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A GLOBALIZAÇÃO DA LINGUAGEM NO CIBERESPAÇO: UMA APROXIMAÇÃO


FALA/ESCRITA POR MEIO DOS PROCESSOS FONOLÓGICOS

Ana Christina Souto Maior – UEPB

A língua é um código dinâmico que evolui juntamente com a cultura dos povos que a usa,
desta maneira, ela se modifica seguindo conquistas e mudanças principalmente quanto ao avanço das
ciências e das tecnologias da comunicação e da informação. Mesmo existindo diversas formas de nos
comunicarmos, a escrita da língua é a que “comprova” a evolução da humanidade, pois registra as
várias expressões, utilizadas em ambientes de trabalho, lazer, familiar e outros, por meio de gêneros
que são criados à medida que surgem novas tecnologias. O registro escrito que é determinado por
regras e normas, existentes em gramáticas tradicionais e em manuais didáticos dentre outros,
determina a homogeneidade na comunicação em uma sociedade heterogênea no pensar, falar e agir.
Apesar de toda a variedade de falares e do próprio léxico, busca-se uma linguagem
“comum/única” aos falantes da língua portuguesa, necessidade mundial devido à globalização que
busca integrar todos os povos, fato este que está sendo atualmente bastante discutido com a reforma
ortográfica da língua portuguesa. No entanto, percebemos um repúdio a “linguagem virtual” como
desvio da norma culta, mas o que realmente acontece é a mudança natural e real da língua a partir do
uso constante e das necessidades sócio-culturais e econômicas, transformações essas apoiadas em
processos considerados pela Lingüística como “essencial para a sobrevivência da língua, tendo em
vista que somente mediante semelhante processo pode o sistema adequar-se às novas exigências
surgidas em face da própria mudança cultural” (CAVALIERE, 2005, p.55).
Um instrumento desta globalização é a internet que promove a comunicação de pessoas
independente da distância física. No entanto, a rapidez e a economia vocabular fazem surgir, neste
ambiente, novas formas de escrita vinculadas à oralidade em uma busca de aproximação tanto do
“imediatismo” da própria comunicação oral quanto da “identificação/homogeneidade” da
informalidade através de expressões usadas na troca de informações.
A partir das reflexões lançamos o seguinte questionamento: quais são os processos
fonológicos mais recorrentes no léxico utilizado e criado na internet? Para tanto, tivemos como
objetivo destacar os processos fonológicos utilizados na formação de palavras características da
comunicação no meio virtual e focalizar no léxico de grande produtividade o avanço da língua
portuguesa, criado a partir dos processos fonológicos. Ao observarmos as palavras que surgem neste
âmbito, constatamos uma linguagem mais prática e dinâmica, apresentando grande similaridade com a
língua falada em busca de rapidez e objetividade no momento da interação. Desta forma,
desenvolvemos nosso estudo apoiados na hipótese de que os processos fonológicos são de grande
importância no processo de criação do “léxico virtual”, tendo como principais os processos
fonológicos que envolvem a supressão de fonemas devido a necessidade de rapidez na comunicação.
Cabe aqui enfatizar que esta é uma pesquisa em andamento que está em seu início.
O objetivo, deste estudo, volta-se para a comprovação de que a linguagem virtual não “surge
do nada”, mas antes parte da oralidade dos internautas que apesar de serem de diversas regiões do
Brasil apresenta uma uniformidade e regras ainda desconhecidas em sua maioria.

1 A linguagem no ciberespaço

A linguagem usada na internet apresenta regras e mecanismos de interação próprios do meio


