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CEFT(CENTRO DE EDUCAÇÃO, FILOSOFIA E TEOLOGIA)
Trabalho de Psicologia
São Paulo
2017
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SILVIO DA SILVA SILVEIRA JUNIOR TIA:3163644-6
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Livro: Culpa e Graça -Dr. ANTONIO MASPOLI DE ARAUJO GOMES.
A quem Interessa?
Uma obra a contribuir com profissionais da psicologia, médicos, saúde,
educadores, conselheiros, historiadores, teólogos, cientistas da religião, estudantes
de Teologia, filósofos e profissionais de ciências humanas e sociais que queiram
ampliar seus conhecimentos e contribuições para esclarecer os formadores de opinião
sobre a culpa e a graça de Deus como solução.
O autor narra que há tempos vem-se, com grande esforço, por algumas
correntes da Teologia e da Psicologia eliminar do vazio da consciência humana o tema
da culpa, mesmo que não tenha sido abolido do vocabulário humano, termos como;
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pecado, responsabilidade, sentimento de culpa etc. E o caminho encontrado não
sendo dos melhores como irrelevância e falta de interesse, ignorando pesquisas e
estudos mais aprofundados sobre o assunto “culpa”.
No Novo Testamento, temos duas palavras para graça: “dom” e “káris”.
Contendo nas duas o mesmo sentido: Presente, Dádiva. Na teologia Calvinista define-
se “GRAÇA” como favor imerecido de Deus. Ou seja, a graça de Deus, é o seu
presente para o seu povo, aquilo que “não merecíamos”, mas fomos alcançados, por
sua graça!
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Na graça especial ele ainda afirma que este mover procede pela ação do
Espírito Santo nos corações dos seus filhos, assim como diz a Escritura: “Ele vos deu
vida, estando vós mortos em vossos delitos e pecados” (Efésios 2.1).
Também vemos que tanto na graça comum, e na graça especial somos
cobertos de todos os males, assim como nos mostra o texto: “Também o Espírito,
semelhante, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém,
mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis. E
aquele que sonha os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a
vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. Sabemos que todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os
predestinou para serem conformes à imagem de seu filho, a fim de que ele seja o
primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e
aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também
glorificou.” (Romanos 8.26-30).
E o autor ainda conclui que: A maior expressão da graça de Deus é o amor
(Romanos 8.38-39).
“Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem
principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem
a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus nosso Senhor”.
Ressalta MÁSPOLI (2017, p. 9) Que o amor incondicional de Deus consiste
no fundamento para o acolhimento da pessoa humana. “Deus é amor” (1 João 4.12).
Deus ama porque é da Sua natureza amar. Seu amor é eterno (Jeremias 31.3),
Imutável e incondicional (Isaías 49.1) e sacrificial (João 3.16). Deus ama o cristão
saudável e o doente. Ama aquele que se encontra em bom estado de saúde e ama
especialmente aquele que sofre. Deus compreende o coração humano e as fraquezas
humanas melhor do que ninguém. “Ao longo da história da salvação, Seus filhos mais
queridos sofreram, fraquejaram, adoeceram... Basta ler a história de Davi, Jeremias,
Daniel Jonas, Ezequiel, Elias etc.”
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Introdução
A culpa independe de fenômenos naturais como; credo, sexo, raça, ou mesmo
religião. MÁSPOLI afirma que a sociedade ocidental desde o liberalismo teológico do
século XIX, com a afirmação da morte de Deus vem tentando resolver o problema da
culpa. Junto com a Psicanálise.
A Psicanálise chegou acreditar que destruiria o conceito cristão de “pecado”
diante do povo ocidental, a fim de aliviar a pressão e o fardo da repressão e da culpa.
Assim como Psicanalistas de Wilhelm Reich, que dedicaram suas vidas trabalhando
em pesquisas para este fim.
MÁSPOLI (2017, p. 11) afirma que sem resultados favoráveis e longe de se
alcançar o resultado esperado a cerca da culpa e da responsabilidade humana pelos
seus atos (Bons ou Ruins) a Psicanálise enfrenta uma de suas piores crises de
relevância frente aos velhos conflitos. Hoje Reich já passou a ser um dos Psicanalistas
quase esquecidos. E a religião e novas experiências religiosas trazem de volta os
conceitos de pecado e culpa para assombrar o homem pós-moderno.
JOSEPH CAMPBELL ET AL (1986) Conceitua culpa como “O Sentimento que
uma pessoa tem de ter errado, violado algum princípio ético, moral ou religioso.
OTTO FENICHEL (1981) concorda com essa definição quando afirma que “Os
sentimentos de culpa que acompanham a prática de uma maldade e os sentimentos
de bem-estar que resultam do cumprimento de um ideal são os modelos normais
seguidos pelos fenômenos patológicos da depressão e da mania “(p. 96). De modo
geral a culpa nasce quando o homem age contra a sua própria consciência e
desconsidera em seus atos a norma ética de busca pelo bem comum.
