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Resumo
A cidade tem sido objeto de inúmeras escritas. Escrevem maldizendo-a os desertores
que rumam às suas casas no campo ou às suas comunidades autossustentáveis.
Escrevem clamando por ela os ocupados nas escolas, nos prédios abandonados, nas
praças, nas universidades. Escrevem preocupados os economistas com suas sacras
probabilidades. O que torna improrrogável que escrevamos a cidade? Perseguindo esta
interrogação, colocamos em cena um personagem interpelado por uma voz que o exorta
a caminhar pelas ruas de um Rio de Janeiro que lhe desorienta os sentidos intoxicados
de confortáveis certezas. Em seguida pensamos tal processo à luz do materialismo
filosófico de Epicuro e Lucrécio, com vistas à proposição de uma escrita urbana que não
apenas interpreta fenômenos urbanos, mas que, transgredindo o sensível, inventa
cidades e subjetividades.
Palavras-chave: Cidade; Escrita; Materialismo Filosófico.
Abstract
The city has been object of countless writings. Cursing it write the deserters while
depart to its country houses or self-sustainable communities. Claiming for it write the
occupiers at schools, abandoned buildings, parks, universities. Concerned write the
economists with its sacred probabilities. What makes unextendable that we write the
city? On this quest we screened a character haunted by a voice which urges him to walk
on the Rio de Janeiro’s streets that disorientates his senses intoxicated by comfortable
certainties. On the following we analyze this process by the light of the Epicurus and
Lucretius’ philosophical materialism, aiming to propose an urban writing that doesn’t
interpret urban phenomena but transgressing the senses creates cities and subjectivities.
Keywords: City; Writing; Philosophical Materialism.
clinâmen. “Não há nada no nosso corpo suas diferentes formas são sensíveis aos
que tenha aparecido para que possamos encontros que realizam entre si. É, pois,
ação poética do escritor que engendra poderíamos dizer que Baudelaire não