCD, ICMS e TAXAS).
Procura-se, assim, contribuir tanto para o aperfeiçoamento das atividades fiscais como
melhorar os mecanismos ou processos para a operacionalização das receitas.

Ultimo Almeida de Oliveira

Secretário Adjunto da Receita Pública

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RESUMO EXECUTIVO - RECEITA PÚBLICA

Tabela 1 – Código, Especificação e Comparação entre Receita Prevista e Realizada


–5º Bim-2017.

A tabela 1 ressalta o peso de três contas na composição da receita. As receitas


Tributárias, de Contribuições e Transferências Correntes responderam no 5º Bim/17 por
79,82 % de toda a receita estadual.

Receita Patrimonial

A receita patrimonial foi de R$ 181,14 milhões, destacando-se neste grupo as


receitas de valores mobiliários, remuneração de depósitos bancários e outras receitas de
valores mobiliários.

RECEITA AGROPECUÁRIA

A receita Agropecuária no período foi de apenas R$ 99,06 mil reais,


possuindo pouca representatividade do total das receitas, participando com apenas 0,001
%. As receitas que compõem este grupo são: Receita da produção animal e derivados e
Outras receitas agropecuárias.
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RECEITA INDUSTRIAL

A receita Industrial foi de R$ 7,5 milhões , sendo composta


basicamente pela receita da indústria de transformação.

RECEITA DE SERVIÇOS

A receita de Serviços foi de 485,70 milhões, representando 2,78 % do


total das Receitas do estado. Dentre as receitas deste grupo destacam-se os serviços
relativos ao trânsito, saúde e agropecuários.

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Tabela 2 - Especificação da Receita Prevista, Realizada e Participação


Percentual das Receitas - 5º Bim/2017 (em milhões de reais).

Tabela 2.1 - Especificação da Receita Prevista, Realizada - FETHAB - 5º Bim-17.

A Receita do Fethab realizada até o 5º Bim/2017 foi de R$ 1,19 bilhão, ante uma
previsão para o período de R$ 1,13 bilhão, portanto 5,3 % acima.

A Receita Pública Total realizada no 5º Bim/17 foi de R$ 17,49 bilhões (sem as


deduções do fundeb e as transferências aos municípos), ficando 7,7 % abaixo da
prevista na LOA (R$ 18,95 bilhões). Houve frustração tanto das receitas Tributárias,

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Transferências Correntes e nas Receitas de Capital. Já as receitas de Contribuições


apresentaram bom desempenho.
A tabela mostra que as receitas Tributárias, Transferências Correntes e receitas
de Capital realizadas no período obtiveram um valor abaixo do projetado na LOA em
3,3%, 13,7% e 84,1%, respectivamente, em valores nominais. Já as receitas de
Contribuições superaram a previsão orçamentária em 6,6%.

TAXAS

Quanto às taxas (Segurança Pública, Serviços Estaduais e Judiciárias), o valor


realizado ficou abaixo do previsto na LOA em 13,2%, haja vista que estimou-se na
LOA um montante para o período de R$ 168,80 milhões e o valor realizado foi de R$
146,54 milhões.

Receitas de Contribuições

As receitas de contribuições totalizaram R$ 1,8 bilhões, contra uma previsão de


R$ 1,71 bilhões, portanto 6,6 % acima do previsto.

IPVA

A previsão de arrecadação do IPVA para o período foi de R$ 583,68 milhões,


sendo realizados R$ 583,01 milhões, ficando 0,1% acima do previsto.

ICMS

O valor do ICMS projetado na LOA para o período foi de R$ 7,48 bilhões,


sendo realizado R$ 7,32 bilhões, portanto 2,2 % inferior ao previsto, em valores
nominais. Mais adiante veremos a análise do ICMS por segmento.

Imposto sobre transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Direitos


(ITCD)

O valor do ITCD previsto na LOA para o período foi de R$ 76,03 milhões e a


realização foi de R$ 71,51 milhões, portanto 5,9% inferior ao previsto na LOA.

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Transferências Correntes (Constitucionais e Legais)

Estava prevista uma receita de R$ 3,65 bilhões de transferências correntes para


o período, no entanto, a realização foi de R$ 3,15 bilhões, ficando 13,7% abaixo do
valor orçado.

Multas e juros

Os valores efetivamente recebidos a título de Multas e Juros ficaram acima do


valor orçado, 21,4 % aproximadamente, totalizando R$ 227,72 milhões ante os R$
187,57 milhões previstos na LOA.

Receita da Dívida Ativa

A Receita orçada da Dívida Ativa para o período foi de R$ 54,09 milhões,


realizando-se R$ 76,75 milhões, portanto, 41,9 % acima do previsto. Destaca-se que
existe um trabalho em sintonia com a Procuradoria Geral do Estado, em especial com a
Subprocuradoria-Geral Fiscal.

RECEITAS DE CAPITAL

As receitas de capital apresentaram um resultado inferior em relação ao


estimado na LOA para o período, ou seja, estava prevista uma receita de R$ 1,23 bilhão,
realizando-se R$ 196,63 milhões, portanto, 84,1 % abaixo.
Salientamos que este comportamento pode ser explicado pelo fato de existirem
Operações de Crédito em andamento, principal componente de receita deste grupo, que
não foram liberadas na sua totalidade até o período analisado.

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Tabela 3 - Arrecadação ICMS, Nominal e Corrigido, para o período entre jan a


ago/2008 – jan a out/2017 (em milhões de R$).

Observando-se o valor do ICMS, no intervalo de dez anos (jan a out/2008 – jan


a out/2017), verificamos uma variação nominal de 111,74 % e corrigida de 27,02 % na
arrecadação do referido tributo.
Comparando-se em termos nominais os valores arrecadados no período de jan
a out/2017 com o mesmo período do ano anterior, observa-se uma variação positiva de
5,98%. Já em termos reais a variação positiva foi de 4,04 %.

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Tabela 4 – Tributos (ICMS, IRRF, IPVA, ITCD e Taxas), Valores Projetados na


Lei Orçamentária Anual (LOA) e a Receita Realizada no 5º Bim/17.

Os dados mostram que o montante de arrecadação da receita tributária ficou


3,3% abaixo das projeções iniciais, resultando uma receita inferior à prevista em R$
306,14 milhões de reais.

ASPECTOS LEGAIS E METODOLÓGICOS

ASPECTOS LEGAIS

1. DISPOSIÇÕES LEGAIS

Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101/2000


A Lei de Responsabilidade Fiscal determina a realização, a cada dois meses, de
uma avaliação de desempenho da receita.
Uma das vantagens dessa análise é que ela propicia um contexto mais amplo
das causas que estão influenciando o comportamento das receitas. Naturalmente que a
observação das causas permite correção de rumos. Entre as mudanças possíveis,
destaca-se a atuação do aparelho fiscal movido pela necessidade de desdobramento e
cumprimento de metas bimestrais de receitas.
O acompanhamento da arrecadação visa garantir as metas estabelecidas na Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas


técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação,
da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de
demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção
para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de
cálculo e premissas utilizadas.

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas


serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de
arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das
medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores
de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança
administrativa.

Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos,


nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de
execução mensal de desembolso.

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a


realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas
de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas
Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes,
limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda


que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram
limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que


constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive
aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as
ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3º No caso de o Poder Legislativo e Judiciário e o


Ministério Público não promoverem a limitação no prazo
estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os
valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o
Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas
fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão
referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas
Legislativas estaduais e municipais.

(Constituição Federal, art. 166, § 1º... Comissão


permanente de Senadores e Deputados).

A LRF prevê também a prestação de contas periódicas à sociedade das


realizações do Poder Executivo no campo tributário. Trata-se da divulgação do seu
programa de melhoria da arrecadação e de sua política tributária.
Conforme se interpreta o Art. 12 da LRF, caso a receita própria venha mostrar-
se declinante, o Estado poderá:

 Adotar medidas para atualização do cadastro de contribuintes;


 Focar o aparelho fiscalização para evitar sonegação de tributos;
 Rever as isenções concedidas;

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

 Adequar taxas ao custo real dos serviços e outras medidas.


 Decidir sobre outras ações recuperadoras de créditos.

Nesse sentido, a LRF estabelece:

Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho


da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências
adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à
sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias
administrativa e judicial, bem como as demais medidas para
incremento das receitas tributárias e de contribuições.

