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Pilares Técnicos
Abordagem da manutenção
Contínua Intermitente
A manutenção pode vir a reparar uma falha súbita, caso em que não é planejada e responde
completamente aos erros da máquina; pode tambêm ser planejada. A manutenção das falhas leva
a máquina ou o componente ao máximo nível de estresse, capaz de gerar um rompimento tal em
sua área interna e, assim, causar a perda por danos.
Tempo
Restauração Nova
restauração
Deterioramento
Avaria
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Professional Maintenance
Manutenção melhorativa
Tipologia mix de manutenção
Manutenção preditiva
Manutenção cíclica
Manutenção por avaria
Na presença de um tipo de organização em que os equipamentos não são essenciais e são, contudo,
uma forte presença de mão-de-obra, como na Unidade Operativa Montagem, a melhor combinação é
aquela que prevê uma manutenção autônoma de base, limpeza, lubrificação, inspeção, manutenção
a falhas e uma presença menor de manutenção periódica, preventiva e corretiva.
Contudo, na presença de um tipo de organização em que os equipamentos são essenciais, como
uma Unidade Operativa Funilaria ou Pintura, a melhor combinação é constituída de uma manutenção
autônoma de base, nenhuma manutenção às falhas, muita manutenção periódica, preventiva e
corretiva.
Custos de
Produção e
Manutenção
Custos
min
Custos de
Manutenção
Mix ótimo
min
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5.4 Objetivos
O sistema de manutenção profissional se propõe a:
maximizar a confiabilidade dos equipamentos a custos econômicos;
minimizar as perdas referentes a problemas de segurança e de qualidade através da melhoria da
confiabilidade;
reduzir as atividades de manutenção não-planejadas e reconduzi-las somente às máquinas não-
prioritárias;
utilizar a combinação justa das diversas práticas de manutenção (Manutenção Autônoma,
Breakdown Maintenance, Time Based Maintenance, Conditions Based Maintenance) para estabe
lecer e manter a melhor condição dos equipamentos com os menores custos e a maior eficácia;
aumentar o peso percentual da manutenção corretiva, preventiva e de melhoria;
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Professional Maintenance
STEP 7
Atividade preliminar de
STEP 6
STEP 0 preparação Gestão dos custos de
manutenção. Construção
STEP 5 de um sistema de
Construção de manutenção melhorativa
um sistema de
manutenção
Construção de
STEP 4 preventiva (CBM)
um sistema de
manutenção
preventiva cíclica
Eliminação e
STEP 3 (TBM)
As atividades dos três primeiros steps têm o propósito de estabilizar o tempo médio entre as falhas
- MTBF (Mean Time Between Failures) através da eliminação e da prevenção da degradação
acelerada, análise das falhas e a definição dos padrões de manutenção preventiva. A abordagem
é aquela da manutenção preventiva. Ao término dos três primeiros steps as falhas sobre as
máquinas críticas devem ser levadas à zero.
O steps 4 e 6 têm o propósito de prolongar o ciclo de vida das máquinas através de atividades de
manutenção corretiva e preventiva.
O step 5 tem como propósito restaurar o deterioramento periodicamente, através da construção
de um sistema de manutenção preventiva.
O step 7 tem o propósito de institucionalizar o sistema de manutenção, de gerí-lo e avaliá-lo.
5.6 Os atores
No estabelecimento é nomeado o líder do Pilar de manutenção profissional e ativada a equipe
constituída dos facilitadores do pilar nas diversas Unidades Operativas e das Responsabilidades das
Engenharias de produção e da Manutenção. Em cada uma das Unidades Operativas são ativadas
as equipes operativas de PM, das quais participam os técnicos da manutenção e os gerentes,
especialistas em engenharia e a equipe líder de manutenção.
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5.7 Os steps
5.7.1 Step 0 Atividades preliminares de preparação
Este step se propõe a criar um sistema para a gestão da manutenção completa de mapeamento
e classificação dos equipamentos e das máquinas; os procedimentos a seguir em caso de falha;
o sistema de recolhimento dos dados e de documentação; a modalidade de gestão dos EWO,
Emergency Work Orders, ou seja, das ordens de trabalho que são emitidas em caso de falha;
a preparação das infra-estruturas necessárias tal como os box de manutenção; o sistema
computadorizado para a gestão da manutenção integrada: com a gestão das peças de reposição e
a gestão dos lubrificantes; a modalidade de monitoramento dos KPIs.
