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AULA 11

HUYSSEN, Andreas. Passados presentes: mídia, política, amnésia. In: Seduzidos pela memória:
arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000, p.9-40.

Huyssen inicia o ensaio afirmando que a centralidade da memória como preocupação


cultural e política contemporânea caracteriza uma "volta ao passado" que contrasta com o privilégio
do futuro nas primeiras décadas do século XX. As sociedades ocidentais teriam passado de uma
"cultura modernista" marcada pela primazia dos "futuros presentes", para, a partir da década de
1980, o deslocamento para os "passados presentes". "Este deslocamento na experiência e na
sensibilidade do tempo precisa ser explicado histórica e fenomenologicamente" (p.9).
As reflexões contemporâneas sobre a temporalidade - que focalizam as questões sobre a
memória - tem características que as distinguem dos "paradigmas ocidentais de modernização". A
partir da década de 1960, e principalmente nos anos de 1980 em diante, começaram a surgir
"discursos de memória de um novo tipo” (p.10) – o autor procura restringir sua análise apenas às
sociedades do Atlântico Norte, mas também faz menção às experiências em outros lugares, como na
Argentina, Chile, África do Sul, Leste Europeu etc. "Tais declarações eram frequentemente
entendidas literalmente, mas, no seu impulso polêmico e na replicação do ethos do vanguardismo,
elas apontam diretamente para a presente recodificação do passado, que se iniciou depois do
modernismo" (p.10).
Ao se falar sobre esse boom memorial, seria difícil ignorar a centralidade do Holocausto
nesses discursos. Ele não só é tema de representações variadas, muitas das quais direcionadas para o
consumo de massas, como também é mobilizado para a legitimação de políticas memoriais e para a
intervenção em outras experiências históricas traumáticas que vão além dos seus limites enquanto
acontecimento histórico preciso – a guerra de Kossovo, por exemplo. Esses usos do Holocausto
numa escala global é visto por uma dupla via: assim como pode energizar retoricamente alguns
discursos de memória traumática, a comparação com o Holocausto também pode servir como uma
falsa memória ou simplesmente bloquear a percepção de histórias específicas.
Mas o Holocausto não esgota toda a febre memorial contemporânea. São muitas outras
tramas que tecem uma cultura de memória que a faz distinguir de épocas anteriores. Alguns
exemplos: restauração historicizante de velhos centros urbanos, boom das modas retrô,
empreendimentos patrimoniais, comercialização em massa da nostalgia, a obsessiva
automusealização através da câmara de vídeo, a literatura memorialística e confessional, o
crescimento dos romances autobiográficos e históricos pós-modernos (com as suas difíceis
negociações entre fato e ficção), a difusão das práticas memorialísticas nas artes visuais, entre
outros. "Em suma, a memória se tornou uma obsessão cultural de proporções monumentais em
todos os pontos do planeta" (p.16).
"Não há dúvida de que o mundo está sendo musealizado e que todos nós representamos os
nossos papéis neste processo. É como se o objetivo fosse conseguir a recordação total. Trata-se
então da fantasia de um arquivista maluco? Ou há, talvez, algo mais para ser discutido neste desejo
de puxar todos esses vários passados para o presente? Algo que seja, de fato, específico à
estruturação da memória e da temporalidade de hoje e que não tenha sido experimentado do mesmo
modo nas épocas passadas" (p.15).

"Se a consciência temporal da alta modernidade no ocidente procurou garantir o futuro,