ASPECTOS METODOLÓGICOS
METODOLOGIA

Projeção da Receita do ICMS

A metodologia de estimativa da receita de ICMS adotada pela SEFAZ/MT, em


março de 2001 e atualizado em 2016, considerou a dinâmica macroeconômica atual e
futura da base produtiva do Estado, ao invés da tendência histórica de comportamento
da receita. O acelerado processo de crescimento e transformação produtiva da economia
local, a partir da segunda metade da década de 90, motivou essa decisão. Entendeu-se
que o ritmo e a trajetória do ICMS de hoje não guardava aderência com o verificado nos
últimos 10 anos.
Assim, a previsão de receita de ICMS deu-se a partir de informações sobre o
potencial de consumo e de estimativas do comportamento do PIB setorial, em
agrupamentos denominados SEGMENTOS.
Esse agrupamento poderia ser feito sob a ótica do produto ou da sua cadeia
produtiva. Optou-se pelo agrupamento da cadeia produtiva, pois tal procedimento
guarda sintonia com a abordagem adotada pelo Governo do Estado em sua Política de
Desenvolvimento Regional. Além disso, essa estruturação contribui para a padronização
do Sistema de Administração Tributária, em consonância com o modelo de gestão da
SEFAZ/MT e permite maior eficácia na projeção e acompanhamento da receita. Permite
ainda mensurar e avaliar o efeito multiplicador da renda e de tributos decorrentes da
produção.
Apesar desse entendimento, não foi possível enquadrar todos os Segmentos no
conceito de cadeia produtiva, de modo que alguns ainda permanecem sob a ótica do
produto. Adotou-se, portanto, o conceito misto, conforme demonstrado na tabela 8.

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Segmentos da Economia Mato-Grossense e seu Respectivo Conceito Misto (sob a


Ótica de Cadeia Produtiva e da Ótica de Produto)

SEGMENTO CONCEITO MISTO


1. Algodão Produção, Indústria, Comercialização
2. Arroz Produção, Indústria, Comercialização (exclusive comercialização
alcançada por outros segmentos)
3. Atacado Exclusive mercadorias contempladas nos segmentos
4. Bebidas Indústria, Distribuição e Comercialização
5. Diesel, Álcool, Gasolina, GLP, GNV, Querosene
Combustíveis
6. Telefonia, Rádio Difusão, TV, TV a Cabo, Correios, Internet
Comunicação
7. Energia Consumo
Elétrica
8. Madeira Extração, Beneficiamento, Indústria Moveleira
9. Distribuidores e Farmácia
Medicamentos
10. Produção, Indústria, Exportação, Comercialização (inclusive
Pecuária frigoríficos, casas de carnes, etc)
11. Soja Produção, Indústria, Exportação e Comercialização Mercado
Interno
12. Hiper, Super, Produtos Alimentícios, bebidas, fumos, outros
Supermercados (inclusive substituição tributária)
13. Aéreo, rodoviário de cargas e passageiros, ferroviário, fluvial
Transportes
14. Varejo Exclusive mercadorias contempladas nos segmentos e inclusive
substituição tributária
15. Veículos Automóveis, Motos, Ônibus, Caminhões, Auto-Peças, Pneus e
Acessórios
16. Outros Outras receitas de ICMS (inclusive outros produtos agrícolas não
alcançados pelos segmentos)

Os critérios para definir produto ou cadeia produtiva como Segmento foram


sua representatividade na receita tributária e/ou na economia do Estado, de modo que o
conjunto dos Segmentos representasse, no mínimo, 90% da arrecadação total.
Para os diversos PIBs setoriais – PIB dos Segmentos - adotou-se a hipótese de
elasticidade unitária PIB - receita tributária, ou seja, para cada ponto de
crescimento/redução no PIB registra-se um incremento/queda de um ponto na receita de
ICMS.
Como Proxy do PIB considerou-se a estimativa do faturamento de cada
Segmento, com base em informações sobre a demanda local, obtida a partir de
indicadores de consumo per capta e do volume de produção do Segmento. Essa
informação permitiu identificar a capacidade contributiva potencial dos agentes
econômicos.
O ICMS potencial, obtido a partir da aplicação da alíquota média do ICMS do
segmento no valor do faturamento, refere-se ao valor da arrecadação em uma situação
ideal (ausência de externalidades na gestão tributária, tais como, renúncia,
inadimplência, medidas judiciais que anulem a obrigação tributária, contencioso
administrativo e sonegação).
A renúncia por segmento foi calculada a partir de levantamento das concessões
de incentivos fiscais isolados (redução de base de cálculo, crédito presumido, crédito
outorgado, isenção, diferimento) e de programas de incentivos fiscais.

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

O ICMS potencial menos a renuncia, o aproveitamento de crédito é igual ao


ICMS efetivo. O Inconverso por sua vez é composto de quatro variáveis: contencioso
administrativo, contencioso judicial, conta corrente ou inadimplência e um valor
residual configurado como fraude (ver ilustração 1).
ICMS efetivo é obtido com base no registro das receitas recolhidas ao erário.
Essa metodologia permitiu identificar um importante indicador de desempenho da
receita pública, que é o de eficácia tributária, o qual estabelece uma relação entre a
receita efetiva e receita potencial, revelando o espaço ainda existente para avançar em
termos de arrecadação.

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Códigos das Atividades Econômicas (CNAE´s)


Segmento: Algodão
CNAES Descrição
1321-9/00 Tecelagem de fios de algodão
1311-1/00 Preparação e fiação de fibras de algodão
0112-1/01 Cultivo de algodão herbáceo
4623-1/03 Comércio atacadista de algodão

Segmento: Arroz
1061-9/02 Fabricação de produtos do arroz
0111-3/01 Cultivo de arroz
4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados
1061-9/01 Beneficiamento de arroz

Segmento: Atacado
0114-8/00 a 1749-4/00
2011-8/00 a 2829-1/01
3050-4/00 a 3329-5/99
4623-1/04 a 4693-1/00

Com 212 atividades


Segmento: Bebidas

1112-7/00 Fabricação de vinho


1033-3/02 Fabricação de sucos de frutas, hortaliças e legumes, exceto concentrados
1033-3/01 Fabricação de sucos concentrados de frutas, hortaliças e legumes
1122-4/01 Fabricação de refrigerantes
1122-4/03 Fabricação de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricação de outras bebidas não-alcoólicas não especificadas anteriormente
1111-9/02 Fabricação de outras aguardentes e bebidas destiladas
1113-5/01 Fabricação de malte, inclusive malte uísque
1122-4/02 Fabricação de chá mate e outros chás prontos para consumo
1113-5/02 Fabricação de cervejas e chopes
1121-6/00 Fabricação de águas envasadas
1111-9/01 Fabricação de aguardente de cana-de-açúcar
4723-7/00 Comércio varejista de bebidas
4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas não especificadas anteriormente
Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e
4635-4/03 acondicionamento associada
4635-4/01 Comércio atacadista de água mineral

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Segmento Combustíveis

3520-4/01 Produção de gás; processamento de gás natural


1922-5/01 Formulação de combustíveis
2021-5/00 Fabricação de produtos petroquímicos básicos
1921-7/00 Fabricação de produtos do refino de petróleo
2099-1/99 Fabricação de outros produtos químicos não especificados anteriormente
1922-5/99 Fabricação de outros produtos derivados do petróleo, exceto produtos do refino
1931-4/00 Fabricação de álcool
0600-0/02 Extração e beneficiamento de xisto
0600-0/03 Extração e beneficiamento de areias betuminosas
0600-0/01 Extração de petróleo e gás natural
3520-4/02 Distribuição de combustíveis gasosos por redes urbanas
1910-1/00 Coquerias
4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes
4784-9/00 Comércio varejista de gás liqüefeito de petróleo (GLP)
4731-8/00 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes
4682-6/00 Comércio atacadista de gás liqüefeito de petróleo (GLP)
4681-8/02 Comércio atacadista de combustíveis realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante
4681-8/04 Comércio atacadista de combustíveis de origem mineral em bruto
Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de
4681-8/01 petróleo, exceto lubrificantes, não realizado por transportador retalhista (TRR)
0500-3/02 Beneficiamento de carvão mineral

Segmento: Comunicação
6120-5/01 Telefonia móvel celular
6130-2/00 Telecomunicações por satélite
6110-8/01 Serviços de telefonia fixa comutada - STFC
6120-5/99 Serviços de telecomunicações sem fio não especificados anteriormente
6110-8/99 Serviços de telecomunicações por fio não especificados anteriormente
6110-8/02 Serviços de redes de transporte de telecomunicações - SRTT
6110-8/03 Serviços de comunicação multimídia - SCM
6120-5/02 Serviço móvel especializado - SME
6190-6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - VOIP
6190-6/01 Provedores de acesso às redes de comunicações
6022-5/01 Programadoras
6190-6/99 Outras atividades de telecomunicações não especificadas anteriormente
6143-4/00 Operadoras de televisão por assinatura por satélite
6142-6/00 Operadoras de televisão por assinatura por microondas
6141-8/00 Operadoras de televisão por assinatura por cabo
6022-5/02 Atividades relacionadas à televisão por assinatura, exceto programadoras
6021-7/00 Atividades de televisão aberta

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Segmento: Energia
3512-3/00 Transmissão de energia elétrica
3511-5/00 Geração de energia elétrica
3514-0/00 Distribuição de energia elétrica
3513-1/00 Comércio atacadista de energia elétrica

