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GEOGRAFIA
PROFESSOR
Lauderi Dalbosco
Graduado em Geografia pela Universidade do Oeste
do Paraná – UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão,
com Pós-graduação em Ensino de Geografia pela UNI-
VALE, Professor há mais de 15 anos, atuando desde as
séries iniciais do ensino Fundamental, Médio, Pré-vesti-
bular e Concursos Públicos, nos Colégios e Cursos Pre-
paratórios do Paraná.
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SUMÁRIO
SUMÁRIO
1. ESPAÇO GEOGRÁFICO TERRITÓRIO E PAISAGEM.................................................................................................................07
Do Meio Natural ao Meio Técnico-Científico-Informacional.................................................................................................................................................... 07
Meio Técnico................................................................................................................................................................................................................................................. 08
Meio Técnico-Científico-Informacional............................................................................................................................................................................................. 08
Conceitos Importantes da Geografia................................................................................................................................................................................................... 08
Cartografia: Temática e Sistemática................................................................................................................................................................................................... 09
2. COORDENADAS GEOGRÁFICAS..................................................................................................................................................... 10
Conceito.......................................................................................................................................................................................................................................................... 10
3. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS......................................................................................................................................................... 10
Projeção Cilíndrica..................................................................................................................................................................................................................................... 1 1
Projeção cônica............................................................................................................................................................................................................................................ 1 1
Projeção plana ou azimutal.................................................................................................................................................................................................................... 12
Curvas de nível............................................................................................................................................................................................................................................ 12
Escalas............................................................................................................................................................................................................................................................. 12
4. RELEVO DO BRASIL.............................................................................................................................................................................. 13
Estrutura geológica.................................................................................................................................................................................................................................... 13
Classificações de relevo do Brasil........................................................................................................................................................................................................ 13
5. CLIMATOLGIA......................................................................................................................................................................................... 14
Tipos de Climas............................................................................................................................................................................................................................................ 14
Climas do Brasil........................................................................................................................................................................................................................................... 14
Massas atmosféricas.................................................................................................................................................................................................................................. 1 5
Classificação de Koppen – Geiger........................................................................................................................................................................................................ 1 5
Biogeografia.................................................................................................................................................................................................................................................. 1 5
Domínios Morfoclimáticos do Brasil................................................................................................................................................................................................... 16
As faixas de transição............................................................................................................................................................................................................................... 1 7
7. DEMOGRAFIA......................................................................................................................................................................................... 20
Teorias Demográficas................................................................................................................................................................................................................................ 20
Transição Demográfica............................................................................................................................................................................................................................. 21
População do Brasil.................................................................................................................................................................................................................................... 22
8. URBANIZAÇÃO NO MUNDO.............................................................................................................................................................24
Urbanização brasileira............................................................................................................................................................................................................................. 24
Desigualdades no Processo de Urbanização................................................................................................................................................................................... 25
Problemas Urbanos.................................................................................................................................................................................................................................... 26
9. MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS......................................................................................................................................................27
Os problemas atuais decorrentes das migrações internacionais........................................................................................................................................... 27
Brasil – Migrações Internas.................................................................................................................................................................................................................... 28
11. OS SOLOS................................................................................................................................................................................................. 30
Tipos de Solos............................................................................................................................................................................................................................................... 30
Produtos Destaques no Brasil................................................................................................................................................................................................................ 31
A Questão Fundiária no Brasil.............................................................................................................................................................................................................. 32
Pecuária Brasileira..................................................................................................................................................................................................................................... 32
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SUMÁRIO
04
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CAPÍTULO 01 - Espaço Geográfico Território e Paisagem
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GEOGRAFIA
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CAPÍTULO 01 - Espaço Geográfico Território e Paisagem
A concepção mais comum de território (na ciência geo- bolos e cores usadas para que haja uma melhor compre-
gráfica) é a de uma divisão administrativa. Através de ensão do tema exposto e seu espaço geográfico.
relações de poder, são criadas fronteiras entre países, Além de indicar o fenômeno e onde ele ocorre a car-
regiões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas tografia temática também pode através de símbolos in-
de influência de um determinado grupo. Para um dos dicar a qualidade, a quantidade e a dinâmica desses fe-
maiores autores da escola de geografia alemã Friedri- nômeno. Para isso geralmente são usadas linhas, áreas,
ch Ratzel, o território representa uma porção do espaço cores e pontos dependendo do assunto tratado. Observe
terrestre identificada pela posse, sendo uma área de do- o exemplo abaixo:
mínio de uma comunidade ou Estado. Um exemplo que
podemos citar, é o território da Palestina, disputado en-
tre Judeus e Árabes. Corresponde um espaço físico, com
suas características naturais, sociais e políticas, onde se
observa uma disputa entre diferentes grupos pelo domí-
nio deste espaço. (território)
Dentro desta visão, o conceito de território abrange
mais que o Estado-Nação. Qualquer espaço definido e
delimitado por e a partir de relações de poder se ca-
racteriza como território. Uma abordagem geopolítica,
por exemplo, permite afirmar que um consulado ou uma
embaixada em diferentes países, seja considerado como
parte de um território de outra nação.
Por fim podemos afirmar que, o território não se res-
tringe somente às fronteiras entre diferentes países, sen-
do caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder,
correspondendo ao espaço geográfico socializado, apro-
priado para os seus habitantes, independentemente da
extensão territorial.
Paisagem
07
Costumamos afirmar que paisagem, é tudo aquilo
que nossos olhos veem. As paisagem podem ter dife-
rentes significados, dependendo da maneira de como
a observamos. Desde uma simples observação até uma
análise mais profunda, as paisagem possuem diferentes
significados, e podem, representar coisas diferentes para Já a Cartografia Sistemática, se propões a repre-
quem a observa, tendo como referência a mesma paisa- sentar aspectos da natureza, ou seja, aspectos físicos,
gem. Temos diferentes tipos de paisagem, vejamos: como: relevo, hidrografia, clima e vegetação de um de-
terminado local. Para isso, além de se utilizar de técni-
a. Paisagem natural: Corresponde a um es- cas modernas que exige interpretação, como imagem de
paço onde não houve qualquer intervenção dos satélite, sensoriamento etc.
seres humanos. Há o predomínio de aspectos da Exemplo de mapa elaborado na cartografia sistemá-
natureza. Exemplo: Floresta intacta. tica:
b. Paisagem modificada: Corresponde a
ação de caçadores e de coletores que, mesmo não
exercendo atividades pastoris ou agrícolas, em
seus constantes deslocamentos, pode modificar a
paisagem de modo irreversível, através do fogo,
derrubadas de árvores etc.
c. Paisagens organizadas: Correspondem
aquelas que sofreu uma grande alteração pela
sociedade, mas de forma organizada, não menos
impactante, mas se observa uma certa organiza-
ção no espaço onde esta paisagem se encontra.
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GEOGRAFIA
08
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CAPÍTULO 03 - Projeções Cartográficas
Projeção Cilíndrica
09
Projeção cônica
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GEOGRAFIA
Principais Características:
Escalas
Dica Focus: Os mapas nos que-
rem dizer muitas coisas, é como se eles É uma relação matemática entre as dimensões dos
“escondessem” textos por traz das figuras, elementos no desenho, (espaço gráfico) e no espaço real.
desenhos representados. É importante que
Tipos de Escalas:
se preste muita atenção na hora de ana-
lisar e interpretar um mapa. As legendas GRÁFICA
são um bom caminho para iniciar o traba-
lho de análise e interpretação. É a representação gráfica da escala numérica sob a
forma de uma linha graduada, na qual a relação entre
as distâncias reais e as representadas nos mapas, car-
tas ou outros documentos cartográficos é dada por um
Curvas de nível segmento de reta em que uma unidade medida na reta
corresponde a uma determinada medida real.