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apesar da criança até os 4 anos de idade não ter ainda nenhuma consciência de seus
atos morais ele (a) já é um devedor diante do criador. Dependendo assim a criança
desde ventre de sua mãe da graça especial de Deus para o perdão da culpa e para
salvação pessoal. E que para criança o perdão e a salvação em Cristo são imputados
automaticamente pelo Espírito Santo, independentemente de credo ou vivência
religiosa.
Sendo assim o autor afirma que o homem peca por ser pecador, quando
desenvolve a consciência do pecado, a criança passa a ser pecadora, também porque
peca.
Assim cada um possui a sua culpa individual diante de Deus. Cita-se o
exemplo de Caim (Gênesis 4.6-7); Davi no Salmo 51, este Salmo não deixa duvida
sobre a responsabilidade humana diante de seus erros, desejos, ações e pecados.
MÁSPOLI diz que o lado consciente da mente pode ser cauterizado e
enganado, pelo inconsciente como diz Isaías (44.20). Porém acha-se que se pode
negar o pecado, acostumar-se a ele, cauterizar a própria consciência, pode livrar o
indivíduo da culpa consciente, mas nunca da culpa inconsciente.
JUNG (1988) “O inconsciente continuará a apresentar a conta a ser paga em
decorrência do pecado, perante o pecador, e esta conta se torna cada vez mais
elevada, pois pode ser traduzir em sintomas de doenças psicossomáticas, à
semelhança do que ocorreu com Davi.”
MÁSPOLI ainda diz que a vivência contínua da culpa pode baixar o sistema
imunológico do sujeito, facilitando o desenvolvimento de enfermidades, como foi
prefigurado por Davi no (Salmo 32.3); “Enquanto calei os meus pecados,
envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo dia”.
HAROLD KOENIG (2012) “Afirma que a culpa pode alterar o sistema
imunológico da pessoa culpada.” Afirma ainda que, uma pessoa culpada tem mais
propensão a desenvolver doenças autoimunes, inflamações, infecções etc.
MÁSPOLI narra o caso de uma mulher que chorava constantemente quando
presenciava o anúncio da morte de pessoas importantes e celebridades, chorava
constantemente, ao que lhe procurando para cuidar de suas emoções, constatou-se
que a mulher já havia abortado seus seis filhos, e quando ela via o anúncio da s
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mortes, ela não chorava por aquelas pessoas falecidas, mas sim pelos seus filhos
mortos com o aborto.
Ou seja, a mulher estava com sua consciência acusada diante de fatos
horrendos, e sua mente acusava-a de tamanha crueldade, (culpa inconsciente),
reconhecendo esta grave responsabilidade e assumindo no seu interior ao passar pelo
luto de suas atitudes, a mulher foi aos poucos curada. E assim fica (Salmo 19.12) para
exemplifica; “Quem pode discernir as próprias transgressões? Absolve-me das que
são ocultas!” (Salmos 19.12).
A Culpa na Psicologia
Segundo o autor, não há culpa inata sob o ponto de vista psicológico. Para a
psicologia a culpa é produzida pela cultura. Esse sentimento de culpa que o homem
adquire vem através de seu contato com as crenças, as ideologias, os valores, as
normas, as regras e as leis da sua cultura e grupo social. Os gregos desconheciam o
conceito de pecado e por isso desconheciam o conceito de culpa. Entretanto, tinham
conhecimento do conceito de responsabilidade social pelos atos cometidos, e por
consequência estavam arraigados ao conceito de justiça.
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assim foram punidos e entregues a toda sorte de pecados e transgressões. Segundo
Máspoli (2017: p.16) até a presente data não se conhece nenhuma cura para a
psicopatia e nem para a sociopatia.
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judeu era a imputação da culpabilidade do homem diante de Yahweh e a necessidade
de sacrificio para a expiação da culpa.
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a vitima chamava-se pharmakós, que significa ao mesmo tempo o veneno que mata
e o antídoto que cura.
Quando o rito perde o seu efeito para o sujeito, esse passa a ver no sofrimento
e na depressão o sacrifício expiatório pela sua culpa. O deprimido aqui, é ao mesmo
tempo, a culpa, o sacrifício e o ritual expiatório. O indivíduo torna-se o sacrificador e o
sacrifício. Todo o sofrimento vivenciado na depressão equivale ao sofrimento da vitima
sacrificial, o deprimido acredita que seu sofrimento é necessário para reestabelecer a
ordem das coisas. O sujeito fica preso num círculo fechado de culpa, arrependimento,
sofrimento, autoexpiação, transgressão e culpa.
No Judaísmo eram três tipos de animais para os sacrifícios, sendo eles: Boi (ou
vaca). Bode (ou cabra) e a Ovelha, sendo que cada um representava uma finalidade
específica. A finalidade do sacrifício era um meio de aproximar o homem a Deus.
