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APOSTILA

PREPARATÓRIA

POLÍCIA
MILITAR
SOLDADO E BOMBEIRO

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GEOGRAFIA
PROFESSOR
Lauderi Dalbosco
Graduado em Geografia pela Universidade do Oeste
do Paraná – UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão,
com Pós-graduação em Ensino de Geografia pela UNI-
VALE, Professor há mais de 15 anos, atuando desde as
séries iniciais do ensino Fundamental, Médio, Pré-vesti-
bular e Concursos Públicos, nos Colégios e Cursos Pre-
paratórios do Paraná.

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SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. ESPAÇO GEOGRÁFICO TERRITÓRIO E PAISAGEM.................................................................................................................07
Do Meio Natural ao Meio Técnico-Científico-Informacional.................................................................................................................................................... 07
Meio Técnico................................................................................................................................................................................................................................................. 08
Meio Técnico-Científico-Informacional............................................................................................................................................................................................. 08
Conceitos Importantes da Geografia................................................................................................................................................................................................... 08
Cartografia: Temática e Sistemática................................................................................................................................................................................................... 09

2. COORDENADAS GEOGRÁFICAS..................................................................................................................................................... 10
Conceito.......................................................................................................................................................................................................................................................... 10

3. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS......................................................................................................................................................... 10
Projeção Cilíndrica..................................................................................................................................................................................................................................... 1 1
Projeção cônica............................................................................................................................................................................................................................................ 1 1
Projeção plana ou azimutal.................................................................................................................................................................................................................... 12
Curvas de nível............................................................................................................................................................................................................................................ 12
Escalas............................................................................................................................................................................................................................................................. 12

4. RELEVO DO BRASIL.............................................................................................................................................................................. 13
Estrutura geológica.................................................................................................................................................................................................................................... 13
Classificações de relevo do Brasil........................................................................................................................................................................................................ 13

5. CLIMATOLGIA......................................................................................................................................................................................... 14
Tipos de Climas............................................................................................................................................................................................................................................ 14
Climas do Brasil........................................................................................................................................................................................................................................... 14
Massas atmosféricas.................................................................................................................................................................................................................................. 1 5
Classificação de Koppen – Geiger........................................................................................................................................................................................................ 1 5
Biogeografia.................................................................................................................................................................................................................................................. 1 5
Domínios Morfoclimáticos do Brasil................................................................................................................................................................................................... 16
As faixas de transição............................................................................................................................................................................................................................... 1 7

6. HIDROGRAFIA DO BRASIL .............................................................................................................................................................. 17


Oceanos e Mares......................................................................................................................................................................................................................................... 19
03

7. DEMOGRAFIA......................................................................................................................................................................................... 20
Teorias Demográficas................................................................................................................................................................................................................................ 20
Transição Demográfica............................................................................................................................................................................................................................. 21
População do Brasil.................................................................................................................................................................................................................................... 22

8. URBANIZAÇÃO NO MUNDO.............................................................................................................................................................24
Urbanização brasileira............................................................................................................................................................................................................................. 24
Desigualdades no Processo de Urbanização................................................................................................................................................................................... 25
Problemas Urbanos.................................................................................................................................................................................................................................... 26

9. MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS......................................................................................................................................................27
Os problemas atuais decorrentes das migrações internacionais........................................................................................................................................... 27
Brasil – Migrações Internas.................................................................................................................................................................................................................... 28

10. GEOGRAFIA AGRÁRIA......................................................................................................................................................................29


Intensiva......................................................................................................................................................................................................................................................... 29
Extensiva........................................................................................................................................................................................................................................................ 29
Subsistência ................................................................................................................................................................................................................................................. 30
Comercial ...................................................................................................................................................................................................................................................... 30

11. OS SOLOS................................................................................................................................................................................................. 30
Tipos de Solos............................................................................................................................................................................................................................................... 30
Produtos Destaques no Brasil................................................................................................................................................................................................................ 31
A Questão Fundiária no Brasil.............................................................................................................................................................................................................. 32
Pecuária Brasileira..................................................................................................................................................................................................................................... 32

12. GLOBALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO ECONOMICA ENTRE PAÍSES.....................................................................................34

13. BLOCOS ECONÔMICOS......................................................................................................................................................................35


Zona de Preferência Tarifária................................................................................................................................................................................................................ 35
Zona de Livre Comércio........................................................................................................................................................................................................................... 35
União Aduaneira......................................................................................................................................................................................................................................... 35
Mercado Comum......................................................................................................................................................................................................................................... 35

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SUMÁRIO

União Econômica e Monetária.............................................................................................................................................................................................................. 35

13. O COMÉRCIO MUNDIAL E A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO MUNDIAL....................................................................36


Origem............................................................................................................................................................................................................................................................. 36
Primeira Fase: Capitalismo Comercial............................................................................................................................................................................................. 36
Segunda Fase: Capitalismo Industrial............................................................................................................................................................................................... 36
Terceira Fase: Capitalismo Financeiro ............................................................................................................................................................................................. 36

14. AS DIVISÕES INTERNACIONAIS DO TRABALHO..................................................................................................................37


Primeira DIT................................................................................................................................................................................................................................................. 37
Segunda DIT.................................................................................................................................................................................................................................................. 37
Terceira DIT ou “Nova DIT”.................................................................................................................................................................................................................... 37

15. PAÍS DESENVOLVIDO, SUBDESENVOLVIDO, CAPITALISMO, SOCIALISMO..............................................................38


Socialismo...................................................................................................................................................................................................................................................... 38
O fim do Socialismo.................................................................................................................................................................................................................................... 38
Países Desenvolvidos................................................................................................................................................................................................................................. 38
Países Subdesenvolvidos.......................................................................................................................................................................................................................... 38

16. FONTES DE ENERGIA........................................................................................................................................................................39


Conceitos........................................................................................................................................................................................................................................................ 39
Matriz energética brasileira................................................................................................................................................................................................................... 39

17. OS GRANDES PROBLEMAS AMBIENTAIS................................................................................................................................. 41

18. GEOGRAFIA DO PARANÁ.................................................................................................................................................................44


Localização..................................................................................................................................................................................................................................................... 44
Relevo............................................................................................................................................................................................................................................................... 44
Hidrografia..................................................................................................................................................................................................................................................... 45
Clima................................................................................................................................................................................................................................................................ 45
Vegetação........................................................................................................................................................................................................................................................ 46
Aspectos Humanos..................................................................................................................................................................................................................................... 47
Aspectos Econômicos................................................................................................................................................................................................................................ 47

04

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CAPÍTULO 01 - Espaço Geográfico Território e Paisagem

1. ESPAÇO GEOGRÁFICO de vivência onde as pessoas imprimem suas marcas,


suas relações, proporcionando novas análises à medida
TERRITÓRIO E PAISAGEM que a compreensão do mundo modifica-se através das
técnicas ali empregadas.
É importante salientarmos que o espaço se recons-
trói constantemente, como exemplo podemos citar, a
revitalização de uma cidade, a construção de uma rodo-
via onde antes não existia, a construção de uma ponte, a
agricultura onde havia mata. Observe que na paisagem
que constitui este espaço geográfico, está impregnada
aspectos culturais dos indivíduos que ali convivem.