São linhas que unem pontos de igual altitude num
mapa, são chamadas de isoípsas. O principal objetivo
das curvas de nível, é identificar tipos de relevo, e assim
contribuir para uma ocupação mais adequada do espaço
geográfico pelo homem.
NUMÉRICA
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CAPÍTULO 04 - Relevo
b. Desgastada;
Exemplo: 1:100.000 - Lê-se 1 por c. Baixa;
100.000. d. Estável – ausência de tectonismo recente.
Significa que 1cm no documento equivale a 100.000 A estrutura geológica brasileira é constituída por es-
cm no terreno, ou seja, 1000m ou 1Km. cudos cristalinos , que abrangem cerca de 36% do territó-
Quando se conhece a escala numérica pode-se calcu- rio nacional. Os terrenos cristalinos podem ser divididos
lar as distâncias reais utilizando-se as expressões: entre os que se formaram no período Arqueozóico ( 32%)
e os que se formaram na era proterozóica ( 4%).
D=d x N N=D / d d=D / N Os terrenos sedimentares ocupam 64% do total do
país, são de diversas idades, desde a paleozóica ate a ce-
D=Distância real nozóica e apresentam duas riquezas principais: o carvão
d=Distância no documento e o petróleo.
E=Escala Principais bacias sedimentares:
Era Paleozóica: Paranaica e San- Franciscana
Era Mesozóica: Maranhão-Piauí (Meio Norte ) e Re-
Interpretação de Escala: côncavo Baiano.
Era Cenozóica: Amazônica, Pantaneira e Litorânea (
Comparando os mapas A e B, observamos que há Costeira ).
maior riqueza de detalhes no mapa B e sua escala é duas
vezes maior do que no mapa A.
Classificações de relevo do Brasil
Aroldo de Azevedo
11
a. Antiga;
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GEOGRAFIA
Aziz Ab’ Saber não exist ir diferença, é necessário dist inguir o que é
tempo e o que é clima.
Tempo: ondição atmosférica momentânea, pode mu-
dar rapidamente. Exemplo: Sol- chuva, quente – frio. Etc.
Clima: é um conjunto de fenômenos meteorológicos
(elementos), como a chuva, a temperatura, a pressão at-
mosférica, a umidade e os ventos. Ou, um ambiente at-
mosférico const it uído pela série de estados da atmosfe-
ra em sua sucessão habit ual. Elementos físicos também
contribuem com o clima: fatores.
Elementos do Clima
- Temperatura
- Pressão atmosférica
- Umidade do ar
- Ventos
- Massas de ar
Fatores do Clima
- Altit ude
-Latit ude
-Correntes marítimas
Essa classificação baseou-se nos processos de erosão -Relevo
e sedimentação para diferenciar planalto de planície . -Continentalidade/marit imidade
Todas as superfícies onde predominam agentes da ero- -Vegetação
são são considerados planaltos , e as superfícies onde - Poluição.
ocorre a deposição de sedimentos são classificadas de
planície.
Tipos de Climas
Jurandyr Ross
12
Climas do Brasil
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CAPÍTULO 05 - Climatologia
São porções de ar, que possuem característ icas de 03. Clima Semiárido
acordo com seu local de origem. Podem ser: Quentes ou É o clima das zonas mais secas do interior do nordes-
Frias, Secas ou Úmidas. No Brasil atuam cinco massas te, região conhecida como Sertão Nordestino. Caracteri-
de ar, como podemos ver no mapa: za-se pela baixa umidade e temperaturas elevadas.
Não existe uma única classificação para os climas. Classificação de Koppen – Geiger
A classificação mais utilizada para os tipos de clima do
Brasil é baseada no geógrafo Arthur Strahler, que con-
sidera a circulação das massas de ar como o fator mais 13
importante para a caracterização climática.
A classificação de Arthur Strahler, adaptada ao Bra-
sil, reconhece cinco regiões climáticas, definidas pela
atuação de massas de ar equatorial, tropical e polar.
Basicamente, pode-se dizer que o Brasil tem seis
domínios climáticos: clima equatorial, tropical, tropical
semi-árido, litorâneo, subtropical e tropical de altitude.
Biogeografia
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GEOGRAFIA
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CAPÍTULO 06 - Hidrografia do Brasil
No Nordeste
No Sul
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GEOGRAFIA
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CAPÍTULO 06 - Hidrografia do Brasil
cia hidroelétrica do país, seu rio principal é o Paraná Já os mares são porções menores de água salgada e
nele estão localizadas várias hidroelétricas dentre elas podem ser classificados em:
a usina de Itaipu uma das maiores do mundo que só é
superada pela usina de Três Gargantas. a. Abertos ou Costeiros – Possuem ampla
BACIA PARAGUAI: É a maior bacia essencialmen- ligação com os oceanos. Exemplo: Mar do Japão,
te de planície, seu principal rio é o Paraguai drena o Mar do Caribe, Mar da China etc.
Pantanal mato-grossense. b. Interiores ou Mediterrâneos –Possuem
BACIA URUGUAI: Se caracteriza por ter seu rio ligação com os oceanos, através de estreitos ou
principal (Uruguai) sendo menor da bacia Platina. Pos- canais. Exemplo: Mar Mediterrâneo, Mar Verme-
sui suas nascentes na Serra Geral, através da conflu- lho, Mar Negro etc.
ência dos Rios Canoas e Pelotas. É um rio de planalto, c. Fechados ou Isolados –Não possuem li-
com grande potencial hidráulico, mas no entanto, pouco gação visível com os oceanos. Exemplo: Mar de
explorado. Aral, Mar Cáspio, Mar morto.
BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA: Está lo-
calizada no centro norte do Brasil e por esse motivo é Os mares não possuem uma homogeneidade quanto
considerada a bacia inteiramente brasileira, em seu rio à sua composição física no espaço geográfico.
principal, o Tocantins, foi construída a hidrelétrica de
Tucuruí que abastece grande parte da região norte, e Mar Territorial
também o projeto Grande Carajás, de exploração de mi-
nérios no Pará. Correspondem a porção de águas que se encontram
BACIA SÃO FRANCISCO: Possui suas nascentes próximo ao litoral de um país. Estas águas, ou as por-
em Minas Gerais, na Serra da Canastra. É um Rio de ções destas águas estão divididas em: águas interiores,
Planalto, portanto possui grande potencial hidráulico. mar territorial, zona contígua, zona econômica exclu-
Seu rio principal o São Francisco, é de extrema impor- siva, plataforma continental, etc., e são regulados pela
tância para a população que residem em seu percurso Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
pois é navegável entre Minas Gerais e Bahia. Em seu (CNUDM), celebrada em 1982 em Montego Bay, Jamaica,
curso, vem se desenvolvendo o Projeto de Transposição, como resultado da Terceira Conferência das Nações Uni-
Que tem como objetivo levar águas às regiões do semi- das sobre o Direito do Mar (Nova York, 1973-1982) e que
árido nordestino. constitui o mais recente esforço de codificação do direito
internacional que regula os oceanos. Vamos conhecer
Oceanos e Mares um pouco sobre cada uma destas porções. 17
Águas Interiores:
A área do conhecimento que se propõe a estudar os É todo conjunto de porções líquidas encontradas no
oceanos e mares é denominado de oceanografia. Tanto interior de um arquipélago, como mar interior, lagos,
os mares como os oceanos possuem uma grande impor- rios, águas subterrâneas etc.
tância no biosfera.
