Professional Documents
Culture Documents
Rio Claro – SP
2006
2
Rio Claro – SP
2006
3
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Agradeço mais uma vez minha namorada por todos esses anos, de muito carinho,
amizade, companheirismo e felicidade. Obrigado por tudo meu amor, você é demais!
A meus pais, irmãos, cunhados e minha avó por serem meus amigos, companheiros e
acima de tudo, minha família. Vocês são tudo na minha vida!
Um agradecimento aos meus amigos Heder Marques (Tuty), Victor A. Pereira da Silva
(Vitão), Gustavo Tognetta (Gu) e Tales Duque Martins (Teo), à distância e o tempo nunca
irão nos separar, vocês fazem parte do meu coração!
Agradeço com muito carinho a minha “família” de São José de Rio Preto,
especialmente a minha sogrinha (Maria Cristina Lopes). Muito obrigado por me acolherem
com tanta gratidão e carinho!
E finalmente, agradeço a todos que me ajudaram direto ou indiretamente para o
desenvolvimento deste projeto. Um MUITO OBRIGADO a todos vocês!
6
SUMÁRIO
Pág.
1 – INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13
PETROBRÁS ............................................................................................................................. 17
1.3 – POTENCIAL ECONÔMICO PETROLÍFERO – REGIÃO AMAZÔNICA
(AM)....................................................................................................................................... 18
1.3.1 – Produção Nacional de Petróleo (Brasil).......................................... 19
1.3.2 – Produção de Petróleo no Estado do Amazonas ............................. 19
1.3.3 – Produção de Gás Natural no Estado do Amazonas ...................... 20
2 – JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................ 21
3 – OBJETIVOS .....................................................................................................….......... 25
4 – DADOS, MÉTODOLOGIAS E ETAPAS DE TRABALHO ..........................…....... 26
4.1 – CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS – M ETODOLOGIAS E CONCEITOS.........….......... 26
4.1.1 – Sismograma Sintético..........................................................….......... 26
4.1.2 – Calibração dos dados sísmicos...........................................….......... 27
4.1.3 – Interpretação de Dados Sísmicos.....................................…............ 27
4.1.4 – Seções Balanceadas...........................................................…............ 28
4.1.5 – Retrometamorfismo – Retrodeformação.................…................... 28
4.1.6 – Zona Triangular..............................................................….............. 29
4.1.7 – Fault bend Fold (Dobras por Falhas).....................…..................... 29
4.2 – DADOS ................................................................................................................ 30
4.3 – M ETODOLOGIAS................................................................................................ 32
4.4 – ETAPAS DE TRABALHO...................................................................................... 32
5 – GEOLOGIA REGIONAL ............................................................................................ 34
7
BALANCEADA .......................................................................................................................... 69
8
ÍNDICE DE FIGURAS
Pág.
Figura 15: Mapa contendo as cinco linhas sísmicas e os três poços selecionados para
o pedido ao Banco de Dados de Exploração e Produção (Fonte:
BDEP)..................................................................................................................................... 31
Figura 16: Coluna Litoestratigráfica da Bacia do Solimões (Fonte: Eiras et al.,
1994)....................................................................................................................................... 35
Figura 17: Modelos de Blocos Crustais de Hasui et al. (1984). Em vermelho se
destaca a área de estudo – Bacia do Solimões........................................................................ 45
Figura 18: Arcabouço Estrutural da Bacia do Solimões – Cráton Amazônico (Fonte:
Tassinari & Macambira, 1999)............................................................................................... 47
Figura 19-A: Perfil no km 102 da Rodovia AM-010, que mostra leques imbricados
compressivos (duplex) da zona de empurrão que deformam as camadas da Formação Alter
do Chão . Presença de falha com adelgaçamento do flanco e retroempurrão (Fonte:
modificado de Silva, 2005)..................................................................................................... 48
Figura 19-B: Estruturas tipo DUPLEXES encontrados na Formação Alter do Chão
(Cretáceo) na Região Amazônica, estruturas relacionadas a esforços compressivos (Fonte:
modificado de Silva, 2005)..................................................................................................... 48
10
Figura 20: Mapa Estrutural da área de estudo, localizando-se pelos poços utilizados
no projeto (1_RBB_0001_AM, 1_NMR_0001_AM E 1_IMR_0001_AM) .......….............. 49
Figura 21: Eventos Tectônicos-magmáticos-sedimentares Fanerozóicos das bacias
brasileiras. (Fonte: modificado de Zalán, 2004)..................................................................... 50
Figura 22: Dados de Poços diponíveis do BDEP (Raio gamma, Sônico e Densidade –
Poço 1_NMR_0001_AM – Bacia do Solimões) .................................................................... 53
Figura 23: Seção Estratigráfica Oeste/Leste – Sequência Permocarbonífera – Bacia
do Solimões, Norte do Brasil (Becker, 1997) ........................................................................ 53
Figura 24-A: Geração do Sismograma Sintético– Interpolação do Raio Sônico + a
Densidade...........................................................................................................…................. 55
Figura 24-B: Sismograma Sintético do poço padrão selecionado (Poço
1RBB_001_AM).................................................................................................…................ 55
Figura 25: Linha Sísmica calibrada com o sismograma sintético. Mesma escala de
tempo entre a linha sísmica e o sismograma sintético (Linha 395).....................…............... 56
Figura 26: Linha Sísmica interpretada – Linha 391 (perpendicular à deformação).