Segmento: Madeira
1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira
1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira
0210-1/09 Produção de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/08 Produção de carvão vegetal - florestas plantadas
0220-9/02 Produção de carvão vegetal - florestas nativas
1622-6/99 Fabricação de outros artigos de carpintaria para construção
3101-2/00 Fabricação de móveis com predominância de madeira
Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e
1621-8/00 aglomerada
Fabricação de esquadrias de madeira e de peças de madeira para instalações
1622-6/02 industriais e comerciais
1622-6/01 Fabricação de casas de madeira pré-fabricadas
1629-3/01 Fabricação de artefatos diversos de madeira, exceto móveis
2219-6/00 Fabricação de artefatos de borracha não especificados anteriormente
0210-1/07 Extração de madeira em florestas plantadas
0220-9/01 Extração de madeira em florestas nativas
0210-1/04 Cultivo de teca
0139-3/06 Cultivo de seringueira
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/01 Cultivo de eucalipto
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4671-1/00 Comércio atacadista de madeira e produtos derivados
0230-6/00 Atividades de apoio à produção florestal

Segmento: Medicamentos

4646-0/01 Comércio atacadista de cosméticos e produtos de perfumaria


4644-3/01 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano
4644-3/02 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso veterinário
4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
4771-7/03 Comércio varejista de produtos farmacêuticos homeopáticos
4771-7/02 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com manipulação de fórmulas
4771-7/01 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas
2121-1/01 Fabricação de medicamentos alopáticos para uso humano
2121-1/03 Fabricação de medicamentos fitoterápicos para uso humano
2121-1/02 Fabricação de medicamentos homeopáticos para uso humano
2110-6/00 Fabricação de produtos farmoquímicos

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Segmento: Pecuária
0151-2/01 0322-1/99
1011-2/01 1529-7/00
1012-1/02 1012-1/01
4623-1/01 4722-9/01

63 Atividades

Segmento: Soja
1042-2/00 Fabricação de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho
1041-4/00 Fabricação de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho
0115-6/00 Cultivo de soja
4622-2/00 Comércio atacadista de soja
4637-1/03 Comércio atacadista de óleos e gorduras

Segmento: Supermercado
4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominância de revenda
4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominância de produção própria
Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos
4711-3/02 alimentícios - supermercados
Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos
4712-1/00 alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns
Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos
4711-3/01 alimentícios - hipermercados
4724-5/00 Comércio varejista de hortifrutigranjeiros
Comércio atacadista especializado em outros produtos alimentícios não especificados
4637-1/99 anteriormente
Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral, com atividade de
4639-7/02 fracionamento e acondicionamento associada
4639-7/01 Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral
4637-1/01 Comércio atacadista de café torrado, moído e solúvel
4621-4/00 Comércio atacadista de café em grão

Segmento: Transporte
4911-6/00 4950-7/00
5011-4/01 5320-2/02

48 atividades

Segmento: Varejo
1932-2/00
2029-1/00 2869-1/00
3102-1/00 3299-0/04
4615-0/00 4789-0/99
5611-2/01 5620-1/04

Segmento: Veículos

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4511-1/01 a 4520-0/01 67 CNAES

168 Atividades

Segmento: Outos

Demais CNAE-FISCAL não relacionados anteriormente

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COMPORTAMENTO DA RECEITA TRIBUTÁRIA - ICMS

Gráficos

Gráfico 1 – Total do ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 5º


Bim/2017 – Algodão, Arroz, Atacado e Bebidas (em Milhões de Reais)

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Gráfico 2 – Total do ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 5º


Bim/2017 – Combustível, Comunicação e Energia (em Milhões de Reais).

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Gráfico 3 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 5º Bim/2017,


segmentos de Madeira, Medicamentos, e Pecuária (em Milhões de Reais).

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Gráfico 4 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 5º Bim/2017,


segmentos de Soja, Supermercado e Transporte (em Milhões de Reais).

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Gráfico 5 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 5º Bim/2017,


segmentos de Varejo, Veículos e Outros (em Milhões de Reais).

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TABELAS

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Tabela 6 – Potencial, Efetivo e Eficácia Tributária do ICMS por Segmentos – 5º Bim/2017 .

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Tabela 7 – Comparação entre Receita Projetada, Realizada e Analisada – 5º Bim/17 .

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Eficácia Tributária

A partir da Análise de 2010, a Unidade de Pesquisa Econômica Aplicada incorporou mudanças para obter a eficácia
da arrecadação de ICMS. Para manter a uniformidade da série, ajustes parciais foram feitos para os anos de 2007, 2008 e
2009. As referidas mudanças no procedimento de cálculo da eficácia constam do Quadro 01.

Quadro 01 – Mudanças introduzidas no cálculo da eficácia, antes e depois de 2010.

Eficácia antes Eficácia atual

E= E=

A eficácia consistia Soma-se ao ICMS arrecadado, os valores do FESP, FETHAB e


numa divisão entre o ICMS FUNGEFAZ.
arrecadado e o ICMS potencial. Motivo: os fundos derivam do ICMS que integram o esforço fiscal de
arrecadação. Já a renúncia caracteriza uma escolha de política tributária,
portanto, não está ao alcance do erário. O agente arrecadador não tem
governabilidade sobre as renúncias e nem sobre os créditos usufruídos já que
estes integram a atividade operacional de aquisição de insumos inerente à
mediação econômica.
E = eficácia
Como se observa no quadro 01 acima, a eficácia tributária do ICMS é uma relação entre o ICMS arrecadado e ICMS
potencial. A eficácia representa o percentual de realização que o Estado arrecada em relação aquilo que seria possível, ou
seja, um valor denominado de ICMS potencial. O ICMS potencial é montante teórico de arrecadação dimensionado num
ambiente sem qualquer desvio tributário.

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Tabela 8 - Eficácias Tributárias por segmentos.

A Eficácia Tributária Realizada no 5º Bim de 2017 nos diversos segmentos que compõem o ICMS ficou em torno de 81,10%.

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Análise do Inconverso

Tabela 9 – Comparação do Inconverso do ICMS entre Original, Realizado e Analisado por Segmento – 5º Bim/2017

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INDICADORES DE QUALIDADE DA DÍVIDA - (Inconverso)

a) Gestão da Redução do Inconverso – 7,93%.

São ações no âmbito da SEFAZ, que utilizam o aparato fiscal e administrativo para redução do Inconverso. É de nossa governabilidade.
Composição: Fraudes autuadas (TAD).

b) Gestão da realização do Inconverso – 50,78%

No total de Inconverso apurado, através das análises econômicas, encontramos esse percentual em nossas bases de dados. Engloba
esfera administrativa e judicial. (TADS, Contenciosos, CCF, Ordens Judiciais).

c) Índice de Gestão da rotação do Inconverso – 1,97

Considerando o prazo decadencial da dívida, 5 anos, detectamos o débito em 2 anos, aproximadamente.

d) Dimensão potencial da lacuna do Inconverso – 18,90%

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Diferença entre a eficácia de 100% (esperada) e a realizada 81,10%. Essa lacuna existente é o percentual do Inconverso com relação ao
ICMS possível de se arrecadar com base no potencial de realização da receita.

e) Eficácia tributária de exploração da base – 81,10%

Eficácia atual ao explorar a base tributável, deduzidas as exportações, as Renúncias e os Créditos Usufruídos.

f) Dimensão potencial da redução da lacuna do Inconverso – 9,60%

Considerando um percentual de detecção do Inconverso de 50,78%, presume-se que, dos 18,9% de Inconverso, são potencialmente
realizáveis, 9,60%, ou seja, o produto de 50,78% por 18,9%. Esse patamar representa a margem de conversão dos 19,38% em receita do ICMS
tendo como base a detecção 50,78%.

g) Eficácia tributária com Gestão da redução da lacuna – 90,70%

Incorporação da lacuna de redução do Inconverso, 9,60%, à eficácia realizada 81,10%.

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Resumos:

Tabela 10 – Resumo

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Tabela 11 - Resumo

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Tabela 12 - Resumo

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Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos


Tabela 13 – Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos – jan a out
(2008-2017).

