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8.

OFICINAS TERAPÊUTICAS COM ADULTOS NO CDSM

Foram oferecidas três modalidades de oficinas terapêuticas para


adultos: Pintura, Músicas & Letras e Acompanhamento Terapêutico, nos turnos
Matutino e Noturno. O tratamento em saúde mental se torna recomendável e
necessário quando o sujeito apresenta sintomas que dificultam o
encaminhamento de sua vida ou quando as saídas encontradas para algumas
situações não se mostram tão adequadas. Uma intervenção terapêutica
possibilita ao sujeito transformar o seu mal-estar em melhores produtos,
libertar-se da perpetuação de papéis e responsabilizar-se por sua vida.
O tratamento em saúde mental pode ser realizado por meio de diversos
recursos, de modo a que os fenômenos como a angústia, a loucura e as
doenças psicossomáticas se transformem em um dizer mais estruturado e
direcionado à reinserção social. As oficinas terapêuticas coletivas são
intervenções eficazes neste âmbito, uma vez que a via mental é constituída
através das relações que estabelecemos com os outros.

8.1. Objetivo Geral


Possibilitar tratamento interdisciplinar humanizado, eficiente e transformado
pelas novas práticas, em instituições abertas ligadas à rede pública de saúde,
de acordo com a demanda das parcerias firmadas e a política nacional de
saúde mental.

8.1.1. Objetivos específicos


Diagnosticar situações que venham a interferir no bem-estar tanto nos
planos individual, familiar e institucional, com a finalidade de tratamento.

8.2. OFICINA TERAPÊUTICA DE PINTURA

8.2. Principais objetivos do projeto original desta oficina


Oferecer recursos artísticos livres para que o indivíduo possa expressar
suas questões subjetivas por meio do desenho, da pintura e técnicas afins.
Possibilitar ao paciente trabalhar, em meio coletivo, questões relativas
ao sofrimento de cada um, seus conflitos, angústias e sua relação com o meio
social.
Estimular a elaboração dos conteúdos psíquicos dos participantes para a
compreensão desses, oferecendo possibilidades de achar novas saídas diante
de conflitos e, assim, acalmar a angústia.

8.3. Principais etapas executadas no período visando ao alcance dos


objetivos
Preparação e pesquisa de material utilizado pela oficina como
instrumento terapêutico para as produções dos pacientes, tais como: cartolina,
papéis de diversas texturas e cores, folha de isopor, telas, argila, jornal,
revistas, sucata, lápis de cor de tipos variados, colas, sucata, tinta e pincel
como facilitadores que permitiram que o paciente trabalhasse com formas
simbólicas as questões trazidas por eles.
Foram realizados trabalhos de produção individual e coletiva com
intensa variação dos recursos que são norteados pela clínica do sujeito;
O paciente era convidado a fazer um relato sobre sua produção, fato que
possibilitava elaborar suas questões pessoais em uma interação coletiva.
Após os atendimentos da oficina, eram realizadas supervisões clínicas
para análise e registros nos prontuários, avaliação do percurso dos pacientes e
escolha de propostas de ações para melhor direcionar o trabalho.

8.3. Apresentação e discussão resultados obtidos

Durante o ano de 2016 foram realizadas 37 (trinta e sete) oficinas de


Pintura. Do total de atendimentos, 6 (seis) foram provenientes da parceria com
a SESA, 30 (trinta) foram provenientes da parceria com a Universidade e 116
(cento e dezesseis) foram provenientes da parceria Outros. Foram 18
(dezoito) atendimentos da faixa etária entre 26 (vinte e seis) e 30 (trinta)
anos, 26 (vinte e seis) atendimentos da faixa etária entre 31 (trinta e um) e 35
(trinta e cinco) anos, 10 (dez) atendimentos da faixa de 36 (trinta e seis) a 40
(quarenta) anos e 98 (noventa e oito) atendimentos da faixa etária de 51
(cinqüenta e um) a 55 (cinqüenta e cinco) anos. A oficina possui 1 (um)
paciente do sexo masculino e 6 (seis) femininos. Pelos dados apresentados,
pode-se depreender que houve boa adesão dos pacientes aos trabalhos da
oficina, a freqüência deles foi estável e registramos o ingresso de um paciente.