Software SeisVision – GeoGraphix (Landmark®)................................................................. 60
Figura 27: Linha Sísmica Interpretada – Linha 392 (perpendicular à deformação).
Software SeisVision – GeoGraphix (Landmark®)................................................................. 61
Figura 28: Linha Sísmica Interpretada – Linha 393 (perpendicular à deformação).
Software SeisVision – GeoGraphix (Landmark®)................................................................. 62
Figura 29: Linha Sísmica Interpretada – Linha 395 (paralela à deformação). Software
Seis Vision – Geographix (Landmark®)……………………..…............................……….. 63
Figura 30: Modelo de Acumulação proposto na área estudada de acordo com as
interpretações dos dados sísmicos – Bacia do
Solimões................................................................................................................................... 66
Figura 31: Seção Sísmica convertida de tempo (ms) em profundidade
(m)........................................................................................................................................... 68
Figura 32: Seção Sísmica convertida em profundidade, com apenas o primeiro
evento tectônico retrodeformado............................................................................................ 70
Figura 33: Seção Sísmica convertida em profundidade e Retrodeformada – Camadas
Subparalelas. Retrodeformação somando o evento 1 mais o evento 2, para análise da
porcentagem de encurtamento da seção.................................................................................. 71
Figura 34: Mapa estrutural do contato entre as Formações Prosperança (topo) e Juruá
(base). Software SeisVision – Geographix (Landmark®)...................................................... 73
11
Figura 35: Mapa estrutural do contato entre as Formações Juruá (topo) e carauarí
(base). Software SeisVision – Geographix (Landmark®)...................................................... 74
Figura 36: Mapa estrutural do contato entre as Formações carauarí (topo) e Fonte
Boa (base). Software SeisVision – Geographix (Landmark®).............................................. 75
Figura 37: Mapa estrutural do contato entre as Formações Fonte Boa (topo) e Alter
do Chão (base). Software SeisVision – Geographix (Landmark®)....................................... 76
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Produção nacional de petróleo (terra e mar) – 2005/2006 (m3 )/(Fonte: ANP
- Boletim Mensal de Produção submetido à ANP)................................................................. 19
Tabela 2: Produção de petróleo no Estado do Amazonas (terra) - 2000-2006
(m3 )/(Fonte: ANP - Boletim Mensal de Produção submetido à ANP)................................... 19
Tabela 3: Produção de gás natural no Estado do Amazonas (terra) – 2000/2006 (103
m3 )/(Fonte: ANP - Boletim Mensal de Produção submetido à ANP).................................... 20
Tabela 4: Legenda da Figura 18. Em azul (eventos 18, 42, 43, 44 e 50) são
destacados os eventos associados com a Bacia do Solimões.................................................. 51
Tabela 5: Velocidades Intervalares consideradas por cada formação da Bacia do
Solimões.................................................................................................................................. 67
12
RESUMO
1 – INTRODUÇÃO
Figura 1: Mapa das Bacias Sedimentares Brasileiras, em vermelho está em destaque a Bacia do
Solimões – Área de estudo (Fonte: Zalán, 2004).