Do Meio Natural ao Meio Técnico-
Científico-Informacional

Os seres humanos estão sempre transformando o lo-


cal onde convivem. Esta transformação depende de mui-
tos fatores. Entre estes fatores, estão as técnicas aplica-
das na transformação deste ambiente. Estas técnicas vão
evoluindo com o passar do tempo, ao mesmo tempo que
vão sendo empregadas novas alterações. O que a Ciên-
cia geográfica procura fazer, é compreender a maneira
Um dos principais objetos de estudo da Geografia é como estas transformações ocorreram ao longo do tem-
o espaço geográfico. Pois o mesmo, se constitui na prin- po. Milton Santos, com certeza um dos maiores estudio-
cipal fonte de informações desta ciência geográfica. Po- sos do espaço geográfico e suas relações com a socieda-
dem haver diferentes abordagens e até mesmo conceitos de, procura dividir esta evolução em três momentos, ou
de espaço geográfico, no entanto, de forma geral, enten- meios. Meio Natural, Maio Técnico, Meio Técnico-cientí-
de-se que, espaço geográfico, é o local onde ocorrem as fico- informacional. Vamos conhecer um pouco cada um
relações do homem, com a natureza, é que este espaço deles, tendo como base os estudos de Milton Santos.
vai sendo construído ao longo do tempo pela relação das 05
sociedades, sendo incorporados as técnicas desenvolvi- Meio Natural
das pela sociedade ao longo do tempo, que vão provocan-
do alterações, transformações neste espaço. Ao estudar
O meio natural seria o estágio inicial do processo de
este espaço, estamos, também observando uma relação
produção das atividades humanas. Nesse longo período
das técnicas desenvolvidas pelo homem, e que foram
que marcou o início e a formação das primeiras civili-
usadas para transformar o espaço onde foi ocupado pelo
zações, bem como o avanço de todas as sociedades pré-
indivíduo. Por isso, a análise do espaço geográfico de um
-industriais ou não industrializadas, as práticas sociais
lugar, nos ajuda a compreender as relações sociais, polí-
eram inteiramente dependentes do meio natural.
ticas e econômicas ali desenvolvidas ao longo do tempo.
Nesse sentido, a interferência do ser humano sobre o
É importante salientar que os diferentes níveis de desen-
ambiente era de pouco impacto, de forma que era mais a
volvimento, influencia diretamente na transformação do
natureza que condicionava as práticas econômicas, e não
espaço geográfico.
o contrário. Dessa maneira, a capacidade de recomposi-
Vejamos o que alguns autores escrevem sobre o es-
ção da natureza era maior, haja vista que a capacidade
paço geográfico:
do homem de ocupar e promover alterações em um am-
Há autores, como Richard Hartshorne, que defendem
plo espaço era relativamente limitada.
que o espaço geográfico é apenas uma construção inte-
Mas isso não impediu que práticas importantes ainda
lectual, não existindo de fato na sociedade. Seria, nesse
hoje utilizadas fossem desenvolvidas. Assim, várias téc-
caso, uma concepção da forma como nós enxergamos a
nicas agrícolas e também pecuárias foram elaboradas,
realidade no sentido de apreender como acontece a es-
muitas delas ainda vistas como formas de preservar os
pacialização da sociedade e tudo o que por ela foi cons-
solos, tais como o terraceamento. As técnicas da pecuá-
truído.
ria também passaram pelo mesmo ideário.
Já Milton Santos afirma que o espaço geográfico é um
conjunto de sistemas de objetos e ações, isto é, os itens e
elementos artificiais e as ações humanas que manejam
tais instrumentos no sentido de construir e transformar
o meio, seja ele natural ou social.
Já para os geógrafos humanistas, o conceito de espa-
ço geográfico estaria atrelado à questão subjetiva, cultu-
ral e individual. Nesta concepção, o espaço é o local de
morada dos seres humanos e, mais do que isso, é o meio