virtual. A língua escrita usada no ciberespaço – o internetês – tanto pode ser percebida como uma
língua escrita com características da oralidade, como pode ser entendida como uma fala com estruturas
de língua escrita.
Neste trabalho adotamos a concepção de que a comunicação no ciberespaço é uma
oralidade, de um indivíduo linguisticamente constituído, ou seja, “sua fala revelará infalivelmente a
maneira como a comunidade bem definida usa a língua portuguesa, pelo menos com relação à maioria
dos fatos” (CAGLIARE, 2002, P.112), representada graficamente por recursos técnicos informativos-
virtuais. A fala, mesmo situando-se no plano da oralidade, portanto da propagação dos sons
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articulados e com significação, envolvendo aspectos prosódicos, recursos expressivos, tais como
gestualidade, movimentos do corpo e mímicas (MARCUSCHI, 2001, P.25), pode ser representada
semioticamente na Net. Esta maneira de representação da oralidade faz com que aceitemos a língua
que é escrita no ciberespaço como “internetês”, nem escrita, nem fala, mas um estilo “on-line” de
comunicação.
A escrita no ciberespaço tende a uma aproximação com a oralidade, pois a comunicação é
interativa e direta com recursos semióticos na construção discursiva da linguagem. A interação é
realizada por meio dos hipertextos e os internautas utilizando uma nova linguagem com modificações
tanto no código alfabético quanto na escrita oficial, cria novos léxicos em “estilo on-line” devido às
necessidades lingüístico-discursivas.
A linguagem conhecida como “internetês” mescla o oral com o escrito em um “tipo”
específico de “fala” aceita apenas em alguns contextos virtuais. Seria uma “parole/langue”, ou seja,
uma “língua falada com aspectos de escrita”, que se modifica cotidianamente e circula nas
comunicações dos que freqüentemente fazem uso desta nova forma de interagir, ocasionando
mudanças no processo de construção discursiva da linguagem vista por alguns como sendo puramente
um “erro/desvio” da norma culta, necessidades dos adolescentes (maioria dos internautas que criam e
usam esse tipo de linguagem) de se identificar em “grupos/tribos” ciberespaciais com pensamentos,
idéias e emoções transmitidas através de uma linguagem específica que busca representar gestos e
entonações por meio dos emoticons, abreviações, reduções de palavras, acrônimos e neologismos além
de outros recursos como tamanho da letra e agrupamento de sinais de pontuação.

2 Processos “fonomorfológicos”

No âmbito virtual, a linguagem possui outra função além de comunicar que é a de


estabelecer relações de identidade sócio/cultural no plano da expressão e no plano do conteúdo o que
nos faz observar nas formações das palavras, resultantes de consenso entre os internautas organizados
socialmente, mudanças na grafia das palavras, pois, “as formas do signo são condicionadas tanto pela
organização social de tais indivíduos como pelas condições em que a interação acontece” (BAKHTIN,
1997, p.44). Desta forma, os sons são percebidos em relação uns com os outros no que se refere à
distinção de significados, no entanto, são realizados de maneira diferente dependendo do contexto em
que ocorrem. Essa modificação que os sons podem sofrer é denominada “processo fonológico”.
Segundo Souza e Santos (2005, p. 47-51), os sons podem sofrer modificações de forma que
se tornem mais parecidos com sons próximos, adquirindo propriedade fonética que não tinha –
processo de assimilação, neste encontramos processos outros como a nasalização e a harmonia
vocálica – podem se tornar mais diferentes de sons próximos – processo de dissimilação – pode ter
sons alterados numa pronúncia de uma vogal em um contexto átono – processo de redução – sons
podem ser apagados em determinado contexto relacionando limites entre palavras – processo de elisão
– e pode existir uma seqüência de duas vogais idênticas serem pronunciadas como uma só – processo
de degeminação.
Cagliari (2002, p.99-105) apenas cita dentre os colocados por Souza e Santos (2005) a
assimilação e harmonia vocálica, mas apresenta outros processos fonológicos como, desassimilação
que é um processo com características contrárias à assimilação; inserção ou epêntese quando ocorre o
acréscimo de um segmento a um morfema em sua forma básica; eliminação em que há o pagamento
de um segmento da forma básica de um morfema; comutação ou metátese quando ocorre a troca de
posição de um segmento dentro de morfemas; sândi promove a transformação de estruturas silábicas
entre palavras causada, normalmente, devido à queda de vogais ou à formação de ditongos ou, ainda, a
ocorrência peculiar de certos sons.
De acordo com Cavaliere (2005, p.58-61), os processos fonológicos são distribuídos em
quatro tipos que se subdividem: 1) adição; 2) supressão; 3) transposição e 4) transformação. Por
adição, os que têm acrescentados fonemas nas palavras, são apresentados quatro processos – prótese,
quando surge um fonema no início da palavra; epêntese, diz-se do acréscimo de um fonema no
interior da palavra; e paragoge, trata-se da inserção e um fonema no final da palavra. Nos processos
por supressão, aqueles que retiram fonemas, o autor destaca os seguintes processos – aférese, consiste
na supressão de fonemas iniciais; síncope, resulta da ausência de fonema no interior da palavra,
apócope, trata da eliminação de fonema no final da palavra; e crase, processo que consiste em
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suprimir duas vogais idênticas. Nos processos por transposição de acentos e fonemas em palavras o
autor apresenta dois processos – hiperbibasmo, o acento de intensidade ou avança ou recua; e
metátese, consiste na troca de posição de fonemas em uma palavra por questões eufônicas. Já nos
processos por transformação de fonemas em palavras, Cavaliere (2005, p.59) faz referência aos
seguintes processos – assimilação, “consiste na ação assimilatória de um fonema sobre o outro, de que
resulta uma modificação desse último a ponto de dele aproximar-se (assimilação parcial) ou a ele
igualar-se (assimilação total)”, este processo ocasiona alguns fenômenos como a harmonização, o
debordamento e a nasalização/desnasalização; diferenciação, “ruptura da continuidade de uma
posição articulatória, seja segmentando um som único, seja intensificando a diferença entre sons
semelhantes e contíguos”; e dissimilação, processo em que há a alteração do som para diferenciar a
articulação de fonemas contíguos.
A seguir procuramos relacionar os processos fonológicos com os morfológicos por serem
estes decorrentes daqueles, quando representados graficamente. No entanto, não é de nosso interesse,
neste trabalho aprofundar esta comparação.