14
Figura 3: Localização da área em estudo, dando uma visão mais ampla da área com os elevados
Andinos (Fonte: modificado de Castillo, 2006).
15
De acordo com Eiras et al. (1994), as grandes áreas sedimentares paleozóicas situadas
na região norte do Brasil foram inicialmente consideradas como pertencentes à Bacia
Sedimentar do Amazonas. Por razões operacionais, essas áreas foram divididas em três
bacias, denominadas de Alto, Médio e Baixo Amazonas, separadas entre si pelo Arco de
Purus e Alto de Monte Alegre, respectivamente.
A partir de 1978, com intensa pesquisa desenvolvida pela Petrobrás na região do Alto
Amazonas, que culminou com a descoberta de hidrocarbonetos em nível comercial (Província
Gaseífera do Juruá e Província do Urucu), Caputo (1984) sugeriu a designação de Bacia do
Solimões para a região do Alto Amazonas, em face da evolução geológica diferenciada em
relação às áreas do Médio e Baixo Amazonas, que juntas atualmente constituem a Bacia do
Amazonas.
Internamente, a Bacia do Solimões é dividida em duas sub-Bacias, Juruá e Jandiatuba,
separadas pelo Arco de carauarí (Figura 2). Trata-se de uma feição geológica positiva, de
direção Norte-Sul, que exerceu forte controle na sedimentação pré-neocarbonífera da bacia
(Eiras, 1998). A sub-Bacia do Juruá é a melhor conhecida do ponto de vista geológico e
geofísico, em função das pesquisas petrolíferas aí desenvolvidas e por conter os principais
campos exploratórios da Bacia do Solimões, sendo quatro campos na província gaseífera de
Juruá e cinco campos na província oleífera de Urucu (Clark, 2002).
• Falhas direcionais.
• Esforços transpressivos.
• Falhas reversas.
• Dobras anticlinais assimétricas en echelon formando trends de direção NE-SW.
17
250.000
200.000
metro cúbico
150.000
100.000
50.000
aio
ril
lho
o
to
o
iro
ro
iro
ro
bro
Ab
ro
arç
nh
os
M
tub
Ju
mb
ne
re
mb
Ju
tem
M
Ag
ve
Ja
Ou
ve
ze
Fe
Se
No
De
Mês
350.000
300.000
250.000
200.000
103 m 3
150.000
100.000
50.000
0
aio
ril
lho
o
o
iro
to
bro
bro
ro
bro
ro
Ab
arç
nh
M
os
tub
ne
Ju
rei
m
Ju
tem
M
Ag
Ja
ve
Ou
ve
ze
Se
Fe
No
De
Mês
21
2 – JUSTIFICATIVAS
Figura 7: Seção Geológica da Serrania do Interior Venezuelana (Fonte: Rossi 1984, segundo
Castillo, 2004).
24
3 – OBJETIVOS
De acordo com Fleck et al. (2003), a visualização de dados sísmicos (Figura 10) é uma
importante ferramenta na pesquisa de reservatórios de hidrocarbonetos e a expressão “dado
sísmico” é utilizada para definir um conjunto de informações oriundas do interior da terra
através de sensores que são sensíveis às vibrações elásticas de partículas da terra, ou
variações de pressão nas partículas da superfície d’água, quando estimuladas por ondas
sísmicas específicas e geradas para as pesquisas de hidrocarbonetos, o que inclui a
diminuição da interferência de ruídos e a seleção de sinais identificados espacialmente por
coordenadas tridimensionais.
É uma seção que foi reconstruída até seu estado inicial sem deformação, através do
uso de métodos cinemáticos, verificando-se assim a qualidade da seção mediante sua
validação geométrica Lowell (1985, segundo Ferraz, 2004).
4.1.5 – Retrodeformação
A zona triangular definida por McClay (1992) tem sua dobra (Fault bend Fold)
controlada pela estruturação com uma ou mais falhas retro-reversas as quais são geradas a
partir do mesmo nível de descolamento basal. Este tipo de estrutura é característico de um
descolamento basal bem dúctil tal como o sal ou outro mineral evaporítico, o que vai permitir
falhar e dobrar a seqüência sedimentar superior (Figura 12).
Figura 13: Esquema de uma Fault bend Fold e o nível de descolamento inferior.
(Fonte: Castillo, 2005).
