You are on page 1of 1

A que v�m todas essas recorda��es?

N�o inclu� nos subt�tulos


desta obra "confiss�es" nem "recorda��es". Abrevio,
pois, as l�guas que andei por esses brasis, e os anos que vivi
como engenheiro. Em certa altura da vida troquei a astronomia
pela eletr�nica que acabava de nascer. E logo me vejo, depois
de 15 anos de engenharia na Radiobr�s, onde com Carlos Lacombe
e Jos� Jomotskoff fomos pioneiros dos primeiros circuitos
transatl�nticos de radiotelefonia, a ensinar a dita eletr�-
nica aplicada �s telecomunica��es na recente Escola T�cnica do
Ex�rcito (hoje Instituto Militar de Engenharia), onde tamb�m
fui uma esp�cie de padrinho da nova t�cnica, que ensinei durante
35 anos. Na Escola Nacional de Engenharia, da Universidade
do Brasil, tamb�m ensinei a mesma disciplina at� a
aposentadoria.
Mas antes disto, l� no meio do caminho, quando "la dirita
via era smarrita", ao contr�rio do que aconteceu com Dante,
achei-me de repente dentro de uma casa luminosa, como se j�
estivesse no "outro lado" onde me viu naquela tarde inesquec�vel
o ardente olhar de Oswaldo Goeldi. Voltava � f� de meu
batismo. Voltava � Casa. J� tive a estulta extravag�ncia de
tentar contar a hist�ria dessa volta em A Descoberta do Outro
(AGIR, 1944). Hoje tenho certo vexame do que andei escrevendo
de mim mesmo e de minhas ang�stias espirituais; mas
n�o � dessas coisas que me sinto na obriga��o de me desdizer
e de me retratar.
N�o seria capaz de encontrar hoje, em mim mesmo, suficiente
petul�ncia ou suficiente inoc�ncia para escrever, reescrever
ou desescrever A Descoberta do Outro. Fica como est�. Quod

You might also like