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A FRELIMO foi o movimento que lutou pela libertação desde o início da década de 1960.
Após a independência, passou a controlar exclusivamente o poder, aliada aos países do então
"bloco socialista", e introduzindo um sistema político de partido único, semelhante ao
praticado naqueles países.[52] O regime provocou a hostilidade dos estados vizinhos
segregacionistas existentes na altura, África do Sul e Rodésia, que apoiaram elementos
brancos recolonizadores e guerrilhas internas. Esta situação viria a transformar-se numa
guerra civil de 16 anos. O fim desse conflito armado foi marcado pela assinatura do Acordo
Geral de Paz (AGP), em Roma, Itália, em 1992. No entanto, em 2013, Moçambique
presenciou o retorno do conflito armado[53] entre a FRELIMO e RENAMO, afetando a
população principalmente das regiões centro e norte do país. Apesar das inúmeras
negociações, um novo acordo de paz ainda não foi concluído.
Samora Machel foi o primeiro presidente de Moçambique independente e ocupou este cargo
até à sua morte em 1986. O seu sucessor, Joaquim Chissano, negociou o fim da guerra civil e
introduziu um sistema multipartidário que integrou o principal movimento rebelde, a
Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). Neste novo sistema, a Frelimo permaneceu
no poder até os dias actuais, tendo ganho as eleições parlamentares realizadas em 1994, 1999,
2004 e 2009, mesmo com acusações de fraudes. O Movimento Democrático de Moçambique
(MDM), uma dissidência da RENAMO, constituiu-se em bancada parlamentar em Abril de
2010.
O regime prevalecendo em Moçambique desde inícios dos anos 1990 evidenciou sempre
défices democráticos, que o sucessor de Joaquim Chissano, Armando Guebuza, tentou
colmatar nos anos 2000.[54]
Relações internacionais
Ver também: Missões diplomáticas de Moçambique
Apesar de alianças que datam da luta de independência continuem a ser relevantes, a política
externa de Moçambique tornou-se cada vez mais pragmática ao longo do tempo. Os dois
pilares da política externa moçambicana são a manutenção de boas relações com seus
vizinhos e de manutenção e expansão de laços com os parceiros de desenvolvimento. Durante
os anos 1970 e início dos anos 1980, a política externa do país era indissoluvelmente ligada à
Rodésia e África do Sul, bem como pela concorrência das superpotências da Guerra Fria,
Estados Unidos e União Soviética. A decisão de Moçambique de impor sanções na
Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Rodésia e negar a esse país o acesso ao mar,
fez o governo liderado por Ian Smith realizar ações ostensivas e secretas contra os
moçambicanos. Embora a mudança de governo no Zimbábue, em 1980, tenha removido esta
ameaça, o governo da África do Sul continuou a apoiar a RENAMO em sua guerra com o
governo da FRELIMO.[55]
O Acordo de Nkomati de 1984, apesar de falhando em seu objectivo de acabar com o apoio
sul-africano à RENAMO, abriu contactos diplomáticos iniciais entre os governos
moçambicano e sul-africano. Esse processo ganhou impulso com o fim do regime do
apartheid, que culminou com o estabelecimento de relações diplomáticas plenas com a África
do Sul em Outubro de 1993. Embora as relações com os vizinhos Zimbábue, Malawi, Zâmbia
e Tanzânia continuassem ocasionalmente tensas, os laços de Moçambique com esses países
continuam fortes.