Figura 14: Gama de dados de Sísmica 2D e Poços na Bacia do Solimões – BDEP (Banco de dados
de Exploração e Produção)
Figura 15: Mapa contendo as cinco linhas sísmicas e os três poços selecionados para o pedido
ao Banco de Dados de Exploração e Produção (Fonte: BDEP).
32
4.3 – M ETODOLOGIAS
5 - GEOLOGIA REGIONAL
Figura 16: Coluna Litoestratigráfica da Bacia do Solimões (Fonte: Eiras et al., 1994).
36
De acordo com Silva (1987), esta formação restringe-se à porção ocidental da Bacia
do Solimões, próximo à região do Arco de Purus, sendo mais expressiva na Bacia do
Amazonas. O sedimento desta formação ocorre abaixo da profundidade de 2900m do poço
Juruá nº 1 (1 – JR – 1 – AM).
As litologias mais freqüentes são conglomerados formados por seixos de quartzitos,
quartzo e riólitos com diâmetros vaiando de 1 a 25 cm; apresentando também alguns argilitos,
folhelhos e siltitos areno-argilosos. Os sedimentos apresentam coloração escura devido os
grãos serem recobertos por uma película ferruginosa. Os arenitos desta formação apresentam
uma composição entre 80 e 95% de quartzo, 5 a 20% de feldspatos e traços de muscovita,
biotita e minerais pesados. Devido à presença de Feldspatos, apresenta valores elevados de
unidade API nos perfis de GR (Raio Gamma), anomalia esta facilmente interpretadas nos
perfis.
A Formação Prosperança pode alcançar uma espessura de aproximadamente 5000
metros, e tem como contato superior discordante com as Formações Uerê, Urucu e Juruá
(discordância angular) e no Arco de Purus chega a fazer contato com a Formação carauarí.
Formada após a colisão do Arco de ilhas Rio Negro-Jurema com o Cráton Amazônico,
sendo os sedimentos depositados em grábens, por sistemas fluvio-deltáicos que adentraram no
sistema lacustre.
De acordo com Silva (1987), a Formação Biá, hoje classificada como Formação Jutaí
tem como seção-tipo o intervalo entre 1802 a 1870 metros no poço Rio Biá nº 1 (1-RBI-1-
AM) e sua seção-de-referência se encontra no intervalo de 1152 a 1177 metros no poço
Eirunepé nº 1 (2-EP-1-AM).
Possui uma variada litologia, como arenitos grosseiros a conglomeráticos, quartzosos,
mal selecionados e com intercalações de siltitos (micromicáceos piritosos) e/ou folhelhos
(micáceos, micropiritosos e silticos) em sua porção médio-basal. Na sua porção superior
ocorre arenito fino a muito finos, geralmente argilosos e com intercalações de folhelhos
(carbonosos silticos) e/ou dolomitos (com pequenos nódulos fosfáticos).
A Formação Jutaí pode chegar a uma espessura de 68 metros (poço: 1-RBI-1-AM) e
faz contato inferior com a Formação Benjamin Constant e o Embasamento Cristalino,
superior e lateral com a Formação Jandiatuba e apenas superior com a Formação Uerê.
O sedimento desta formação foi depositado durante um evento transgressivo dominado
por ondas e ressurgência num ambiente marinho proximal.
O membro Urucu tem como seção-tipo o intervalo de 2062 a 2638 metros no poço Rio
urucu nº 1 (1-RUC-1-AM) e como seção-de-referência o intervalo de 2510 a 1548 metros no
poço São Raimundo nº 1 (2-SR-1-Am). É datada de frasniano devido à presença de espículas
de esponjas para a datação.
Como litologias apresenta arenitos quartzosos e feldspáticos, médios a grosseiros, bem
selecionados e com boa porosidade. Os folhelhos são micáceos, bioturbados, com
intercalações de arenito fino e siltitos, com forma de leito e com estruturas ondulares. Os
espiculitos são leitosos, com espículas de esponjas, fraturamento conchoidal e bordas
cortantes.
De acordo com Silva (1987), o Membro Urucu teve duas principais áreas fontes,
fazendo contato inferior discordante com a Formação Prosperança e o Embasamento
Cristalino, e contato lateral e superior concordante gradativo com a Formação Uerê.
Depósitos formados por barras de maré ou bancos costeiros num ambiente marinho.
