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Depois de contornada a situação, Abigail voltou para seu lar encontrado seu
esposo numa festa totalmente embriagado. Ela achou por bem nada lhe revelar
do que havia acontecido, pois ele não estava em condições de entender. Só no
dia seguinte quando ele estava sóbrio, revelou-lhe o acontecido, o que lhe
deixou com o coração amortecido, paralisado como que petrificado (I Samuel
25.36,37). Ela foi prudente e esperou o momento certo e propício para lhe dar a
notícia. Passado uns dez dias, o Senhor feriu Nabal com uma doença e morreu
(I Samuel 25.38). Com a morte de seu esposo, Abigail recebeu a vitória no seu
lar, ficando livre do jugo desigual que a prendia ao marido (Romanos 7.2; I
Coríntios 7.39), recebeu a proposta de casar-se com Davi (I Samuel 25.39-42).
E certamente, ele viu nela não somente a beleza física, mas também a
espiritual (I Pedro 3.3-6), seu dinamismo, submissão, coragem e humildade.
Ela que havia se humilhado, é agora exaltada, recebendo convite do futuro rei
para ser sua esposa (I Samuel 25.42; 27.3), e com esse casamento, ela veio a
ser a rainha, e obteve pelo menos um filho, o que provavelmente não teria
acontecido com Nabal.
NABAL E ABIGAIL - SAUL É POUPADO OUTRA VEZ
I SAMUEL 25:1 a 27:7
Sua esposa Abigail, por sua vez, era sensata e formosa, e temente a Deus.
Duas personalidades opostas. Davi e seus homens tinham sido bons para os
pastores de Nabal, quando apascentavam os rebanhos no campo entre eles,
dando-lhes proteção de dia e de noite. Sabendo que Nabal havia vindo até
Carmelo para a tosquia, Davi mandou dez dos seus homens até lá para pedir-
lhe mantimento. Davi e seus homens haviam protegido os rebanhos e a
propriedade de Nabal em troca de provisões, e o dia do pagamento havia
chegado. Mas Nabal insultou Davi e os seus companheiros, fingindo não
conhecê-los, e recusou dar-lhes qualquer coisa.
Enquanto isso, Nabal havia voltado para casa onde ele fez um banquete, como
banquete de rei: o que contrasta fortemente com sua recusa de víveres para
Davi e seus homens, que haviam contribuído para a preservação dos seus
bens. E embriagou-se.
Quando na manhã seguinte Nabal soube o que Abigail havia feito, ele
aparentemente ficou paralisado por causa de um ataque cardíaco ou um
derrame, morrendo dez dias depois, ferido pelo SENHOR.
Davi louvou ao SENHOR por ter impedido que ele tomasse a vingança em
suas próprias mãos e por ter executado Nabal pela ofensa que lhe fora feita.
Recebeu ainda um grande presente: informou Abigail que desejava tomá-la
como mulher e ela consentiu. Sem dúvida ele não só apreciou a sua formosura,
mas também o seu caráter e fé no SENHOR.
Infelizmente, Davi foi além e tomou outra mulher para si, chamada Ainoã. A
poligamia é oposta ao ideal divino para o casamento (Gênesis 2:24), mas não
era proibida na lei de Moisés, sendo a bigamia até admitida (Deut. 21:15-17).
Freqüentemente resultava em muita dor e sofrimento, tendo Davi experiência
disso mais tarde. 0 seu primeiro casamento, com Mical, a filha de Saul, havia
sido desfeito pois o rei a deu como esposa para outro homem.
Novamente os zifeus foram até Saul para informá-lo onde Davi se encontrava.
Esquecendo seu juramento anterior, Saul reuniu três mil homens escolhidos de
Israel e foi buscá-lo.
Davi ficou no deserto. Ele era um bom guerreiro, conhecia bem o território, e
contava com soldados leais dispostos a morrer com ele ou por ele. Saul não
conhecia o território, e não tinha motivos para confiar na lealdade dos seus
soldados. Davi mandou espias para verificar se de fato Saul tinha vindo atrás
dele - parecia incrível! Davi era tão senhor da situação que pôde ir
pessoalmente ao lugar onde Saul havia se acampado e ver onde Saul e o
comandante do seu exército estavam deitados.
Davi voltou outra vez, de noite, com seu sobrinho Abisai, e foi até onde eles
estavam dormindo. Abisai disse que Deus havia entregue Saul nas mãos de
Davi, e que ele, Abisai, poderia matá-lo ali mesmo em um instante com um só
golpe de lança.
Era outra prova para Davi: podia agora eliminar aquele que desejava a sua
morte. Mas Davi decidiu deixá-lo vivo para que ele morresse, ou por ação
direta do SENHOR, ou por morte natural, ou em batalha. Ele conhecia Aquele
que disse: "A mim pertence a vingança, a retribuição, a seu tempo…"
(Deuteronômio 32:35).
Antes ele estava disposto a matar Nabal e todos os seus homens. Agora
recusava eliminar seu inimigo mais ferrenho. A diferença era que este havia
sido colocado em sua posição de autoridade por Deus, e Davi se submetia a
ele mesmo com risco da própria vida.
Abisai acatou a decisão de Davi e voltou com ele para o seu esconderijo,
levando apenas a lança e a bilha d'água da cabeceira de Saul. Ninguém
percebeu que tinham estado ali porque um profundo sono veio sobre todos eles
da parte do SENHOR.
Desta vez Davi se pôs no cume do monte com uma boa distância entre ele e o
exército de Saul, e de lá bradou de forma que todos ouvissem, chamando
Abner, o comandante do exército de Saul Despertando do sono, Abner não
entendeu a princípio o que estava acontecendo. Davi, sem se identificar,
repreendeu-o por não ter mantido vigilância, permitindo que alguém chegasse
até Saul: era uma falta grave, digna da pena de morte. E lhe mostrou a lança e
a bilha d'água que havia levado. Abner ficou desmoralizado.
Saul percebeu que a voz era de Davi e falou com ele. Davi indagou por que
Saul o estava perseguindo: se fosse a vontade de Deus, Davi ofereceria um
sacrifício expiatório a Ele; se fossem outros homens, eles seriam malditos
porque o estavam afastando da sua terra como que obrigando-o a servir a
outros deuses.
Saul reconheceu o seu pecado e loucura e pediu que Davi voltasse. Mas Davi
apenas disse que queria que a sua vida fosse tão preciosa diante do SENHOR
quanto a vida de Saul tinha sido para ele.