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MANIPULAÇÃO DA IMAGEM FEMININA: REALIDADE FOTOGRÁFICA


DISTORCIDA1

RESUMO: Este artigo tem como objetivo principal a compreensão da figura


feminina, em peças publicitárias, subjulda e esteriotipada e até mesmo
distorcida pela mídia e padrões de belezas socialmente impostos pela
sociedade. Nesse contexto, a mulher é subetida à padrões corporais perfeitos
através do uso de ferramentas de edição utilizada por profissionais da
fotografia, o PHOTOSHOP. Para atingir este objetivo serão analisadas peças
publicitárias tendo por base autores da área da fotografia e da propaganda a
fim de evidenciar a forma exagerada do artifício da manipulação.

PALAVRAS-CHAVE: Manipulação de imagem; fotografia; padrão de beleza;


mulher; publicidade.

INTRODUÇÃO

Historicamente, vivemos em uma sociedade em que a busca pelos padrões


de beleza estabelecidos socialmente pode ser caracterizada como uma busca
desenfreada. É mister destacar que a mídia exerce forte influência neste processo
e que especialmente as mulheres, são alvos deste determinismo ligado à imagem
ideal: corpo sarado, sem estrias, flacidez, gorduras locaizadas, manchas na pele
ou até mesmo marcas do tempo. Esta padronização ocorre muitas vezes da ilusão
que uma imagem, em sua grande maioria publicitária, reproduz.
Além de processos cirúrgicos e maquiagens, os recursos de edição de
imagem em programas que promovem grandes alterações, como o PHOTOSHOP,
por exemplo, que altera tudo o que é considerado “imperfeito”, trazendo aos olhos
do público uma realidade manipulada, uma ilusão.
Entendendo que o uso dessa técnica de forma abusiva é um dos motivos
pelos quais um padrão de beleza que não condiz com a realidade, buscaremos
responder com a realização desta pesquisa, as seguintes questões: até onde a
manipulação é considerável aceitável? Como uma imagem padrão aparentemente
produzida para a venda pode manipular e afetar a mente, trazendo uma frustração
e um desconforto nas mais variadas mulheres e seus biótipos que jamais
conseguirão se encaixar nesse formato?
PADRÕES DE BELEZA NA SOCIEDADE
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Artigo realizado por Cristiane Martins Lopes de Souza para cumprir as exigências da disciplina
“Metodologia de Pesquisa” do curso “Publicidade e Propaganda” da Universidade Católica de
Pernambuco, lecionada pelo Prof. Jarbas Agra.

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Ao longo da história da humanidade podemos perceber a existência de


diferentes conceitos e padrões de beleza impostos socialmente. Na Pré-História, o
corpo era percebido como uma arma de sobrevivência, e tinha como principal
objetivo a caçar e correr dos predadores, mas nas primeiras civilizações, os
treinos e as atividades sempre estiveram voltados a necessidades coletivas, como
guerrear.
Já em outros períodos históricos, a religião determinou a visão coletiva
sobre as questões relativas ao corpo humano. Mas, destacamos que somente
entre os séculos XV e XVI surgiu uma nova perspectiva, mais individualizada, um
processo que perdura e se radicaliza até hoje (WEIGL, 2014).
Historicamente, na Grécia antiga o padrão de beleza era definido por
medidas proporcionais. Cabe aqui destacar que essa regra era determinada em
diferentes aspectos: beleza feminina, arquitetura, artes, etc.
Na idade média, a beleza representada pela nudez passa a ser definida
através de formas recatada e conservadora devido à influência judaica e cristã.
Em contraponto ao momento histórico anterior, as obras de arte mais escondem
que evidenciam os corpos Neste contexto, a beleza, agora estava ligada ao
espírito, a moralidade e a roupas longas, onde as mulheres, inspiradas no modelo
da virgem Maria, são consideradas belas. Sob a influência da Igreja, foram
abandonados os hábitos de higiene e saúde herdados dos gregos e romanos.
WEIGL (2014) argumenta que qualquer preocupação estética, neste período, era
vista como afronta às leis divinas.
Em 1450, através dos estudos e pesquisas de Leonardo da Vinci, o Homem
Vitruviano expressa as proporções matemáticas do corpo humano. Esses estudos
foram realizados através do dissecando cadáveres, onde foram produzidos
desenhos sobre o funcionamento de órgãos, ossos e músculos (WEIGL, 2014).
Já no renascimento, é possível perceber o resgate dos valores humanistas
e artísticos da Antiguidade, bem como o apreço pelos padrões de beleza. Virgem
Maria, figura feminina presente na idade média, é substituída por representações
da deusa Vênus, ninfas e semideuses despidos. Aqui, as mulheres exibem longos
cabelos, formas roliças e voluptuosas e até uma barriga pronunciada (WEIGL,
2014).

