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PODERES ADMINISTRATIVOS
Conceito
“Conjunto de prerrogativas de
Direito Público que a ordem jurídica
confere aos agentes administrativos para
o fim de permitir que o Estado alcance seus fins”
Poderes ou Deveres?
Eis a questão...
PODERES ADMINISTRATIVOS
Conceito
Poderes-Deveres
Eis a resposta!
Irrenunciáveis e
de exercício obrigatório.
PODERES ADMINISTRATIVOS
Uso do Poder
• Utilização normal, pelos agentes públicos, das prerrogativas que a lei lhes confere.
• Quando um poder jurídico é conferido a um particular, pode ser ele exercitado ou
não, já que se trata de mera faculdade de agir. Essa é a regra. Seu fundamento está
na circunstância de que o exercício ou não do poder acarreta reflexos basicamente
para o próprio titular.
• Essa situação não se passa no âmbito do Direito Público. Os poderes administrativos
são outorgados aos agentes do Poder Público para lhes permitir uma atuação
voltada aos interesses da coletividade.
• Sendo assim, deles derivam duas consequências:
a) são irrenunciáveis
b) devem ser, obrigatoriamente, exercidos, pelos titulares ou conforme o caso, os
delegatários e os avocatários.
PODERES ADMINISTRATIVOS
Lei 8.112/90
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é
obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
PODERES ADMINISTRATIVOS
Abuso do Poder
ABUSO DE PODER
Lei 4.717/65
Art. 2º - § único
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim
diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
DESVIO DE PODER OU FINALIDADE
Lei 9.784/99
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.
Lei 8.429/92
Art. 11
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento [desvio de finalidade]
ou diverso daquele previsto na regra de competência [excesso de poder]”.
ABUSO DE PODER
Abuso de Poder x Abuso de Autoridade
• O abuso de poder é gênero do qual surgem o excesso de poder ou o desvio de
poder ou de finalidade.
• Abuso de Autoridade é crime que abrange as condutas abusivas de poder.
• No caso do Abuso de Autoridade, tem-se a tipificação das condutas abusivas de
poder como crimes (lei 4.898/65) podendo-se dizer que o abuso de autoridade é
o abuso de poder analisado sob as normas penais.
• Além do abuso de poder ser infração administrativa, também é utilizado no
âmbito penal para caracterizar algumas condutas de abuso de autoridade,
sendo que, essas são muito mais amplas do que o simples abuso de poder
(excesso ou desvio de poder).
PODERES ADMINISTRATIVOS
Discricionário
Vinculado
Hierárquico
Disciplinar
Regulamentar
Poder de Polícia
PODER DISCRICIONÁRIO
Lei
Conveniência e Oportunidade
PODER DISCRICIONÁRIO
• Poder concedido à Administração para a prática de atos com alguma liberdade de
escolha (de sua conveniência, oportunidade e conteúdo).
• Discricionariedade (liberdade de ação administrativa, dentro dos limites da lei, é
legal e válida) não se confunde com Arbitrariedade (ação contrária ou excedente à
Lei, é ilegal e inválida).
• É totalmente vinculado quanto à competência, à finalidade e à forma.
• Não está imune à apreciação judicial, mas a Justiça não pode substituir a
discricionariedade do Administrador pela do juiz, ou seja, este não pode entrar no
terreno que a lei reservou aos agentes da Administração, questionando os critérios
de conveniência e oportunidade que lhe inspiraram a conduta.
PODER VINCULADO
• É aquele que a Lei dá à Administração Pública para a prática de ato de sua
competência, determinando todos elementos e requisitos necessários à sua
formalização.
• Não dá liberdade ao Administrador para a prática dos atos. Diz onde, quando e
por quem o ato será produzido.
PODER HIERÁRQUICO
PODER HIERÁRQUICO
• Poder que possui a função executiva para distribuir e escalonar os seus órgãos,
ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de
subordinação entre servidores do seu quadro de pessoal.
• Não se confunde com o poder disciplinar mas, junto com ele, forma o sustentáculo
de toda organização Administrativa.
• Estabelece a Hierarquia (relação de subordinação existente entre os vários órgãos
e agentes do Estado, com a distribuição de funções e a gradação da autoridade de
cada um).
• Não se confunde com vinculação (supervisão ministerial sobre a entidade
vinculada, sem suprimir a autonomia do ente supervisionado).
• É privativa da função executiva, ou seja, não existe nas funções judiciárias e
legislativas.
PODER HIERÁRQUICO
• Tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades
administrativas, impondo aos subordinados o dever de obediência, excluído em
caso de manifesta ilegalidade.
• Do poder hierárquico decorrem faculdades implícitas para o superior, tais como a
de dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuições e a
de rever os atos dos inferiores.