Quadro I – Os processos de constituição de palavras


Processos Fonológicos Processos Morfológicos
Adição – acréscimo de um Adição – morfemas que são acrescentados ao elemento
fonema a uma palavra. mínimo de significado lexical. Este processo pode ser
por sufixação, prefixação e por infixação.

Supressão – eliminação de Subtração – segmentos da base que são eliminados com


fonemas em palavras. o intuito de expressar um determinado valor gramatical.

Transformação – modificação Reduplicação – morfemas da base que são repetidos,


de fonemas, seja por aproximação com ou sem modificação, em posição antes, no meio ou
de sons, seja por diferenciação de depois da raiz, podendo ser repetida toda a raiz ou parte
sons. dela.

Transposição – mudança de Alternância – segmentos da base que são substituídos


posição de sons e de fonemas em por outros de maneira não arbitrária por serem traços
palavras. que se alternam.

Os processos fonológicos procuram explicar mudanças que ocorrem na oralidade devido a


questões eufônica e de prosódia as quais muitas vezes terminam por influenciar a reconstituição e
escrita das palavras. Diante desta constatação, apresentamos anteriormente no quadro I os processos
fonológicos e morfológicos e observamos uma determinada correlação, assim como há processos que
somam fonemas às palavras, existem os que acrescentam morfemas às palavras; há os que retiram
tanto fonemas quanto morfemas das palavras, pois geralmente escrevemos como falamos. Tanto a
transformação quanto a reduplicação promovem modificações nas palavras e tanto a transposição
quanto à alternância envolvem mudanças de fonemas e morfemas.
Por mais que busquemos uma ligação entre os processos citados anteriormente, não é
possível os compararmos em termos de igualdade, pois os processos dizem respeito a esferas
diferenciadas, mas que estão relacionadas já que oralidade e escrita não são vistas como dicotomias
polarizadas, e sim como continuum, portanto “as diferenças entre fala e escrita se dão dentro do
continuum tipológico das práticas sociais de produção textual e não na relação dicotômica de dois
pólos opostos” (MARCUSCHI, 2001, P.37) (Grifos do autor).
Sendo assim, na prática comunicativa virtual de escrita na Net encontramos um léxico
“reconstruído” de acordo com a oralidade dos internautas que por vezes apresentam variações de um
mesmo item lexical, como em cd/kd (cadê) e kkkkk/rs (risos), já que o domínio é tipicamente da
oralidade, devido ser uma comunicação que apresenta às seguintes características:
contextualizada/situalizada, não-planejada/momentaneamente, imprecisa, não-normatizada e
fragmentária.
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Em textos retirados do ORKUT encontramos as seguintes estruturas:

Exemplo I
Quem sou eu: A miniina da fotoo ao laado...
Poode me adicionaar a vontaadee... Vou adoraar clicar no
NÃO...
Meeus amiigos de verdade sabem coomo eu soou...
=)

No exemplo I, percebemos uma grande recorrência da duplicação de vogais idênticas em um


recurso de prosódia para expressar entonação de sentimentos reforçando a sílaba mais forte miniina,
laado, poode, adicionaar, adoraar, meeus, amiigos, soou, e com este mesmo recurso encontramos
neste e em outros textos o processo fonológico hiperbibasmo em palavras como fotoo, oiiiiiiiê e axoo
em que a o acento de intensidade passa da primeira sílaba para a última reforçando a intensidade da
fala.