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O conceito de belo nos anos de 1920 exalta as medidas mais proporcionais,


como cintura, seios e quadris. As mulheres, incorporadas ao mercado de trabalho,
adotaram um visual andrógino2, com cabelos curtos e seios e quadris disfarçados
em vestidos retos Neste período surgiu a expressão sex-appeal. Neste conceito a
sensualidade estava voltado ao jeito de andar, de falar e até de encarar os
homens (WEIGL, 2014).
Dos anos 1980 a 1990 o excesso de preocupação com o corpo se
manifestou com mais vigor. Neste período, as top models são magras e altas, com
corpo e curvas nas medidas e aparentemente mais saudáveis apresentam um
corpo esbelto. Destacamos, neste sentido que os seios eram cada vez mais fartos,
e, muitas vezes, eram utilizadas próteses se silicone. (SEMIS, 2014)
John Berger no documentário “Modos de ver”, esclarece sobre os diferentes
modos como as mulheres são vistas. Elas foram obrigadas a serem cuidadosas
em sua postura frente à sociedade, tanto pelo comportamento quanto pela
aparência física. Pois, a sua aparecia diante dos outros, e especialmente para a
classe masculina, determinava o que ela era.
Neste sentido, Berger (1972) argumenta que
As mulheres encontram-se constantemente observadas, e isso
atua como um espelho, que lhes fazem lembrar como se veem ou
como deveriam ser. Por trás de cada olhada há um juízo.
(BERGER, 1972)

A COMERCIALIZAÇÃO DO CORPO IDEAL

A publicidade tem o poder de projetar uma imagem desejável. Por isso não
vende apenas um produto, vende valores que influenciam nosso sonhos e ideais.
Essa forte influencia é percebida em todos os seguimentos da sociedade mas,
destacamos, aqui, o universo feminino.
Segundo Del Priore (2000), grande parte da população brasileira consome
uma imagem que é difícil de ser alcançada e isso ocorre através do que o autor
conceitua como a banalização da beleza.

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Que apresenta características sexuais ambíguas. Que ou quem não tem características
marcadamente femininas nem marcadamente masculinas, ou tem características
consideradas do sexo oposto (Dicionário Aurélio de Português).

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A mídia/publicidade enquanto campo de atuação profissional, apresenta


suas especificidade e por isso, para os profissionais da área, existe a necessidade
da perfeição nas imagens vinculadas nas propagandas midiáticas. Porém, no que
se refere ao corpo humano, com a função de encantar e vender seus produto e
ideias, são apresentadas fotografia e imagem com um ideal que parece possível
de ser atingido, mas que consideramos impossivel de ser alcançado.
A busca pelo alcance do corpo ideal se torna inalcançável. Para mascarar
as ditas imperfeições dos corpos são utilizads diversos fatores e artifícios
profissionais nos bastidores, antes de fotografar, com maquiagens e na pós-
produção com o uso, por exemplo, do photoshop.
As campanhas de moda em suas fotografias não mostram com naturalidade
do corpo feminino. Qualquer “defeito” como celulite ou manchas são rapidamente
retirados pois, esteticamente não valorizam o material que será produzido.
(CASTILHOS, 2008)
Quando o indivíduo olha um corpo através dos sistemas de
circulação dos sentidos no grupo cultural, ele vai interpretar esse
objeto ou evento como um “corpo” (humano) e não com um
amontoado de linhas, formas, pedaços, cores, cheiros, etc., como
se não fosse um caos de informações. Um “corpo” é uma
construção social e cultural, cuja representação circula no grupo,
investida duma multiplicidade de sentidos. Esses sentidos por
vezes reafirmam, por outras se ampliam ou remodelam e por,
outras ainda, enxugam ou, mesmo, desaparecem. Mas de
qualquer forma, as representações se formam de acordo com o
desenvolvimento humano num dado contexto sócio- histórico.
(PERUZZOLO, 1998. p.86)

Corroborando com essa perspectiva, concordamos com Berger (1972)


quando argumenta que desde a pintura europeia há exagero, e idealizações do
corpo ideal de mulheres irreais. São maravilhosas pinturas que não representam
seres humanos. É sempre sobre como alguém te vê. (BERGER, 1972 )

