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Adicional de periculosidade para trabalho em altura é obrigatório

Dispõe o art. 193 da CLT: Art. 193. São consideradas atividades ou operações
perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I – inflamáveis,
explosivos ou energia elétrica; II – roubos ou outras espécies de violência física nas
atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (…) § 4º São também
consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta (Incluído pela Lei
nº 12.997, de 2014).

Como se observa, o texto legal elenca atualmente cinco hipóteses de caracterização de


determinada atividade como perigosa, a saber: explosivos, inflamáveis, eletricidade,
segurança pessoal ou patrimonial; e, atividades desenvolvidas por trabalhadores em
motocicletas. No mais, importante esclarecer que as atividades exercidas com exposição
à radiações ionizantes também são consideradas como perigosas, com base nas Portarias
do Ministério do Trabalho 3.393, de 17.12.1987, e 518, de 07.04.2003.

Desse modo, não há até o momento nenhum dispositivo legal, tampouco normativo
(NR-16 e/ou NR-35) que obrigue o pagamento do adicional de periculosidade para os
trabalhadores que exercem atividades de trabalho em altura e, por esta razão, é indevido
o acréscimo de 30% sobre o salário nominal do trabalhador. A única exceção seria a
previsão do pagamento por força de negociação coletiva da categoria.

Ademais, este assunto já foi, inclusive, analisado pelo Tribunal Superior do Trabalho –
TST (Processo: RR-377-53.2013.5.09.0029), oportunidade em que foi enfatizado que
“a NR 35 não obriga ao pagamento do adicional nesse caso, limitando-se a estabelecer
requisitos mínimos de segurança aos trabalhadores que se ativam nessas condições”.

Por fim, ressalto que caso a empresa já pague o referido adicional por mera liberalidade
e queira cessá-lo, é interessante seja emitido laudo de periculosidade com embasamento
técnico-jurídico que possibilite a sua eventual utilização como meio de prova para
eventuais questionamentos.

A elaboração do laudo de periculosidade é obrigação legal contida na NR-16 e tem


como objetivo verificar se determinada atividade/operação enseja o pagamento de
adicional de periculosidade no percentual de 30% sobre o salário contratual do
trabalhador.

Quais atividades dão direito ao adicional de periculosidade?

Atualmente, são 6 as atividades e/ou operações que ensejam o pagamento de adicional


de periculosidade:
Fundamentação Adicional
Agente Periculoso Regulamentação
Legal Devido
Explosivos Art. 193, I da CLT Anexo n. 01 da NR-16 e NR-19 30%
Inflamáveis Art. 193, I da CLT Anexo n. 02 da NR-16 e NR-20 30%
Energia Elétrica Art. 193, I da CLT Anexo n. 4 da NR-16 30%
Art. 193, §4º da
Motocicletas Anexo n. 5 da NR-16 30%
CLT
Segurança pessoal Art. 193, II da
Anexo n. 3 da NR-16 30%
ou patrimonial CLT
Anexo acrescentado na NR-16
Radiações
Inexistente pela Portaria n.º 3.393, de 17-12- 30%
Ionizantes
1987.

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