Nom= nominal, Cor = corrigido

Na tabela 13, comparando o 5º bim/2017 com o mesmo período do ano anterior,


verificamos que os piores desempenhos em termos de arrecadação são atribuíveis aos
segmentos de arroz, soja, combustível, transporte e pecuária. Os melhores desempenhos
foram observados nos segmentos de varejo, algodão, atacado, madeira e medicamentos.
A arrecadação do ICMS no período analisado, foi de R$ 7,32 bilhões, em valores
nominais, enquanto que no mesmo período de 2016 foi de R$ 6,91 bilhões, registrando uma
variação positiva de 6%. Já em termos reais a variação foi positiva em 4,04%. Vale ressaltar
que vários setores foram afetados pela forte desaceleração econômica pela qual o país vem
passando, o que impactou diretamente na arrecadação de vários segmentos. O segmento de
comunicação foi afetado pela queda de alguns indicadores macroeconômicos, como o de
venda de bens e serviços. Outro fator que merece destaque no segmento de comunicação é a
corrosão da base, em razão do surgimento de novos aplicativos gratuito de envio de
mensagens. Já o segmento de veículos, conforme dados da Fenabrave, registrou alta no
acumulado de jan a out/17 em relação ao mesmo período do ano anterior, de 9,69%,
sinalizando recuperação do segmento. No segmento de supermercados as vendas em valores
reais apresentaram alta de 4,52% no acumulado de jan a out/17 na comparação com o mesmo
período do ano passado. O segmento de energia, apesar do aumento no consumo na região
Centro-Oeste, foi impactado no período devido à redução de pagamentos de subsídios do

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setor elétrico, o que deixou as contas de energia mais barata, e também ao sistema de bandeira
tarifária que passou a ser verde no mês de junho/17. Na pecuária, observou-se ligeiro aumento
no Valor Bruto da Produção de aproximadamente 1,4%, todavia houve aumento de 32,2% no
valor destinado à exportação, que tem imunidade tributária. Quanto à soja, houve aumento no
faturamento do período de 1%, mas em contrapartida houve aumento de 6% no valor
destinado à exportaçãona exportação, não se refletindo em arrecadação pelos efeitos da Lei
Kandir (imunidade). O segmento de bebidas está sendo impactado pela redução na alíquota
das bebidas quentes (cachaça, vinho, whisky, etc) que caíram de 35% para 25% no final de
2016, em que pese ter ficado 6% acima do realizado no mesmo período do ano anterior,
porém ficou menor que o valor previsto na LOA.

PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NA RECEITA DO ICMS

Tabela 14 – Segmento Econômico, Faturamento Total, Faturamento Tributável,


Renúncia Fiscal ICMS realizado – 5º Bim - 17.

A tabela 14 mostra que não há conversão proporcional do faturamento do


agronegócio em arrecadação de ICMS. São destacados os percentuais referentes à
participação relativa no faturamento e no ICMS efetivo: Agropecuária 33% do faturamento
tributável e 11,9% da arrecadação do ICMS efetivo; comércio 49,6% do faturamento
tributável e 65,7% do mesmo tributo; em serviços esses percentuais foram de 14,4 % e
20,9%, respectivamente; já para os segmentos que integram outros, o percentual do
faturamento foi de 3% e 1,6% de arrecadação de ICMS.

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Relação entre faturamento e ICMS


Na Tabela 14, observamos que o faturamento total da agropecuária representa
51,6 %, mas a parte que se converte em ICMS é de apenas 11,9 %. Isso ocorre devido à
imunidade dos produtos exportados e ao expressivo valor da renúncia que é concedida para os
segmentos componentes da agropecuária. Uma das maiores renúncias, de 20,9%, está na
pecuária, seguida da soja com 15,9% e do atacado, com 14,1%. O argumento justificador da
renúncia, geralmente leva em consideração os efeitos multiplicadores dessas atividades em
toda a economia, já que, em termos de arrecadação direta, há uma redução do ICMS.
As atividades ligadas ao comércio, embora tenham contribuído com 35% do
faturamento total neste período, apresentaram um peso de 65,7% na arrecadação efetiva do
ICMS.
Agrupando-se os segmentos de serviços - comunicação, energia e transportes –
cujo faturamento total representou 11,2% , em termos de participação na arrecadação do
ICMS, tais segmentos contribuíram com 20,9% do total.

SEGMENTOS ECONÔMICOS

Segmento Algodão

Tabela 15 – Memória de Cálculo do ICMS projetada para o algodão – 5º bim/17.

No segmento algodão, o faturamento tributável realizado ficou 8,8% inferior ao


previsto, pois, foi projetado para o período R$ 4,8 bilhões e o valor realizado foi de R$ 4,4
bilhões. Quanto ao ICMS efetivo, praticamente se confirmou o valor previsto na LOA para o
período, R$ 90,88 milhões contra previsão de R$ 89,73 milhões.

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Verifica-se também que a eficácia tributária ficou próxima das projeções iniciais,
pois foi projetada em 81,01% e realizou-se em 80,87%. O índice de Inconverso ficou em
19,13%, portanto, superior ao projetado de 18,99%. A renúncia fiscal refere-se ao Proalmat e
Prodeic. Os créditos renunciados referem-se à utilização de créditos decorrentes da aquisição
de insumos. Na análise do período, observa-se uma queda de 19,7% no algodão destinado à
exportação. Em contrapartida há uma tendência de aumento anual de 68,21% no algodão
destinado ao mercado interno.

Segmento Arroz

Tabela 16 – Memória de Cálculo do ICMS do Arroz – 5º bim/17.

O faturamento tributável no segmento de arroz ficou 6,75% abaixo das projeções


iniciais para o período, pois foi previsto R$ 920,34 milhões, realizando-se R$ 858,19 milhões.
A receita realizada ficou 6,46% abaixo da prevista, ou seja previsão de R$ 154,18 milhões,
efetivando-se em R$ 144,22 milhões. A eficácia do segmento ficou próxima às projeções
iniciais, ou seja, 80,92%, ante previsão de 80,49%, enquanto que o inconverso ficou em
19,08% ante projeção de 19,51%. Salienta-se que, conforme análise do período, há uma certa
tendência de baixa no faturamento destinado ao mercado interno em relação ao exercício
anterior, de 3,22% e de baixa de 18,74% no faturamento destinado à exportação. Houve,
também, queda de 18% no valor destinado à exportação no 5º bim/17 em relação ao mesmo
período do ano anterior .

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Segmento Atacado

Tabela 17 - Memória de Cálculo do ICMS para o Atacado – 5º bim/17.

Para o segmento de Atacado previa-se um faturamento de R$ 3,61 bilhões,


realizando em R$ 4,14 bilhões na análise do segmento no período, ou seja 14,6% superior,
mostrando ligeira recuperação do segmento no período. A arrecadação do período, R$ 448,89
milhões, ficou 21,65% acima da prevista na LOA, R$ 369,01 milhões. A eficácia tributária
foi de 95,37%, portanto próxima a projetada na LOA para o período, que foi de 90,11%.

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Segmento: Bebidas
Tabela 18 - Memória de Cálculo ICMS do segmento de Bebidas - 5º bim/17.

O faturamento do segmento de Bebidas previsto na LOA para o período foi de R$


2,5 bilhões, sendo realizado o montante de R$ 2,76 bilhões, ou seja 6,72% acima do previsto.
O ICMS arrecadado no período foi de R$ 427,81 milhões, com uma eficácia de 79,49% ante
projeção LOA de 91,83%. A renúncia fiscal refere-se principalmente ao PRODEIC.

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Segmento: Combustíveis
Tabela 19 – Memória de Cálculo ICMS dos Combustíveis – 5º bim/17.

O faturamento tributável no segmento de combustíveis no período obteve


praticamente o mesmo desempenho em relação ao orçado, refletindo na arrecadação, cuja
previsão para o período foi de R$ 2,23 bilhões e realização de R$ 2,17 bilhões, ou seja apenas
2,47% abaixo (com a recomposição dos repasses ao fundo Fethab-diesel). A Renúncia fiscal
refere-se ao PRODEIC e Renúncia de ICMS do Diesel para Ônibus coletivos na Região
Metropol. Cuiabá (Lei 10235/2014, art. 5º, Inc. I, § 1º).
Analisando o comportamento do segmento no período, observa-se que a eficácia
tributária ficou um pouco acima da prevista na LOA, ou seja, 92,75 % contra previsão de
90,24%, e o inconverso inferior, 7,25% contra previsão de 9,76%. Vale ressaltar que este
segmento respondeu no período por aproximadamente 28,19 % da arrecadação total do ICMS
(considerando o fundo fethab diesel).

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Segmento: Comunicação

Tabela 20 – Memória de Cálculo ICMS de Comunicação – 5º bim/17.

A lei Orçamentária Anual previu para o segmento de Comunicação para o


período uma receita de R$ 605,72 milhões, sendo realizados R$ 564,96 milhões, portanto,
6,73% abaixo da previsão (com a recomposição dos repasses ao fundo Fungefaz). A eficácia
tributária ficou praticamente idêntica à prevista, ou seja 68,36% contra uma previsão de
69,31%. Cabe ressaltar que estava previsto na LOA repasses para o Fungefaz , referentes a
créditos outorgados às Concessionárias de Serviços de Comunicação, no valor de R$ 148,16
milhões, efetivando-se em R$ 135,76 milhões. Vale salientar que a arrecadação do segmento,
quando comparado, em valores nominais, ao mesmo período do ano passado apresentou
variação positiva de 2%, já em valores reais a variação foi positiva em aproximadamente
0,04%.

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Segmento Energia Elétrica

Tabela 21 – Memória de cálculo ICMS da Energia Elétrica – 5º bim/17.