MANIPULAÇÃO DE IMAGEM: O USO DO PHOTOSHOP

O PHOTOSHOP é um software considerado hoje o líder no mercado dos


editores de imagens profissionais. Esta ferramenta possui recursos considerados

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valioso, das quais destacamos: retocar, modicar detalhes ou modificar


drasticamente qualquer imagem de acordo com a vontade e necessidade de quem
o utiliza.
Este software foi inicialmente criado pelos irmãos Thomas e John Knoll em
1987, como ferramenta de manipulação de imagens. Posteriormente foi atualizado
e passou a fazer retoques básicos. Em nossas análises, este aplicativo mascara e
distorce a realidade pelo uso exacerbado de cores, texturas, formas, filtros e
aparência que alteram a imagem real e produzindo assim propagandas
enganosas, artificiais. Esse uso desenfreado revela uma sociedade doente,
consumida pela necessidade de impressionar e cega pela vaidade. (SINA, 2012)

LEI DO PHOTOSHOP

Anunciantes e celebridades vem desmontando incomodo quanto a falta de


autenticidade dos anúncios veiculados na mídia. Recentemente entrou em vigor,
na França, uma lei determinando que toda e qualquer imagem publicitária em que
os corpos dos modelos tiverem sofrido qualquer tipo de alteração feita por
programas de imagens digitais deverá ter uma tarja com a mensagem
“Photographie retouchée” (foto retocada).
Em vários lugares do mundo, como Israel, Austrália, Reino Unido, o uso de
sinalizações também passou a ser obrigatório e por vezes anúncios são proibidos
conta do excesso de alteração nas imagens a eles vinculadas.
Nos Estados Unidos, a aliança #SeeHer, da Associação Nacional dos
Anunciantes, almeja que, até 2020, no mínimo 20% de todas os anúncios de
publicidade contenham imagens originais, sem retoques. “É preciso bom senso no
retoque de imagens”, declara Thomas, criador do photoshop, que apoia a causa.
Um importante banco de imagens do mundo, o Getty Images recentemente
atualizou seus termos de serviços, declarando que será proibido o uso exagerado
das edições tendo como propósito diminuir ou aumentar as formas físicas dos
modelos. “Nossas percepções são muitas vezes moldadas pelo que vemos:
imagens positivas podem ter impacto direto na luta contra estereótipos, criando
tolerância e capacitando as comunidades para se sentir representadas na
sociedade”, disse um comunicado da empresa.

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Celebridades como Gisele Bündchen, Demi Lovato, Ashley Graham, Lady


Gaga apoiam a causa. Essas celebridades alegam que se sentem lesadas e
protestam o uso em suas fotos alegam que não se reconhecem a própria imagem,
fazendo o apelo aos autores/fotógrafos para que diminuam o uso e em alguns
casos até os proíbem. “... sinto que as mulheres devem ser mais reais e cruas,
coisa que não acontece mais. Nossas imperfeições nos tornam únicas e bonitas”,
declarou a modelo Gisele Bündchen.

PEÇAS PUBLICITÁRIAS – ANÁLISE

Imagem 01: Atriz Carol Castro, para a capa da revista “Boa Forma”. Na foto some
a tatuagem, a barriga é alterada, a textura da pele muda, e ganha um tom
diferente, mais bronzeado.
A tatuagem é facilmente excluída quando, no software em questão, é usado o
recurso “carimbo” ou “stamp”, onde é selecionada a parte da pele que se deseja
copiar para cobrir a parte indesejada. A mudança na barriga se dá da mesma
forma. No tom da pele é alterada a temperatura de cor, aumenta-se a saturação e
também o contraste, há também filtros instantâneos que causam o mesmo efeito
de forma mais prática.

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Fonte: http://entretenimento.r7.com/famosos-e-tv/noticias/vaza-imagem-de-carol-
castro-sem-photoshop-20100611.html

Imagem 02: Aqui é perceptível a mudança nas medidas e nas marcas de


expressão no rosto da modelo, a tornado assim muito mais jovem.
Para retirar as marcas de expressão pode ser usado o recurso carimbo também,
mas o usai mais comum entre os profissionais é o recurso chamado “pincel de
recuperação correção para manchas” conhecido vulgarmente como “band-aid” e
também o “pincel de correção”, ambos fazem o mesmo efeito, só que o band-aid
de forma mais grosseira, enquanto o pincel de correção seleciona e copia o tom
de pele de forma mais detalhada.
As medidas são reduzidas com um recurso chamado “dissolver”, dentro desse
recurso há outros que aumentam ou reduzem as formas, dentre eles, no caso de
redução, usa-se a “ferramenta deformação progressiva” e/ou a ferramenta
“enrugar”. É engraçado reparar que a opção “ferramenta deformação progressiva”
tem como ícone uma mão, onde o “empurrãozinho” dado por ela faz coisas como
afinar cintura, aumentar quadril, entre outra coisas.

Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/manchetes-anteriores/projeto-
adverte-essa-mulher-foi-retocada/

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Imagem 03: Cantora Lady Gaga na capa da revista Glamour."Senti que minha
pele parecia muito perfeita. Senti que meu cabelo parecia muito macio... Eu não
pareço assim quando eu acordo de manhã”, disse ela sobre a foto.

Fonte:http://revistamonet.globo.com/Listas/noticia/2017/02/como-celebridades-
internacionais-responderam-polemicas-sobre-o-uso-de-photoshop.html

CONCLUSÃO

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O PHOTOSHOP enquanto ferramenta de trabalho pode ser considerado um


instrumento que faz parte do processo artístico da fotografia. Não pretendemos
com esta pesquisa apoiar aqui a sua proibição, apenas indicar que seu uso ocorra
com moderação.
Concluímos que o uso do PHOTOSHOP apresenta aspectos negativos
quando mascara a realidade das imagens expostas a sociedade e vendem
realidades inventadas, alteradas artificialmente, assim sendo na maioria das vezes
impossíveis de se alcançar.
Concluímos, ainda, que esse software é reflexo da sociedade superficial
que alteram-se formas e características naturais da mulher. Devido aos padrões
impostos de belezas impostos socialmente e expostos pela mídia, o bonito só é
bonito se houver similaridade com a perfeição que circula nos anúncios e
propagandas publicitárias.
Portanto, assinalamos que é necessária a análise profunda das peças
publicitárias, a fim de verificar o que é considerado moderado e o que é ilusório.
Dessa forma, através dos limites determinados para as manipulações na imagem,
principalmente do corpo feminino, poderiam ser evitadas a tentativa de
domesticação do corpo da mulher, bem como o processo doentio enfrentado pelo
público feminino em busca pela perfeição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ASTUTO, B.Gisele Bündchen faz campanha contra o excesso de Photoshop


na moda. Acesso em 28.11.17. Disponível em:
http://colunas.revistaepoca.globo.com/brunoastuto/2013/05/28/gisele-
bundchen-faz-campanha-contra-o-excesso-de-photoshop-na-moda/

BERGER, J. Modos de ver – La mujer em el arte [episódio 02]. Acesso em


25.11.17. Disponível em: https://youtu.be/MDcyd_9Y9Yc

CASTILHOS, D. Corpo feminino: construção da mídia? Acesso em 28.11.17.


Disponível em: www.efdeportes.com/efd120/corpo-feminino-construcao-da-
midia.htm.

DEL. P, MARY l: Corpo a corpo com a mulher - pequena história da


transformação do corpo feminino no Brasil. São Paulo: Senac, 2000.

PORTAL R7: Adeus, Photoshop? Na França, revistas terão de avisar se


usarem retoques digitais nas fotos. Acesso em 28.11.17. Disponível em:
https://meuestilo.r7.com/adeus-photoshop-na-franca-revistas-terao-de-avisar-
se-usarem-retoques-digitais-nas-fotos-10072017

REDAÇÃO HYPENESS: Getty Images vai banir o uso de photoshop em


modelos para promover auto estima. Acesso em 26.11.17. Disponível em:
http://www.hypeness.com.br/2017/10/getty-images-vai-banir-uso-de-photoshop-
em-modelos-para-promover-autoestima/

Revista Monet: Como celebridades internacionais responderam a polêmicas


sobre o uso de Photoshop. Acesso em 27.11.17. Disponível em:
http://revistamonet.globo.com/Listas/noticia/2017/02/como-celebridades-
internacionais-responderam-polemicas-sobre-o-uso-de-photoshop.html

SEMIS, L. Como o conceito de beleza se transformou ao longo dos séculos?


Acesso em 28.11.17. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/3414/como-o-conceito-de-beleza-se-
transformou-ao-longo-dos-seculos

SINA, A. Usar Photoshop é enganar o consumidor? Acesso em 27.11.17.


Disponível em: https://www.mundodomarketing.com.br/artigos/amalia-
sina/25959/usar-photoshop-e-enganar-o-consumidor.html

WEIGL,W. Entenda as mudanças de padrão de beleza ao longo da história. In: Revista


Eletrônica Guia do Estudande. Publicado em 29 abr 2014. Acesso em 27.11.17.
Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/entenda-as-
mudancas-de-padrao-de-beleza-ao-longo-da-historia/

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