Atividade
Ferramentas
Classificação das máquinas com a metodologia TGPC - Tempo médio de reparação (MTTR), Grau
de Influência, Probabilidade do evento, Nível crítico.
Os equipamentos são classificados segundo o tempo de reparação; o nível de influência sobre
qualidade, sobre a segurança, sobre o ambiente, sobre a perda de energia; a probabilidade da falha
e o nível crítico do equipamento relativo às subseqüentes paradas de linha.
Utilizando os critérios que aparecem na figura seguinte, é obtida uma lista das máquinas classificadas
segundo os tipos AA, A, B e C:
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Professional Maintenance
Sistema EWO
O sistema EWO é utilizado para registrar todos os detalhes relativos a uma falha. É dotado de
instrumentos para encontrar a verdadeira causa (5 W e 1H, 4 M).
O sistema deve ser criado de modo a assegurar que todas as informações colhidas durante a
gestão do EWO sejam formalizadas e arquivadas.
Neste step é fundamental preparar e realizar a formação da equipe de manutenção sobre a utilização
dessa ferramenta.
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Não Não
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Definições
Utilizado para
ÍNDICE
medir
MTTR
(Tempo Médio para Tempo Total de Reparação
_____________________________
Mantenibilidade
Reparação) Número total de interventos
MTBF
(Tempo Médio Entre Disponibilidade Tempo de funcionamento - Tempo da avaria
Falha) Número total de avarias
Atividade
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Para cada componente é necessário fazer uma estratificação e indicar as informações julgadas
mais importantes: o nome e as características técnicas do componente, o número de desenho, o
nome do fornecedor, o TBF (Time Before Failure).
Output
Ferramentas
EWO.
Quick Kaizen.
Registro da máquina (livro máquina). O livro máquina é um documento articulado realizado para
as máquinas críticas (classificadas AA). A respeito dos livros máquina são relatados todos os
elementos que servem para caracterizar a máquina e os eventos da biografia: a decomposição
no nível do componente, a estratégia de manutenção utilizada e as eventuais falhas que ocorrem
mês após mês. Há também a indicação do MTBF e da variação do TBF do único componente e
da família do componente. O livro máquina consiste na gestão do ponto de vista das falhas para
cada componente.
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Professional Maintenance
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Professional Maintenance
Atenção
Realizar o livro máquina na única máquina crítica e a respeito de todos os seus componentes.
Implementar um sistema informatizado integrado para a gestão da manutenção para que permita
gerir a análise de falhas e a gestão dos componentes em estoque.
Promover a colaboração entre a manutenção e os operadores nas atividades de automanutenção,
favorecendo a superação, dos responsáveis técnicos especialistas do estabelecimento, da cultura
do receio da perda do poder ligado à competência.
Efetuar reuniões diárias por parte do responsável pela engenharia e do responsável pela
manutenção com a equipe profissional de manutenção e o líder de manutenção autônoma.
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A eliminação da
Estabilização do MTBF degradação aumenta a
Avarias
vida do maquinário, reduz
o tempo e o ciclo de
manutenção
A falha acontece
somente aqui
Tempo
Período de solução 1
Período de solução 2
O gráfico relata duas curvas gaussianas, que representam a probabilidade com a qual se apresenta
a ocorrência da variável TBF.
A curva mais ampla indica que existe variação entre os TBF (Time Between Failures), a mais
estreita indica que existe menor variação; como conseqüência, é possível introduzir a modalidade
de manutenção preventiva.
O objetivo é levar as variações a um valor menor que dois, ou seja, a variabilidade da distribuição
estatística. Àquele ponto é possível definir a primeira tentativa de plano de manutenção
profissional.
Atividade
Analisar as falhas.
Realizar o mapa das falhas, a ser efetuado sobre todos os subgrupos e relativos componentes da
máquina, com os tempos do eventual falha. Isso permite construir a história das falhas da linha
no nível do componente e atualizar com estes dados o livro máquina.
Analisar as microparadas.
Pesquisar a causa raiz.
Identificar contramedidas.
Aplicar as contramedidas.
Verificar as aplicações das contramedidas, analisar as tendências e, no caso de testes positivos,
fornecer os resultados em forma de contribuição no step sucessivo para desenvolver os
procedimentos padrões de manutenção.
Documentar as falhas, as análises e a reparação do sistema EWO.
Sustentar as contramedidas.
Output
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Ferramentas
EWO.
Ciclo de Deming.
