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A questão ambiental vem ganhando importância nos últimos tempos. A ecologia, estudo
das relações de interdependência entre os organismos que constituem a natureza viva,
tem sido mais frequentemente discutida tanto pelos meios de comunicação quanto pela
população. Entretanto, assim como em outras áreas do conhecimento humano que se
popularizaram rapidamente, como a psicologia, alguns termos têm sido utilizados de
forma inexata em relação à sua definição científica.
Nem toda alteração ecológica pode ser considerada poluição. Um lançamento de uma
pequena carga de esgoto doméstico em um rio provoca a diminuição do teor de oxigênio
de suas águas. Mas se esta diminuição de oxigênio não afetar a vida dos peixes nem dos
seres que lhes servem de alimento, então o impacto ambiental provocado pelo esgoto
lançado no rio não é uma poluição.
Da mesma forma é comum confundir contaminação com sujeira. Uma água barrenta, de
coloração acentuada, malcheirosa ou espumante é considerada impura ou nociva, por
estar "suja". Entretanto, muitas vezes, trata-se de uma água que não faz mal à saúde. Já
uma água realmente contaminada por germes patogênicos, mas inodora e de aparência
límpida, não é rejeitada. Trata-se de um equívoco perigoso. Deixar de beber a água suja
não traz nenhum risco. Pelo contrário, é uma atitude prudente. Já beber a água que
parece potável pode trazer graves consequências à saúde.
Outra característica que deixa clara a distinção entre poluição e contaminação é a
passividade comumente associada à primeira. O fator de poluição não costuma agir
ativamente sobre o ser vivo, mas indiretamente retira dele as condições adequadas à sua
vida. A poluição da água é um exemplo. As alterações ecológicas que provocam a morte
dos peixes de um rio que recebe grande quantidade de esgotos não se dão pela ação de
uma substância ou ser patogênico letal, mas sim pelo lançamento de alimento em
quantidade excessivamente grande.
Alguns dos conceitos apresentados aqui não têm as mesmas interpretações para todos os
cientistas, mas são estas as mais comumente empregadas. Infelizmente, os meios de
comunicação do Brasil têm, com frequência, difundido as interpretações não usuais
desses termos científicos. Entretanto, não só ideal como é fundamental a utilização
adequada dos termos, sob pena de não se ser compreendido.