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(2013), Atenuação de vibrações em compósitos ativos a base de resina epóxi com fios de NiTi
com memória de forma, Itajubá, 13p. Iniciação Científica - Instituto de Engenharia Mecânica, Universidade
Federal de Itajubá.
RESUMO
Ligas com memória de forma tem surgido como um material de grande interesse para
aplicação em amortecimento passivo e amortecimento ativo de vibrações. A capacidade
ativa de amortecimento pode ser obtida em materiais compósitos por meio de tensões ou
deformações de recuperação de fios de ligas com memória de forma embutidos em uma
matriz polimérica dos compósitos. Esses fios controlam a energia interna das estruturas,
permitindo uma modificação modal, controlada e ajustada, das propriedades dinâmicas dos
elementos estruturais. Além dos danos por impacto, é possível ter ativamente um controle
dinâmico de forma e como conseqüência obter melhora da resistência à fadiga, melhor
desempenho e longa vida útil de elementos estruturais. Este trabalho tem buscado
desenvolver uma combinação de compósitos ativos de epóxi com fios da liga de NiTi com
efeito de memória de forma de modo a viabilizar sua aplicação em situações de
amortecimento de vibrações.
ii
SUMÁRIO:
Página
RESUMO ii
1 - INTRODUÇÃO 3
2 - REVISÃO DA LITERATURA 4
2.1 – História das ligas de memória de forma 4
2.2 – Transformação martensítica 4
2.3 – Transformação martensítica termoelástica 5
2.4 – Efeito memória de forma 6
2.5 – Superelasticidade 6
2.6 – Amortecimento de vibrações 7
3 - METODOLOGIA EXPERIMENTAL 8
3.1 – Obtenção do fio de NiTi 8
3.2 – Trefilação do material 8
3.3 – Tratamento térmico de memória de forma 8
3.4 – Fracionamento do material 9
4 - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 9
5 - OBJETIVOS FUTUROS 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10
iii
1 - INTRODUÇÃO
Um grande número de materiais compósitos com ligas de memória de forma tem sido
desenvolvido, nos quais são utilizadas matrizes metálicas, como alumínio (Al) e estanho
(Sn), bem como matrizes poliméricas. Vários tipos de compósitos inteligentes híbridos foram
então possiveis a partir da incorporação de fibras com memória de forma nestes materiais
compósitos. Dentro deste universo existe um segmento de compósitos que consistem em
matriz de resina epóxi onde são incorporados elementos de ligas com memória de forma
(Shape Memory Alloys – SMAs) na forma de fios, tiras ou fitas. [PAYANDEH, 2012].
As fibras de SMA são usadas para reforçar a matriz epóxi, absorver energia e reduzir
a tensão residual por meio da tensão induzida pela transformação martensítica das ligas de
memória de forma. As fibras de SMA embutidas também melhoram a eficiência de estruturas
e a capacidade de amortecimento de vibrações, aumentando a resistência a danos por
impacto, e minimizando a deformação por fluência. Esses resultados são observados devido
ao aumento da rigidez do compósito, o que possibilita a redução de ruídos em sistemas de
rotores e em transmissão/radiação de som de painéis de compósitos. Desta forma
observamos que materiais compósitos com ligas de memória de forma (SMA Composites)
têm se apresentado como uma opção efetiva e adaptável no controle ativo de vibração e de
acústica estrutural [PAYANDEH, 2012].
2 - REVISÃO DA LITERATURA
O fenômeno do Efeito Memória de Forma (EMF) pode ser definido como sendo a
capacidade de certos materiais metálicos voltarem ao estado ou à forma original com o
aquecimento, em temperaturas acima da temperatura final de transformação da martensita
em austenita, após serem deformados plasticamente no estado martensítico. Ligas
convencionais apresentam deformações plásticas permanentes quando deformadas além de
seu limite elástico.
As primeiras descobertas sobre o efeito Memória de Forma foram feitas em 1932 por
ÖRLANDER, com a observação do comportamento pseudo-elástico da liga de Au-Cd.