Em uma concepção ambiental, os oceanos e mares, Mar territorial:
contribui na composição e equilíbrio climático, uma vez Corresponde a uma faixa de águas costeiras que al-
que os oceanos abrigam seres (fitoplanctons) que são cança 12 milhas marítimas (22 quilómetros) a partir do
responsáveis pela produção de grande parte do oxigênio litoral de um Estado que são consideradas parte do ter-
do planeta e também por reter calor em períodos maio- ritório soberano daquele Estado. A largura do mar terri-
res que os continentes, denominado de maritimidade. torial é contada a partir da linha de base, isto é, a linha
Em uma visão mais humana e econômica, os oceanos de baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada nas
e mares exerceram e ainda exercem grande importância cartas marítimas de grande escala reconhecidas oficial-
no que se refere às estratégias militares e comerciais, a mente pelo Estado costeiro.
exportação, a pesca, o turismo e muitos outros. Nesta porção de águas, o país exerce todo o direito
Por isso que, países que não dispõe de um litoral per- estendido a sua porção continental e a suas águas inte-
manecem dependentes de outras nações para escoar sua riores. Qualquer embarcação, deve ter autorização para
produção destinada à exportação e receber as importa- navegar nesta porção, bem como o reconhecimento da
ções, isso faz parte da realidade de países como Afega- Marinha Mercante do país que possui posse neste es-
nistão, Áustria, Suíça, Paraguai e Bolívia. paço.
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CAPÍTULO 07 - Demografia
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CAPÍTULO 07 - Demografia
mudanças que ajudaram a influenciar no nosso cresci- rios fatores, entre eles podemos citar: alimentação, ren-
mento. Até então, o Brasil era um país agrário, com po- da, educação, saúde, saneamento básico, qualidade de
pulação predominantemente vivendo no campo. vida em geral. Quanto melhores forem estes elementos,
Já nos anos 50, o lado urbano do Brasil começou a maior será a expectativa de vida.
crescer. Muitas pessoas começaram a deixar os campos Observe o gráfico a seguir.
para trabalhar nas cidades, principalmente nas regiões
sudeste, onde a industrialização era muito ativa, e na
região centro-oeste, com a construção de Brasília, que
atraiu muitos trabalhadores.
A urbanização melhorou muito a vida dos brasileiros.
Nas cidades havia uma melhor condição de vida (higiene
e saúde, água tratada, serviços de vacinação, de sanea-
mento básico, como consequência a taxa de mortalidade
diminuiu bastante.
Com a queda nas taxas de mortalidade, houve um
grande crescimento da população, já que as taxas de na-
talidade continuaram altas.
As novas condições de vida nas cidades e a revolu-
ção no campo da medicina, bem como o melhor acesso
das pessoas a novos medicamentos, provocaram um alto
crescimento vegetativo da população.
Os anos 60 foram marcados por uma revolução nos • Taxa de mortalidade - Corresponde ao número
costumes, não só por causa da pílula, que diminuiu mui- de pessoas que vem a óbito durante o ano.
to a taxa de natalidade, mas também outros fatores como • Taxa de mortalidade infantil - Corresponde ao
a vida na cidade e a entrada da mulher no mercado de número de crianças que morrem antes de completar 1
trabalho ajudaram muito a reduzir esse índice de cres- ano. Segundo a ONU, quanto maior a mortalidade infan-
cimento. til, piores os indicadores socioeconômicos.
Na atualidade, as famílias não são mais tão nume- • Taxa de analfabetismo - Corresponde ao percen-
rosas, principalmente nas zonas urbanas. O controle da tual de pessoas que não sabem ler e nem escrever.
natalidade de forma espontânea, está se tornando hábito • Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, basea-
até mesmo nas camadas mais pobres. Sem contar que da na paridade de poder de compra dos habitantes. 21
nas décadas seguintes, as sucessivas crises econômicas, • Saúde - Refere-se à qualidade da saúde da popu-
também contribuíram para que as famílias repensassem lação, bem como o acesso que a mesma tem a saúde de
o número de filhos que queriam ter. qualidade.
As melhorias nas condições sociais e econômicas não • Alimentação - Refere-se à alimentação mínima
são homogêneas, e não melhoraram as condições de vida que uma pessoa necessita, cerca de 2.500 calorias, e se
de todas as pessoas. É possível ver no Brasil uma grande essa alimentação é balanceada. É importante citar, que
desigualdade social, não entre as regiões, mas também nem sempre se avalia a quantidade, que também é im-
entre as pessoas dentro de uma mesma região. Podemos portante sem dúvida, mas acima de tudo a qualidade da
observar isso, pela expectativa de vida do indivíduo. alimentação.
Há muita diferença entre a expectativa de vida dos • Condições médico-sanitárias – Representa o
sulistas e dos nordestinos. Os dados afirmam que no sul, acesso que as pessoas tema saneamento básico.
as pessoas vivem mais do que no nordeste. • Qualidade de vida e acesso ao consumo - Está
A mortalidade infantil também é alta no nordeste, relacionado ao número de carros, de computadores, tele-
justamente por causa da precária assistência médica, visores, celulares, acesso à internet entre outros.
principalmente com as mulheres grávidas, e as próprias Vários destes itens, como saúde, educação e renda,
condições de miséria que vive grande parte do povo nor- serão base para a análise do IDH. Este índice é utiliza-
destino. Mas vamos conhecer um pouco mais sobre os do pela ONU, para classificar os países dentro de um
indicadores sociais e econômicos. ranking que é divulgado em períodos como forma de
chamar a atenção dos governantes sobre a necessidade
Indicadores Sociais e Econômicos de se tomar providências sobre os maiores problemas
que atingem a população.
Os indicadores sociais e econômicos, são meios uti- O IDH é um indicador que varia de 0 a 1.0. Quanto
lizados para classificar os países como sendo: Ricos (de- mais próximo de 1.0, melhores são as condições dos itens
senvolvidos), Em Desenvolvimento (economia emergen- citados acima. Quanto mais próximo de 0, piores serão
te) ou Pobres (subdesenvolvidos). Tendo isso por base, estes itens e consequentemente as condições de vida da
organizações internacionais avaliam os países seguindo população analisada será pior. Vejamos o gráfico abaixo
alguns critérios: a evolução do IDH brasileiro de 1980 a 2012, para que
Expectativa de vida - É a média de anos de vida possamos ter ima ideia de como ele evoluiu.
de uma pessoa em determinado país. Ela depende de vá-
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CAPÍTULO 08 - Urbanização no Mundo
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GEOGRAFIA
Centro Oes-
21,52 24,38 34,22 48,04
te
Centro Oes-
67,79 81,28 86,73 86,81
te
REGIÃO 2010
Brasil 84,36
Norte 73,53
Nordeste 73,13
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CAPÍTULO 09 - Migrações Internacionais
econômicos, como a falta de moradia, o desemprego, a que chegam e, estes, vivenciam as dificuldades típicas de
violência etc. Todos estes problemas estão diretamente adaptação ao novo ambiente. Podemos observar o caso
ligados ao processo de urbanização, ou a forma de como atual da Europa, que tem recebido muitos migrantes da
ele ocorre, que no caso do Brasil, como vimos, ocorreu de Ásia e da África, que buscam na Europa uma condição
forma irregular. mais estável e uma perspectiva de vida melhor. No en-
tanto sofrem com a perseguição de grupos Xenófobos
nestes países.
9. MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS Somente o tempo e a tolerância são capazes de criar
condições para o aparecimento de uma nova cultura
O seres humanos sempre se deslocaram no espaço
regional, fruto das influências mú¬tuas que fatalmente
geográfico. Seja para a busca de seu sustento, durante o
ocorrerão.
período do nomadismo, seja posteriormente quando os
meios de transportes evoluíram permitindo assim a mo-
bilidade humana de forma mais fácil e rápida.
Quando se trata de movi¬mentos populacionais que
envolvem dois países diferentes, eles são chama¬dos de
migrações internacionais ou migrações externas.
Nesse caso, uma população, ao sair de seu país de
origem, é denominada emigrante e, ao entrar no novo
país, é chamada de imigrante.
EMIGRAÇÃO ⇒ IMIGRAÇÃO
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GEOGRAFIA
correntes dos fluxos migratórios são importantes e, em O que se pode observar é que o processo de migração
alguns países, chegam a alcançar níveis de certa gravi- interna sempre esteve ligado à dinâmica econômica do
dade. país, mas que a composição da estrutura física também
As causas desses problemas residem num velho de- exerceu uma importante influência. Primeiramente, os
bate que existe nos países receptores, sobre se os imi- sistemas de transportes não eram muito avançados, as-
grantes vão integrar-se à comunidade ou manter-se sim como a estrutura das rodovias e ferrovias no país
enquistados, mar-ginalizados, com regras próprias que não possibilitava o deslocamento em massa de grande
regem suas vidas. parte da população. Além disso, as más condições de
Por um lado, os imigrantes são vistos como pessoas vida da população impedia que os mesmos se deslocas-
dife¬rentes, em virtude de questões religiosas, étnicas sem internamente, até por que, durante muito tempo o
ou culturais. Por outro, dependendo das condições, são trabalho escravo esteve presente na estrutura da econo-
os próprios imi¬grantes que adotam a atitude de defesa mia do país.
de não se integrar. A principal área das migrações do Brasil nos últimos
Como consequência dessas dificuldades de integra- tempos, foi do Nordeste do país e do Norte de Minas
ção, os imigrantes correm muitos riscos e enfrentam Gerais para as regiões Sudeste e Sul, mais precisamen-
uma série de problemas muitos inclusive ligados ao ter- te para as grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de
rorismo. Janeiro e Campinas, e algumas cidades da região Sul,
como Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Esse fluxo
iniciou-se no final do século XIX, mas se consolidou de
forma mais acentuada ao longo do século XX, quando o
Nordeste conheceu o seu declínio econômico e o Sudeste
brasileiro industrializou-se a partir das infraestruturas
herdadas da economia cafeeira da região, principalmen-
te após a década de 30 com o Governo Vargas.
Esse movimento migratório ainda existe, mas obser-
http://geofagia.blogspot.com.br/ va-se um declínio a partir da década de 1980. Em 2001,
segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Apli-
Entre todas as diferenças, as diferenças linguísticas cada (Ipea), o número de pessoas saindo do Nordeste
são o primeiro obstáculo para as relações sociais e o rumo ao Sudeste foi, pela primeira vez, menor do que
exercício da atividade profissional para o imigrante. Os o do sentido contrário. Essa tendência repetiu-se anual-
26 tipos de trabalho em certos setores, como a construção mente até 2008. Este movimento conhecido como movi-
civil, agricultura e alguns serviços menos valorizados, mento de retorno. Normalmente são pessoas ou parentes
têm características pouco atrativas, pois são temporá- de pessoas que há muito tempo migraram para estas
rios, pouco remunerados e rejeitados socialmente pela regiões, e que na atualidade estão desencadeando um
população local, o que leva o imigrante a questionar sua movimento de retorno a região de onde há muito tempo
permanência, sem contar que na maioria das vezes es- partiram.
tes imigrantes são explorados e são remunerados muito Estas mudanças podem ser explicadas pelo fato de o
abaixo dos cidadãos locais. Nordeste vir apresentando novos índices de recuperação
econômica e de industrialização. Além disso, a oferta de
empregos no setor industrial do Sudeste vem diminuin-
Brasil – Migrações Internas
do graças à migração de indústrias para o interior do
território brasileiro (desconcentração industrial) e pelo
fato de o setor secundário oferecer menos empregos em
razão do crescente processo de implementação de novas
tecnologias no campo produtivo, com a introdução de
tecnologias no processo produtivo.
Uma característica mais recente da demografia do
Brasil vem destacando o papel crescente das regiões
Norte e Centro-Oeste principalmente a partir da década
de 1960, principalmente após a construção de Brasília.
Essa nova composição é, em partes, resultado da política
de Marcha para o Oeste iniciada na década de 1940 e
dos atrativos de empregos oferecidos por essas regiões e
Migrações internas, são aquelas que ocorrem dentro suas metrópoles. Hoje em dia, o maior fluxo migratório
de um próprio país, também chamadas de migrações in- no Brasil segue em direção à zona do Brasil Central e ao
ter-regionais, elas representam as dinâmicas dos fluxos Amazonas.
migratórios existentes no interior de um dado território. Vejamos o mapa abaixo:
No caso do Brasil, é possível identificar alguns vetores
migratórios que se manifestam desde o período colonial,
mas que se intensificaram a partir do início do século
XX.
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CAPÍTULO 10 - Geografia Agrária
Fatores naturais:
Solo;
Clima;
Contudo, é importante lembrar que as zonas menos
Relevo;
habitadas do país não recebem novos migrantes com a
mesma velocidade que o Sudeste recebeu outrora. Dados
Fatores econômicos:
do IBGE confirmam que o número de migrações inter-
Investimento;
nas no Brasil caiu 37% nos últimos 15 anos. Isso significa
Técnica;
que, à medida que a distribuição industrial e econômica
Política agrícola;
do país acontece, maior a tendência de estabilidade no
campo das migrações internas.
Quando analisamos as formas de exploração da ter-
ra podemos classificá-las de duas maneiras: extensiva e
Brasil – Migrações Atuais intensiva.
O quadro atual das migrações no Brasil, no entan-
to, parece apresentar o esgotamento dessa migração em Intensiva
massa. Com os centros urbanos – sobretudo Rio de Janei- 27
ro e São Paulo – completamente saturados e repletos de
problemas sociais, não há mais um grande atrativo nes- • Desassociada do tamanho da propriedade.
sas cidades para a recepção de novos migrantes. Além • Alta produtividade.
disso, há em processo uma desconcentração industrial • Aplicação de Técnicas Modernas.
no país, o que vem colaborando para um gradativo reor- • Uso de máquinas.
denamento dos fluxos migratórios. • Bons índices de produtividade e de renta-
Dessa forma, a região Nordeste – antes a principal bilidade.
origem das migrações internas – apresentou um saldo
positivo em relação ao número de pessoas que imigra- O grau de mecanização e de tecnologia aplicadas à
ram ao número de pessoas que emigraram durante a produção agrária permite que a produtividade por hec-
primeira década do século XXI. tare dispare e que a utilização de mão-de-obra seja ín-
Assim, segundo o Censo do IBGE de 2010, essa foi fima.
a única região a apresentar um saldo positivo de mi- O desempenho dos produtos agropecuários e das
grantes nos últimos anos. As regiões Sul, Centro-Oeste e agriculturas modernas e desenvolvidas no mercado in-
Norte, segundo os mesmos dados, permaneceram prati- ternacional não é resultado exclusivo da enorme produ-
camente estáveis e a região Sudeste tornou-se a grande tividade que elas alcançam. Nessa composição também
“exportadora” de pessoas. entram os incentivos e subsídios recebidos pelos produ-
Essa configuração representa, além da descentra- tores agrícolas de diversos países, em especial os ricos.
lização industrial brasileira, o retorno da população de A biotecnologia, bancada pelas gigantes transnacio-
outras regiões que havia se instalado no Sudeste. Esse nais, revolucionou a produção agrícolas com os produtos
retorno, em geral, não representa uma opção, mas uma transgênicos. Plantas são modificadas geneticamente
condição. Ele é resultante das péssimas condições de para otimizar a produção agrícola, aumentar a produti-
vida que boa parte dessas pessoas que migraram para vidade, tornando as espécies modificadas mais nutritivas
essa região até o final do século XX encontrou, além da e resistentes às pragas.
escassez de empregos e das relações de racismos regio-
nais. Extensiva
• Baixos investimentos.