O Membro Jaraqui, antes denominada por Silva (1987) como Formação Jaraqui,
apresenta sua seção-tipo entre os intervalos de 2743 a 2768 metros no poço Jaraqui nº 1 (1-JI-
1-AM) e seção-de-referência no intervalo entre 2073 a 2104 metros no poço Fonte Boa nº 1
(1-FB-1-AM).
.
1 - Espiculito: rocha silicosa em que o arcabouço é sustentado por espículas de esponjas com
fratura conchoidal e bordas cortantes;
2 - Porcelanito: Rocha cinza, dura, com alta densidade, apresentando textura e fratura de
porcelana desvitrificada, podendo gradar para folhelhos silicosos.
40
N-S da Bacia; contato inferior concordante com o Membro Jaraqui e discordante com as
Formações Uerê, Urucu e Prosperança. O contato superior é concordante com a Formação
carauarí.
A deposição os sedimentos se deu após a glaciação, numa subida relativa do nível do
mar (deposição típica de maré – barra e canal de maré) num ambiente marinho. São
classificadas quatro fácies sedimentares, fluvial, eólico, de suspensão e lacustre. (Silva, 1987).
porosidade vugular. Neste ciclo inicia-se a transgressão marinha que deu inicio a
sedimentação evaporítica;
CICLO III: carbonatos micriticos e calcissiltíticos e carbonatos bioclásticos com
feições de ressecamento e matriz calcissiltitica;
CICLO IV: Sub-Bacia do Jandiatuba à Carbonatos argilosos, de médio a fino, com
matriz micrítica, dolomitizados, apresenta porosidade vugular e com bioclastos a peloidais;
Calcissiltitos recristalizados, dolomitizados e duros; e anidritas gredosas e semiduras.
Sub-Bacia do Juruá à Anidritas hialinas, gredosas e semiduras; folhelhos calcíferos e
micropiritosos; e halitas hialinas com pequenas espessuras;
CICLO V: Sub-Bacia do Jandiatuba à Calcarenitos fino a médio, com porosidade
vugular, presença de bioclastos e matriz calcilutítica; Calcilutitos; Dolomitos porosos; e
folhelhos calcíferos, carbonosos, micropititosos e maciços.
Sub-Bacia do Juruá à Halitas e Anidritas,
CICLO VI: 45% da seção são terrígenos, com a presença de siltitos silicificados e
arenosos; e folhelhos silticos e calcíferos. Sedimentação carbonática-evaporítica apresenta
carbonatos micríticos, argilosos, recristalizados, dolomitizados e piritosos; anidritas leitosas,
gredosas e semiduras; e halitas hialinas.
A Formação carauarí pode alcançar a espessura de 1220 metros (no trend do Juruá) e
faz contato inferior discordante com as Formações Prosperança, Uerê, Jandiatuba e com o
Embasamento Cristalino; contato inferior concordante com a Formação Juruá. Faz contato
superior gradacional com a Formação Fonte Boa e discordante com a Formação Alter do
Chão. Os contatos laterais são com as Formações Iatatuba e Nova Olinda (Bacia do
Amazonas).
Os sedimentos desta formação foram depositados por baixa energia (supramaré,
intermaré alta, intermaré baixa e inframaré) num ambiente marinho restrito (bacia evaporítica,
rasa e isolada do mar). No ciclo VI inicia-se uma regressão marinha que culminou na
completa continentalização da Bacia do Solimões.
É classificada sua seção-tipo no intervalo entre 583 a 827 metros no poço Fonte Boa nº
1 (1-FB-1-AM) e sua seção-de-referência no intervalo entre 1109 a 1527 metros no poço Rio
Tefé nº 1 (1-RT-1-AM), excluindo 83 metros de rocha básica.
43
A Formação Alter do Chão foi introduzida por Kistler (1954, segundo Silva, 2005)
para os sedimentos vermelhos inconsolidados verificados na perfuração (1-AC-1-PA) na
região de Alter do Chão (PA), margem direita do Rio Tapajós, Caputo (1971, segundo Silva,
2005). Compreende arenitos finos a médios, argilosos, cauliníticos, inconsolidados, contendo
grânulos de seixos de quartzo esparsos, geralmente com estratificação cruzada. Os sedimentos
argilosos são vermelho-tijolo, laminados, contendo lentes de areia irregularmente distribuída.