Exemplo II
Oi! Kd vc???? Jah saiu??? fala cumigo sinaum fico tristi!!!!

No exemplo II, assim como no exemplo I, percebemos a “reconstituição” de palavras


utilizando o processo fonológico da assimilação. Em termos como minina, a vogal “e” pretônica
harmoniza-se com a alta tônica “i” tendo como decorrência a assimilação total regressiva por estar a
vogal modificada em posição anterior, no caso de tristi e tudu as vogais finais são assimiladas
totalmente pelas vogais iniciais em busca de uma aproximação maior da “acústica real” da palavra.

Exemplo III
Quem sou eu: -----> InVasaUm Du LiGeiroO <--------

MuTivo:CarinhU, respeiTo e Amizadeh pela PrihH


-->DeclracaUm di AmiguU <--
Vou ser bem SinceroO.....Essa Minina é uma Grandi PessOa....
Uma Minina Que entrOu na Minha ViDah de Maneira ke fez eu....
(MuitoO maiS FelizZ)
PessOas Especiais Naum saUm só akelas ke; Sempre estaUm
Kum vC.
sai com vC, Vive kum vC...etcC....
Há PessOas ke Saum Espexiais sÓ pelo fatO de Existirem -->
Assim comU Ocê
tem PessOas ke Kom Palavras Simples Mudam seU Diah...
e cOm Pekenas Atitudes podem Mudar nOssa ViDah...
(PrihH)

Quanto ao exemplo III, constatamos a presença de palavras “reescritas” por processos de


paragoge acrescentando um fonema no final de palavras, tais como: estah, ateh, jah, diah, vidah.
Nestes casos a inclusão do fonema “mudo” – h – em português transmite aos internautas uma
entonação de ênfase perceptíveis em estah, ateh e jah como representação do acento agudo, mas em
diah e vidah a força da palavra tem uma função poética de rima em final de versos, neste caso em
especial no exemplo III.
Quanto à maneira de registrar o som nasal com a forma “um” percebemos dois processos
simultâneos: o primeiro é o processo de diferenciação na intensificação da diferença entre sons
semelhantes e contíguos e o som da nasalização do “a” provoca alteração do timbre no segmento final
da palavra fazendo com que o “o” desapareça e em seu lugar surja o “u” constituindo um ditongo que
tem em seu final a letra “m” marcando mais fortemente o som nasal em um processo de paragoge,
percebido em palavras como: naum, confusaum, saum, estaum.
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Dentre os processos mais recorrentes, sem dúvidas, estão os de supressão, vistos no exemplo
IV a seguir, devido à necessidade de economia e rapidez na comunicação virtual.

Exemplo IV
bia:ei, tuh mandasse um recado pra mim no orkut?? eu soh vi q vc tinha mandaddo mais eu
n vi o q tinha escrito??
bia:n sei pq
bia:o q era??
bia:foi mall, entrei de novo e vi
bia:=)
bia:mas tem uma coisa q n cosegui foi abrir a comu
bia:
bia:;G
bia:eu apertei neh lah no link, ai diise q a comu tinha sido excluido;G
bia:tuh vai pro niver de lary??