GRERINGER e MOORADIAN observaram, em 1938, a formação e o desaparecimento da
fase martensítica por meio da redução e do aumento da temperatura da liga de Cu-Zn. A
base do fenômeno de memória de forma é governada pelo comportamento termo-elástico da
fase martensítica, o qual, uma década depois, foi amplamente registrado por KURDUMOV e
KHANDROS em 1949 e por CHANG e READ em 1951. Na década de 1960, BUEHLER e
seus companheiros descobriram o efeito de memória de forma das ligas equiatômicas de
4
níquel-titânio (NiTi), em uma pesquisa desenvolvida no U. S. Naval Ordenance Laboratory,
que foram consideradas um avanço no campo dos materiais com memória de forma. Esta
liga de NiTi foi chamada de NITINOL (Nickel Titanium Naval Ordenance Laboratory). Desde
então, intensas pesquisas foram realizadas para esclarecer os mecanismos de seu
comportamento básico de memória de forma.
Nas ligas com efeito de memória de forma, a relativa simetria entre as duas fases
(austenita e martensita) leva a uma transformação altamente ordenada, onde o
deslocamento de átomos individuais pode ser precisamente previsto e eventualmente leva a
mudanças de forma em escala macroscópica. A estrutura cristalina da austenita é
relativamente mais simétrica se comparada com a fase martensítica. Se um monocristal
constituído de austenita for resfriado abaixo de Mf, ocorre a transformação da austenita em
até 24 variantes (planos de hábito cristalograficamente equivalentes) de martensita auto-
acomodantes, sem mudança de forma macroscópica. Essas variantes são revertidas em
uma única orientação possível da fase original (austenita) quando o monocristal é aquecido
acima de Af [HODGSON, 2006].
As ligas com memória de forma têm estrutura martensítica são sensíveis a mudança
na temperatura ambiente e tendo a habilidade de converter sua forma para uma estrutura
programada. A martensita é “macia” e pode ser deformada facilmente, e retomando a forma
e a rigidez original quando aquecida até a temperatura Af (T2) como pode ser visto na figura
3.
2.5 – Superelasticidade.
Uma liga com memória de forma pode apresentar uma capacidade de amortecimento
de vibrações. Quando um material com memória de forma austenítica é carregado
ciclicamente com cargas além de um valor crítico, a transformação martensítica é induzida
mecanicamente, acompanhada por uma histerese. Essa histerese representa a energia
dissipada [SCHMIDT, 2004].
As ligas de NiTi estão entre as mais importantes ligas com memória de forma devido
ao seu excelente efeito de memória de forma e superelasticidade, e portanto apresenta uma
elevada capacidade de amortecer vibrações, pois exibe um elevado pico de atrito interno
associada a um módulo de cisalhamento mínimo durante a transformação martensítica
mecanicamente induzida, e por causa desse fato é favorável a sua utilização em aplicações
que necessitam de dissipação de energia. Tais características também contribuem no
aumento da vida em fadiga dessa liga já que uma parcela da austenita é transformada em
martensita que apresenta menor rigidez.
O amortecimento pelo atrito interno das ligas de NiTi pode ser relacionado a
parâmetros experimentais como a taxa de variação da temperatura de
aquecimento/resfriamento, a freqüência e a amplitude aplicada, como também a tensão de
escoamento do material. A relação desses parâmetros experimentais pode ser obtida com a
utilização de um analisador dinâmico mecânico (Dynamic Mechanical Analyzer – DMA) que
é um instrumento de absoluta precisão e repetibilidade, que consegue medir a tanδ e o
módulo de armazenamento (E’) das amostras, parâmetros que quantificam as energias
armazenadas na microestrutura [CHANG, 2008].
3 - METODOLOGIA EXPERIMENTAL.
Ni Ni C O Mi Mp Mf Ai Ap Af
Ligas de NiTi
(%at) (%wt) (%wt) (%wt) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC) (ºC)
VIM 40 49,42 54,70 0,066 0,1113 62,5 51,2 38,0 65,3 81,9 91,0
A barra obtida foi então submetidas a dois procedimentos para conformação em fios a
fim de garantir seu bom acabamento superficial. Estes procedimentos foram:
Decapagem química com uma solução ácida com 50% de HF e 50% de HNO3
para retirada da camada de óxido produzida nos tratamentos térmicos de
recozimento entre cada passe de forjamento a frio.
Inspeção por líquidos penetrantes para verificação da existência de defeitos
superficiais. Caso fosse detectado algum defeito na superfície do fio os
procedimentos de decapagem e inspeção eram realizados novamente até que
não fosse detectada mais nenhuma imperfeição que pudesse interferir no
processo de trefilação.