A receita do ICMS deste segmento prevista para o período foi de R$ 1,17 bilhão, no
entanto, efetivou-se o valor de apenas R$ 960,81 milhões, ou 18 % abaixo (com a
recomposição dos repasses ao fundo Fesp). A eficácia tributária realizada no período foi de
88,34%, contra previsão de 91,99%. Foram, também, recolhidos ao FESP, pela Rede Cemat,
valores que totalizaram R$ 82,53 milhões, gerando crédito de ICMS neste valor, enquanto na
LOA tais valores foram previstos em R$ 80,99 milhões. Cabe salientar, que a receita deste
segmento ficou menor em relação à LOA, e vários fatores contribuíram para isso, dentre os
quais:
Queda na demanda por Energia Elétrica (ver Boletim da ONS Abril/2017 em
anexo); Carga de energia apresenta decréscimo de 7,1% em abril/17 em relação a abr/16 e de
6,9% mar/17 x mar/16;
Recessão econômica, causada pela redução dos investimentos públicos e privados,
que reduziu a renda e aumentou o desemprego, tendo como conseqüência a queda no
consumo de energia;
Decisões judiciais em desfavor do Estado nos casos da TUSD e TUST (1594 ações
ajuizadas em Mato Grosso);
A base de comparação do ICMS Energia Elétrica do ano passado está inflada pela
cobrança a mais das "bandeiras" nas contas de energia, menor número de dias úteis, como em
Abril de 2017, reduz o consumo no comércio, indústria e serviços, pois nos feriados as
empresas desses setores não funcionam ( Boletim da ONS Abril/2017). Todavia quando
comparamos a receita do segmento em relação ao mesmo período do ano anterior, houve
aumento de 3% em valores nominais e de 1% em valores reais.

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Segmento Madeira

Tabela 22 – Memória de cálculo ICMS da Madeira – 5º bim/17.

A projeção de receita na Lei Orçamentária para o período, deste segmento, foi de R$


37 milhões, realizando-se R$ 39,34 milhões, portanto, 4,5% acima do valor previsto na LOA.
A eficácia tributária, cuja previsão para o período foi de 26,55% efetivou-se em
30,43%. A baixa eficácia deste segmento é explicada pelo aumento da exploração ilegal de
madeira, conforme informações divulgadas por órgãos oficiais. A análise do segmento no
período reflete essa afirmação ao se verificar a magnitude do inconverso de 69,57%
(realizado) e 73,45% (previsto).

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Segmento Medicamentos

Tabela 23 – Memória de Cálculo ICMS do Segmento Medicamentos- 5º bim/17.

O valor do faturamento tributável no segmento de Medicamentos, previsto para o


período, foi de R$ 2,68 bilhão, realizando-se R$ 2,65 bilhão, portanto 1,10% abaixo. O ICMS
efetivo atingiu R$ 214,75 milhões, ficando 5,0 % acima do previsto na LOA, que foi de R$
204,52 milhões. A eficácia realizada foi de 91,13% contra previsão na LOA de 85,84%, já o
inconverso foi de 8,87%, ficando este abaixo da previsão de 14,16%.
Comparando-se a arrecadação do período (R$ 214,75 milhões) com o mesmo
período do ano anterior (R$ 194,92 milhões), houve crescimento em valores nominais de 10%
e em termos reais de 8%, o que demonstra que a receita do segmento no 5º bim/17, continua
em franca recuperação.

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Segmento: Pecuária

Tabela 24 – Memória de Cálculo ICMS da Pecuária – 5º bim/17.

O segmento da pecuária engloba a cadeia produtiva dos bovinos, das aves e dos
suínos. O faturamento tributável analisado foi idêntico ao realizado, R$ 13,54 bilhões. Vale
ressaltar que 32,59% do faturamento foi proveniente das exportações e mercado interno de
Mato Grosso, portanto não constitui base para arrecadação de ICMS. O valor arrecadado ficou
5,32% inferior ao previsto, ou seja, R$ 375,93 milhões, contra previsão de R$ 397,04 milhões.
A renúncia refere-se aos incentivos do Programa de Desenvolvimento Industrial e
Comercial (PRODEIC) e Crédito presumido.
A eficácia tributária do segmento no período foi de 71,03%, portanto, um pouco
abaixo das projeções iniciais, que foi de 75,75%.

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Segmento Soja

Tabela 25 – Memória de Cálculo do ICMS da soja- 5º bim/17.

Foi previsto na LOA um faturamento tributável de R$ 8,03 bilhões, no entanto o


valor realizado atingiu o montante de R$ 9,71 bilhões. Já o ICMS efetivo foi de R$ 218,55
milhões, ante um valor previsto de R$ 267,91 milhões, portanto 18% abaixo. Somando-se à
receita do segmento os valores referente à soja realizados em outros segmentos teremos uma
receita estimada de R$ 264,48 milhões. A eficácia tributária do período foi de 64,55%,
ficando, portanto, inferior às projeções iniciais de 80,44%. A tabela acima demonstra que as
exportações realizadas representaram 73,66% do faturamento, portanto não constitui base
para arrecadação de ICMS. A renúncia fiscal refere-se ao PRODEIC. O valor realizado no 5º
bim/17, de R$ 218,55 milhões, ficou 23% menor que o arrecadado no mesmo período de 2016
(R$ 284,61 milhões), em valores nominais. Já em valores reais a redução foi de 24%,
sugerindo mau desempenho da arrecadação do segmento no período analisado, o que tem
sofrido intensifações nas ações para combater a sonegação fiscal do segmento.

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Segmento Supermercados

Tabela 26 – Memória de Cálculo do ICMS dos Supermercados - 5º bim/17.

O faturamento tributável previsto para o período foi de R$ 4,17 bilhões, entretanto,


realizou-se em R$ 4,01 bilhões, 3,99 % abaixo. A eficácia tributária prevista foi de 72,96%,
efetivando-se em 70,43%. O índice de inconverso do segmento no período foi de 27,04%,
acima das projeções iniciais de 29,57%. O ICMS efetivo foi de R$ 309,64 milhões, ficando
muito próximo ao valor previsto na LOA, R$ 311,33 milhões.
Houve alta nas vendas em valores reais de 4,52% no acumulado de jan a out/17 na
comparação com o mesmo período do ano passado, o que demonstra uma leve recuperação do
segmento no período, haja vista que, em que pese a receita ter ficado menor que o valor
previsto na LOA, ficou 8% maior que a realizada no mesmo período do ano anterior, em
valores nominais, e 6% em valores reais.

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Segmento: Transporte

Tabela 27 - Memória de Cálculo do ICMS do Transportes – 5º bim/17.

No Segmento de Transporte, o faturamento realizado no período foi de R$ 5,01


bilhões, ficando 2,38% maior que o valor previsto na LOA, R$ 4,8 bilhões.
O ICMS efetivamente arrecadado foi de R$ 195,9 milhões, portanto, 7,6%
abaixo do valor previsto na LOA, R$ 212,01 milhões. A eficácia tributária ficou abaixo das
projeções iniciais, em torno de 69,7%, ante projeção de 77,39%. O Índice de inconverso, que
foi estimado em 22,61%, ficou em 30,30%. Em comparação com o mesmo período do ano
anterior, houve aumento na receita deste segmento em valores nominais de 0,8%, e queda em
valores reais de 0,7%, mostrando que o segmento ainda sente os efeitos da crise. Outro ponto
a destacar é que este segmento, principalmente o de cargas, está inserido na cadeia produtiva e
sente a retração da indústria e do comércio.

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Segmento Varejo

Tabela 28 – Memória de Cálculo do ICMS do Varejo – 5º bim/17.

O faturamento tributável do período foi de aproximadamente R$ 10,89 bilhões,


idêntico ao analisado. O ICMS previsto de R$ 1,01 bilhão, efetivou-se em R$ 1,19 bilhão ou
seja, 17,40% acima. Já a eficácia tributária efetivou-se em 79,38%, muito próxima à prevista
na LOA de 79,90%. Houve impacto positivo na arrecadação da receita deste segmento em
termos nominais de 35%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior (R$ 883,58
milhões). Já em termos reais houve crescimento de 33%, e o que explica esta alta variação
positiva foi o recolhimento de dívidas de períodos anteriores por parte de uma empresa,
dentro do programa REFIS.
Existem, aproximadamente, 170 atividades com CNAE’s - Código Nacional da
Atividade Econômica inseridas no segmento de varejo, entre elas: lanchonetes, produtos de
limpeza, vestuário, calçados, azulejos, pisos, móveis e material elétrico. A renúncia Fiscal do
período refere-se principalmente ao PRODEIC.

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Segmento Veículos

Tabela 29 – Memória de Cálculo do ICMS do segmento Veículos - 5º bim/17.

O segmento de veículos já começa a apontar sinais de recuperação e conforme dados


da Fenabrave, registrou alta no acumulado de jan a out/17 em relação ao mesmo período do
ano anterior, 9,69%. O faturamento realizado, de R$ 5,85 bilhões, ficou 0,23% superior ao
previsto que foi de R$ 5,84 bilhões.
A projeção do ICMS deste segmento para o período foi de R$ 483,24 milhões,
realizando-se em R$ 470,48 milhões, ou seja, 2,6% abaixo. A eficácia realizada no período
ficou em 76,53%, enquanto o inconverso em 23,47%.

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OUTROS

Tabela 30 – Memória de Cálculo ICMS do segmento Outros - 5º bim/17.

