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EFICÁCIA DAS POLÍTICAS KEYNESIANAS

O grande sucesso da economia keynesiana ocorreu principalmente porque ela


tratou de um problema urgente de seus dias: a depressão e o desemprego.
A depressão da década de 1930 arrastou-se até a eclosão da Segunda Guerra
Mundial. De 1936 (o ano em que foi publicada a Teoria Geral) a 1940, os
economistas debateram acaloradamente os méritos da teoria e das receitas de
políticas de Keynes. Entretanto, quando os vários governos começaram a
aumentar rapidamente a produção de armas, o desemprego começou a diminuir.
Durante os anos da guerra, sob o estímulo de enormes gastos governamentais,
a maioria das economias capitalistas se transformou rapidamente, passando de
uma situação de grave desemprego para uma escassez aguda de mão de obra.
Em 1939, cerca de 20% da mão de obra estava desempregada. O desemprego
persistente e grave tinha durado uma década inteira. Com o início da guerra, o
problema inverteu-se quase imediatamente, e a economia americana
experimentou uma forte e aguda escassez de mão de obra.
A maioria dos economistas achava que essa experiência durante a guerra
comprovou as ideias de Keynes. O capitalismo – proclamavam eles – podia ser
salvo, se o governo usasse corretamente seu poder de tributar, tomar
emprestado e gastar dinheiro

(SLIDE) O CAPITALISMO ERA VISTO MAIS UMA VEZ....

A confiança do público tinha sido restabelecida.

Depois de 1945, a maioria dos políticos se juntou aos economistas, proclamando


a nova ortodoxia keynesiana (doutrina implantado como único e verdadeiro).

(SLIDE – LEI DO EMPREGO)

Em 1946, o Congresso aprovou a Lei do Emprego, que obrigava o governo a


usar seus poderes de tributar, tomar emprestado e gastar, para manter o pleno
emprego.

Reinava o otimismo.

Houve conferências para discutir as “prioridades sociais” e “os objetivos


nacionais” que deveriam guiar a política do governo nessa nova era keynesiana,
na qual as depressões deveriam ser abolidas e a prosperidade deveria ser o
estado normal das coisas.

Não há dúvida de que os gastos maciços do governo no tempo da guerra tiraram


a economia norte-americana de sua década de estagnação e depressão, mas o
otimismo dos economistas keynesianos do pós-guerra revelou-se não de todo
justificado.

SLIDE (HOUVERAM VARIAS RECESSOES ECONOMICAS)...

Sem dúvida, as depressões ocorridas nos Estados Unidos depois da


Segunda Guerra Mundial foram bastante menos severas do que a Grande
Depressão da década de 1930 (dando, com isso, origem ao moderno eufemismo
recessão, que substitui o termo depressão no vocabulário de quase todos os
economistas e políticos).
Entre 1973 e o início dos anos de 1980, uma nova crise, mais grave e muito mais
surpreendente, atingiu o capitalismo norte americano.
Após a recessão de 1981-1982, que foi a pior desde aquela registrada na década
de 1930, a taxa de inflação caiu e as condições econômicas melhoraram no
restante da década.
Em fins da década de 1980, os acontecimentos na União Soviética e na Europa
Oriental foram saudados como o fim da Guerra Fria e parecia que o incentivo às
despesas militares poderia diminuir. Contudo, os gastos militares permaneceram
muito altos e “estados delinquentes” e “redes terroristas” substituíram a União
Soviética como justificativa para os maciços gastos militares.

Mesmo assim, desde a Segunda Guerra Mundial, as taxas de desemprego


nuncase aproximaram da taxas que se verificaram na Grande D epressão (que
atingiram 20 a 25%, pelos dados oficiais, e que provavelmente teriam chegado
a 30 ou 35%, se tivessem sido adotados métodos mais realistas de definição de
desemprego e de levantamento de dados estatísticos).

Embora o que aconteceu depois da Segunda Guerra Mundial seja, sem dúvida,
menos impressionante do que a visão otimista de muitos keynesianos que
escreveram na década de 1940, dada a estagnação e a quase desintegração do
capitalismo na década de 1930, pode-se dizer que, durante três décadas, as
políticas keynesianas funcionaram razoavelmente bem. (SLIDE)...

Contudo, como ocorre às vezes em medicina, uma curva nova e ainda não
experimentada tem efeitos colaterais que podem ser tão nocivos quanto a
doença original. Quando se enxerga além das estatísticas do PNB (PRODUTO
NACIONAL BRUTO) e do emprego, percebe-se que as políticas keynesianas só
diminuíram uma forma de crise capitalista para gerar duas novas formas, ou seja,
uma mudança estrutural na direção de uma economia militar, ou de guerra
permanente, e a criação de uma estrutura precária de endividamento, sobre a
qual se assenta toda a economia, criando, ainda, a possibilidade de um colapso
econômico maior e mais grave ainda que o da década de 1930.

