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Ninguém pode substituí-lo nessa tarefa, nem pais, nem irmãos, nem
amigos, nem psicólogos ou psiquiatras, nem sequer seu confessor.
Claro que ele pode e deve pedir conselhos. Mas a decisão é pessoal,
perante Deus. Por isso é bom fazer um retiro, para descobrir o estado
de vida ao qual Deus nos chama.
Uma conduta mais discreta, mais prudente, mais cristã favorecerá com
mais êxito o cumprimento de suas expectativas, de seus desejos.
A mulher, nesse caso, deve pensar, cristãmente, que não está nesta
vida para “casar-se” mas para ganhar o céu, para conseguir a
felicidade eterna.
O que quero dizer é que Deus talvez queira prová-las neste estado de
“espera” durante toda a vida…
Vamos nos casar. Deus nos chama para colaborar em sua obra
criadora por meio deste sacramento tão grande, por meio deste estado
de vida que é o matrimônio.
O que é o noivado?
Etapas prévias
Além disso, para que essas reuniões sejam efetivas, para que ajudem
à própria formação e evitem perigos, não devem ser motivadas pelo
simples encontro ou entretenimento mútuo. É melhor que tenham
outro fim, como cultural, beneficente, etc.
Encontrando-se
Brincar de amor
Deve-se fugir então deste tipo de relações, muito fáceis hoje em dia
nos ambientes de estudo, de trabalho nos escritórios, nas empresas,
como secretárias, empregadas, etc., que colocam a jovem em contato
permanente com rapazes, na maioria das vezes, pouco dados a
cumprir com seus deveres de cristão e quase sempre mal
intencionados!
O noivado
Mas isso não quer dizer que a jovem deva ficar em casa esperando
pelo príncipe encantado…
O Papa Pio XII dizia com razão “Um afeto mútuo, nascido da simples
inclinação de um para o outro, ou de um mero apreço pelos dons
humanos que se descobre num e noutro, tal afeto, por mais belo e
profundo que se mostre, … não é suficiente nem pode garantir a união
das almas. Somente a caridade sobrenatural, vínculo de amizade
entre Deus e o homem, pode fazer laços que resistam a todas as
sacudidas, a todas as vicissitudes, a todas as provas inevitáveis de
uma longa vida conjugal. Somente a graça divina pode elevar-nos
acima de todas as pequenas misérias quotidianas, de todos os
contrastes ou desigualdades de gostos, de idéias, que crescem como
erva daninha nas raízes da pobre natureza humana“.
Devem ser exigidas outras condições que não sejam a beleza física,
as qualidades humanas.
Estas condições não são fáceis, com certeza, mas nossa fé está em
jogo e, quem sabe, nossa salvação eterna também. Vocês são jovens,
casadoiras, (prontas para se casar e desejosas) e tradicionalistas.
Creio não ser necessário discorrer sobre o que isso significa, mas
consideremos a hipótese de noivar com um rapaz não tradicionalista.
Ele pode dizer: “vou deixar-te em liberdade para praticar tua religião,
mas te advirto de antemão que eu não te seguirei na prática”.
Por isso, com muita razão, o Catecismo Romano ensina que não se
deve reprovar aqueles que, para escolher o esposo(a), acrescentam
às causas primeiras – a procriação dos filhos – outras, que induzem os
homens a preferir uma mulher a outra (ou vice-versa: a mulher preferir
um homem a outro). Que se tenha em conta: “… as riquezas, a
beleza, a nobreza de linhagem ou a igualdade de costumes. Nada
disso repugna à santidade do matrimônio“.
A senhora tem certeza de que o casamento com este jovem não será
obstáculo para que viva na graça de Deus e cumpra todos seus
deveres para com Ele, que é a suprema aspiração que a senhora deve
ter?
Acha que nunca e por ninguém mais – a não ser Deus – a senhora
poderá sentir um amor maior do que o que sente agora por ele?
Acha que a firmeza do amor que sente agora não diminuirá com o
tempo à medida que vá conhecendo a pessoa amada? Pelo contrário,
aumentará cada vez mais à medida que o conhece melhor?
Um princípio geral que esclareceremos aos poucos, nos diz que: “são
lícitos aqueles atos que segundo os costumes católicos de uma região
são comuns entre os noivos”.
Quais? “Aquelas que uma irmã tem com um irmão, e mesmo assim,
com maior reserva”, nos diz um autor que fala sobre o assunto.
Os noivos ainda não são esposos. Muitas coisas que entre os esposos
são permitidas, são pecados graves entre os noivos ou pelo menos
ocasiões voluntárias de pecado, perigo de pecados graves, dos quais
estão estritamente obrigados a afastar-se.
É por isso mesmo que a moral católica ensina que os beijos na boca
são pecado mortal por ser lugar sumamente excitante, e que os beijos
demorados, repetidos com freqüência, dados entre pessoas de sexos
distintos, ordinariamente são pecados graves porque levam consigo
grande perturbação. Além disso, procedem de um afeto libidinoso
(entre solteiros raramente têm outro motivo). Assim sendo, estão
proibidos aos noivos.
Assim, fica claro que os noivos que queiram conduzir a bom porto seu
noivado, só lhes é permitido, com reta intenção, as demonstrações de
afeto nas partes honestas no corpo (naquelas que segundo um são
costume, sem ofensa do pudor, se expõem à vista de todos (o rosto,
as mãos, etc.) E mesmo assim, se houver perigo de consentimento em
deleites impuros, devem abster-se até destes.