• Utilizam técnicas arcaicas.
• Baixa produtividade.
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GEOGRAFIA
Comercial
Os solos evoluídos possuem normalmente várias
Quando a produção é destinada ao comércio interno camadas sobrepostas, designadas por horizontes. Estas
ou externo. Normalmente esta propriedade se desenvol- camadas são formadas pela ação simultânea de proces-
ve em grandes propriedades rurais, com a utilização de sos físicos, químicos e biológicos e podem distinguir-se
técnicas mais modernas. entre si através de determinadas propriedades, como por
Ao longo de milhares de anos, as técnicas aplicadas exemplo a cor, a textura e o teor em argila.
na agricultura foram se modernizando, e muitas delas
hoje já não são mais usadas. As técnicas, tem como prin-
cipal objetivo, aumentar a produtividade, reduzir custos
e evitar o desgaste dos solos. Vejamos algumas técnicas
mais importantes:
a. Erosão;
b. Lixiviação;
c. Laterização;
d. Poluição do solo, da água e do lençol freático
pelo uso de agrotóxicos;
Importante: Hoje muitas ques-
e. Morte de animais;
f. Envenenamento de trabalhadores; tões abordam a relação do homem com
g. Destruição das matas ciliares; o espaço geográfico e sua ocupação, e um
h. Ampliação do desmatamento. destes elementos mais importante é o solo
i. Compactação do solo pelo uso excessivo de
e como o homem deve ou deveria ocupar e
máquinas.
explorar este solo de maneira adequada. O
termo usado para designar esta ocupação
11. OS SOLOS é chamado de ação antrópica.
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CAPÍTULO 11 - Os Solos
Presente em territórios com grande concentração de Um dos mais importantes produtos do país, ocupa
material orgânico em decomposição (húmus). É muito uma parcela considerável de terras, muito utilizado para
utilizado para a prática da agricultura, pois é extrema- a produção de ração, voltado para alimentação de ani-
mente fértil (rico em nutrientes para as plantas). mais. É produzido em todo o Brasil.
É um tipo de solo formado por partículas de rochas. Arroz, Feijão, Algodão, Trigo, Uvas, Maçã, Cacau.
29
É um solo seco e esquenta muito ao receber os raios so-
lares. Inadequado para a agricultura. Este tipo de solo é
Observação: No final dos anos 60
muito comum em regiões de deserto.
do século XX, o Brasil passou a vivenciar
os impactos da Revolução Verde no desen-
Nota: Você sabia? A ciência que
volvimento de uma agricultura moderna
estuda a composição, o desenvolvimento e
e de grande eficiência econômica. No en-
a formação dos solos é a Pedologia.
tanto, a Revolução Verde trouxe também
efeitos perversos de ordem social, econô-
Produtos Destaques no Brasil mica e ambiental.
•Ampliação do processo de concentra-
ção fundiária pela incorporação da cha-
Soja mada fronteira agrícola à produção capi-
A expansão da produção da soja no Brasil atende a talista.
numerosos interesses, e é produzida em grande parte do •Formação de um amplo contingente
território brasileiro. de trabalhadores volantes, dependentes
de um mercado de trabalho com grande
• Sua exportação contribui para a obtenção de
superávits na balança comercial; sazonalidade.
• Seu preço no mercado mundial envolve os •Ampliação da dependência dos produ-
mercados de ações e grupos financeiros; tores ao mercado de sementes pela intensa
• Sua produção está associada aos complexos utilização de híbridos.
agroindustriais e ao agronegócio;
• Seu cultivo exige grandes investimentos em •Comprometimento dos recursos hídri-
insumos e máquinas produzidos pelas transna- cos pelo assoreamento de cursos d’água
cionais. e contaminação por produtos químicos.
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GEOGRAFIA
30
Pecuária Brasileira
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CAPÍTULO 11 - Os Solos
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GEOGRAFIA
V - 1964 -1980. Após um período de instabilidade po- Dentre as dez maiores indústrias presentes no país
lítica os militares tomam o poder e ocorre uma diversi- tem-se: Petrobras (setor de energia), Vale (setor de mi-
ficação do parque industrial brasileiro com a expansão neração), Volkswagen (setor automobilístico), Fiat (setor
das indústrias de bens de consumo duráveis e não durá- automobilístico), Ambev (setor de bens de consumo não
veis. Em 1979, as exportações de industrializados supe- duráveis), Brasken (setor químico e petroquímico), Ge-
ram as exportações dos produtos primários. neral Motors (setor automobilístico), Arcelor Mitall (se-
VI -1980 – atualmente. Os anos de 1980 ficaram co- tor siderúrgico e metalurgia), Bunge alimentos (setor de
nhecidos como década perdida devido a crise econômi- bens de consumo não duráveis) e Usiminas (setor side-
ca, já a década seguinte foi marcada pelo plano real e rúrgico e metalurgia).
seguido de investimentos estrangeiros com as privatiza-
ções das industrias estatais e aliado aos investimentos
as micro e pequenas empresas representaram progresso
12. GLOBALIZAÇÃO E
econômico. INTEGRAÇÃO ECONOMICA
Atualmente o país possui um parque industrial con-
solidado e diversificado com forte presença de capital
ENTRE PAÍSES
estrangeiro restando o desafio de desenvolver tecnologia
nacional de ponta.
No tocante a distribuição espacial das indústrias bra-
sileiras, há uma maior concentração de indústrias na
região sudeste principalmente em nas áreas metropo-
litanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte,
incluindo cidades como Volta Redonda/RJ, Macaé/RJ,
Campos/RJ, Uberlândia/MG, ABCD paulista, Campinas/
SP, Ribeirão Preto/SP, Santos/SP, Jundiaí, dentre outras.
Hoje é comum falar em desconcentração espacial
do sudeste devido a supervalorização do espaço urbano
desta área, sendo que o destino principal destas indus-
trias é a região sul que também polariza grande parte
da atividade industrial do país e pode ser encarada como
uma extensão da região sudeste.
32 No nordeste a atividade industrial é mais acentuada
na porção litorânea e a exploração de petróleo no recôn-
cavo baiano trouxe um novo impulso industrial à região.
Já no centro oeste as indústrias são mais voltadas ao
incremento do setor agrário. E por fim a região norte Na atualidade, o capitalismo, sistema econômico vi-
possui uma industrialização pouco expressiva e trata- gente na maioria dos países, apresenta uma dinâmica
-se em sua maioria de indústrias de beneficiamento de da acumulação fortemente internacionalizada tanto sob
matérias primas diversas, o destaque da região é a Zona a forma de capital produtivo quanto financeiro ou co-
Franca de Manaus voltada para a produção de eletrôni- mercial.
cos. O mapa abaixo mostra a distribuição das indústrias Nesta perspectiva, globalização e integração, prin-
brasileiras. cipalmente econômica, constituem-se em aspectos cen-
trais do funcionamento da economia mundial nos dias de
hoje. A globalização, por referir-se, de um modo geral, ao
aprofundamento do caráter internacional dos processos
econômicos; e a integração por remeter à tendência de
surgimento de espaços de relações privilegiadas entre
países, da mesma maneira que pode expor as grandes
diferenças entre eles.