( Então agora vou falar pra vocês dessa ECONOMIA DA DÍVIDA)


A ECONOMIA DA DÍVIDA

O desempenho um pouco melhor da economia norte-americana a partir da


Segunda Guerra Mundial pode ser, em grande parte, atribuído a uma expansão
do endividamento. Keynes tinha mostrado como a expansão dos gastos do
governo financiados por empréstimos seria mais efetiva do que via impostos
(porque a tributação retirava recursos que seriam gastos de qualquer maneira).
Muitos dos enormes aumentos das despesas do Governo têm sido financiados
pelo aumento da dívida pública (a nível federal, estadual, e municipal). Além
disso, embora a dívida dos consumidores fosse bem baixa antes da Grande
Depressão (aproximadamente 8,5 % da renda disponível dos consumidores em
fins da década de 20), os capitalistas descobriram que, através de campanhas
de propaganda maciça e de uma enorme expansão do crédito ao consumidor, a
procura de bens de consumo poderia ser estimulada de modo efetivo.

Números do endividamento (SLIDE)

Para fazer frente a estes aumentos da procura do Governo e dos consumidores


financiados pelo endividamento, as empresas logo aumentaram seu
endividamento também.

Números do endividamento (SLIDE)

Esta expansão desmensurada do endividamento nos Estados Unidos foi,


meramente, uma parte de um aumento maciço e intrincamente inter-relacionado
do endividamento em todos os países do mundo capitalista.

(SLIDE) ... O endividamento ficou tão grande...

O exemplo que vou dizer a vocês mostra este segundo ponto:

Uma pirâmide de crédito é criada dentro das instituições de crédito.

Uns tomam emprestados de outros a fim de emprestar este dinheiro a uma


taxa mais elevada para terceiros. A inadimplência de um grande devedor
pode tornar credores (que também são grandes devedores) incapazes de
honrar seus pagamentos de juros e amortização. Dado que seus credores
também são devedores e assim por diante, pode ter início uma reação em
cadeia mundial. A logo exatamente nestes moldes parece ter ocorrido na
crise financeira mais recente.
O endividamento das famílias nos Estados Unidos começou a crescer de
forma dramática em 2000, a uma taxa média anual de 10% até 2007. Como
fração da renda disponível, a dívida das famílias aumentou de 95% em 2000
para quase 133% em 2007. A maior parte da explicação para este aumento
do endividamento se encontra na dívida hipotecária.
Isto não é um simples pesadelo de um alarmista radical. A principal publicação
econômica conservadora americana, Business Week, publicou, em 1974, um
artigo que falava de um “espectro chocante de uma cadeia de faltas de
pagamentos, de devedores e de falência de credores”. O artigo continuava,
insistindo que “os perigos são maiores que na década de 30. As quantias em
jogo são maiores e o leverage (que é a relação entre dívida e patrimônio), aqui
e no exterior, também é maior”. O perigo existe, porque enormes quantias são
“devidas a bancos cuja liquidez fica, muitas vezes, bastante apertada.”

Assim, podemos concluir esta parte repetindo o fato de que grandes aumentos
dos gastos governamentais, justificados por seus defensores com base na teoria
keynesiana, têm diminuído a gravidade das depressões a partir da Segunda
Guerra Mundial. No entanto, essa prosperidade (se pudermos chamar de
prosperidade taxas de desemprego que se aproximam dos 10%) tem custado
muito caro.

E vou dizer porque essa prosperidade tem custado caro, e aí nós entramos nas
críticas à teoria keynesiana...

CRÍTICAS

Em primeiro lugar, foi erigida sobre a base de uma estrutura de crédito mundial
que está sempre correndo o perigo de um colapso econômico desastroso.
Em segundo lugar, tem levado a uma economia orientada permanentemente
para a guerra, na qual grande parte dos recursos produtivos da sociedade se
destina a métodos e meios cada vez mais sofisticados de destruição da raça
humana. (TA NO SLIDE....)