Na figura 5.20 é relatado o método Plan, Do, Check, Act aplicado na análise das falhas. As duas
primeiras fases, Plan, são dedicadas à análise da falha e à identificação das possíveis causas
da falha, através da utilização de instrumentos tais quais 5W e 1H e Quick Kaizen. A terceira e
a quarta fases, Do, são dedicadas à reparação provisória da falha, necessária porque permite o
retorno à produção e à documentação da quantidade realizada em EWO. Sucessivamente, na
quinta e sexta fases, Check, se procede um aprofundamento da análise de modo a identificar a
causa raiz e definir a contramedida capaz de eliminar a causa de modo estável.
Enfim, na sétima e oitava fases, Act, se avalia a eficácia das contramedidas e se analisa os
andamentos.
(16)
Nesse exemplo vemos um componente que na primeira análise resultou em falha devido a um problema de
qualidade do mesmo particular enquanto sucessivamente foi apurado que durante a substituição o operador havia
cometido um erro de montagem pelo qual o circuito de resfriamento tinha sido danificado.
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Rever 8.
se não factível
Análises dos
Trends 1.
7. Avaria
Atenção
Separar sempre as falhas das microparadas considerando que têm natureza diversa e requerem
abordagens, atenções e tempos diversos para as análises das causas e para a solução.
Categoria
de avaria AVARIAS
Avarias esporádicas
• Causas raiz facilmente identificadas
• Contramedidas fáceis de implementar
• Usuais modalidades de restauração
Tempo
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Depois de ter reparado a falha, o que é necessário fazer para garantir que ela não aconteça
novamente?
SOLICITAÇÃO
BAIXA ROBUSTEZ DEGRADAÇÃO
EXCESSIVA
Ajustar os
padrões de AM
Padrões de AM
Caso a falha derive da falta de robustez do componente, a causa raiz pode ser uma influência
externa, porque materiais ou peças sobressalentes não são adequadas, ou porque há falhas no
projeto. Nesses casos, para evitar que a falha se repita, se as causas são as influências externas, é
necessário fazer um relatório ao fabricante, relativo ao problema; se, ao contrário, o problema era o
projeto, será necessário rever os padrões.
Caso seja o contrário, o componente se quebra pelo estresse excessivo, e, se isso se deve a
influências externas, pede-se ao fornecedor para executar uma análise detalhada do rompimento do
componente (compilação de EWO por parte do fornecedor). Se, ao contrário, o estresse excessivo
é devido à falta competência dos operadores e do pessoal da manutenção, que não utilizam
apropriadamente o equipamento, avalia-se a lacuna de competência e se realizam as One Point
Lesson, em português, Lição de um ponto. Se o estresse excessivo fosse, ao contrário, devido à
uma falta de reparo das anomalias, o calendário de atividades de Manutenção Profissional deveria
ser adequado.
Enfim, se o rompimento do componente é devido à degradação, componente sujo, não-lubrificado,
não-inspecionado ou regulado corretamente, foi o padrão de automanutenção, que não funcionou
e deverá ser, por isso, revisto. Se o componente se rompe, por falta de observação das condições
operativas ou por falta de competências dos operadores, utilizam-se as áreas específicas de
treinamento da equipe de manutenção; se, por outro lado, é um problema de materiais, é necessário
fazer um relatório ao fornecedor para garantir a sustentabilidade.
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Pilares Técnicos
Figura 5.24 Estratificação da causa raiz (da compilação dos EWO) - Estabelecimento Tofas, auditoria junho 2007
Restauração do
equipamento
Tempo de interveção
Avaria
Reparação do componente
antes da avaria
Na figura 5.25 é relatada a curva de andamento do equipamento que, a partir de certo momento,
começa a se degradar. A manutenção periódica intervém antes que a falha se manifeste trazendo a
máquina para as condições iniciais.
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Atividade
Avaliação dos componentes críticos segundo o procedimento TGPC, Tempo Médio de Reparação
(MTTR), grau de impacto, probabilidade do evento, nível crítico. Na saída da avaliação um
resultado acima de 76 indica um nível crítico maior do componente (AA); um resultado entre os
valores 60 e 75 indica um nível crítico elevado (A); um resultado abaixo de 59 indica um nível
crítico médio (B) ou baixo (C).
Definição dos conteúdos dos padrões de manutenção periódica.
Definição dos métodos padrão de manutenção periódica.
Definição de quais, quando, quem, onde, como (específicos de parâmetro) de cada atividade
específica de manutenção periódica.
Redação dos procedimentos padrões de manutenção.