8.5. Principais fatores negativos e positivos


Positivos:
Estabilidade no número de pacientes, sem oscilações significativas no fluxo
de ingressos e saídas, o que favorece a eficácia do tratamento.
Percebeu-se progressos notáveis no campo psicossocial dos participantes,
com especial destaque para uma paciente que mostra atitudes firmes,
proativas diante das situações do quotidiano.
Negativos:
Carência de material didático, além do precário estado da limpeza do local
de realização da Oficina, no campus de Maruípe.

8.6. Formação de Recursos Humanos


Coordenação: Ângela Pimentel Pinheiro da Cunha
Supervisora clínica: Rita Eloah Araújo Pena
Profissional extensionistas: Ângela Pimentel Pinheiro da Cunha
Alunos extensionistas:Yasmin dos Santos Coelho
Bolsista: Anallú Guimarães Firme Lorenzon

9. OFICINA TERAPÊUTICA DE MÚSICAS E LETRAS


PARA ADULTOS E PARA ADULTOS JOVENS

9.1. Principais objetivos do projeto original desta oficina


a) Estimular os pacientes a falarem de suas questões a partir da utilização
de letras de músicas, poesias, crônicas, poemas e técnicas psicológicas;
b) Permitir ao sujeito o relato e compartilhamento de experiências,
sofrimentos, desejos, afetos, lembranças, angústias e a percepção de
sua singularidade por meio da análise, interpretação e discussão das
letras trabalhadas;
c) Facilitar o conhecimento e o reconhecimento do sujeito como ser de
desejo, que é potente e capaz de restabelecer-se e sustentar-se como
tal;
d) Propiciar a percepção da universalidade do sofrimento, em especial, do
adolescente que aponta para a vida adulta, viabilizando-se o
compartilhamento de afetos, angústias e aspirações de vida e os
conflitos e questões que geralmente acompanham este ciclo da vida.

9.2. Principais etapas executadas no período visando ao alcance


dos objetivos
a) Planejamento e escolha dos instrumentos que se relacionaram com as
principais queixas e histórias de vida dos pacientes. São utilizados como
instrumentos a música (áudio e letra), poemas, crônica e técnicas
psicológicas como dispositivos de abordagem, suscitando angústias,
desejos e lembranças.
b) No início da oficina, os pacientes recebem uma folha com a letra da
música, do poema, da crônica ou da poesia a ser trabalhada naquele
dia. Quando se trabalha com a música, esta é colocada para tocar e os
pacientes acompanham a letra pelo papel que foi entregue.
c) Posteriormente, cada paciente aponta o que lhe chamou atenção e com
qual ponto se identificou. Geralmente destacam trechos ou estrofes que
estão relacionados à história de vida e dificuldades cotidianas,
compartilhando com os demais participantes, os quais também emitem
suas impressões sobre o que é apresentado no momento.
d) Por fim, há a elaboração dos principais temas e questões suscitados
pelo instrumento trabalhado, visando pensar formas de o sujeito se
posicionar perante eles e lidar com suas dificuldades.

9.3. Apresentação e discussão dos resultados obtidos


A execução da Oficina de Música & Letras ocorre em dois grupos: um de
adultos e o outro de adultos jovens. Os resultados serão apresentados
separadamente abaixo:

