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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE HISTÓRIA

CAMPUS CAPANEMA

RELATÓRIO DA DISCIPLINA

HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA

DÉBORA WALLENA DE OLIVEIRA SOUZA

PROFESSOR: DR. BRUNO PINHEIRO RODRIGUES

CAPANEMA-PARÁ

2018
DÉBORA WALLENA DE OLIVEIRA SOUZA

RELATÓRIO DA DISCIPLINA

HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA

Relatório apresentado a Universidade Federal do


Pará (UFPA), com objetivo de descrever as
atividades dentro da sala de aula; e todo seu
contexto abordado. Relatando assuntos, temas,
autores e obras.

CAPANEMA-PARÁ

2018
Ao dia 25 de janeiro de 2018 iniciaram-se as aulas da Disciplina Historiografia
Brasileira, ministrada pelo Prof. Dr. Bruno Pinheiro Rodrigues, para o curso de
Licenciatura em História.
Na manhã deste mesmo dia o referido professor apresentou-nos o curso
através de uma aula expositiva, onde expôs a metodologia que seriam aplicadas.
Ainda nos foi exibida uma palestra da autora de vários estudos da historiografia
brasileira Mary del Priore.
À tarde tivemos conteúdos que introduziam as primeiras obras históricas
sobre o Brasil, com os autores Von Martius e Varnhagen. O primeiro escreveu a
obra “Como se deve escrever a História do Brasil”, que, como o próprio título
informa, seriam instruções de quais temas a serem abordados ao se escrever a
historiografia brasileira, e aponta as três raízes brasileiras: Portuguesa, Africana e
Indígena. Em seguida discute-se sobre a obra de Varnhagen “Historia geral do
Brazil”, onde percebemos que o mesmo seguiu os paradigmas que apresentados
por Von Martius. Através da influência positivista nesta obra o autor aponta um Brasil
descoberto pelo homem branco, que trouxe o desenvolvimento da civilização. No
capítulo extraído para análise, podemos perceber que o autor aponta críticas à
escravidão, mas considera que a mesma civilizou o negro, porém fez muito mal as
famílias brancas, enfatizando à má influencia negra que corrompia o homem branco.
No dia 26 de janeiro de 2018, pela parte da manhã, teve-se uma aula
expositiva sobre o Brasil colonial onde o professor abordou temas como o fim da
monarquia e da escravidão no Brasil, e quais implicações foram geradas com esses
eventos, como por exemplo o surgimento dos problemas sociais.
Além dessa aula vimos um autor que falava sobre historiografia brasileira
Capistrano de Abreu, através de sua obra “Capítulos de História Colonial”, onde
podemos observar uma influencia da sociologia. Nesta obra o autor, que é cearense,
rompe com a história política, aborda menos assuntos considerados elitistas, trata
mais sobre a vida humana em si, abordando aspectos do Brasil do interior, e adota o
termo “cultura” ao invés de “raça”.
Ainda nos foi apresentado um documentário de Boris Fausto que fala sobre o
período da monarquia no Brasil, dentre vários itens apontados chama atenção a
dívida com a Inglaterra que o fim da monarquia deixou para o Brasil, a preocupação
com a formação geográfica muito grande do país, e a 1ª Constituição brasileira de
forma autoritária.
Pela parte da tarde tivemos exposição e debates sobre o autor Darcy Ribeiro,
o mesmo traz a proposta de uma cultura sincrética: através de três matrizes. No
documentário “O Povo” brasileiro apresenta detalhadamente o papel de cada uma
das três matrizes através de 04 episódios. No primeiro episódio nos apresenta a
matriz indígena onde mostra um índio que possuía sua organização própria de
sociedade, e sua cultura de autossuficiência através da natureza. No segundo
episódio nos apresenta a matriz portuguesa, os “povos civilizados” que possuía uma
herança de várias outras civilizações e por este motivo era mais propensa a se
miscigenar. Aponta também a tecnologia naval. Em seguida no episódio 03 a matriz
africana que trouxe a variedade cultural do negro. No episodio 04 expõe-se que a
partir da chegada dos europeus ao novo mundo houve uma síntese das matrizes,
essa mistura produziu uma cultura livre.
No dia 27 de janeiro de 2018, sábado de manhã, nos foi apresentado o autor
Gilberto Freyre, o autor de Casa Grande e Senzala, a obra brasileira mais conhecida
no mundo. Esse introduz uma subjetividade e expõe dados qualitativos em seu
texto. O mesmo faz um reelogio à colonização de Vanhagen, porém ao contrário do
mesmo valoriza a mistura de culturas. Assim como Caspitrano menciona as massas
anônimas em suas obras e utiliza-se do conceito de cultura ao invés de raças. A sua