Lei 8.112/90
Art. 116. São deveres do servidor:
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
PODER HIERÁRQUICO
Delegação e Avocação
PODER HIERÁRQUICO
Delegação e Avocação
Lei 9.784/99
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais
das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em
matéria de interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá
ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
PODER HIERÁRQUICO
Delegação e Avocação
Lei 9.784/99
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
PODER HIERÁRQUICO
Delegação e Avocação
Lei 9.784/99
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites
da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta
qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
PODER DISCIPLINAR
PODER DISCIPLINAR
• Poder disciplinar ou funcional é a prerrogativa da Administração Pública de
impor sanções administrativas àquelas pessoas que estão submetidas à sua
supremacia especial. Ex.: demissão de servidores públicos e multa para
contratados.
• Busca controlar o desempenho das funções administrativas e a conduta interna
dos agentes, responsabilizando-os pelas faltas cometidas.
• Não se confunde com o poder punitivo do Estado (ação externa), pois uma
mesma falta pode ser punida nas duas esferas sem incorrer no bis in idem.
• É discricionário (no sentido de que não requer a prévia definição de infração
funcional e respectiva sanção).
• Tem caráter de poder - dever, já que a condescendência é crime contra a
Administração (art. 320 do CP).
PODER DISCIPLINAR
• Não se sujeita ao nullum crimen, nulla poena sine lege do direito penal. " O
administrador, no seu prudente critério, tendo em vista os deveres do infrator
em relação ao serviço e verificando a falta, aplicará a sanção que julgar cabível,
oportuna e conveniente, dentre as que estiverem enumeradas em Lei ou
regulamento para a generalidade das infrações administrativas".
• As penas são 6 (art. 127 da Lei 8.112/90), enumeradas por gravidade, mas o
Administrador não é obrigado a aplicar inicialmente a mais branda.
PODER DISCIPLINAR
Lei 8.112/90
Art. 127. São penalidades disciplinares:
I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.
PODER REGULAMENTAR
PODER REGULAMENTAR
• Faculdade de que dispõem os chefes do executivo de explicar a Lei para a sua
correta execução ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de
competência específica, ainda não disciplinada por Lei.
• É privativo dos chefes do Executivo e indelegável.
• Não pode invadir às "reservas da Lei", ou seja, só pode ser exercido no limite ou
na ausência da Lei.
• Não são leis, mas são semelhantes a elas no conteúdo e no poder normativo.
• Produz Regulamentos, atos administrativos gerais e normativos, expedidos
através de decretos, com o fim de explicarem o modo e a forma de execução da
Lei (regulamentos de execução) ou proverem situações não disciplinadas em Lei
(regulamentos autônomos ou independentes).
PODER REGULAMENTAR
• Há também atos normativos que, editados por outras autoridades
administrativas, estão inseridos no Poder Regulamentar. É o caso das instruções
normativas, resoluções, portarias, etc.
• O poder da Administração Pública de editar normas de hierarquia inferior aos
regulamentos é também é chamado de Poder Normativo.
• O Poder Regulamentar legítimo não pode simular o exercício da função de
legislar decorrente de indevida delegação oriunda do Poder Legislativo,
delegação essa que seria, na verdade, inaceitável renúncia à função que a
Constituição lhe outorgou.
• Modernamente, em virtude da crescente complexidade das atividades técnicas da
Administração, passou a aceitar-se nos sistemas normativos, o fenômeno da
“deslegalização”, pelo qual a competência para regular certas matérias se
transfere da lei (ou ato análogo) para outras fontes normativas por autorização
do próprio legislador: a produção da norma primária sai do domínio da lei para
o domínio do ato regulamentar.
PODER REGULAMENTAR
Constituição Federal
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
PODER REGULAMENTAR
Constituição Federal
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
PODER DE POLÍCIA
PODER DE POLÍCIA
Ação preventiva: a atuação se estabelece antes Ação repressiva: a atuação se estabelece após o
do evento danoso. evento danoso
Discricionariedade
Autoexecutoriedade
Coercibilidade
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
Discricionariedade
• livre escolha da oportunidade e conveniência, conforme as opções permitidas em
lei, para o exercício do poder de polícia e para a aplicação das sanções.
• A discricionariedade é a regra quando do emprego do poder de polícia, porém em
certos casos, o poder de polícia pode se apresentar vinculado. Isso ocorre quando a
norma legal ditar o modo e a forma como ele deverá se empregado. Ex.: Licença
para construir, apesar de fruto do poder de polícia, é um ato vinculado.
Licença X Autorização
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
Autoexecutoriedade
• Atributo que permite à Administração Pública exercer ou executar sua decisão sem
necessidade de intervenção do Judiciário, mas não se encontra presente em todos
os atos de polícia. Ex.: as multas não são autoexecutórias!
• Não é necessária a autorização do Poder Judiciário para a prática do ato, mas é
sempre possível seu controle posterior sobre esse ato.
• A autoexecutoriedade só é possível quando prevista expressamente em lei e em
situações de emergências, nas quais é necessária a atuação imediata da
Administração Pública.
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
Coercibilidade
• Atributo que se caracteriza pela imposição coativa das medidas adotadas pela
Administração, tornando-as obrigatórias.
• Atributo limitado pelo princípio da proporcionalidade.
• Havendo violência desnecessária ou desproporcional à resistência, a autoridade
competente poderá responder por excesso de poder e o abuso de autoridade.
Bons
Estudos!