A UPEA, por orientação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas,


trabalha com a seguinte premissa: quando o faturamento do segmento Outros apresentar um
ICMS cujo percentual ultrapasse 5% do valor do ICMS total, a atividade dentro do segmento
Outros que for identificada pelo desempenho será desagregada e se transformará em novo
segmento. Desse modo o segmento Outros continuará existindo como um resíduo inferior a
5%. Nele estão inseridas mais de 600 atividades em todo o Estado de Mato Grosso.
O ICMS efetivo, no período, foi de R$ 116,54 milhões, ficando 7,83 % abaixo
do previsto que foi de R$ 126,44 milhões. A eficácia tributária ficou inferior à prevista em
5,77 pontos percentuais, 66,28% contra 72,05% , enquanto que o inconverso ficou acima na
mesma proporção, 33,72% ante 27,95% nas projeções iniciais. Vale ressaltar que a renúncia
fiscal do segmento refere-se aos programas: Prodeic, Proder, Refis e Programa Recintos
Alfandegados).

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MODELO ECONOMÉTRICO DE PREVISÃO DA ARRECADAÇÃO DE


ICMS

No ano de 2003 a Secretaria de Fazenda, visando testar sua metodologia de projeção


da receita do ICMS, contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE para
desenvolver um modelo econométrico de previsão da arrecadação. O relatório foi feito com
base nos valores históricos da receita do ICMS dos anos de 1992 a 2001.
Optou-se por essa alternativa porque, embora os problemas de economia
possam ser analisados de diversas formas, uma das mais importantes dentre elas é a
econometria, que é, segundo a literatura, a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos a
problemas de economia.
A econometria é o ramo da Economia que trata da mensuração de relações
econômicas, isto é, das relações entre variáveis de natureza econômica.
O método mais importante da econometria é a análise de regressão. Ela serve para
estimar valores não conhecidos de uma variável dependente (comumente chamada de y) a
partir de uma série de valores conhecidos de uma variável independente (geralmente
denominada x).
Um das técnicas mais difundidas da econometria consiste em encontrar uma equação
que melhor descreva a relação entre os pontos distribuídos num sistema de eixo ortogonais
(uma reta horizontal e vertical). Entretanto, é comum trabalhar com um terceiro eixo, ou seja,
três variáveis independentes. Quando há mais de três variáveis, os cálculos são apenas
algébricos – sem representação gráfica.
As variáveis dependentes são aquelas que recebem influência de outras variáveis, das
independentes. As primeiras também são chamadas de variáveis endógenas, variáveis-efeitos
ou explicativas. O conjunto de variáveis explicativas mais o termo constante (não captado nas
equações) são chamados de regressores.
As etapas metodológicas para a pesquisa em economia com uso de modelos
econométricos são três:
Formulação de hipóteses sobre o comportamento da realidade. Nessa etapa aplicam-
se conhecimentos sobre a teoria econômica e/ou da observação do mundo real. A seguir essas
hipóteses estão reunidas em um modelo matemático, utilizando-se uma função definida, com
o acréscimo de um termo aleatório;
A segunda etapa consiste na coleta de dados estatísticos e estimação dos parâmetros;
A terceira e última etapa é a avaliação. No presente caso, a avaliação foi feita
comparando-se a arrecadação anual resultante da aplicação do modelo com arrecadações já
realizadas em determinado ano (valores previstos x valores observados).
As pressuposições de um modelo de regressão linear, ou seja, as premissas a serem
satisfeitas, foram atendidas no modelo. (São elas: Relação linear entre Y e X; erro aleatório
com média zero; erro aleatório com variância constante - presença de homocedasticidade;
erros aleatórios independentes; variáveis não aleatórias – fixas; os erros apresentaram
distribuição normal, com média zero e variância constante; ausência de relação linear exata
entre as variáveis explicativas).

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Tabela 31 – Classificação PIB per capita

A tabela 31 demonstra que a Renda média per capita anual no


Brasil é de R$ 29.326 (dados do último PIB divulgado pelo IBGE). O Estado de Mato Grosso
classifica-se acima dessa média, com R$ 32.895 , na oitava posição a nível nacional. O
Distrito Federal ocupa a primeira colocação com R$ 73.971, enquanto que o Estado do
Maranhão ocupa a última colocação com R$ 11.366 anual.

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Ranking PIB por Unidade da Federação

Tabela 32 – Ranking PIB por Unidade da Federação.

A tabela demonstra o valor do último PIB divulgado pelo IBGE por unidade da
federação. Como esperado, São Paulo lidera o ranking com um PIB de 1,939 trilhões e Mato
Grosso encontra-se em 14º lugar com PIB no valor de R$ 107.418 bilhões.

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Ranking Transferências Constitucionais

Tabela 33 – Ranking dos Estados Brasileiros, FPE, IOF, IPI-EXP, FUNDEB, LC 87/96,
CIDE – 5º bim/17 .

Considerando todas as rubricas da tabela, Mato Grosso foi o vigésimo em


recebimento de FPE, IOF, IPI-EXP, FUNDEB, Lei Constitucional 87/96, CIDE. Um
esclarecimento adicional deve ser feito quanto ao IPI-EXP. O critério para compor o montante
do IPI-EXP é originado de uma fração de 10% do IPI. Após a apuração desses 10%, os
Estados receberão uma parcela conforme a participação deles na exportação de produtos
industrializados. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os Estados que mais
receberam essa modalidade de transferência constitucional.

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Tabela 34 – Especificação das Transferências Correntes e sua Comparação entre o


valor previsto na Lei Orçamentária e o Realizado – 5º bim/17.

As Transferências Correntes efetivadas para Mato Grosso no 5º bim/17


ficaram 13,75% inferior ao valor consignado na LOA para o período.
O Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB) são os valores mais representativos da Tabela. Enquanto o FPE teve ligeira
variação positiva de 0,01%, o FUNDEB ficou abaixo do previsto em 19,93%. Nota-se que o
valor de R$ 1,58 bilhão do FPE recebido por Mato Grosso (conforme tabela 34) está acima do
montante de R$ 1,26 bilhão (conforme tabela 33). Essa diferença ocorre porque os dados da
tabela 33 originam-se da STN e, deles estão deduzidos os valores referente aos repasses do
FUNDEB, cálculo não efetuado na tabela 34.

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Transferências Constitucionais per capita

Tabela 35 - Transferências Constitucionais per capita – 5º bim/17.

A tabela mostra que as Transferências Correntes no Brasil no 5º bim/17 chegaram a


R$ 111,46 bilhões. Em valores absolutos, São Paulo foi à unidade da federação que recebeu
o maior valor, cerca de R$ 15,2 bilhões. Já em termos per capita, Roraima recebeu R$
3.674,66 (três mil, seiscentos e setenta e quatro reais e sessenta e seis centavos) por pessoa,
sendo a unidade da federação que recebeu a maior fração per capita das transferências. Mato

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Grosso, com uma população de, aproximadamente, 3,035 milhões, recebeu R$ 805,48 reais
por pessoa, ficando na 11º posição do ranking nacional.
As transferências têm por finalidade amenizar as desigualdades regionais, na
busca incessante de promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e Municípios. Esse
mecanismo provê recursos adicionais aos governos subnacionais, de modo a manter os
serviços públicos sob suas competências. As transferências não constituem fonte primária de
receita, mas alteram a receita disponível dos tesouros subnacionais.

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Transferências Voluntárias.

Tabela 37 – Transferências de Convênios da União – 5º bim/17.

As receitas de Transferências de Convênios estavam previstas para o período em


análise o valor de R$ 73,44 milhões, sendo realizados R$ 24,73 milhões, ou seja, 66,32 %
abaixo do previsto na LOA.

Transferências voluntárias são os recursos financeiros


repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e
Municípios em decorrência da celebração de convênios,
acordos, ajustes ou outros instrumentos similares cuja
finalidade seja a realização de obras e/ou serviços de interesse
comum às três esferas de Governo. Conforme a Lei de
Responsabilidade Fiscal, entende-se por Transferência
Voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro
ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência
financeira, que não decorra de determinação constitucional,
legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

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Multas, juros de mora.

Tabela 38 – Especificação multas e juros: ICMS, IPVA, ITCD, Taxa


Fisc.Vig.Sanitária, Contribuições, Dívida Ativa e Outros Tributos – 5º bim/17.

A receita realizada decorrente de Multas e Juros de ICMS, ITCD, IPVA, TAXA


Fisc.Vig. Sanitária, Contribuições, Dívida Ativa e Outros Tributos alcançou, no período, o
total de R$ 227,72 milhões, ante uma previsão LOA de R$ 332,25 milhões, ou seja, 31,46 %
inferior à prevista.

Dívida ativa
Tabela 39 – Código, Especificação (Receita da Dívida Ativa), Valor Previsto, Realizado
e Analisado – 5º bim/17.

A receita da Divida Ativa no período alcançou o montante de R$ 76,75 milhões, ou


seja, 41,9% superior ao valor previsto na LOA, que foi de R$ 54,09 milhões.