principal critica era que as mentalidades não eram o motor da história do Brasil. O
autor afirmava que o encontro das três raças foi imprescindível para a formação da
identidade nacional.
No dia 29 de janeiro de 2017, assistimos o capítulo IV “O escravo da vida
sexual”, do documentário Casa Grande e Senzal, de Nelson Pereira, onde fala que
para Gilberto Freyre o negro é o principal elemento da miscigenação, onde os
meninos brancos tinham uma fixação pela sexualidade negra. A escravidão negra se
deu pela maior predisposição agrária que o negro possuía em relação ai indígena,
porém a parte mais produtiva era o ventre que produzia a mão de obra escrava. No
documentário podemos ver a questão das doenças venéreas e toda a magia sexual
misturada com a bruxaria portuguesa. Deve-se também ao negro a suavização da
linguagem portuguesa, o domínio da culinária brasileira e a inserção de seu folclore.
o sadismo e o masoquismo foi adquirido pelo menino branco a tratar o negro como
animal, e as mulheres branca eram cercadas por mimos e podiam fazer o que bem
queriam. Contudo no documentário também se afirma que foi o negro que retirou de
nossa cultura a característica sisuda do português, o negro alegrou a vida
doméstica.
Após a exibição do vídeo os alunos Mariana Costa, Marcelo Reis e Wesley
Dantas nos apresentaram um debate sobre o Capítulo I do livro de Gilberto Freyre,
Casa Grande e Senzala. Nesse debate os mesmo abordaram sobre o modelo de
poder constituído através do poderio da casa grande sobre a senzala, abordaram
também sobre as relações propícias à miscigenação bem como o perfil plástico que
o português possuía por já vir miscigenado da Europa.
Após isto os alunos Rafael Guerra e Elielton Renato discursaram sobre o
capítulo 4 da mesma obra que fala sobre o escravo negro na vida sexual, neste
ponto pode se observar aspectos como: todo brasileiro possui traço africano, a
fixação pela ama de leite, a cultura moral superior do negro, sua adaptação mais
fácil ao clima brasileiro, herança da alegria africana, exuberância das danças, as
magias sexuais, as negras responsáveis pela educação dos brancos, o pensamento
patriarcal, a relação entre escravo e senhor, os ciúmes da senhora, o casamento
como ato político, o envelhecimento precoce da mulher branca, a responsabilidade
negra pela sexualidade precoce do homem branco, e a doutrinação católica dos
negros.
No dia 30 de janeiro de 2018 pela parte da manhã, os alunos Ana furtado e
Francy Eudes apresentaram o capítulo 2 “trabalho e aventura” do livro de Sérgio
Buarque de Holanda, Raízes do Brasil, onde dentre os pontos abordados estavam:
uma forma de explicar os Brasil, os tipos sociais de Max Weber, o pioneirismo
ibérico, o sucesso português de colonização versus o fracasso holandês, e o
conceito de trabalhador que procurava mais estabilidade e do aventureiro que
procurava uma riqueza fácil, o aventureiro obteve sucesso novo mundo por uma
influência decisiva na formação que facilitava as adaptações, além das influências
da igreja católica.
Após isto as alunas Thainá Raiane e Aryanny Esteves apresentaram o
capítulo 4 “o semeador e o ladrilhador” do mesmo livro, onde apontaram a
comparação que o autor faz entre a colonização portuguesa e espanhola: onde
Portugal constituiu uma colonização exploratória sem a intenção de povoar as terras
aqui encontradas. O semeador mencionado no título refere-se ao português que
apenas explorava essas terra, e o ladrilhador era o espanhol que organizava uma
colonização mais urbana e planejada.
Teve também a apresentação do aluno Róberto César, que discursou sobre o
capítulo 3 “o homem cordial”, ainda do livro Raízes do Brasil, que aborda, dentre
outros aspectos a visão que se tem do homem cordial, relacionada à essa
informalidade e emotividade do brasileiro, com uma linguagem adocicada,
religiosidade relaxada e propensão a se abrir a outras culturas.
Pela parte da tarde deste mesmo dia além de outras discussões tivemos a
exibição do filme “Uma História de amor e fúria” e fomos indagados a refletir sobre a
luta de classes presente no contexto do filme, e pode-se observar que o filme aborda
o lado histórico que não foi aclamado.
No dia 31 de janeiro de 2018 pela parte da manhã tivemos uma aula
expositiva sobre o positivismo, annales e marxismo no Brasil, e o professor
introduziu sobre o autor Florestan Fernandes, um autor que diferente dos outros veio