9
Figura 5 – Dispositivo de decapagem quimica
Esse material teve seu diametro reduzido para aproximadamente 0,5mm por meio de
um processo termomecânico denominado trefilação.
Para a trefilação utilizou-se uma trefila monobloco (Figura 3) e um jogo de fieiras com
núcleo de carbeto de tungstênio (Figura 3) para um percentual de reduções de área da
ordem de 15% em cada passe. Como lubrificante no processo aplicou-se uma graxa de
Bissulfeto de Molibdênio (MoS2).
Devido o grande encruamento das ligas de NiTi foram necessários recozimentos entre
cada passe de redução para recuperação da capacidade de deformação da liga. Estes inter-
recozimentos foram realizados em um forno tubular em temperaturas variando entre 500°C a
600°C durante 5 a 10 minutos dependendo da dimensão do fio. Esse tratamento térmico
recupera a capacidade de deformação do material, tendo como consequencia porém a
formação de uma camada de óxido que deve ser controlada para que não haja grandes
variações na composição da liga.
10
3.3 – Tratamento térmico de memória de forma.
Após o processo de trefilação obteve-se fios de NiTi com diâmetros de 0,5mm, porém
no último passe o fio se encontra encruado e torcido, necessitando assim de um tratamento
térmico de recozimento e de endireitamento do fio (para torná-lo retilíneo e aplicável aos
ensaios mecânicos). O endireitamento do fio de NiTi foi realizado por um processo de
memorização de forma utilizando para tal um forno tubular (Figura 7) em temperaturas de
450 a 500°C com uma tensão de 100MPa por um período de 10 minutos.
O longo filamento de NiTi com diametro de 0,5mm obtido foi então fracionado com a
utilização de uma ferramenta de corte em fios de comprimento 400mm que serão
distribuidos ao longo do plano neutro da barra. Uma amostra do material foi reservada para
a realização de ensaios destrutivos e não destrutivos com a finalidade de determinar a
condutividade elétrica e térmica do material, seus limites de resistência a tração, módulo de
elasticidade.
4 - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES.
Atividades/ Meses
Meses 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
A x x x x x x x x x x x
B x x
C x x
D x x
E x x x x
F x x x x x x x
G x x
H x x x x
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ATIVIDADES Descrição
A Revisão bibliográfica
B Produção do fio de NiTi
C Desenvolvimento do SMAHC
D Medida da frequência natural do SMAHC
E Ensaio dinâmico de atenuação de vibração
F Análise de resultados
G Redação de artigos para congressos e revistas científicas
H Redação de relatórios
5 - OBJETIVOS FUTUROS.
Espera-se que dentro dos próximos meses de-se seguimento às seguintes etapas
do projeto:
Desenvolver o compósito hibrido ativo de resina epóxi e fios de Niquel-Titanio;
Determinar a frequência natural da barra de compósito em diferentes
configurações de ativação dos filamentos metálicos;
Realizar ensaios de atenuação de vibrações com base em diferentes
configurações de ativação dos filamentos metálicos;
Analisar os dados obtidos utilizando-os para redigir o relatório final de pesquisa
e ao menos um artigo cientifico.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[CHANG, 2008] CHANG, S. H., WU, S. K., Effect of cooling rate on transformation
temperature measurements of Ti50Ni50 alloy by differential scanning calorimetry and
dynamic mechanical analysis, Materials Characterization 59, 2008, p-987~990
[HODGSON, 2006] HODGSON, DAREL E., WU, MING H., BIERMANN, ROBERT J., Shape
Memory Alloys, retirado da internet em 09/05/2006 “Johnson Matthey – Nickel-Titanium”,
(http://www.jmmedical.com/html/johnson_matthey_home_page.html).
[LAGOUDAS , 2003] LAGOUDAS, D. C., RAVI-CHANDAR, K., SARH K., PETER POPOV,
P., Dynamic loading of polycrystalline shape memory alloy rods, Mechanics of Materials 35,
2003, p-689~716
[SCHMIDT, 2004] SCHMIDT, I., LAMMERING, R., The damping behaviour of superelastic
NiTi components, Materials Science and Engineering A 378, 2004, p-70~75
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