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Governo e política

Ver artigo principal: Política de Moçambique

Filipe Nyusi, o actual presidente do país.

Moçambique é uma república presidencialista, cujo governo é nomeado pelo Presidente da


República.

O parlamento de 250 membros, denominado Assembleia da República, tem como uma de


suas funções, verificar as ações do governo. As eleições são realizadas a cada cinco anos, tal
como para o Presidente da República.

A FRELIMO foi o movimento que lutou pela libertação desde o início da década de 1960.
Após a independência, passou a controlar exclusivamente o poder, aliada aos países do então
"bloco socialista", e introduzindo um sistema político de partido único, semelhante ao
praticado naqueles países.[52] O regime provocou a hostilidade dos estados vizinhos
segregacionistas existentes na altura, África do Sul e Rodésia, que apoiaram elementos
brancos recolonizadores e guerrilhas internas. Esta situação viria a transformar-se numa
guerra civil de 16 anos. O fim desse conflito armado foi marcado pela assinatura do Acordo
Geral de Paz (AGP), em Roma, Itália, em 1992. No entanto, em 2013, Moçambique
presenciou o retorno do conflito armado[53] entre a FRELIMO e RENAMO, afetando a
população principalmente das regiões centro e norte do país. Apesar das inúmeras
negociações, um novo acordo de paz ainda não foi concluído.

Samora Machel foi o primeiro presidente de Moçambique independente e ocupou este cargo
até à sua morte em 1986. O seu sucessor, Joaquim Chissano, negociou o fim da guerra civil e
introduziu um sistema multipartidário que integrou o principal movimento rebelde, a
Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). Neste novo sistema, a Frelimo permaneceu
no poder até os dias actuais, tendo ganho as eleições parlamentares realizadas em 1994, 1999,
2004 e 2009, mesmo com acusações de fraudes. O Movimento Democrático de Moçambique
(MDM), uma dissidência da RENAMO, constituiu-se em bancada parlamentar em Abril de
2010.

O MDM atualmente tem dezasete deputados na Assembleia da República, desde as últimas


eleições gerais realizadas em 2014.

O regime prevalecendo em Moçambique desde inícios dos anos 1990 evidenciou sempre
défices democráticos, que o sucessor de Joaquim Chissano, Armando Guebuza, tentou
colmatar nos anos 2000.[54]

Relações internacionais
Ver também: Missões diplomáticas de Moçambique

Embaixada de Moçambique em Moscou, na Rússia.

Apesar de alianças que datam da luta de independência continuem a ser relevantes, a política
externa de Moçambique tornou-se cada vez mais pragmática ao longo do tempo. Os dois
pilares da política externa moçambicana são a manutenção de boas relações com seus
vizinhos e de manutenção e expansão de laços com os parceiros de desenvolvimento. Durante
os anos 1970 e início dos anos 1980, a política externa do país era indissoluvelmente ligada à
Rodésia e África do Sul, bem como pela concorrência das superpotências da Guerra Fria,
Estados Unidos e União Soviética. A decisão de Moçambique de impor sanções na
Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Rodésia e negar a esse país o acesso ao mar,
fez o governo liderado por Ian Smith realizar ações ostensivas e secretas contra os
moçambicanos. Embora a mudança de governo no Zimbábue, em 1980, tenha removido esta
ameaça, o governo da África do Sul continuou a apoiar a RENAMO em sua guerra com o
governo da FRELIMO.[55]

O Acordo de Nkomati de 1984, apesar de falhando em seu objectivo de acabar com o apoio
sul-africano à RENAMO, abriu contactos diplomáticos iniciais entre os governos
moçambicano e sul-africano. Esse processo ganhou impulso com o fim do regime do
apartheid, que culminou com o estabelecimento de relações diplomáticas plenas com a África
do Sul em Outubro de 1993. Embora as relações com os vizinhos Zimbábue, Malawi, Zâmbia
e Tanzânia continuassem ocasionalmente tensas, os laços de Moçambique com esses países
continuam fortes.

A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff e o ex-presidente Armando Guebuza em um


encontro em Maputo em outubro de 2011.

Nos anos imediatamente após a sua independência, Moçambique beneficiou de uma


assistência considerável de alguns países ocidentais, especialmente dos escandinavos. A
União Soviética e os seus aliados, no entanto, tornaram-se os principais defensores
económicos, militares e políticos de Moçambique e sua política externa reflectia essa ligação.
Isso começou a mudar em 1984, quando Moçambique se tornou membro do Banco Mundial e
do Fundo Monetário Internacional (FMI). A ajuda ocidental através de países escandinavos
como Suécia, Noruega, Dinamarca e Islândia rapidamente substituiu o apoio soviético. A
Finlândia[56] e os Países Baixos estão se tornando fontes cada vez mais importantes de
assistência para o desenvolvimento moçambicano. A Itália também mantém boas relações
com Moçambique, como resultado de seu papel fundamental durante o processo de paz. As
relações com Portugal, a antiga potência colonial, continuarão a ser importantes por muito
tempo porque os investidores portugueses desempenham um papel de destaque na economia
moçambicana.[57]

Moçambique é membro do Movimento Não Alinhado e está entre os membros moderados do


bloco africano nas Nações Unidas e em outras grandes organizações internacionais. O país
também pertence à União Africana (antiga Organização da Unidade Africana) e à
Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. Em 1994, o governo tornou-se
membro de pleno direito da Organização da Conferência Islâmica, em parte para ampliar sua
base de apoio internacional, mas também para agradar à considerável população muçulmana
do país. Da mesma forma, no início de 1996, Moçambique aderiu com seus vizinhos
anglófonos à Commonwealth Britânica e, na época, era a única nação que entrou para a
organização sem nunca ter feito parte do Império Britânico. No mesmo ano, Moçambique
tornou-se membro fundador e primeiro presidente da Comunidade de Países de Língua
Portuguesa (CPLP) e mantém laços históricos, económicos, políticos e culturais estreitos com
outros países lusófonos, como Portugal ou o Brasil.[58]

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