da periferia e acreditava que uma teoria social era aquela que oferece a sujeitos
possibilidades objetivas de ações.
A aluna Hamanda Andrade nos expôs sobre o texto de Florestan Fernandes,
o “mito da democracia racial”, onde apontava sobre o papel do negro na cidade de
São Paulo, o mito de que sempre se existiu uma harmonia entre as raças, e a farsa
da igualdade social imposta.
Após isto os alunos Helena Luz e Sidney Castilho, discursaram sobre o
capítulo 2 “As implicações socioeconômicas das independências” do livro a
Revolução Burguesa no Brasil, do mesmo autor. Eles abordaram sobre a
independência como revolução social, o discurso revolucionário versus o sistema
colonial, e o liberalismo como ferramenta para legitimar o movimento das elites, o
continuo jogo de dominação após a republica, porém com novos personagens,
permanecendo a mesma estrutura patriarca e centralizada.
Os alunos Ana Carolina e Rodrigo apresentaram o texto “Historia e
Paradigmas” de Ciro Flamaryon, onde compara os Iluministas e os pós-modernos, e
de como a vida comum não poderia ser entendida pela macro-história, e o
relativismo da verdade.
Vimos também o texto de Durval Muniz que traz críticas diretas acerca do
autor Ciro Flamaryon, onde ele deixa de entrever alguns traços distintivos de nossa
cultura historiográfica, onde acontece uma abusiva adjetivação de conceitos, e
desqualificações, análises equivocadas, e julgamento de certas obras, além de
discorrer que os processos não devem ser avaliados de um só ângulo.
No dia 01 de janeiro de 2018 os alunos Rafael Beserra e Wesley rodrigues
discorreram sobre o texto “História social” da Hebe Castro, que sobre influencia da
escola dos annales discute-se sobre o homem e a sociedade, as disciplinas
auxiliares, a abrangência do campo de estudo, um estruturalismo através do
pensamento coletivo, uma historiografia metodológica, as classes e as relações de
classe, o uso da sociologia de uma maneira criativa e única.
Os alunos Maria Adriele e Raimundo Santana, debateram sobre a “Historia
Economica” de João Fragoso e Manolo Florentino, apontaram que foi um estudo que
foi perdendo a sua popularidade, porém se tornou bastante diversificada, abordava-
se sobre a incoerência deste tipo de história e o questionamento de sua
funcionalidade.
Os alunos Rafael Witalo e Raiana Calado discursaram sobre “História agrária”
de Maria Yedda Linhares, que menciona sobre a importância da geografia e história,
a relação do homem e o tempo, a relação do homem e o meio físico, e a mudança
desses processo em uma escala regional.
Os alunos Izac, Jessica e Bianca falaram sobre o texto “História da
Sexualidade” de Magali Engel, onde apontaram que surgem novos temas e objetos
com novos olhares de estudo, um debate contra estereótipos e paradigmas, uma
abordagem de micro para marco e o protagonismo histórico.
O auno Alessandro discorreu sobre o texto História Urbana de Ronald
Raminelli, que aborda sobre o crescimento da industrialização e propõe soluções
para a vida urbana, novas concepções da sociedade, e mudanças de hábitos em
relação à vida rural.
Juntamente com as alunas Werlane e Janaína Negrão, debatemos sobre o
texto “História da família” de Sheila de Castro Faria que apura resultados
demográficos relaciona a demografia histórica com a pluralidade da história das
famílias, aborda ainda sobre as relações biológicas vinculadas à coabitação, espaço
doméstico, diversidade de tipos ou composição das famílias.
As alunas Nayra e Joyce discorreram sobre a “História do cotidiano e da vida
privada” de Mary Del Priore, onde aparecem os aspectos sobre a separação entre o
privado e o cotidiano, a importância da antropologia para o estudo da vida, além da
relação cotidiano X Vida Provada X Antropologia.
Os alunos Aldilene, Webster e Salete falaram sobre a “História das mulheres”
de Rachel Soihet, onde apontava que havia uma pluralidade das condições de
estudo nesse aspecto, também que mulher numa perspectiva micro histórica
(relacionada a temas mais específicos), a libertação sexual, e a arqueologia como
fontes.
E por fim os alunos Bruno Rafael e Lidyane apresentaram o texto “História
das religiões e religiosidades” de Jacqueline Hermann, abordando sobre as
concepções da filosofia iluminista, dos itens teológico, metafisico e positivo, sobre as
reformas religiosas (calvinismo) X Eclesiastes, relação da fé com a economia, a
diversidade das religiões, e o messianismo brasileiro.

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