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GEOGRAFIA

da Terceira Revolução Industrial, também conheci-


da como Revolução Técnico-Científica-Informacional.
O principal marco desse momento é a união entre
ciência e técnica pautada sob os auspícios do mercado.
Não que já não houvesse uma aproximação entre as
produções científicas e as evoluções das técnicas, mas
somente agora tal inserção encontra-se em um sentido
de complementaridade, de extensão de uma em relação
à outra. Nesse ínterim, todo objeto é técnico e informa-
cional ao mesmo tempo, pois carrega em si uma ampla
estrutura de informações.
Tal avanço permitiu a consolidação do processo
de globalização, mais bem compreendido como uma
mundialização da difusão de técnicas e objetos, parâ-
metro que possui a informação como a principal energia
Meio Técnico motora de seu funcionamento. Tal fator proporciona alte-
rações não só do espaço geográfico em si, mas da forma
Com o passar do tempo, as técnicas e os objetos téc- como o percebemos e lidamos com ele.
nicos foram sendo mais bem desenvolvidos à medida
que o conhecimento humano expandia-se, o que propi-
ciou a formação das bases que consolidaram a ascensão
do meio técnico, cujo marco principal envolveu as duas
primeiras revoluções industriais. Com isso, o espaço
transformou-se em um espaço mecanizado, dotado de
uma gama cada vez mais ampla de bens artificiais e
mecanizados, em vez de simplesmente culturais.
Dessa forma, o ser humano ganhou uma renovada
capacidade de enfrentar e, em alguns casos, de man-
ter certo controle sobre as leis da natureza, com uma
maior possibilidade de transformá-la em larga escala.
06 Tal processo foi operacionalizado pelo emprego de ins-
trumentos, estes, segundo Milton Santos, “já não são
prolongamentos do seu corpo, mas que representam Por fim, e não menos importante, é importante com-
prolongamentos do território, verdadeiras próteses”¹. preender que tais transformações não se manifestam
pelo mundo de maneira homogênea, isto é, não se con-
solidaram em todas as partes do planeta de maneira
igualitária. Aliás, o desenvolvimento das diferentes téc-
nicas em um número restrito de localidades permitiu o
avanço das desigualdades e a intensificação das relações
de dependência política e econômica entre os diferentes
espaços.
Vimos assim, que a cada meio, estudado acima, mo-
mento em que os seres humano se relacionavam com o
espaço geográfico, o mesmo vai sendo transformado e vai
adquirindo características daquele momento, principal-
mente pelo uso da técnica. Isso nos ajuda a compreender
os grandes impactos no meio ambiente tão estudados até
hoje, ou de outra forma, os grandes problemas ambien-
tais da atualidade. Compreender esta evolução dos meio
Meio Técnico-Científico-Informacional desenvolvidos por Milton Santos, nos ajuda a entender a
realidade atual e agir de maneira que possamos resolver
ou pelo menos minimizar os problemas atuais.
Atualmente, diz-se que estamos vivenciando não
mais um meio puramente mecanizado ou tecnicista,
mas um meio também marcado pela maior presença das Conceitos Importantes da Geografia
descobertas científicas e das tecnologias da informação,
o meio técnico-científico-informacional. Ele represen- Território
ta, sobretudo, o período que se manifestou de maneira
mais acabada a partir dos anos 1970 como consequência
Território para a Geografia se constitui em um es-
paço geográfico onde se observa uma relação de poder,
1 - SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São
Paulo: Ed. Hucitec, 1996. p.158.
ou seja, é fruto de uma disputa entre diferentes forças.

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CAPÍTULO 01 - Espaço Geográfico Território e Paisagem

A concepção mais comum de território (na ciência geo- bolos e cores usadas para que haja uma melhor compre-
gráfica) é a de uma divisão administrativa. Através de ensão do tema exposto e seu espaço geográfico.
relações de poder, são criadas fronteiras entre países, Além de indicar o fenômeno e onde ele ocorre a car-
regiões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas tografia temática também pode através de símbolos in-
de influência de um determinado grupo. Para um dos dicar a qualidade, a quantidade e a dinâmica desses fe-
maiores autores da escola de geografia alemã Friedri- nômeno. Para isso geralmente são usadas linhas, áreas,
ch Ratzel, o território representa uma porção do espaço cores e pontos dependendo do assunto tratado. Observe
terrestre identificada pela posse, sendo uma área de do- o exemplo abaixo:
mínio de uma comunidade ou Estado. Um exemplo que
podemos citar, é o território da Palestina, disputado en-
tre Judeus e Árabes. Corresponde um espaço físico, com
suas características naturais, sociais e políticas, onde se
observa uma disputa entre diferentes grupos pelo domí-
nio deste espaço. (território)
Dentro desta visão, o conceito de território abrange
mais que o Estado-Nação. Qualquer espaço definido e
delimitado por e a partir de relações de poder se ca-
racteriza como território. Uma abordagem geopolítica,
por exemplo, permite afirmar que um consulado ou uma
embaixada em diferentes países, seja considerado como
parte de um território de outra nação.
Por fim podemos afirmar que, o território não se res-
tringe somente às fronteiras entre diferentes países, sen-
do caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder,
correspondendo ao espaço geográfico socializado, apro-
priado para os seus habitantes, independentemente da
extensão territorial.