então pode-se argumentar que a consciência temporal do final do século XX envolve a não menos
perigosa tarefa de assumir a responsabilidade pelo passado. Inevitavelmente, ambas as tentativas
são assombradas pelo fracasso" (p.17-18). Diante do fracasso, o autor chama atenção para um
segundo ponto, relacionado ao paradoxo da relação entre memória e passado, isto é, acusa-se a
cultura da memória contemporânea de amnésia e mesmo falta de vontade para lembrar, lamentando
a perda da consciência histórica.
"A acusação de amnésia é feita invariavelmente através de uma crítica à mídia, a despeito do
fato de que é precisamente esta - desde a imprensa e a televisão até os CD-Roms e a Internet - que
faz a memória ficar cada vez mais disponível para nós a cada dia" (p.18). A questão é que essa
maior disponibilidade pode estar acompanhada de um aumento exponencial do esquecimento. E
mais ainda: as relações entre memória e esquecimento podem estar sendo transformadas com o
impacto das novas mídias digitais. Isso faz com que velhas abordagens sociológicas - cita
Halbwachs como o exemplo - "não são adequadas para dar conta da dinâmica atual da mídia e da
temporalidade, da memória, do tempo vivido e do esquecimento" (p.19). A fragmentação de
memórias políticas coloca em questão a possibilidade de formas de memória consensual coletiva, e
se, em caso negativo, como pode-se garantir a coesão social e cultural sem a memória?
Com efeito, a obsessão pela memória traz consigo também o pânico do esquecimento – ao
ponto de não se poder determinar qual dos dois vem primeiro. "Quanto mais nos pedem para
lembrar, no rastro da explosão da informação e da comercialização da memória, mais nos sentimos
no perigo do esquecimento e mais forte é a necessidade de esquecer" (p.20). Propõe a distinção
entre passados usáveis e passados disponíveis (voltará só no final do ensaio). "A minha hipótese
aqui é que nós tentamos combater este medo e o perigo do esquecimento com estratégias de
sobrevivência de rememoração pública e a privada" (p.20). A ênfase na memória tem raízes no
desejo de encontrar ancoragem em um mundo marcado pela instabilidade e fratura do tempo. A
questão que se apresenta é: por quê isso se dá?
A resposta não pode mais ignorar o impacto das novas mídias na cultura da memória
contemporânea. Alguns fenômenos da cultura contemporânea (o exemplo do Holocausto é o mais
emblemático) se localizam justamente nas fronteiras entre memória dramática e mídia comercial.
"O trauma é comercializado tanto quanto o divertimento e nem mesmo para diferentes
consumidores de memórias" (p.22). “Depende muito, portanto, das estratégias específicas de
representação e de mercadorização e do contexto no qual elas são representadas" (p.21). A mídia
não transporta a memória de maneira inocente, mas a condiciona na sua própria forma. "Trocando
em miúdos: o passado está vendendo mais do que o futuro. Mas por quanto tempo, ninguém sabe"
(p.24). Nesse contexto de massificação e mercadorização da memória, como saber se o que estamos
consumindo é realmente lembrança? "Dado que o crescimento explosivo da memória é história,
como não resta dúvida de que será, terá alguém realmente se lembrado de alguma coisa?" (p.24).
Não estaríamos criando apenas ilusões de passados, na medida em que somos marcados por um
presente encurtado pelo lucro e consumo?
O argumento de Huyssen é que não devemos partir da "simples oposição entre memória
séria e memória trivial, do modo como os historiadores algumas vezes opõem história e memória
tout court, memória como uma coisa subjetiva e trivial, fora da qual o historiador constrói a
realidade" (p.21). Essa posição é defendida a partir de uma visão própria sobre a questão da
descontinuidade entre experiência e representação do passado no caso da memória. "Se
reconhecemos a distância constitutiva entre a realidade e a sua representação em linguagem ou
imagem, devemos, em princípio, estar abertos para as muitas possibilidades diferentes de
representação do real e de suas memórias. Isto não quer dizer que vale tudo. A qualidade permanece
como uma questão a ser decidida caso a caso. Mas a distância semiótica não pode ser encurtada por
uma e única representação correta" (p.22). É a própria descontinuidade que dá origem à pluralidade
de representações, isto é, tanto a memória como a história provém de um fundo comum que elas
buscam representar, a partir de procedimentos próprios. Por isso não há sentido em propor uma
oposição radical entre elas. (E o que seria esse fundo comum senão o ser-histórico?).