Podemos dizer assim que, a economia globalizada
apresenta-se como um intenso mosaico mundial do qual
fazem parte blocos de economias nacionais que osten-
tam diferentes graus de fluidez interna nos movimentos
de bens e pessoas, mercadorias e fatores produtivos.
A globalização seria, portanto, um processo de inte-
gração mundial que se intensifica nas últimas décadas,
principalmente após a década de 90, com a Nova Ordem
Mundial, com base na liberalização econômica, quan-
do os Estados abandonam gradativamente as barreiras
tarifárias que protegem sua produção da concorrência
estrangeira e se abrem ao fluxo internacional de bens,
serviços e capitais.
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CAPÍTULO 13 - Blocos Econômicos
União Aduaneira
Consiste na regulamentação de uma União Adua-
neira, momento em que os Estados-Membros, além de
abrir mercados internos, regulamentam o seu comércio
de bens com nações externas, já funcionando como um
bloco econômico em formação.
Caracteriza-se por adotar uma Tarifa Externa Co-
mum (TEC), a qual permite estabelecer uma mesma ta-
rifa aplicada a mercadorias provenientes de países que
não integram o bloco.
Nessa fase, dá-se início à formação de comissões
parlamentares conjuntas, aproximando-se o Poder Exe-
cutivo dos Estados nacionais de seus respectivos Legis-
Constituem-se na união de países, geograficamente
lativos.
próximos, ou não, que buscam através de acordos re-
O MERCOSUL, com o Brasil, a Argentina, o Uruguai o
duzir as barreiras econômicas entre si, permitindo as-
Paraguai e mais recentemente a Venezuela, constituem,
sim um fluxo econômico maior, promovendo assim uma
na atual fase de desenvolvimento, uma União Aduaneira
maior integração econômica entre os membros. Da mes-
que luta para se transformar em um Mercado Comum.
ma maneira, comprometem-se em reduzir a soberania 33
nacional em prol da soberania em grupo.
A configuração destes grupos, antes de ser um pro- Mercado Comum
jeto puramente econômico, é um projeto político, resul-
tante de uma decisão de Estados que normalmente leva Apresenta-se como um processo bastante avançado
a um aprofundamento nas relações sociais, políticas e de integração econômica, garantindo-se a livre circula-
econômicas, entre os interessados. ção de pessoas, bens, serviços e capitais, ao contrário da
Dependendo do nível de integração os Blocos Eco- fase como União Aduaneira, quando o intercâmbio res-
nômicos podem ser classificados em: em zona de prefe- tringia-se à circulação de bens.
rência tarifária, zona de livre comércio, união aduaneira, No Mercado Comum circulam bens, serviços e os
mercado comum e união econômica e monetária. fatores de produção (capitais e mão-de-obra) e pressu-
Vejamos, cada um deles: põem-se a coordenação de políticas macroeconômica,
devendo todos os países-membros seguir os mesmos pa-
râmetros para fixar taxas de juros e de câmbio e para
Zona de Preferência Tarifária definir políticas fiscais.
A Comunidade Econômica Europeia, a partir de 1992,
Este primeiro processo de integração econômica con-
transformou-se em um bloco econômico do tipo Mercado
siste apenas em garantir níveis tarifários preferenciais
Comum.
para o conjunto de países que pertencem a esse tipo de
mercado (in MERCOSUL HOJE, Sérgio Florêncio et Er-
nesto Araújo). União Econômica e Monetária
A antiga Associação Latino-Americana de Livre Co-
mércio (ALALC) foi um exemplo de Zona de Preferência Este é o estágio mais avançado do processo de for-
Tarifária, pois procurou estabelecer preferências tari- mação de blocos econômicos, contando com uma moeda
fárias entre os seus onze membros, que eram todos os única e um fórum político.
Estados da América do Sul, com a exceção da Guiana No estágio de União Econômica e Monetária tem de
e do Suriname, e mais o México. Em 1980, a Associação existir uma moeda única, que pode ser usada por todos
Latino-Americana de Integração (ALADI) substituiu a os membros, ou não, e uma política monetária inteira-
ALALC. mente unificada e conduzida por um Banco Central co-
munitário.
Para se chegar ao estágio de União Econômica e Mo-
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GEOGRAFIA
netária, há que se atravessar toda uma série de momen- Para se entender a atual conjuntura política e acima
tos que demandam tempo e discussões entre os países- de tudo econômica dos países na atualidade, é neces-
-membros. sário conhecer um pouco sobre a evolução dos sistema
Assim, cada acordo significa um avanço em relação econômico que é predominante no mundo. Vamos anali-
às situações anteriores de níveis de integração, sempre sar, mesmo que de forma mais simples a evolução do Ca-
dependente da vontade política dos parceiros que fazem pitalismo mundial, procurando compreender cada fase
um determinado bloco econômico em processo de inte- individualmente.
gração.
Por exemplo, o MERCOSUL não dispõe atualmente Origem
de instituições supranacionais, mas são transparentes os
avanços em seu processo de fortalecimento e consolida- Acredita-se que o início do capitalismo ocorreu no
ção, em que pesem as crises conjunturais no plano da século XIII, a partir da desestruturação do sistema feu-
integração econômica. dal, que por sua vez modificou o setor produtivo e as
O NAFTA, tudo indica, parece não pretender adotar relações de trabalho, nesse momento houve o renasci-
o princípio da livre circulação de trabalhadores, embora mento comercial que ficou caracterizado pela transição
tenha avançado bastante no que diz respeito ao volume do feudalismo para o capitalismo.
das trocas comerciais.
Já a União Européia, originada da Comunidade Eco-
nômica Européia, por seus avanços em meio século de Primeira Fase: Capitalismo Comercial
negociações, tornou-se o maior exemplo de um processo
de formação de bloco econômico no mundo contempo- No século XV, recebeu o nome de capitalismo co-
râneo. mercial, para alguns autores pré-capitalismo, esse foi
A idéia da construção efetiva de uma organização marcado principalmente pela expansão ultramarina,
aberta para reunir países europeus partiu de uma pro- colonização do novo mundo, continente africano, asiáti-
posta de Robert Schuman, Ministro francês das Relações co e americano, políticas mercantilistas e por fim o sur-
Exteriores, em 1950, ao demonstrar os interesses comuns gimento das primeiras potências europeias: Portugal e
da França e da Alemanha Ocidental quanto aos recursos Espanha.
naturais do carvão e do aço no território europeu.
Em 18 de abril de 1952, a França, a Alemanha Ociden- Segunda Fase: Capitalismo Industrial
tal, a Bélgica, Luxemburgo, os Países-Baixos e a Itália as-
34 sinaram, em Paris, um tratado instituindo a Comunidade No final do século XVIII e início do XIX, teve origem o
Européia do Carvão e do Aço (CECA). chamado capitalismo industrial, esse ficou caracterizado
A atual União Européia, surgida da criação, em 1957, por muitas evoluções que foram primordiais à ocorrên-
da Comunidade Econômica Européia (CEE), representa cia da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra, no
o mais avançado estágio desse processo de integração século XVIII, a utilização do carvão mineral como fonte
em blocos econômicos, inclusive com a adoção de uma de energia para a indústria têxtil recebeu o invento da
moeda comum, o Euro, e agora também política, com o máquina a vapor, a inserção de outras nações no proces-
funcionamento de um Parlamento Europeu fortalecido, so, como França, Alemanha, Estados Unidos e Japão. O
que tem sede em Estrasburgo, na França, formado por imperialismo europeu, a partilha colonial, com destaque
deputados dos países da Comunidade Européia, eleitos para o continente africanos, o liberalismo e o surgimento
pelos cidadãos dos países-membros para representá-los do socialismo também marcaram esse período.
num fórum supranacional.
