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Cuidados são necessários com as radiações, ionizantes

ou não ionizantes.
Estamos vivendo dias sombrios. Temos visto, desde Nagasaki e Hiroshima, os horrores do
significado da guerra nuclear. Desde então o mundo passou a preocupar-se com a utilização
pacífica das radiações. Acidentes ocorreram neste período, como os de Chalk River em 1952,
Seveso em 1976, Three Mile Island e Erwin em 1979, Cristal River em 1980, Gorleben 1980,
Tsuruga em 1981, Rochester em 1982, Tomsk-7, em abril de 1983, Chernobyl em 1986, Goiânia
em 1987, Tokai, em 1997 e 1999, Mihama em 2004, Tricastin, em 2008, Fukushima em 2011,
porém os seres humanos ainda continuam a produzir armamentos nucleares, com o
fundamento de eliminar da face da Terra os seus semelhantes. Estamos vivendo momentos de
apreensão, pelos diálogos entre a Coréia do Norte e Estados Unidos da América. Mísseis de
longo alcance são testados, enquanto fala-se da bomba de hidrogênio. Vivemos em um mundo
de radiações, tanto as não ionizantes quanto as ionizantes. A diferença está na capacidade de
excitação dos átomos ou da sua ionização. Dentre as radiações não ionizantes, convivemos
com as ultravioletas, infravermelhas, micro-ondas, radiofrequências diversas e lasers, que
podem causar danos de monta aos seres humanos que não estejam convenientemente
protegidos quando a elas expostos. Desde o envelhecimento da pele, provocado pelas
radiações UVA, aos demais danos provocados na pele e nos olhos e testículos pelas UVB e
UVC, como câncer, catarata, cegueira ou esterilidade. As radiações ionizantes, cuja frequência
de ondas é bem maior, conseguem penetrar no organismo humano, causando danos bem mais
acentuados. Desde a partícula alfa, que se ingerida causa grande destruição interna aos
organismos, mas que pode ser barrada por uma simples folha de papel quando encontrada
externamente, às demais como a partícula beta, que pode ser barrada por uma simples folha
de alumínio, as radiações gama, emanada das fontes radioativas ou dos raios X, emanados
artificialmente dos aparelhos construídos pelos humanos, possuem grandes poderes de
penetração, necessitando de dimensionamento adequado de barreiras de chumbo, ou de
“concreto baritado”, para contê-las. Existem ainda as emissões de nêutrons, com capacidade
superior para penetração, devido às suas frequências. Grande parte do problema está ligado
ao radônio, a outras fontes radioativas naturais, ao solo, às obras quanto aos ensaios nela
realizados, como a gamagrafia ou radiografia, que requerem cuidados especiais, à medicina
que utiliza equipamentos para radioterapia e diagnósticos, dentre outros, como comida e
bebida e radiações cósmicas. Sabemos que em nosso país, tanto a mulher grávida quanto o
menor, não devem ser expostos às radiações. Existem legislações que asseguram o direito à
percepção de insalubridade em grau médio, com adicional de 20% sobre o salário mínimo,
para o trabalho com exposição, sem a devida proteção às micro-ondas, radiações ultravioleta B
e C e laser, que são radiações não ionizantes, e em grau máximo para o trabalho que exponha
os indivíduos às radiações ionizantes como as partículas alfa e beta e aos raios X e gama, ou
aos nêutrons. Enquanto as radiações não ionizantes, por lei não dão direito à periculosidade,
as ionizantes dão este direito aos trabalhadores que, normalmente optam por ela em
detrimento do adicional de insalubridade, por incidir este sobre o salário mínimo enquanto
que o de periculosidade incide sobre o salário base. Profissionais especializados em medicina
do trabalho ou em engenharia de segurança do trabalho são os únicos que podem realizar as
perícias técnicas para comprovação in loco a esta exposição, mediante a assinatura de uma
ART, para que tenha validade junto ao sistema CONFEA/CREAs.

Autoria: Engº Civil, Economista e de Segurança do Trabalho Santelmo Xavier Filho – Professor e
Coordenador Adjunto do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho na
modalidade EAD - Professor do curso na modalidade Tele-presencial da PUC Minas Virtual em
convênio com a Escola Satélite. Disciplinas: Gestão de Riscos I e II, Princípios de Administração
para Engenheiros de Segurança, Trabalhos sob Pressões Hiperbáricas, Radiações Não
Ionizantes e Ionizantes, Proteção e Combate a Incêndios, dentre outras já lecionadas em
cursos presenciais de especialização em convênio com a Fundacentro para Esamig, UIT, E. E.
Kennedy, cursos de graduação no CEFET-MG e técnicos na ETFOP e no CEFET-MG em diversas
modalidades.

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