Quando uma jovem encontrar o homem que Deus lhe destinou, vão
ambos à Igreja, ao Priorado e, de joelhos, ofereçam a Cristo
sacramentado o desejo de manter um noivado casto, com relações
puras, santas, pedindo as graças necessárias para preparar um lar
feliz e católico. Que os dois cheguem ao altar sem ter que se
envergonhar de nada durante este tempo de preparação para o
matrimônio, comprometendo-se a ajudar-se mutuamente, a frear as
tentações do outro com severidade e decisão, com firmeza…
Para que Deus lhes ajude há que ser prudente: quando se virem, que
não seja em lugares solitários, mesmo na própria casa quando não
houver ninguém; não freqüentem lugares inconvenientes, nunca saiam
sozinhos de férias, para caminhadas, acampamentos, longos trajetos
de carro. Os passeios solitários não devem ser permitidos. Nada de
lugares solitários e escuros. Tudo isso é colocar-se voluntariamente
em ocasião de pecado.
Ele dirá que nos ama, que somos seu único e total amor, mas
acrescenta: “você não me quer; parece que não lhe interesso, é tão
fria comigo”. Ataca os sentimentos para vencer a noiva; exige uma
prova de verdadeiro amor…, de fazer o que só está permitido no
casamento e para o qual Deus o instituiu. E muitas caem porque
temem um dua serem abandonadas pelo noivo. Se ele lhes pedir essa
“prova” tenham certeza absoluta que o sujeito não presta e que devem
romper o noivado imediatamente.
Pois bem, querem uma prova certa do amor do noivo? Não lhe permita
nenhuma demonstração que não permitiriam diante de seus pais, de
seu irmão.
Idade conveniente
Aparece aqui então a questão da idade. Em que idade pode-se
começar um noivado entre jovens católicos?
Um autor nos diz que é a idade quando “a vida já deu às pessoas uma
sensatez, uma prudência e uma visão da realidade que não se pode
ter em tenra idade”. Querer “ter um noivo” antes dessa idade é como
comer fruta verde; e todos sabem o que acontece quando se come
fruta verde… produz dores e mal estar.
O melhor é que ele seja um pouco mais velho do que ela, alguns anos,
não muitos, no máximo de quatro a seis anos.
Se for muito mais velho, não será fácil a acomodação mútua; talvez já
tenha algumas “manias de solteirão” difíceis de serem vencidas por
ele e suportadas por ela. Além disso, há o risco de tornar-se viúva,
jovem ainda, prejudicando a educação dos filhos.
Tempo do noivado
A que me refiro eu? A que a jovem que está noiva deve ser fiel a seu
noivo e não entrar em jogos perigosos com outros jovens com quem
poderá, sim, conservar a amizade, mas nunca entrar em intimidades,
confidências, conversações ou insinuações que despertem neles
sentimentos perigosos, alimentem expectativas ou provoquem
situações que não correspondem a sua atual condição de noiva
católica que se prepara para o casamento.
Que sob vosso olhar nos respeitemos até o momento em que, pelo
matrimônio, nos pertençamos mutuamente e desde então até o fim de
nossas vidas. Por Jesus Cristo Nosso Senhor, Amém“.
Outra oração que poderiam rezar juntos aqueles que queiram ter um
noivado católico é a seguinte:
“Senhor Jesus, Vós que dissestes que onde dois ou três se reunirem
em vosso nome, ali estaríeis Vós, e o que pedissem ao Pai, Ele o
concederia, acercai-vos de nós e escutai nossa prece. Em vosso
nome unimos nossos corações e nossos desejos; em vosso nome,
porque consideramos nosso amor como dádiva vossa. Cremos que
vós nos unistes, cremos que vós presidis nossa afeição, cremos que
vós nos protegereis da ilusão. Vinda, Senhor, elevai ao Pai nossa
oração. Vós conheceis nosso desejo mais íntimo: queremos que essa
unidade que estreitastes entre nós seja duradoura e santa, que imite
de algum modo aquela Unidade que Vós, com o Pai e o Espírito
Santo, possuís e possuireis eternamente. E nesta unidade, Vós o
sabeis, o sonho de um novo lar, de um Nazaré com a pureza e
humildade de Maria, o trabalho e o esforço de José e vossa presença
e imagem com nossos filhos, nascidos para Vós, e quantos Vós
quiserdes nos enviar. Senhor Jesus, nossa gratidão só vos pode
oferecer esses pobres corações de terra, cheios da ilusão mais pura, a
fim de que Vós os bendigais com aquela bênção milagrosa de Caná.
Convertei, Senhor, nosso amor de hoje, limpo e simples, em fecundo e
doce vínculo matrimonial. A Mãe do Belo Amor intercede por nós. Ela
se compadece de nós e nos ama. Vós fareis o milagre. Para que
creiamos mais em Vós, na glória de vosso Pai e nosso, que convosco
e o Espírito Santo vive e reina por todos os séculos dos séculos.
Amém“.
O que todos fazem, o que se vê sempre nos filmes, o que foi lido em
algum livro, o que fala algum teólogo famoso, não justifica nunca
atitudes contrárias às normas da moral católica.
LAUS DEO