(SLIDE COM CITAÇÃO DE KARL MARX)

Relacionado a isso, Keynes era criticado também por não ter dado os passos
seguintes para analisar as respostas de longo prazo das empresas (SLIDE)
Analisar, por exemplo como os capitalistas manipulam a população na direção
do consumismo (ou consumo emulativo - Atitude que, determinada por
rivalidade, competição, ciúme, inveja etc). Uma vez estabelecido o consumismo,
as empresas teriam que inventar formas de os consumidores potenciais
financiarem as comprar desejadas. Daí as enormes campanhas publicitárias
para gerar o consumismo terem sido acompanhadas da expansão do crédito ao
consumidor para financiá-lo. Ao não dar estes passos seguintes em sua
análise, Keynes não pôde identificar os perigos que podem resultar de uma
expansão da dívida privada.
Keynes era limitadamente provinciano (antiquado, atrasado) em relação ao
espaço e ao tempo.
Sua análise sobre o mercantilismo implicava que os problemas de 1636 fossem
iguais aos de 1936:
"Houve uma tendência crônica em toda a história humana para que a propensão
a poupar fosse mais forte que a disposição em investir". Ele acreditava que,
durante toda história, a fraqueza da persuasão a investir tinha sido a chave para
o problema econômico.
Keynes também pode ser criticado por ter aceitado tão rapidamente os gastos
inúteis do governo.
Ele preferia que o Estado financiasse projetos úteis, em vez dos inúteis. Mas
reconheceu que a comunidade econômica poderia condenar os trabalhos
públicos úteis se eles competissem com as empresas privadas. Nessa situação,
os gastos esbanjadores eram preferíveis aos projetos uteis e eram muito
melhores do que nada fazer:

(CITAÇÃO NO SLIDE)

Keynes concordava com os gastos com o consumo privado inútil, assim como
com o desperdício público:

(CITAÇÃO NO SLIDE)

Um exemplo de como Keynes concordava com gastos inutéis:


O professor Calvin B. Hoover, da Duke University, relatou a extravagancia
de Keynes sobre esse assunto em um hotel de Washington:
“Enquanto me preparava para jantar com Keynes em sua suíte no hotel de
Washington, em 1934, ele sutilmente ridicularizou minha elegância em
escolher uma toalha da prateleira a fim de não bagunçar as outras. Ele fez
alguns movimentos com os braços e bateu duas ou três vezes no chão. Ele
afirmou: "Tenho certeza de que sou mais útil para a economia dos Estados
Unidos estimulando o emprego desarrumando essas toalhas do que você
com seu cuidado em evitar o desperdício"

CONTRIBUIÇÕES

Keynes engrenou a teoria econômica com o processo de criação de políticas. As


guerras mundiais, as recessões mundiais e as crescentes complicações da vida
moderna enfraqueceram o laissez-faire (LIBERALISMO ECONÔMICO). As
exigências de que algo deveria ser feito em relação as flutuações econômicas
cresciam insistentemente, e Keynes ofereceu uma explicação sobre os
problemas que estavam acontecendo e um programa para minimiza-los.
Com isso, o papel dos economistas e da análise econômica na determinação da
direção da política do governo era, assim, maior.
O metodo keynesiano tornou-se imensamente então, útil mesmo para aqueles
que não aceitavam as conclusões das políticas de Keynes.
Muitas das ideias desenvolvidas por Keynes e seus seguidores tornaram-se
elementos ortodoxos da macroeconomia contemporânea.

Exemplo de como Keynes pensava no âmbito macro e não micro:

Ele sustentava que única empresa pode aumentar as vendas e o emprego


por meio de reducoes salariais, porque a demanda por seus produtos
permanecera inalterada. Uma economia inteira, no entanto, nao pode
aumentar as vendas com facilidade reduzindo os salários nominais
(assumindo-se que ela esteja isolada do comercio internacional), porque
os salários são uma fonte da demanda por bens, assim como um custo de
produção. Se os salários começam a cair, as pessoas esperam que eles
caiam ainda mais (EXPECTATIVA); isso pode fazer com que as empresas
adiem os gastos com investimentos, tornando a recessão ainda pior.

De fato, a economia contemporânea poderia ser considerada uma combinação


da microeconomia neoclássica com a macroeconomia inspirada no
keynesianismo.
Não foi Keynes quem criou a macroeconomia, mas o keynesianismo como
método analítico e como sistema de ideias ainda domina a macroeconomia.

Diante do exposto, as suas principais contribuições foram:


(SLIDE)

■ Estabeleceu um novo conjunto de ferramentas analíticas (POR MEIO DA


QUAL SE PODERIA VER A ECONOMIA);
■ Encorajou o desenvolvimento da renda nacional;
■ Estimulou um esforço produtivo para estudos empíricos do mundo real;
■ Acelerou o desenvolvimento da econometria (QUE É O MÉTODO
ESTATISTICO DE ANÁLISE DE DADOS E PROBLEMAS
ECONOMICOS);
■ Criação de um novo liberalismo (SOBRE O QUAL OS REFORMISTAS
PODERIAM DEPOSITAR SUAS ESPERANÇAS DE AJUDAR
AQUELES QUE MENOS SE BENEFICIAVAM COM O CAPITALISMO
DESMEDIDO).

SLIDE (CITAÇÃO) DE KEYNES DA SUA PRINCIPAL OBRA: TEORIA GERAL


DO EMPREGO, DO JURO E DA MOEDA.

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