Os conglomerados são constituídos por seixos de quartzo e arenito silicificado e constituem
paleocanais na base de bancos de arenito. Distribui-se de leste a oeste nas bacias do
Amazonas e Solimões, cuja espessura pode alcançar cerca de 1.250 m.
Essa formação sobrepõe em discordância a Formação Solimões. O contato com os
depósitos quaternários ao longo do sistema do Rio Amazonas é abrupto, onde tais sedimentos
são cobertos por sedimentos finos e bem consolidados. De acordo com Dino (1999, segundo
Silva, 2005), essa formação possui duas seqüências deposicionais: uma inferior (Neo-Alagoas
a Albiano) caracterizada por sedimentos terrígenos de sistemas fluviais meandrantes que
evoluíram para anastomosados com retrabalhamento eólico; e outra superior (Cenomaniano)
constituída por ciclos progradacionais flúvio-deltáicos-lacustres.
44
Figura 17: Modelos de Blocos Crustais de Hasui (1984, segundo Silva, 2005). Em vermelho se
destaca a área de estudo – Bacia do Solimões.
46
Figura 18: Arcabouço Estrutural da Bacia do Solimões – Cráton Amazônico (Fonte: Tassinari &
Macambira, 1999).
48
Figura 19-A: Perfil no km 102 da Rodovia AM-010, que mostra leques imbricados compressivos
(duplex) da zona de empurrão que deformam as camadas da Formação Alter do Chão. Presença
de falha com adelgaçamento do flanco e retroempurrão (Fonte: modificado de Silva, 2005).
Figura 20: Mapa Estrutural da área de estudo, localizando-se pelos poços utilizados no
projeto (1_RBB_0001_AM, 1_NMR_0001_AM E 1_IMR_0001_AM).
Para as datações dos eventos estruturais principais identificados neste trabalho, usou-
se como base bibliográfica, o quadro correlativo entre os principais eventos tectônicos-
magmáticos-sedimentares Fanerozóicos nas bacias brasileiras e suas correlações temporais, de
acordo com Zalán (2004)/ (Figura 21).
Os eventos destacados (eventos 18, 42A, 42B, 42C, 43, 44 e 50), são eventos
relacionados direto e indiretamente com a Bacia do Solimões, os quais foram usados para as
datações dos eventos estruturais identificados nas interpretações das Linhas Sísmicas.
O evento mais importante para o trabalho, é o evento 42 (A-B-C), o qual trata-se da
Orogenia Pré-Andina, em seus estágios inicial e final. A Tectônica Pré-Andina iniciou-se
aproximadamente a 96 Ma. chegando ao seu fim por volta de 65 Ma, abrangendo todo o
intervalo do Cretáceo. Os sedimentos do Cretáceo são representados na Bacia do Solimões
pela Formação Alter do Chão.
50
Tabela 4: Legenda da Figura 21. Em azul (eventos 18, 42, 43, 44 e 50) são destacados
os eventos associados com a Bacia do Solimões.
52
6 - RESULTADOS OBTIDOS
Figura 22: Dados de Poços diponíveis do BDEP (Raio gamma, Sônico e Densidade – Poço
1_NMR_0001_AM – Bacia do Solimões)
Figura 24-A: Geração do Sismograma Sintético Figura 24-B: Sismograma Sintético do poço
– Interpolação do Raio Sônico + a Densidade. padrão selecionado (Poço 1RBB_001_AM).
56
Figura 25: Linha Sísmica calibrada com o sismograma sintético. Mesma escala de tempo entre a linha sísmica e o sismograma sintético (Linha 395).
57
Nas linhas sísmica 391 (Figura 26), 392 (Figura 27) e 393 (Figura 28), paralelas entre
si, podemos identificar dois níveis de descolamento basal distintos, um entre as formações
Prosperança (Pré-cambriana) – Juruá – Carauarí (ambas Neocarbonífero) e outro apenas na
Formação Carauarí (Neocarbonífero). De acordo com as interpretações, notou-se que os
níveis de descolamento basal geram um modelo cinemático de zona triangular do tipo I de
McClay (1992), em que um nível de descolamento do mesmo evento compensa o outro pela
cinemática, por isso a interpretação de duas falhas inversas do mesmo nível de descolamento
com mergulhos opostos, gerando dois altos estruturais (dobras anticlinais – Fault bend Fold)
nas bordas e um baixo estrutural no centro.