Implementação das atividades de manutenção periódica, monitoramento dos resultados e re-
calibração das intervenções.
Tipologia de manutenção a
Pontuação Classificação
aplicar
Não inspecionado ou
4 Manutenção autônoma (AM)
identificado pelo operador
Output
(17)
A tabela sugere os diversos tipos de manutenção a serem utilizados em relação à classificação dos componentes.
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Atenção
Formular dois padrões separados de Manutenção Periódica: um para a atividade de AM, que
compreende lubrificação, inspeção, controle e regulação; outro para a atividade de PM. Expô-los
em uma única tabela.
Os padrões de manutenção profissional e de manutenção autônoma devem ser geridos através da
representação de quem faz o que, sobre um quadro apropriado, no qual são evidenciadas com o
amarelo as atividades de manutenção programadas, com o preto as atividades executadas e com
o vermelho as falhas eventuais realizadas a respeito daquele componente. No quadro, para cada
componente, para cada subgrupo, deve haver um formulário das operações a ser executadas, SMP,
os formulários que devem ser recolhidos em um recipiente na margem do mesmo quadro.
Figura 5.27 Plano de manutenção preventiva - Estabelecimento de Melfi, auditoria abril 2007
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Figura 5.28 Procedimento padrão de manutenção - Estabelecimento de Melfi, auditoria abril 2007
5.7.5 Step 4 Realização de contramedidas sobre os pontos fracos das máquinas e prolongamento
do ciclo de vida dos equipamentos
O propósito deste step é prolongar o ciclo de vida das máquinas através de intervenções de
manutenção corretiva.
Maior robustez
de design Tempo
Reparação do
Deterioramento equipamento
Deterioramento normal do
equipamento
Atividade de
manutenção
mais eficaz
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Pilares Técnicos
Atividade
A probabilidade de avaria do
equipamento é praticamente a mesma.
Com uma ação de melhoramento
focalizado na fragilidade do projeto
do componente se é incrementado
o tempo entre um intervento de
Período de sustentação (1) Restauração periódica manutenção e outro. Foi melhorado o
Período de sustentação do deterioramento MTBF do componente
Período de sustentação (2)
Atividade
Analisar os sintomas irregulares que apontam para a deterioração dos componentes. Colocar em
operação as contramedidas sobre os pontos fracos da realização da inspeção.
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Professional Maintenance
O monitoramento das condições não apenas ocorre através de equipamentos sofisticados, mas
sobretudo provém das percepções dos operadores que trabalham cotidianamente com as máquinas
e que podem ouvir um rumor ou uma vibração incomum. Sucessivamente se desenvolve uma análise
com instrumentos mais refinados para identificar melhor os parâmetros. Utilizam-se instrumentos de
elevação das partículas (ferrografia), das vibrações (dinâmica), da temperatura (termografia) para
verificar a tendência de não assegurar o fornecimento e de se danificar um único componente. Se a
tendência é a falha, se substitui; se a tendência não è a falha, não se substitui.
Figura 5.31
Manutenção preventiva
Condições operativas
satisfatória à 100% Tempo
Reparação do
equipamento
Ponto no qual as
avarias potenciais
passam a ser
descobertas
Avaria funcional
Atividade
Atividade
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Melhores Práticas
Foi decidido atacar o problema através do Focused Improvement: a equipe efetuou análises dos
eventos e analisou a correia de um laboratório externo, pois no estabelecimento não havia todos os
instrumentos necessários para a análise.
A análise permitiu descobrir que a correia se rompia porque não podia ser tensionada de maneira
correta, uma vez que o sistema tinha sido pensado de modo errado.
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Professional Maintenance
Melhores Práticas
Figura 5.33 Extensão do ciclo de vida do componente correia dentada do grupo mesa elevador
“Desde quando havíamos desenvolvido estas duas atividades, já se passaram meses que não trocamos
mais correias…
… Foi modificado o ciclo de manutenção que era periódico, anual, para um ciclo de controle das condições
da correia.
As condições que se quer controlar são as lesões sobre o corpo da correia, os desfilamentos, as lesões na
base dos dentes, a altura dos dentes e a espessura.
Se for uma lesão sobre o corpo da correia, a substituição deve ocorrer dentro de quinze dias; se é um
desfilamento ou uma lesão na base dos dentes, é necessário trocá-la o quanto antes possível”.
(Líder do pilar PM, estabelecimento de Melfi, abril 2007)
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Melhores Práticas
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