9.3.1. Oficinas de Músicas & Letras Adultos


O espaço da Oficina Terapêutica de Músicas e Letras – Adultos se mostrou
eficaz no cumprimento de seu objetivo maior, de que é de dar lugar aos
sujeitos com seus sofrimentos e dificuldades.
A exemplo dos anos anteriores, esta Oficina Terapêutica desenvolveu seus
trabalhos, em 2016, no campus de Goiabeiras, no Núcleo de Psicologia
Aplicada (NPA) – Cemuni VI, com o intuito especial de facilitar o acesso de
alunos e funcionários da UFES na Oficina.
Em 2016, foram realizadas 27 (vinte e sete) oficinas. Do total de
atendimentos, 80% (oitenta) foram oferecidos a familiar de crianças
encaminhadas pelo convênio SESA/HEINSG, e o restante 20% (vinte) se
referiram ao atendimento a docentes da Ufes. Os pacientes encaminhados pelo
SESA se situaram nas seguintes faixas etárias: 26 (vinte e seis) a 35 (trinta e
cinco) anos e também de 51 (cinqüenta e um) a 55 (cinqüenta e cinco) anos. O
atendimento a docentes englobou a faixa etária de 36 (trinta e seis) a 40
(quarenta) anos.
9.3.2 Oficinas de Músicas e Letras Adultos Jovens
A Oficina de Músicas e Letras para Adultos Jovens também desenvolveu
seus trabalhos no campus de Goiabeiras, no Núcleo de Psicologia Aplicada
(NPA) – Cemuni VI, para facilitar o acesso ao tratamento aos alunos e
funcionários do Campus de Goiabeiras. A Oficina precisou suspender as
atividades durante o primeiro semestre de 2016, por não ter profissionais e
extensionistas disponíveis. As atividades foram retomadas em Agosto do ano
vigente. Em 2016, foram realizadas 12 (doze) Oficinas. Do total de
atendimentos, 5 (cinco) foram provenientes da parceria com a SESA e 6 (seis)
atendimentos pela parceira universitária. Foram 8 (oito) atendimentos da faixa
etária entre 16 (dezesseis) e 20 (vinte) anos e 3 (três) entre 21 (vinte e
um) e 25 (vinte e cinco) anos. Todas as pacientes da oficina foram do sexo
feminino.

9.4. Principais fatores negativos e positivos que interferiram na


execução da atividade

Positivos:
Satisfatória adesão das pacientes ao tratamento na Oficina de Músicas &
Letras -Adultos, dado que demonstraram interesse, assiduidade. Pontualidade
e comprometimento.
As Oficinas de Musicas & Letras – Adultos Jovens atenderam ao objetivo
de proporcionar aos pacientes um espaço terapêutico de escuta e produção de
novos sentidos para o sofrimento.

Negativos:
Dado que as Oficinas são realizadas à noite, no NPA, no campus de
Goiabeiras, em algumas ocasiões não foi possível realizá-las, devido a
indisponibilidade do espaço. Foram situações especiais relacionadas a:
interdição do campus por problemas ligados à CESAN, ocupação do NPA por
alunos em protesto e greve de servidores.
Nas Oficinas de Musicas & Letras para Adultos Jovens ocorreram um
índice alto de ausências, provavelmente decorrentes da retomada das
atividades com profissionais diferentes, o que demanda um novo processo de
estabelecimento de vínculo e adesão ao tratamento.

9.5. Formação de Recursos Humanos para a extensão


Coordenação da Oficina de Músicas & Letras - Adultos: Vera Maria
Rezende
Supervisor clínico: Tânia Mara Alves Prates
Profissionais voluntários: Vera Maria Rezende Vieira
Alunos extensionistas:Anallú Guimarães Firme Lorenzon, Mayra Pontes
Gonçalves

Coordenação da Oficina de Músicas & Letras - Adolescentes: Anallú


Guimarães Firme Lorenzon
Supervisor clínico: Tânia Mara Alves Prates
Alunos extensionistas: Anallú Guimarães Firme Lorenzon (bolsista), Maiara
Vescovi Bortolini
10. OFICINA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO

10.1. Principais objetivos do projeto original desta oficina

e) A construção de vínculo com sujeitos em transtornos mentais a fim de


proporcioná-los o apoio necessário à elaboração de suas questões
subjetivas;
f) Oferecer instrumentos para o sujeito elaborar suas experiências,
sofrimentos, desejos, afetos, lembranças, angústias e a percepção de
sua singularidade;
g) Promover a produção terapêutica através da relação mediada com
recursos singulares e diversificados, como atividades artísticas e jogos.