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A ovelha, cuja natureza é dócil, que não faz grandes estragos e é fácil de ser
subjugada, porém, tem um apetite insaciável (DAVIDOVICH, 1967 p211. 342, 674). O
ser humano que se compara à ovelha é uma pessoa boa por natureza, sem defeitos
aparentes, mas, mesmo assim, tem que trabalhar para se refinar nas pequenas
coisas. A ovelha geralmente apresenta o complexo de Pollyana.
Culpa imputa ou imposta: se refere àquela culpa que o individuo snte por ter
sido obrigado a participar de um pecado, uma transgressão, um delito praticado por
terceiro contra sua vontade. Na psicologia é conhecido como trauma transgeracional
ou intergeracional.
A culpa neurótica: é aquela que tem um caráter circular, repetitivo, que segue
de modo geral o seguinte esquema: prazer marcado pela transgressão, pelo pecado;
seguido de culpa, marcado pelo remorso; autoexpiação da própria culpa, marcada
pelos sacrifícios impostos; seguindo novamente de pecado, pelo que se retoma todo
este ciclo desde o começo. Este é o circulo fechado e vicioso da compulsão.
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não sentem culpa nenhuma, por nada que hajam praticado, até aqueles, cujo
sentimento de culpa é tão profundo que não aceitam, sequer, que tenham sido
perdoados por Deus através de Jesus Cristo.
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Com a passagem (Hb 8:12): “Pois, para com as suas iniquidades, usarei de
misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei”, podemos ver que toda divida
já foi apagada diante de Deus, para aqueles cristãos que ainda relutam com algum
resquício de culpa por erros e pecados cometidos.
Em romanos vemos também a expressão “o justo viverá pela fé”, ou seja, aquele que
é justificado pela fé é absolvido. Em outras palavras essa justiça é feita a todos que
depositam a confiança em cristo.
A figura dos pais, pode e influenciará, a projeção que os filhos farão de Deus e
no convívio com outros co-iguais, segundo Dr. Máspoli. Misericórdia, perdão,
compaixão, entre outros sentimentos e virtudes morais, estão intimamente ligados
com aquilo que fora desenvolvido no seio da família, pessoas que têm dificuldade de
aceitar o perdão de Deus tiveram isto introjetados pelos seus próprios genitores,
fazendo com isso que, isso se reflita para a figura de Deus carregada pelo ser humano,
inclusive a rudeza do ser Divino.
A culpa só pode ser sanada quando entendido o sacrifício vicário de Jesus, pois
ainda que haja confissão por parte do transgressor, podem ficar resquícios de
memória pelo Pecado. Crer naquilo que foi feito pelo Cristo, é imprescindível, de forma
plena, para que se valha dos efeitos advindos de sua totalidade expiatória.
É notório o fato de cristãos que não compreendem bem este fato, em fase de
depressão, acabarem se autodepreciando com textos condenatórios, ainda que
tenham sido crentes piedosos e fiéis, afirma o escritor. Necessário se faz, ao que
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passou por este tipo de crise, que, em sendo perdoado por Deus, também se perdoe
apropriando-se das benesses oriundas da fé bíblica.
De acordo com Dr. Máspoli, a culpa é um problema de difícil solução, sendo
solucionado apenas na correta compreensão da satisfação de Jesus em realizar tudo
quanto exigia a Lei da Santidade e Caráter divino, assim sendo a justificação pela fé
dá ao culpado uma solução à totalidade da restauração do ser humano, propenso a
desenvolver senso de culpa ainda nascituro, isto teologicamente.
O estado de culpa é progressivo e constante até que haja confissão por parte
do pecador ao Cristo, rompendo com os mecanismos de defesas criados por este,
contrastando em oração, os efeitos do pecado versus a Graça abundante que
constam nas ricas promessas bíblicas disponibilizadas por Jesus aos que assim
creem. “A fé no perdão incondicional de Deus, decorrente do amor incondicional de
Deus, pode aliviar o problema da culpa humana.” (p.58).
Considerações Finais
Não importa qual seja a origem da culpa real, pessoal ou psicológica, ela é um
problema humano de difícil resolução. A solução biblica para a culpa é a justificação
pela fé. O homem já nasce culpado, esse estado o obriga a prestar contas de seus
atos a si mesmo, à sociedade e a Deus. A dívida do homem é crescente desde seu
nascimento, sendo-lhe impossível alcançar perdão. Vendo essa impossibilidade Deus
enviou seu filho Jesus para pagar a dívida humana (João 3.16 e Isaías 53.4-6). Lutero
reconheceu isso ao declarar: “Senhor Jesus, eu sou teu pecado e Tu és a minha
justiça. O que eu era, tu te fizeste ser para que eu fosse o que Tu és”, conforme
Máspoli (2017: p.57).
Bibliografia:
MASPOLI, ANTONIO. Culpa e Graça. São Paulo, Editora Reflexão.2017.
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