Tanto no exemplo IV como nos demais vemos um léxico “reconstituído” por supressão em
processo de aférese – c referente a você, to por estou, tava em lugar de estava e ki como aqui – em que
percebemos a ausência de um ou mais fonemas no inicio das palavras; processos de apócope – maguo
(maguou), escreve (escrever) – em que o fonema final é retirado por questões de ênfase no “o”. No
entanto, o processo de maior recorrência foi o de síncope em que a supressão é feita em fonemas no
interior das palavras – Bjão, dmais, kd, pra – em que o som das letras favorece a compreensão da
palavra.
Ao observarmos as mudanças nos fonemas dos traços distintivos, quanto da prosódia (que
envolve a tonicidade e atonicidade e a estrutura da sílaba), constatamos alterações na morfologia da
palavra. Sendo assim, destacamos o que muda, em que o fonema se transforma e em que contexto esse
processo ocorre.
As mudanças sonoras advindas de fatores sociolingüísticos, estilísticos e pragmáticos,
dentre outros, perceptíveis no internetês, não são realizadas apenas por questões de oposição
fonológica, mas também por aspectos gramaticais o que nos leva a considerar “processos
morfofonológicos” como afirma Cagliare (2002, p.82).

Ao descrever alguns contextos, há a necessidade de se levar em conta, em


alguns casos, não simplesmente os sons precedentes e subseqüentes, mas o
fato do contexto estar ou não ligado a limites externos de palavras (também
chamados de juntura intervocabular), ou pertencer a determinada categoria
lexical ou sintática (por exemplo, verbo no infinitivo, nome etc.). Isto mostra
que alguns processos fonológicos só podem ser devidamente explicados
quando se leva em consideração fatos e natureza gramatical, sobretudo
morfológica (...). Quando uma forma básica lexical serve de motivação para
uma regra fonológica, acontece um processo morfofonológico”.

Dentre os processos morfofonológicos citados por este autor encontramos apenas dois –
Harmonia vocálica – as vogais tornam-se mais semelhantes entre si, em geral, por alguma razão
morfológica, já comentada anteriormente, e Sândi – eliminação de vogais ou formação de ditongos
causando a transformação de estruturas silábicas nos limites das palavras, caso encontrado na
formação da seguinte palavra podeixar (pode + deixar) em que o fonema “de” repetido fundi-se
envolve a juntura intervocabular.
Os processos morfofonológicos só confirmam uma relação entre os processos fonológicos e
morfológicos, no entanto, acreditamos que no caso da linguagem característica do ciberespaço ocorre
o contrário, a influência parte do fonológico para o morfológico, mas são hipóteses ainda não
comprovadas que merecem melhor estudo.

Considerações finais
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Ao constatarmos uma escrita diferenciada na Net, percebemos certa semelhança com os


processos fonológicos nos fazendo refletir nestes processos como base teórica que justificasse o
surgimento das palavras usadas no ciberespaço.
Pelo estudo realizado, mesmo que ainda em fase de iniciação, pudemos comprovar que o
processo fonológico de maior recorrência encontra-se naqueles por supressão – aférese; síncope e
apócope – e tendo nos processos de adição certa representação quanto ao de paragoge.
Acreditamos que a fonologia é uma área que precisa ser bastante explorada para buscar
respostas mais “reais” para questões quanto à criação do léxico virtual e que os processos
morfológicos contribuírão para percepção da recorrências e assim para a caracterização das normas
desta nova grafia o “internetês”.

Referências

BAKHTIN, M. (VOLOCHINOV, V. N.). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: HUCITEC,


1997.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Análise Fonológica: introdução à teoria e à prática com especial destaque
para o modelo fonêmico. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2002. (Coleção Idéias sobre Linguagem)
CALLOU, Dinah e LEITE, Yonne. Iniciação à Fonética e à Fonologia. 10.ed. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 2005.
CAVALIERE, Ricardo. Pontos essenciais em fonética e fonologia. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
(Pontos essenciais)
FREITAS, Maria Teresa de assunção e COSTA, Sérgio Roberto (Orgs.). Leitura e escrita de
adolescentes na internet e na escola. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Tradução
de Carlos Irineu da Costa. Rio e Janeiro: Ed. 34, 1993. (Coleção TRANS).
________ . O que é virtual? Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Ed. 34, 1996 (Coleção TRANS).
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 3.ed. São Paulo:
Cortez, 2001.
SILVA, Thaïs Cristófaro. Fonética e Fonologia do Português: roteiro de estudos e guia de exercícios.
9.ed. 1ª reimp. São Paulo: Contexto, 2008.
SOUZA, Paulo Chagas de e SANTOS, Raquel Santana. Fonologia. In: FIORIN, José Luiz (Org.).
Introdução à lingüística II: princípios de análise. 4.ed. São Paulo: Contexto, 2005, p.33-58.

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