Paisagem
07
Costumamos afirmar que paisagem, é tudo aquilo
que nossos olhos veem. As paisagem podem ter dife-
rentes significados, dependendo da maneira de como
a observamos. Desde uma simples observação até uma
análise mais profunda, as paisagem possuem diferentes
significados, e podem, representar coisas diferentes para Já a Cartografia Sistemática, se propões a repre-
quem a observa, tendo como referência a mesma paisa- sentar aspectos da natureza, ou seja, aspectos físicos,
gem. Temos diferentes tipos de paisagem, vejamos: como: relevo, hidrografia, clima e vegetação de um de-
terminado local. Para isso, além de se utilizar de técni-
a. Paisagem natural: Corresponde a um es- cas modernas que exige interpretação, como imagem de
paço onde não houve qualquer intervenção dos satélite, sensoriamento etc.
seres humanos. Há o predomínio de aspectos da Exemplo de mapa elaborado na cartografia sistemá-
natureza. Exemplo: Floresta intacta. tica:
b. Paisagem modificada: Corresponde a
ação de caçadores e de coletores que, mesmo não
exercendo atividades pastoris ou agrícolas, em
seus constantes deslocamentos, pode modificar a
paisagem de modo irreversível, através do fogo,
derrubadas de árvores etc.
c. Paisagens organizadas: Correspondem
aquelas que sofreu uma grande alteração pela
sociedade, mas de forma organizada, não menos
impactante, mas se observa uma certa organiza-
ção no espaço onde esta paisagem se encontra.

Cartografia: Temática e Sistemática

Cartografia Temática: É usada na elaboração de


mapas temáticos e cartogramas. São convenções, sím-

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GEOGRAFIA

Orientação no sentido Norte ou Sul, podendo variar de 0 a 90º Graus


Norte ou Sul.
No sentido geográfico, orientação é o mesmo que
rumo, direção. Portanto, orientar-se significa determi-
nar a nossa direção, ou a posição de um lugar em rela-
ção aos pontos cardeais.
As formas de orientação evoluíram muito ao longo
do tempo. No início, os primeiros humanos se utilizavam
de coisas da natureza como, uma floresta, uma monta-
nha, um rio, coisas assim. Com o passar do tempo, e um
conhecimento maior sobre o universo, os homens pas-
saram a utilizar-se dos ast ros, como o sol, est relas, lua.
Mais tarde houve o desenvolvimento da bússola, acredi-
ta-se que tenha sido desenvolvido pelos ch ineses, e mais
tarde o GPS, que se utiliza de informações via satélite.
A orientação é determinada pelos pontos CARDEAIS,
COLATERAIS E SUBCOLATERAIS. No entanto, vamos
antes as denominações utilizadas nos pontos cardeais:

N= Norte, Setentrional, Boreal; As regiões intertropicais, que vão de 0 a 23º27’, po-


S= Sul, Meridional, Austral; dem ser denominadas de baixas latit udes; as regiões
E= Leste, Oriente(al), Nascente; temperadas, que vão de 23º27’ a 66º33’, de médias la-
W(O)= Oeste, Ocidental, Poente. tit udes e as polares, que vão de 66º33’ a 90º, regiões de
altas latit udes.
Podemos assim, entender a ROSA DOS VENTOS. LONGITUDE: Distância referente ao meridiano de
Greenwich , no sentido Leste, Oeste, podendo variar de
0 a 180º Graus. Sempre as Longit udes serão Leste ou
Oeste.