Com as crises econômicas a partir 2008, 2009, os Terceira Fase: Capitalismo Financeiro
Blocos Econômicos passam a ser questionados em sua
organização, pois não evitaram as crises nem tão pouco O capitalismo financeiro tem seu início no século XX,
previram as possíveis crises, ao contrário, acabaram por e os fatos históricos e características da etapa remetem-
ampliar as crises para países membros do bloco. Na atu- -se à Segunda Revolução Industrial, o descobrimento
alidade, há uma aparente calmaria em relação aos Bloco do petróleo como fonte de energia, invento do motor à
Econômicos, isso não quer dizer que os mesmos voltarão combustão, a indústria automobilística e a evolução nos
a ter a importância que tinha, quando surgiram na dé- transportes, economia monopolizada de indústria e fi-
cada de 90. Quer dizer, surgiram antes, após a segunda nanças, a criação da União Soviética, Crash da Bolsa em
guerra mundial, mas atingem seu auge na década de 90. 1929 (crise de 29), intervenção do estado na economia,
É esperar pra ver. terminando com o liberalismo puro, a expansão e surgi-
mento de grandes corporações e empresas transnacio-
13. O COMÉRCIO MUNDIAL E A nais.
A consolidação da Terceira Revolução Industrial,
EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO também denominada de Revolução Tecnológica, se deu
MUNDIAL pela reordenação espacial da indústria, reorganização da
divisão internacional do trabalho e principalmente pela
acelerada evolução e inovações tecnológicas (telecomu-
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CAPÍTULO 14 - Divisões Internacionais do Trabalho
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desenvolvidos, ou com o capital oriundo desses países. Somavam-se a isso os problemas econômicos, tec-
Apenas o local da produção é que mudou, mas todo, ou nológicos e a campanha do mundo capitalista ociden-
quase todo, o capital dessas empresas retorna aos seus tal, contra o socialismo. Diante deste quadro, e com as
países de origem. Essa migração das multinacionais se grandes transformações que ocorreram após a década
deve pela busca de mão de obra abundante nos países de 80/90, na URSS – União das Repúblicas Soviéticas,
pobres e por maiores oportunidades de explorarem os com sua desintegração, o Socialismo, até então adotado
recursos naturais, que por fim, como salientamos, é re- pela URSS, tem seu fim. Os países que faziam parte da
duzir custos de produção. URSS, passaram assim, para uma economia de transição,
até implantarem o Capitalismo.
É salutar chamar a atenção que o sistema Socialista
15. PAÍS DESENVOLVIDO, não acabou, ainda há países que adotam ou se dizem
SUBDESENVOLVIDO, Socialistas na atualidade, como é o caso de Cuba e da
China. O que houve e vimos, é o fim do Socialismo ado-
CAPITALISMO, SOCIALISMO tado pela URSS – Rússia e mais as 15 ex- repúblicas
soviéticas, que se tornaram países independentes após a
dissolução da antiga URSS, formando as Repúblicas Bál-
Socialismo ticas, e a CEI – Comunidade dos Estados Independentes.
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CAPÍTULO 16 - Fontes de Energia
europeias.
Fonte Utilização
Na atual divisão internacional do trabalho, são países
produtores de gêneros agrícolas e/ou matérias-primas Hídrica Obtida através de grandes corpos d’água, é
ou foram industrializados recentemente pelas multina- utilizada para a construção de hidrelétricas e
consequente abastecimento de eletricidade.
cionais.
A qualidade de vida de suas populações é baixa, ou Eólica Obtida através da velocidade dos ventos, os
seja, o índice de Desenvolvimento Humano é baixo ou aero geradores permitem a geração de ele-
tricidade em locais afastados de rede elétrica
médio, já que a distribuição de renda é desigual, acar- convencional, além de permitir o bombeamen-
retando a falta de acesso de suas populações à saúde to de água.
(alta mortalidade infantil, baixa expectativa de vida), à
Marés Obtida através das altas e baixas marés que
educação (analfabetismo e baixa escolaridade) e até à
movimentam turbinas gerando eletricidade.
alimentação (subnutrição e fome). Portanto, observa-se
nestes países uma grande desigualdade social. Solar Obtida através do calor do Sol, é mais utilizada
para aquecimento residencial e de água, mas
também possibilita geração de eletricidade por
16. FONTES DE ENERGIA meio de painéis fotovoltaicos.
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CAPÍTULO 17 - Os Grandes Problemas Ambientais
Rio Paranaíba - Capacidade: 2.082 MW; Devemos lembrar, contudo, que os poluentes, carre-
• Usina Hidrelétrica de Teles Pires, no gados pelos ventos, podem viajar milhares de quilôme-
Rio Teles Pires - Capacidade: 1.820 MW e tros, provocando chuvas ácidas em locais muito distantes
• Usina Hidrelétrica de São Simão, no das fontes poluidoras.
Rio Paranaíba - Capacidade: 1.710 MW. A chuva ácida, ao atingir o solo, empobrece a vege-
E por fim, a biomassa que apesar de ser reno- tação natural e as plantações. Também afeta a fauna e a
vável tem favorecido o aumento de extensas áreas mo- flora de rios e lagoas, prejudicando a pesca.
nocultoras destinadas a produção de biocombustíveis, Algumas medidas podem atenuar a formação de
como no caso da cana de açúcar, que diminui as áreas chuva ácida: economia de energia, uso de transporte
destinados a produção de alimentos e tende a concentra- coletivo, criação e uso de fontes de energia menos po-
ção de terras. luentes, utilização de combustíveis com baixo teor de
enxofre, etc.
17. OS GRANDES PROBLEMAS Desmatamento
AMBIENTAIS
O desmatamento é uma das intervenções humanas
Os problemas ambientais são consequência direta que mais prejudicam o planeta. Pode causar sérios da-
da intervenção humana nos diferentes ecossistemas da nos ao clima, à biodiversidade e às pessoas. Desmatar
Terra, causando desequilíbrios no meio ambiente e com- prejudica os ecossistemas e leva à extinção de centenas
prometendo a qualidade de vida. É importante lembrar de espécies.
que cada problema, em uma análise atual, deve ser en- Árvores são grandes absorvedoras de dióxido de
tendido sempre abordando 3 questões: carbono, um dos gases causadores do efeito estufa (ver
abaixo). Portanto, quando o homem derruba florestas,
a. O que é? também intensifica o problema do aquecimento global
b. Causa(s)? (ver abaixo).
c. Consequência(s) Dentre outras consequências, o desmatamento pro-
voca degradação do solo, aumento da desertificação e
Fazendo isso teremos uma noção clara de cada pro- erosões, muitas vezes comprometendo os sistemas hi-
blema ambiental, e compreenderemos melhor este tema drográficos.
tão importante na atualidade.
A seguir, veremos os principais problemas que ocor- 39
rem na atualidade:
Chuva Ácida
Efeito estufa
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CAPÍTULO 17 - Os Grandes Problemas Ambientais
Ilhas de Calor
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CAPÍTULO 18 - Geografia do Paraná
Pré-Cambriana. O ponto mais alto do estado, o Pico do por quase cinco anos.