O argumento dos críticos do capitalismo tardio, na esteira de Adorno (para quem a


mercadorização é o mesmo que esquecimento) é que a cultura da memória contemporânea não
produz “memória real”, nem possui sentido de história. Para Huyssen, esse argumento "deixa muita
coisa de fora". "Algo mais deve estar em causa, algo que produz o desejo de privilegiar o passado e
que nos faz responder tão favoravelmente aos mercados de memória: este algo, eu sugeriria, é uma
lenta mas palpável transformação da temporalidade em nossas vidas, provocada pela complexa
interseção de mudança tecnológica, mídia de massa e novos padrões de consumo, trabalho e
mobilidade global" (p.25). A cultura da memória desempenha uma função nas transformações atuais
da experiência temporal, e isso está ligado ao impacto das novas mídias na percepção e na
sensibilidade humanas. É essa relação que o autor vai explorar.
O autor apresenta então o argumento de Hermann Lübbe, que propôs o conceito de
musealização para caracterizar um processo central para o deslocamento da sensibilidade temporal
contemporânea. Para Lübbe, a musealização não se restringia à instituição "museu" em sentido
estrito, mas tinha se infiltrado em todas as áreas da vida cotidiana. Nesse sentido, ele diagnosticou
um certo "historicismo" da vida contemporânea, pois nunca antes o presente teria ficado tão
obcecado com o passado. A obsolescência rapidíssima dos produtos de consumo (exemplo do
computador que entrou em um museu poucos anos após ter sido lançado) é interpretado por Lübbe e
por Huyssen como provas de um encurtamento radical do presente, "simultaneamente à expansão
da memória do computador e dos discursos sobre a memória pública" (p.28). (Notar que a
expressão "memória do computador" nesse contexto é dúbia: tanto a sua entrada no museu, quanto à
sua memória “interna”). Seguindo a interpretação de Lübbe, surge o paradoxo de que quanto mais o
capitalismo de consumo avançado prevalece sobre o passado e o futuro, mais fraca a sua
autocoesão, e menor a identidade que proporciona aos assuntos contemporâneos. "Há,
simultaneamente, tanto excesso quanto escassez de presença" (p.28).
Huyssen relaciona a musealização de Lübbe com o crescimento do discurso de memória
dentro da própria historiografia. "A minha hipótese é que, também esta proeminência da mnemo-
história, precisa-se da memória e da musealização, juntas, para construir uma proteção contra a
obsolescência e o desaparecimento, para combater a nossa profunda ansiedade com a velocidade de
mudança e o contínuo encolhimento dos horizontes de tempo e de espaço" (p.28). Em Lübbe, o
museu compensa essa perda de estabilidade. Huyssen lembra a proximidade entre essa ideia de
compensação com a leitura de Nora sobre a emergência dos lugares de memória enquanto forma
compensatória de perda dos meios de memória.
É nesse ponto, contudo, que começam as discordâncias de Huyssen. "Esse argumento
conservador sobre deslocamentos em sensibilidades temporais precisa ser retirado de seu marco de
referência binário (lugar versus meio em Nora e entropia do passado versus musealização
compensatória em Lübbe) e empurrado para uma outra direção, que não esteja ligada a um discurso
de perda e que aceite o deslocamento fundamental nas estruturas do sentimento, experiência e
percepção, na medida em que elas caracterizam o nosso presente que se expande e contrai
simultaneamente" (p.29). A ideia conservadora da musealização como compensação é
"demasiadamente simples e ideológica", pois não reconhece que a indústria cultural musealizante e
a mídia vêm desestabilizando qualquer referência segura do passado. Por isso, a própria
musealização também não pode garantir uma estabilidade cultural ao longo do tempo.