08

Dica Focus: Observe com muita


atenção a indicação do mapa ou carta. A
direção Norte, ou a indicação do SOL, mas Dica Focus: Atenção para as
atenção para a indicação do Sol da manhã, orientações, latitudes (N ou S), Longitudes
ou tarde. (E ou W).

2. COORDENADAS GEOGRÁFICAS 3. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS


Conceito São ferramentas, técnicas, utilizadas pela Cartogra-
fia, que tem por objetivo representar a Terra, toda ou
É o endereço de qualquer ponto da superfície da ter- parte dela. A elaboração de mapa é muito antiga, e sur-
ra, em graus, minutos e segundos, fornecido pelas LATI- giu da necessidade dos homens de representar acidentes
TUDES e LONGITUDES. geográficos, normalmente, nas novas terras descobertas.
LATITUDE: Distância referente a linha do Equador A forma mais adequada de representar a Terra, é o glo-

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CAPÍTULO 03 - Projeções Cartográficas

bo terrestre, no entanto, vários inconvenientes como, o Mercator


custo, a dificuldade de manuseio, bem como a impos-
sibilidade de visualizar toda a terra, levou a elaboração
de mapas. Surge assim a dificuldade de representar um
espaço que é curvo em um plano. Para isso, utiliza-se as
projeções cartográficas.
Os tipos de propriedades geométricas que caracteri-
zam as projeções cartográficas, em suas relações entre a
esfera (Terra) e um plano (mapa), são:
a. Conformes – os ângulos são mantidos
idênticos (na esfera e no plano) e as áreas são de-
formadas.
b. Equivalentes – as áreas apresentam-se
idênticas e os ângulos deformados.
c. Afiláticas – as áreas e os ângulos apresen- Peters
tam-se deformados

Projeção Cilíndrica

09

Projeção cônica

Esta representação é obtida com a projeção da super-


fície terrest re, com os paralelos e os meridianos, sobre
um cilindro em que o mapa será desenhado. Ao ser de-
senrolado, apresentará sobre uma superfície plana todas
as informações que para ele foram transferidas. Muito
utilizada para a representação do mapa – múndi, além
de ser utilizada para mapas marítimos e de regiões de
baixas latit udes, onde as deformações são mínimas.
Temos dois mapas famosos elaborados nesta proje-
ção cilíndrica:
Um cone imaginário em contato com a esfera é a
base para a elaboração do mapa. Os meridianos formam
uma rede de linhas retas e os paralelos são curvos. Utili-
zada para representar regiões de médias latitudes.

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GEOGRAFIA

Projeção plana ou azimutal

Principais Características:

- As curvas de nível tendem a ser quase que parale-


las entre si.
- Todos os pontos de uma curva de nível se encon-
tram na mesma elevação.
- Cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mes-
ma.
- As curvas de nível nunca se cruzam, podendo se
tocar em saltos d’água ou despenhadeiros.
A projeção azimutal é usada, em geral, para repre- - Em regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos
sentar as regiões polares. Os paralelos são círculos con- d’água em forma de “V”, com o vértice apontando
10 cêntricos e os meridianos são retos, convergindo para os para a nascente.
polos.

Escalas
Dica Focus: Os mapas nos que-
rem dizer muitas coisas, é como se eles É uma relação matemática entre as dimensões dos
“escondessem” textos por traz das figuras, elementos no desenho, (espaço gráfico) e no espaço real.
desenhos representados. É importante que
Tipos de Escalas:
se preste muita atenção na hora de ana-
lisar e interpretar um mapa. As legendas GRÁFICA
são um bom caminho para iniciar o traba-
lho de análise e interpretação. É a representação gráfica da escala numérica sob a
forma de uma linha graduada, na qual a relação entre
as distâncias reais e as representadas nos mapas, car-
tas ou outros documentos cartográficos é dada por um
Curvas de nível segmento de reta em que uma unidade medida na reta
corresponde a uma determinada medida real.
São linhas que unem pontos de igual altitude num
mapa, são chamadas de isoípsas. O principal objetivo
das curvas de nível, é identificar tipos de relevo, e assim
contribuir para uma ocupação mais adequada do espaço
geográfico pelo homem.
NUMÉRICA

É a escala de um documento cartográfico (Mapa, Car-


ta ou Planta) expresso por uma fração ou proporção, a
qual correlaciona a unidade de distância do documento
à distância medida na mesma unidade no terreno.