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CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS “SUB JUDICE”.

Tabela 40 – Segmentos, Quantidades de Processos, Valor e Participação percentual do


Valor Econômico Sobre o Valor da Operação – 5º bim/17.

A tabela mostra a quantidade e valores questionados de processos por segmento. Os


contribuintes ligados aos segmentos varejo e pecuária foram os que mais questionaram os
débitos tributários no 5º Bim/17, com 186 e 131 processos, respectivamente. O valor
econômico do ICMS atualizado foi de R$ 15,4 milhões.

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Tabela 41– Objetos de Processo Judicial, Quantidades de Processos, Valor e


Participação percentual do Valor Econômico Sobre o Valor da Operação – 5º bim/17.

A tabela quantifica em 1671 a totalidade de processos judiciais no período analisado,


por objeto. Os processos Não Incidência (ICMS) com 897 processos são os objetos que têm
causado maior quantidade de litígios. A soma de tributos em questionamento alcança mais de
R$ 15,45 milhões em ICMS.

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Tabela 42 – Valores Transferidos a Fundos (FUNGEFAZ, FUPIS, FESP e FUNDO


DA CULTURA), Previstos e Realizados – 5º bim/17.

Como evidenciado na tabela, o FUNGEFAZ realizado no período ficou 8,4%


inferior ao valor previsto na LOA, R$ 135,76 milhões, contra previsão de R$ 148,16
milhões, FUPIS 81,7 % abaixo ,R$ 2,02 milhões contra previsão de R$ 11,02
milhões , FESP 1,9% acima ,R$ 82,53 milhões contra previsão de R$ 80,99 milhões.
A variação negativa do Fupis pode ser explicada pela revogação do art.11 da Lei nº
8.059, de 29 de dezembro de 2003, revogada pela Lei Nº 10.484, DE 28 DE
DEZEMBRO DE 2016.

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PROGNÓSTICOS E CIRCUNSTÂNCIAS RELEVANTES

Em relação ao Cenário internacional e o nacional, decidimos reproduzir abaixo as


análises da 211ª Reunião do Comitê de Política Monetária – COPOM realizada em 05 e
06/12/2017.

A) Atualização da conjuntura econômica e do cenário básico do


Copom

O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última


reunião do Copom mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia
brasileira.
A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção,
refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa
de desemprego.
O cenário externo tem se mostrado favorável, na medida em que a atividade
econômica global vem se recuperando sem pressionar em demasia as condições financeiras
nas economias avançadas. Isso contribui para manter o apetite ao risco em relação a
economias emergentes.
O cenário básico de inflação tem evoluído, em boa medida, conforme o esperado. O
comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação
subjacente em níveis confortáveis ou baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo
econômico e à política monetária.
As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus recuaram para em torno
de 3,0% para 2017. As projeções para 2018, 2019 e 2020 mantiveram-se em torno de 4,0%,
4,25% e 4,0%, respectivamente.
Para a trajetória de preços administrados, que compõe as projeções condicionais
para a inflação produzidas pelo Copom, projeta-se variação de 8% em 2017, 4,9% em 2018 e
4,2% em 2019.
O cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa
Focus supõe, entre outras hipóteses, taxas de câmbio de R$3,25/US$, R$3,30/US$ e
R$3,37/US$ ao final de 2017, 2018 e de 2019, respectivamente, e taxas de juros de 7,00% ao
ano (a.a.) ao final de 2017 e 2018, elevando-se para 8,00% ao longo de 2019.
Sob essas hipóteses, as projeções de inflação do Copom para 2017 e 2018
reduziram-se para aproximadamente 2,9% e 4,2%, respectivamente. Para 2019, as projeções
permaneceram em torno de 4,2%.

B) Riscos em torno do cenário básico para a inflação

O cenário básico do Copom para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções.
Por um lado, a combinação de (i) possíveis efeitos secundários do choque favorável nos
preços de alimentos e da inflação de bens industriais em níveis correntes baixos e da (ii)

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação corrente pode
produzir trajetória de inflação prospectiva abaixo do esperado.
Por outro lado, (iii) uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e
ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da
inflação no horizonte relevante para a política monetária. Esse risco se intensifica no caso de
(iv) reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes.

C) Discussão sobre a condução da política monetária

Os membros do Comitê debateram a evolução da atividade econômica à luz das


informações disponíveis. Todos concordaram que a economia segue em trajetória de
recuperação gradual, com avanços no emprego mesmo nessa fase inicial do processo. Essa
conjuntura tem produzido elevação das projeções de crescimento para o ano corrente e para
2018, consistente com diagnóstico de que a retomada mostra-se mais consolidada. Os
membros do Copom enfatizaram a visão de que, em decorrência dos níveis atuais de
ociosidade na economia, revisões marginais na intensidade da recuperação não levariam a
revisões materiais na trajetória esperada para a inflação.
No que tange à conjuntura internacional, os membros do Comitê reiteraram a evolução
favorável recente da economia global, com recuperação gradual da atividade, sem que isso
venha pressionando em demasia as condições financeiras nas economias avançadas.
Reconheceram que a continuidade no processo de normalização da política monetária nos
países centrais tornou as condições financeiras globais marginalmente menos estimulativas,
apesar de, até o momento, o impacto nas economias emergentes ter sido limitado. Nesse
contexto, os membros do Copom voltaram a destacar a maior capacidade que a economia
brasileira apresenta de absorver eventual revés no cenário internacional, devido à situação
robusta de seu balanço de pagamentos e ao ambiente com inflação baixa, expectativas
ancoradas e perspectiva de recuperação econômica. Não obstante, os membros do Copom
ponderaram sobre o risco para a economia brasileira de um revés nesse cenário internacional
benigno num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários
na economia brasileira.
Os membros do Copom analisaram a trajetória da inflação ao longo deste e dos próximos
anos e concordaram que as perspectivas para a inflação têm evoluído, em boa medida,
conforme o esperado.
O Comitê avaliou a situação atual do setor de geração de energia elétrica no país e os
impactos das alterações recentes nas bandeiras tarifárias em seu cenário básico para a inflação
para o ano que vem. No agregado, preços administrados têm constituído um choque
inflacionário. Na direção oposta, e em magnitude substancialmente maior, a dinâmica de
preços de alimentos constitui choque desinflacionário relevante. Com a perspectiva de
redução de preços da ordem de 5% no ano, o componente de alimentação no domicílio
medido pelo IPCA explica grande parte do desvio da inflação em relação à meta de 4,5%
vigente para o ano corrente.
Em relação à política monetária, houve consenso que, assim como no caso de outros
eventuais ajustes de preços relativos decorrentes de choques de oferta, com expectativas de
inflação ancoradas, a política monetária deve combater apenas os efeitos secundários desses
choques. O Comitê reitera que sua reação a possíveis mudanças de preços relativos, como nos
casos de alimentos e de eventuais reajustes de tarifas de energia elétrica, será simétrica, ou
seja, a política monetária seguirá os mesmos princípios tanto diante de choques de oferta
inflacionários quanto desinflacionários.

71
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Os membros do Copom debateram os níveis e a trajetória da inflação, inclusive dos


componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Avaliaram que
algumas medidas de inflação subjacente encontram-se em níveis confortáveis e outras em
níveis baixos. Debateram também em que medida suas trajetórias são compatíveis com a
convergência da inflação em direção à meta no horizonte relevante para a política monetária.
O Copom reafirmou que a política monetária tem flexibilidade para reagir a riscos para
ambos os lados, tanto ao risco de que efeitos secundários de choques de oferta e propagação
do nível corrente baixo de inflação produzam inflação prospectiva abaixo do esperado, quanto
ao risco de um revés no cenário internacional num contexto de frustração das expectativas
sobre as reformas e ajustes necessários.
Os membros do Comitê manifestaram o entendimento de que a conjuntura econômica com
expectativas de inflação ancoradas, medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis,
projeções de inflação um pouco abaixo da meta para 2018 e elevado grau de ociosidade na
economia prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da
taxa estrutural. Embora estimativas dessa taxa envolvam elevado grau de incerteza, os
membros do Comitê manifestaram entendimento de que as atuais taxas de juros reais ex-ante
têm efeito estimulativo sobre a economia.
O Copom entende que o processo de reformas e de ajustes necessários na economia
brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural. As estimativas dessa taxa
serão continuamente reavaliadas pelo Comitê.
O Comitê entende que, para uma dada estimativa da extensão do ciclo de flexibilização
monetária, o ritmo de flexibilização depende do estágio do ciclo em que a política monetária
se encontra, sem que isso necessariamente reflita mudanças no seu cenário básico ou no
balanço de riscos.
Todos os membros do Copom concordaram que a evolução da conjuntura e do balanço de
riscos desde sua reunião em outubro (210ª reunião) se deu como esperado e, dessa forma,
mostrou-se compatível com a redução da taxa Selic para 7,0% a.a.
Os membros do Comitê então debateram o próximo passo na condução da política
monetária. Por um lado, avaliaram que diversas medidas de inflação subjacente estão em
níveis confortáveis ou baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e
à política monetária, e refletiram sobre a trajetória de inflação em direção à meta. Por outro
lado, refletiram sobre o risco de a atual conjuntura inflacionária ser interrompida por uma
frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na
economia brasileira, em particular em um contexto de reversão do corrente cenário externo
favorável para economias emergentes.
Concluíram ser apropriado sinalizar que, caso a conjuntura evolua conforme o cenário
básico do Copom, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, uma nova redução
moderada na magnitude de flexibilização na próxima reunião parece adequada sob a
perspectiva atual. Mas avaliaram que cabia advertir que essa visão é mais suscetível a
mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores.
Os membros do Copom também avaliaram a extensão do ciclo e a conveniência de uma
sinalização sobre os passos seguintes à próxima reunião. Houve consenso em manter
liberdade de ação, mas sinalizar que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução
da política monetária.
Os membros do Comitê voltaram a reiterar sua preferência por explicitar
condicionalidades sobre a evolução da política monetária, o que melhor transmite a
racionalidade econômica que guia suas decisões. Isso contribui para aumentar a transparência
e melhorar a comunicação do Copom. Nesse contexto, voltaram a ressaltar que o processo de
flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de