Costuma-se lamentar que tenhamos de algum modo "perdido" uma sensação de que o
passado um dia já nos foi claro e seguro, em que a estabilidade primava sobre a instabilidade, em
algum momento pré-moderno. Para Huyssen, no entanto, a questão é outra: "Trata-se mais da
tentativa, na medida em que encaramos o próprio processo real de compressão do espaço-tempo,
para propiciar alguma extensão do espaço vivido dentro do qual possamos respirar e nos mover"
(p.30).
A memória de guerras, genocídios e atrocidades do século XX contribui para que, no final
do século, seja inviável qualquer tentativa de glorificar o passado. Isso levou a que, na virada do
século, houvesse um "aumento significativo de entropia na nossa percepção das possibilidades
futuras" (p.31). Outro processo que contribui para a entropia temporal é a questão do mal-estar, que
se dá em termos diferentes daqueles propostos por Freud no início do século. "Nosso mal-estar
parece fluir de uma sobrecarga informacional e percepcional combinada com uma aceleração
cultural, com as quais nem a nossa psique nem os nossos sentidos estão bem equipados para lidar"
(p.32). Quanto mais rápido somos empurrados para o futuro global que não nos inspira confiança,
mais forte é o nosso desejo de ir mais devagar e mais nos voltamos para a memoria em busca de
conforto" (p.32). (Aqui o autor não está replicando a ideia de compensação para situar a memória
nesse quadro?).
De todo modo, o paradoxo é que as memórias do século XX não oferecem esse conforto.
Isso coloca então a questão de saber quais as condições que temos para satisfazer "aquilo que
considero como a necessidade fundamental das sociedades modernas de viver em formas estendidas
de temporalidade e para garantir um espaço, conquanto permeável, a partir do qual possamos falar e
agir". Para Huyssen, a resposta é muito complexa, mas, "a memória - individual, geracional,
pública, cultural e, ainda inevitavelmente, nacional - certamente faz parte dela" (p.32).
Se a memória ocupa necessariamente um lugar, como garanti-la no contexto das novas
tecnologias de mídia – tanto em termos de arquivamento, quanto de transmissão? O autor traz como
exemplo a fala de um gerente de TI dos arquivos canadense: "É uma das maiores ironias da idade da
informação. Se não encontrarmos métodos de preservação duradoura das gravações eletrônicas, esta
poderá ser a era sem memória" (p.33). E continua Huyssen: "De fato, a ameaça do esquecimento
emerge da própria tecnologia à qual confiamos o vasto corpo de registros eletrônicos e dados, esta
parte mais significativa da memória cultural do nosso tempo" (p.33).
Se pensar a cultura da memória é pensar sobre a imaginação temporal, o impacto das mídias
deve ser visto com esse duplo olhar. Para Huyssen, tais impactos ocorrem na esteira de uma “crise
fundamental de uma estrutura de temporalidade anterior” (p.34), que marcou a “alta modernidade”
com sua fé no progresso. Segundo o autor, "muitas práticas atuais de memória atuam contra o
triunfalismo da teoria da modernização, nesta sua última versão chamada 'globalização'" (p.34).
Essa dimensão política reverbera também na historiografia. "Assim como a historiografia perdeu a
sua antiga confiança em narrativas teleológicas magistrais e tornou-se mais cética quanto ao uso de
marcos de referência nacionais par ao desenvolvimento do seu conteúdo, as atuais críticas de
memória, com sua ênfase nos direitos humanos, em questões de minorias e gêneros e na reavaliação
dos vários passados nacionais e internacionais, percorrem um longo caminho para proporcionar um
impulso favorável que ajude a escrever a história de um modo novo e, portanto, para garantir um
futuro de memória" (p.34).
"Mas, é claro, o passado não pode nos dar o que o futuro não conseguiu" (p.35). Surge então
o risco de uma "epidemia de memória", que leva o autor a voltar a Nietzsche. Mas com a ressalva
de que o atual boom memorial não é da mesma natureza que a febre do final do século XIX, que
poderia ser curada com esquecimento produtivo. Hoje, trata-se mais de "uma febre mnemônica
provocada pelo cibervírus da amnésia que, de tempos em tempos, ameaça consumir a própria
memória. Portanto, agora nós precisamos mais de rememoração produtiva do que de esquecimento
produtivo" (p.35). A isso o autor se refere à imagem de que a febre histórica do século XIX
funcionou para inventar tradições nacionais com vistas à legitimação dos estados-nação imperiais,
ao passo que "as convulsões mnemônicas da cultura do norte do Atlântico de hoje parecem em
grande parte caóticas e fragmentárias, à deriva através das nossas telas” (p.35). Isso suscita
problemas fundamentais, pois as práticas de memória cultural “expressam o fato de que a sociedade
precisa de ancoragem temporal, numa época em que, no despertar da revolução da informação e
numa sempre crescente compressão do espaço-tempo, a relação entre passado, presente e futuro está
sendo transformada para além do reconhecimento" (p.36).