10.2. Principais etapas executadas no período visando ao alcance dos


objetivos
e) Planejamento e escolha dos instrumentos terapêuticos que se
relacionaram com as principais angústias da paciente. Foram utilizados
como instrumento jogos e produções artísticas, como desenho, criação
de histórias e colagens.
f) O primeiro recurso utilizado para estabelecimento de vínculo com a
paciente foi à construção de um jogo de memória, com revistas em
quadrinhos. Chegou-se a esta proposta através da escuta do apelo da
paciente por “jogar”. A paciente fez a seleção das imagens em dois gibis
iguais, o recorte e a colagem em cartolina. Depois da construção,
passou-se algum tempo das oficinas jogando este jogo da memória.
Além deste, também utilizou-se o jogo Lince, Dama e Uno como recurso.
g) Percebeu-se que a paciente não se sentia motivada a permanecer
realizando a mesma atividade durante todo o tempo da oficina. No intuito
de mantê-la motivada a participar, foi proposto, além de jogos, outras
atividades, como a produção de desenhos e histórias.
h) Também foi utilizado como recurso para auxiliar a paciente em seu
processo de elaboração de sua imagem, a construção de sua imagem
corporal através de colagem. Traçou-se inicialmente o contorno de suas
mãos e seus pés para serem preenchidos por recortes de papel. Depois
foi feito o contorno de seu corpo, em tamanho real, para ela continuar o
preenchimento. Este trabalho ainda encontra-se em curso.

10.3. Apresentação e discussão dos resultados obtidos

A Oficina de Acompanhamento Terapêutico teve seu início no mês de Maio


de 2016, e atendeu a 1 (uma) paciente durante este primeiro ano.Em 2016,
foram realizadas 23 (vinte e três) oficinas. Do total de atendimentos, 100%
foram oferecidos à parceria Outros. Os atendimentos abrangeram a faixa etária
de 20 a 25 anos. A paciente é do sexo feminino, portadora de transtorno
mental.
O trabalho foi desenvolvido no campus de Goiabeiras, no Núcleo de
Psicologia Aplicada (NPA) – Cemuni VI, com o intuito de facilitar o acesso à
paciente.
As atividades realizadas na oficina foram satisfatórias para proporcionar um
estabelecimento de vínculo da paciente com a extensionista. No início dos
atendimentos, a paciente se mostrava inquieta e ansiosa para o término da
oficina. Durante o tratamento este comportamento foi sofrendo redução, e,
atualmente, ela pergunta poucas vezes pela hora de ir embora. Houve,
portanto, boa aderência ao tratamento.
A paciente manteve-se a maior parte do tempo calada, se expressava
apenas quando lhe era solicitado. Participa das atividades com envolvimento.
Suas produções foram muito satisfatórias, mas ela não conseguiu se expressar
verbalmente com a mesma desenvoltura que produzia.

10.4. Principais fatores negativos e positivos que interferiram na


execução da atividade
Fatores positivos:
Após período inicial de atrasos, a família demonstrou grande
comprometimento com o tratamento.
Fatores negativos:
Dificuldade de comunicação com o Pai da paciente, responsável por
conduzi-la à oficina.
Dado que a Oficina é realizada à noite, no NPA, no campus de
Goiabeiras, em algumas ocasiões não foi possível realizar a Oficina de Adultos,
devido à indisponibilidade do espaço. Foram situações especiais relacionadas
à interdição do campus por problemas ligados à CESAN, ocupação do NPA por
alunos em protesto e greve de servidores.

10.5. Formação de Recursos Humanos para a extensão


Coordenação da Oficina de Acompanhamento Terapêutico: Anallú
Guimarães Firme Lorenzon
Supervisor clínico: Tânia Mara Alves Prates
Aluna extensionista bolsista: Anallú Guimarães Firme Lorenzon

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