Esses níveis de descolamento basal são níveis com certa plasticidade, geralmente com
litologias evaporíticas e de folhelhos de alta pressão. Essas litologias facilitam o descolamento
do pacote sedimentar superior gerando movimentação (falhas). Neste trabalho os níveis de
descolamento basais são interpretados como falhas inversas (falhas de empurrão), com
duplicações das camadas afetadas pela tectônica compressiva.
Além desses níveis de descolamento, pode-se observar falhas inversas que deformam
desde o pacote Carbonífero (Formação carauarí e Fonte Boa) até o sedimento Cretáceo da
Formação Alter do Chão.
58
A linha sísmica 395 (Figura 29) se encontra perpendicular às linhas 391, 392 e 393.
Nesta linha podemos observar perpendicularmente o modelo cinemático de zona triangular do
tipo I de McClay (1992) apenas em seu flanco esquerdo. Pode-se também observar as três
discordâncias interpretadas sub-horizontais, os dois níveis de descolamento basal, além das
falhas inversas secundárias e a Dobra por Falha (Fault Bend Fold).
60
Figura 26: Linha Sísmica interpretada – Linha 391 (paralelo a direção de encurtamento). Software SeisVision – GeoGraphix (Landmark®).
61
Figura 27: Linha Sísmica Interpretada – Linha 392 (paralelo a direção de encurtamento). Software SeisVision – GeoGraphix (Landmark®).
62
Figura 28: Linha Sísmica Interpretada – Linha 393 (paralelo a direção de encurtamento). Software SeisVision – GeoGraphix (Landmark®).
63
Figura 29: Linha Sísmica Interpretada – Linha 395 (perpendicular a direção de encurtamento). Software Seis Vision – Geographix (Landmark®).
64
Figura 30: Modelo de Acumulação proposto na área estudada de acordo com as interpretações dos dados sísmicos – Bacia do Solimões.
67
Esta técnica foi aplicada de forma manual, seguindo o mesmo processo aplicado pelos
softwares de conversão de modelo geológicos em tempo a profundidade.
Para esta metodologia foi necessária a obtenção dos valores das velocidades
intervalares de cada formação (Tabela 5).
Uma vez obtida a seção sísmica em tempo (s) e com os campos de velocidades (m/s)
de cada formação definidos, constrói-se uma malha sobre a seção espaçada a cada 1000 m.
Cada um desses pontos é convertido em profundidade (m) pela fórmula V = D/T (V:
velocidade – D: distância – T: tempo) com o mesmo critério para todos os pontos.
Através do método de balanceamento de perfis, a seção sísmica mais adequada
estruturalmente é convertida de tempo (ms) em profundidade (m) (Figura 31), na qual
determina-se o valor do ângulo da Rampa (º). É também usada para a aplicação da
retrodeformação da seção (Figuras 32 e 33).
68
Figura 32: Seção Sísmica convertida em profundidade, com apenas o primeiro evento tectônico retrodeformado.
71
Figura 33: Seção Sísmica convertida em profundidade e Retrodeformada – Camadas Subparalelas. Retrodeformação somando o evento 1
mais o evento 2, para análise da porcentagem de encurtamento da seção.
72
Este método tem como principal objetivo detalhar as diferenças entre altos e baixos
estruturais presentes nos topos de cada formação. Essa diferenciação é observada pelas
intensidades e variações de cores presentes nos mapas, em que cada cor ou tom de cores é
representada por um certo intervalo de tempo. Pode-se observar este intervalo (escala) no
canto direito de cada mapa estrutural gerado (Figuras 34, 35, 36 e 37).
Os mapas estruturais gerados neste projeto são representados pelos topos das
Formações Fonte Boa (Eo-Permiano), carauarí (Carbonífero), Juruá (Carbonífero) e
Prosperança (Pré-Cambriano).
Figura 34: Mapa estrutural do contato entre as Formações Prosperança (topo) e Juruá (base).
Software SeisVision – Geographix (Landmark®).
6.8.4 – Topo da Formação Fonte Boa / Base da Formação Alter do Chão (Figura 32)
Exemplo:
Intervalo Curto à de 0.43000 a 0.49000 (? de 0.06)/(Figura 27);
Intervalo Longo à de 0.8000 a 1.2000 (? de 0.4)/(Figuras 24 e 25).
