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Icons: RPG com Superpoderes –

Resenha
Uma forma rápida e divertida de RPG com super-heróis
Como vocês já devem ter percebido, eu sou muito fã de super-heróis. Dessa
forma, sempre recebo com muita atenção e muito carinho os novos de jogos de
RPG que chegam ao mercado. Foi com essa empolgação que abri o pacote de
Icons, enviado pela Redbox para fazermos uma resenha. Em uma terra que já
tem bastante carinho por Mutantes & Malfeitores, o que torna Icons
interessante?

A Arte
Essa é uma excelente surpresa que a Redbox nos traz. A arte interna de Icons
foi totalmente recriada por Dan Ramos, alcançando um nível excelente de
detalhamento e beleza. Isso fica muito evidente nas ilustrações e também
transparece no projeto gráfico. A informação é apresentada de forma muito clara
e o livro é muito bonito, fazendo valer a pena o miolo colorido. Os poderes têm
ícones ilustrativos e muitas vezes por trás do texto temos um belo splash de
ação.

É um livro muito bonito que evidencia claramente a influência dos saudosos


desenhos animados de Paul Dini e Bruce Timm, além de Batman: The Brave &
The Bold.
As Regras
Icons foi escrito por Steve Kenson, o mesmo autor de Mutantes & Malfeitores.
Em vários sentidos, Icons é uma versão mais simples e ágil de seu irmão mais
velho. O próprio Kenson afirma enfaticamente em entrevistas que os jogos não
competem entre si, oferecendo experiências diferentes. Mesmo sendo ambos
jogos de super-heróis, eles têm preocupações e abordagens muito distintas.
Enquanto Mutantes & Malfeitores bebe da fonte do d20 System, Icons se inspira
em Fate. Ênfase em inspirado: Icons definitivamente não é um jogo Fate.

A mecânica principal é simples: esforço (habilidade de quem está agindo +d6)


menos dificuldade (habilidade da oposição + d6) = resultado. São sete
resultados possíveis: falha crítica, falha maior, falha moderada, sucesso menor,
sucesso moderado, sucesso maior e sucesso decisivo.

Em muitos sentidos, Icons é uma combinação do Marvel Super Heroes da TSR


com Fate. O jogo alcança um agradável equilíbrio entre tradição e modernidade.

A influência do Fate desponta em Determinação, a moeda de controle narrativo


do jogo. Ela pode ser usada para ativar uma condição, evitar um problema ou
rolar de novo um teste. Você ganha Determinação quando ativam suas
condições, quando o mestre usa Determinação contra você ou no começo da
sessão se tiver menos Determinação que o seu máximo. É um meio termo entre
os Pontos Heróicos de M&M e os Pontos de Destino de Fate.

Uma desvantagem de Icons, porém, está na granularidade. Essa é uma paixão


reconhecida de Kenson, mas em um jogo que preza pela agilidade, acaba
sendo um pouco decepcionante. Existem muitos modos diferentes de realizar
esforço, muitas formas diferentes de resolução, muitas minúcias que poderiam
ser simplificadas. É uma característica que me agrada pessoalmente, mas não
combina com a proposta do jogo.
O Personagem
A criação de personagens é feita através de rolagens aleatórias em tabelas.
Você pode escolher opções das tabelas, se quiser, mas é muito mais divertido
ver o que os dados entregam.

Primeiro, você rola para descobrir a sua origem. Por exemplo, você pode ser
treinado (como o Punho de Ferro) ou extraterrestre (como o Superman). Como
se rola com 2d6 na tabela, o resultado mais comum possível é natural (como os
X-Men).

Depois você rola para definir seus níveis iniciais de cada um dos atributos,
Proeza, Coordenação, Vigor, Intelecto, Atenção e Vontade. Cada valor tem um
adjetivo descritivo, como “efetivo” para 4 e “espetacular” para 8. Depois de rolar,
você pode trocar os valores de dois atributos. Algumas origens, como
transformado e extraterrestre, afetam os valores dos seus atributos.
Depois você rola para definir seus poderes. São várias tabelas, definindo a
quantidade de poderes e seus tipos. Você ainda pode selecionar limites e extras
para personalizar seu herói.

Depois você rola especializações, a coisa mais parecida com perícias no jogo.
Você rola para determinar quantas você tem, mas existe uma regra alternativa.
Nessa regra, você determina o número de especializações pelo número de
poderes. Quanto mais poderes, menos especializações. O livro recomenda que
você escolha suas especializações, mas você também pode rolar
aleatoriamente.

Depois delas, você escolhe três condições. Elas são muito parecidas com os
aspectos de Fate, dando personalidade ao personagem e sendo fonte de
Determinação.

Por fim, você determina Determinação (a moeda narrativa) e Energia (pontos de


vida) do seu herói. A primeira é maior se você tem menos poderes e a segunda
é a soma de Vigor e Vontade.

É um processo bem simples e bastante divertido, especialmente se feito


completamente aleatório. Eu nunca escolheria jogar com uma vela humanoide
estudante de direito, mas depois que os dados apontaram esse caminho tive
que tentar!

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