Ao final do ensaio, Huyssen projeta algumas perspectivas de futuro a partir das reflexões
apresentadas. Para o autor, as práticas de memórias locais e nacionais contestam os mitos do
cibercapitalismo global com sua negação de tempo e espaço. "Sem dúvida, desta negociação
emergirá finalmente alguma nova configuração de tempo e espaço" (p.36). Mas isso também traz
um outro lado, sem o qual não é possível traçar uma imagem consistente do futuro global. A
memória continua tendo o seu aspecto próprio, que o autor chama de "memória vivida". “A
memória vivida é ativa, viva, incorporada no social - isto é, em indivíduos, famílias, grupos, nações
e regiões" (p.36). "Não há nenhuma dúvida de que a longo prazo todas estas memórias serão
modeladas em grande medida pelas tecnologias digitais e pelos seus efeitos, mas elas não serão
redutíveis a eles" (p.37). "Insistir numa separação radical entre memória 'real' e virtual choca-me
tanto quanto um quixotismo, quando menos porque qualquer coisa recordada - pela memória vivida
ou imaginada - é virtual por sua própria natureza" (p.37). O lado vivido da memória está em ela ser
"sempre transitória, notoriamente não confiável e passível de esquecimento; em suma, ela é humana
e social" (p.37). Dado que ela está sujeita a mudanças, ela não pode ser armazenada para sempre,
nem protegida seja em monumentos, seja em sistemas digitais de arquivamento.
"O tempo não é apenas o passado, sua preservação e sua transmissão" (p.37). Isso é
colocado para retomar a ideia de distinguir passados usáveis dos passados dispensáveis, para
afirmar que "precisamos de discriminação e rememoração produtiva" (p.37), acrescentando que a
mídia virtual não é essencialmente incompatível com esse propósito. Essa aposta é lançada para
lembrar que o medo e o esquecimento não pode nos dominar, e isso seria a condição para
lembrarmos do futuro, "em vez de apenas nos preocuparmos com o futuro da memória" (p.37).

Memória e verdade
Além dessa “musealização” (veremos que o termo é de Lübbe), a questão da verdade da
memória já se apresenta logo de início: "Mas ao mesmo tempo, é claro, nem sempre é fácil traçar
uma linha de separação entre passado mítico e passado real, um dos nós de qualquer política de
memória em qualquer lugar. O real pode ser mitologizado tanto quanto mítico pode engendrar fortes
efeitos de realidade" (p.16).

Entre Adorno e Benjamin


Objeção ao argumento de Benjamin sobre a "perda da aura" na era da reprodutibilidade
técnica. Para Huyssen, Benjamin "esqueceu-se que a modernização, para começar, criou ela mesma
a sua aura. Hoje, é a digitalização que dá aura à fotografia 'original'". A aura como estratégia de
marketing (exemplo das fotos de Bill Gates). Neste ponto, Huyssen diz preferir a abordagem de
Adorno sobre a indústria cultural. Mas esta também terá seus limites, pois não ajuda a esclarecer o
crescimento do “síndrome de memória dentro da indústria da cultura”, tampouco abre espaço para
se pensar questões sobre a temporalidade no interior das sociedades de consumo – aspecto este que,
para Huyssen, Benjamin traz uma contribuição importante.

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