Paraná, fica na Serra do Órgão, e tem cerca de 1900 me- A hidrografia do Paraná pode ser classificada em cinco
tros de altura. bacias hidrográficas menores, mas todas ligadas a grande
Primeiro planalto ou planalto de Curitiba – é Bacia do Paraná.
o mais alto (altitudes entre 1300 e 850 metros) e menor
(em extensão) dos planaltos. Esta porção do Primeiro a. Bacia do Rio Paraná que possui suas nascen-
Planalto está sobre uma estrutura sedimentar. O relevo tes em Minas Gerais, com a junção dos Rios Para-
é ondulado e a vegetação predominante é a Mata das naíba e Grande, tem como afluente o Rio Tietê, em
Araucárias. A capital do estado, Curitiba, fica nessa re- São Paulo, mas no Paraná os afluentes mais impor-
gião. tantes são os rios Piquiri e Ivaí;
Segundo planalto ou planalto de Ponta Grossa b. Bacia do Rio Paranapanema que está na divi-
– as altitudes variam entre 1200 e 300 metros. O relevo sa do Estado do Paraná com São Paulo é drenada
é ondulado e a vegetação é composta por Araucárias e pelos rios Pirapó, Tibagi, das Cinzas e Itararé;
campos. Neste Planalto a estrutura geológica é formada c. Bacia do Rio Iguaçu que tem suas nascentes
na Era Paleozoica. As principais cidades da região são no Primeiro Planalto paranaense, (Curitiba), tem
Ponta Grossa e São Mateus do Sul. como principais afluentes o rio Chopim, no sul do
Terceiro planalto ou planalto de Guarapuava – estado, e o rio Negro, no limite com o Estado de
é o maior dos planaltos em extensão. As altitudes variam Santa Catarina, é um dos rios do Estado com maior
entre 1200 e 900 metros. A estrutura geológica desta re- aproveitamento hidráulico, tendo em seu curso vá-
gião, é formada na Era Mesozoica, com solo de origem rias usinas instaladas.
vulcânica muito férteis, chamado de Terra Roxa, muito d. Bacia do Rio Ribeira, cujas águas seguem
utilizados para o desenvolvimento da agricultura. Nessa para o rio Ribeira do Iguape;
área a vegetação original (Floresta Tropical e Mata das e. Bacia Atlântica ou do Litoral Paranaense,
Araucárias) quase não existe mais. Em seu lugar são en- cujas águas seguem direto para o Oceano Atlântico,
contradas plantações e pastos. As principais cidades são já que as nascentes destes rios estão na porção Les-
Maringá, Foz do Iguaçu e Guarapuava. te da Serra do Mar, como dissemos anteriormente,
Veja o mapa abaixo, que representa a divisão dos pla- são rios curtos, com pequeno volume de água, e
naltos paranaenses. servem para abastecer as cidades localizadas no
litoral do estado.
Hidrografia
O território paranaense é bem servido na sua rede
de drenagem. A declividade do relevo paranaense na di- Clima
reção oeste e norte-ocidental fazem com que 92% das
águas internas se dirijam à Bacia do Rio Paraná, e as O Paraná está quase totalmente na região de clima
demais à leste no sentido da Bacia Atlântica, sendo esses subtropical, apenas uma pequena porção norte do esta-
cursos d’água pouco extensos, pois nascem à pequena do encontra-se em uma região Tropical. (região “cortada”
distância da costa. Os rios paranaenses são de planal- pelo Trópico de Capricórnio).
tos, por isso mais adequados para a geração de energia. A amplitude térmica anual do Estado varia entre 12 e
Possuem regime pluvial, ou seja, suas águas são manti- 13ºC, com exceção do litoral, onde as amplitudes térmicas
das pelo índice de chuvas. São rios perenes, e possuem variam de 8 a 9ºC
drenagem exorreica.(desaguam diretamente ou indireta- As chuvas são bem distribuídas. As menores quantida-
mente no oceano). des de chuvas estão no extremo noroeste, norte e nordeste
O Estado é responsável por 25% de toda energia hi- do Estado e as maiores ocorrem no litoral, junto às serras,
drelétrica produzida no Brasil. O volume gerado por Itai- nos planaltos do centro-sul e do leste paranaense.
pu em 12 meses seria suficiente para abastecer o Paraná
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GEOGRAFIA
De acordo com a classificação de Köppen, no Estado região Sul e principalmente do Paraná. A floresta
do Paraná domina o clima do tipo C (Mesotérmico) e, em subtropical é uma floresta mista, composta por
segundo plano, o clima do tipo A (Tropical Chuvoso), sub- formações latifoliadas, nas áreas mais quentes, e
divididos da seguinte forma: aciculifoliadas nas regiões mais frias. São predo-
Af – Clima Tropical Superúmido, com média do mês minantemente caducas ou decíduas, homogêneas.
mais quente acima de 22ºC e do mês mais frio superior Tendo como grande destaque o pinheiro-do-pa-
a 18ºC, sem estação seca e isento de geadas. Aparece em raná (Araucária angustifólia), que não aparece em
todo o litoral e no sopé oriental da Serra do Mar. agrupamentos puros. A floresta mista ou Mata de
Cfb – Clima Subtropical Úmido (Mesotérmico), com Araucárias recobria as porções mais elevadas do
média do mês mais quente inferior a 22ºC e do mês mais estado, isto é, a maior parte do planalto de Curiti-
frio inferior a 18ºC, sem estação seca, verão brando e ge- ba e pequena parte do planalto de Ponta Grossa.
adas severas, demasiadamente freqüentes. Distribui-se Essa formação ocupava 44% do território para-
pelas terras mais altas dos planaltos e das áreas serra- naense e ainda parte dos estados de São Paulo,
nas (Planaltos de Curitiba, Campos Gerais, Guarapuava, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tem sofrido
Palmas, etc). ao longo do tempo, grande exploração, devido a
Cfa – Clima Subtropical Úmido (Mesotérmico), com expansão da agricultura, da pecuária, da constru-
média do mês mais quente superior a 22ºC e no mês ção civil e da indústria de moveis, bem como do
mais frio inferior a 18ºC, sem estação seca definida, verão consumo de sua semente o que tem prejudicado
quente e geadas menos frequentes. Distribuindo-se pelo sua reprodução, até pela extinção de sua grande
Norte entro, Oeste e Sudoeste do Estado, pelo vale do Rio reprodutora a Gralha Azul, ave que já está prati-
Ribeira e pela vertente litorânea da Serra do Mar. camente extinta de nossa região.
Veja o mapa abaixo:
c. Erva-mate: Além do pinheiro, a floresta
mista oferece também espécies latifoliadas de va-
lor econômico, como imbuia, o cedro e a erva-ma-
te. A erva-mate é usada na bebida típica da região
sul do Brasil, o Chimarrão e no país vizinho o Pa-
raguai o mate gelado chamado na região de Tere-
ré. No final do século XX, apenas pequena parte
das formações vegetais subsistiam no estado. As
44 últimas reservas florestais do Paraná encontram-
-se na planície litorânea, na encosta da serra do
Mar e nos vales dos rios Iguaçu, Piquiri e Ivaí.
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CAPÍTULO 18 - Geografia do Paraná
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GEOGRAFIA
Extrativismo Vegetal
Indústria
Produtos de exportação
- soja e derivados: 34,2%.
- veículos e peças: 21,4%.
- Madeira: 10%.
- Carne congelada: 8,2%.
- Outros alimentos, como milho, açúcar e café: 8,8%.
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