Figura 37: Mapa estrutural do contato entre as Formações Fonte Boa (topo) e
Alter do Chão (base). Software SeisVision – Geographix (Landmark®).
77
7 – CONCLUSÕES
É também proposto neste trabalho que uma das principais trapas favoráveis a conter
hidrocarbonetos na área, são as Fault bend Fold (Dobra por falha), que é a formação de
dobras anticlinais devido a esforços compressivos na bacia associados às falhas inversas, que
no caso são os níveis de descolamento basal. Os arenitos Carboníferos da Formação Juruá que
é a principal rocha reservatório da bacia, encontra - se deformada pelas dobras anticlinais
classificadas como “Fault bend Fold”.
Finalmente, conclui-se que o fato de ter uma zona triangular do tipo I de McClay na
região do Juruá, com duplicação (repetição) das camadas reservatórios e devido também a
existência de estruturas do tipo dobras simétricas nas duas sub-regiões, tem-se
prospectividade tanto na região do noroeste da sub-bacia do Juruá como para a região sudeste.
79
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Castillo, M.G. 2005. Influência da tectônica Caribe nas bacias Oriental e Nororiental
da Venezuela e sua implicação para os sistemas petrolíferos – Qualificação de Tese de
Doutorado ainda em andamento. IGCE – Unesp. Rio Claro/SP. 97p.
Castillo, M. G & Pietrobon, M. O. 2006. Deformação Tectônica - Estrutural da sub-
Bacia do Juruá, baseado em interpretação de dados sísmicos e influência da tectônica andina.
7º Simpósio Do Cretáceo do Brasil/ 1º Simpósio Do Terciário do Brasil. Anais..., Serra Negra.
Clark, J. 2002. Bacia do Solimões. Quarta Rodada de Licitação – Superintendência de
Definição de Blocos. Seminário Jurídico/Fiscal e Workshop Técnico da Quarta Rodada de
Licitações. Petrobrás. 38p.
Cordani, U. B., Brito Neves, B.B., Fuck, R.A., Thomaz Filho, A., Cunha, F.M.B.
1984. Estudo preliminar de integração do pré-Cambriano com os eventos tectônicos das
bacias sedimentares brasileiras. Ciências Técnica Petróleo. Petrobrás. Centro de Pesquisas e
desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello. Seção Exploração de Petróleo, n. 15, 70p.
Costa, J.B.S., Hasui, Y. 1997. Evolução geológica da Amazônia. In: Costa, M.L.,
Angélica, R.S. Contribuições à Geologia da Amazônia. Belém: FINEP/SBG, Núcleo Norte,
v.1, p. 15-90.
Costa, A. R. A. 2002. Tectônica Cenozóica e movimentação salífera na Bacia do
Amazonas e suas relações com a geodinâmica das Placas da América do Sul, Caribe, Cocos e
Nazca. Dissertação (mestrado em Geologia e Geoquímica) - Centro de geociências.
Universidade Federal do Pará. Belém/PA. 238p.
Costa e Silva, M. B. 2005. Influência da anisotropia VTI na correção do sobre-tempo
normal em dados sísmicos e análise de velocidade por gradiente. Tese de Doutorado. Tese
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio - Departamento
de Engenharia Civil – Rio de Janeiro.
Cunha, P.R.C., Gonzaga, F.G., Coutinho, L.F.C., Feijó, F.J. 1994. Bacia do
Amazonas. Boletim de Geociências da Petrobrás, v. 8, n0. 1, p. 47-55.
Dino, R., Silva, O.B., Abrahão, D. 1999. Caracterização palinológica e estratigráfica
de estratos cretáceos da Formação Alter do Chão, Bacia do Amazonas. In: Simpósio sobre o
Cretáceo do Brasil, 5, 1999, Rio Claro. Boletim... Rio Claro: SBG, UNESP, p. 557-65.
Eiras, J.F.; Becker, C.R.; Souza, E.M.; Gonzaga, F.G.; Silva, J.G.F.; Daniel, L.M.F.;
Matsuda, N.S.; Feijó, F.J. 1994. Bacia do Solimões. Boletim de Geociências Petrobrás, v.8,
n.1, p. 17-45.
81