72
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e


expectativas de inflação.
Todos os membros do Comitê voltaram a enfatizar que a aprovação e implementação das
reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira são
fundamentais para a sustentabilidade do ambiente com inflação baixa e estável, para o
funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da
economia, com amplos benefícios para a sociedade.
Por fim, os membros do Copom destacaram a importância de outras iniciativas que visam
aumento de produtividade, ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria
do ambiente de negócios. Esses esforços são fundamentais para a retomada da atividade
econômica e da trajetória de desenvolvimento da economia brasileira.

D) Decisão de política monetária

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações


disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros em 0,5
ponto percentual, para 7,0% a.a., sem viés. O Comitê entende que a convergência da inflação
para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-
calendário de 2018 e 2019, é compatível com o processo de flexibilização monetária.
O Copom entende que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa,
ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.
O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira
contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural. As estimativas dessa taxa serão
continuamente reavaliadas pelo Comitê.
A evolução do cenário básico, em linha com o esperado, e o estágio do ciclo de
flexibilização tornaram adequada a redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual
nesta reunião. Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em
razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma
nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária. Essa visão para a próxima
reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões
anteriores. Para frente, o Comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na
condução da política monetária. O Copom ressalta que o processo de flexibilização continuará
dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis
reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente),
Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Maurício Costa de Moura, Otávio
Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e
Tiago Couto Berriel.

Cenário Estadual
Em relação à análise para o Cenário Estadual reproduzimos o Artigo abaixo publicado no site
O LIVRE, em 26-09-2017.
AGRONEGÓCIO
26 de setembro de 2017 - 07:40 | Tamanho do texto A - A+
Começa o plantio da safra de 2017/18 em Mato Grosso

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Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

Segundo o Imea, produtores semearam 14,2 mil hectares o que corresponde a 0,15% da área
total
Gabriele Schimanoski, da Redação gabriele.schimanoski@olivre.com.br
Os produtores de Mato Grosso iniciaram o plantio de soja da safra 2017/18 no último fim de
semana. O ritmo do trabalho ainda é lento e está abaixo do que foi registrado nos útimos anos,
conforme o boletim semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea)

Ao todo foram semeados 14,2 mil hectares, o que corresponde a 0,15% da área total, prevista
em 9,4 milhões de hectares. No ano passado, nesta mesma semana, cerca de 1,2% da área
total já estava a campo, representando 112 mil hectares.

O Instituto afirma que a principal justificativa para o atraso na safra 17/18 se dá em virtude
dos baixos volumes pluviométricos registrados. "Por causa disso, grande parte do percentual
semeado ocorreu em áreas irrigada", destaca a publicação.

Neste momento, a região mais avançada é a oeste, com 0,4%, em que grande parte das áreas
semeadas de forma antecipada dão lugar ao cultivo do algodão posteriormente. É o caso de
municípios como Sapezal e Campo Novo do Parecis.

No decorrer da semana, outros municípios devem iniciar o plantio, no entanto, o Imea afirma
que os trabalhos no campo devem ser intensificar em meados de outubro.

A previsão é que Mato Grosso colha mais de 30 milhões de toneladas da oleaginosa, o volume
é 2,08% menor do que o registro na safra 16/17, em que foram colhidas 31,2 milhões de
toneladas. Um dos motivos é a queda na produtividade de um ciclo para outro, -2,03%,
passando de 55,39 sacas por hectare para 54,12.

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ANEXOS

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GLOSSÁRIO

Alíquota média Alíquota resultante da ponderação


de cada alíquota com o respectivo
faturamento num mesmo segmento
econômico
Analisada (Receita) Receita obtida a partir da
atualização das hipóteses utilizadas na
projeção inicial da receita.
Dummy (Variable) Uma variável que considera as
alterações exógenas ou mudanças de
inclinação de uma curva numa relação
econométrica. Por exemplo: as variáveis
dummy podem ser utilizadas para
estimação das influências sazonais sobre
um conjunto de dados. Administrando a
uma dummy o valor 1 para os meses de
inverno e “zero” para os demais, ela
indicará em que medida uma relação
econométrica (preços de produtos agrícolas
e quantidades produzidas, por exemplo) se
alterará durante o inverno, em relação aos
demais meses do ano
Eficácia tributária Relação entre a receita efetiva e a
potencial.
Elasticidade Mede a reação/sensibilidade de
uma variável a uma mudança em outra,
sendo as duas variações expressas em
termos percentuais. A elasticidade mede
um aumento ou diminuição no ICMS dos
segmentos econômicos ocasionados por
acréscimo ou redução do PIB.
Evasão Fuga ou subtração do contribuinte
ao pagamento do tributo, que lhe é
atribuído, usando para isso de meios que
evitem a incidência tributária a seu cargo.
Execução Cobrança ajuizada

Faturamento tributável Faturamento do segmento


econômico sobre o qual incide a alíquota
média

ICMS efetivo ICMS potencial, menos renúncia,


créditos e Inconverso do ICMS.

ICMS potencial Valor obtido a partir da aplicação


da alíquota média do ICMS do segmento
sobre o valor do faturamento.

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Inconverso Não convertido; inconvertido.

Inconverso do ICMS ICMS que poderia ser ou ter sido


arrecadado, mas deixou de sê-lo em virtude
de contencioso administrativo, contencioso
judicial, inadimplência e fraudes.

Índice de Inconverso Relação entre o Inconverso e o


ICMS efetivo.

Renúncia A renúncia compreende anistia,


remissão, subsídio, crédito presumido,
isenção de caráter não geral, alteração de
alíquota ou modificação de base de cálculo
que implique redução discriminada de
tributos ou contribuições, e outros
benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado (LRF, Art. 14, Inciso II, § 1º). Os
Programas de incentivos fiscais
(PROALMAT, PRODEIC, PROARROZ,
etc.) são

Isenção Dispensa legal do pagamento do


tributo.
Segmento Produto ou cadeia produtiva com
econômico/Segmento representatividade na receita tributária e/ou
na economia do Estado.

Sonegação Sonegação simples: Falta de


pagamento do tributo sem qualquer malícia,
ou sem o emprego de ardil, ou fraude, com
que o contribuinte procura furtar-se ao
cumprimento da imposição fiscal.
Sonegação dolosa (ou fraudulenta):
Decorrente da fraude ou da má-fé do
contribuinte, usando meios, manobras ou
ardis para se furtar, ou se subtrair ao
pagamento do tributo.

PIB – Produto Interno Valor monetário total de todos os


Bruto bens e serviços finais produzidos dentro
das fronteiras de uma Nação, mesmo que
tenham sido produzidos por estrangeiros.

Variável utilizada para substituir


outra teoricamente mais satisfatória, nos
Proxy casos
em que não se dispõe de dados
para esta última ou estes não podem ser
obtidos.

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Avenida Historiador Rubens de Mendonça, 3415 A


Cuiabá – MT – CEP: 78.055-500
Telefone SARP 0xx65 – 3617-2201
www.SEFAZ.mt.gov.br

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Sítios consultados pela Secretaria de Fazenda


www.bc.gov.br
www.imf.org
www.worldbank.org/
www.ibge.gov.br
www.imea.com.br
www.tesouro.fazenda.gov.br
www.famato.org.br
www.detran.mt.gov.br
www.fiemt.com.br
www.aprosoja.com.br
www.ampa.com.br
www.seplan.mt.gov.br
www.portaldoagronegocio.com.br
www.esalq.usp.br
www.agricultura.gov.br/
aliceweb.desenvolvimento.gov.br
www.uba.org.br
www.indea.mt.gov.br/
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-
planeta/amazonia/noticia/2015/05/comercio-de-madeira-ilegal-cresce-31-no-mato-grosso.html

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