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CAPÍTULO 04 - Relevo

b. Desgastada;
Exemplo: 1:100.000 - Lê-se 1 por c. Baixa;
100.000. d. Estável – ausência de tectonismo recente.

Significa que 1cm no documento equivale a 100.000 A estrutura geológica brasileira é constituída por es-
cm no terreno, ou seja, 1000m ou 1Km. cudos cristalinos , que abrangem cerca de 36% do territó-
Quando se conhece a escala numérica pode-se calcu- rio nacional. Os terrenos cristalinos podem ser divididos
lar as distâncias reais utilizando-se as expressões: entre os que se formaram no período Arqueozóico ( 32%)
e os que se formaram na era proterozóica ( 4%).
D=d x N N=D / d d=D / N Os terrenos sedimentares ocupam 64% do total do
país, são de diversas idades, desde a paleozóica ate a ce-
D=Distância real nozóica e apresentam duas riquezas principais: o carvão
d=Distância no documento e o petróleo.
E=Escala Principais bacias sedimentares:
Era Paleozóica: Paranaica e San- Franciscana
Era Mesozóica: Maranhão-Piauí (Meio Norte ) e Re-
Interpretação de Escala: côncavo Baiano.
Era Cenozóica: Amazônica, Pantaneira e Litorânea (
Comparando os mapas A e B, observamos que há Costeira ).
maior riqueza de detalhes no mapa B e sua escala é duas
vezes maior do que no mapa A.
Classificações de relevo do Brasil

Aroldo de Azevedo

11

Observe, então, que quanto menor for o denominador


da escala, maior ela será e mais detalhes ela nos dará.

Dica Focus: Atenção para a


interpretação de escala.
É a mais antiga e utilizada , dividindo o Brasil em
dois planaltos e três planícies. O principal critério para
essa classificação foi a altimetria ,pela qual foram con-
4. RELEVO DO BRASIL siderados planaltos as superfícies com altitudes médias
superiores a 200 metros e planícies as superfícies com
Estrutura geológica altitudes medias inferiores a 200 metros.

Chamam-se estrutura geológica de um local as ro-


chas que o compõem, que se dispõem em diferentes ca-
madas, que apresentam diferentes tipos e idades e que
se originaram de diferentes processos geológicos.
O Brasil, possui como característica geral da estrutu-
ra geológica, ser:

a. Antiga;

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GEOGRAFIA

Aziz Ab’ Saber não exist ir diferença, é necessário dist inguir o que é
tempo e o que é clima.
Tempo: ondição atmosférica momentânea, pode mu-
dar rapidamente. Exemplo: Sol- chuva, quente – frio. Etc.
Clima: é um conjunto de fenômenos meteorológicos
(elementos), como a chuva, a temperatura, a pressão at-
mosférica, a umidade e os ventos. Ou, um ambiente at-
mosférico const it uído pela série de estados da atmosfe-
ra em sua sucessão habit ual. Elementos físicos também
contribuem com o clima: fatores.

Elementos do Clima
- Temperatura
- Pressão atmosférica
- Umidade do ar
- Ventos
- Massas de ar

Fatores do Clima
- Altit ude
-Latit ude
-Correntes marítimas
Essa classificação baseou-se nos processos de erosão -Relevo
e sedimentação para diferenciar planalto de planície . -Continentalidade/marit imidade
Todas as superfícies onde predominam agentes da ero- -Vegetação
são são considerados planaltos , e as superfícies onde - Poluição.
ocorre a deposição de sedimentos são classificadas de
planície.
Tipos de Climas
Jurandyr Ross
12

Climas do Brasil

O Brasil tem relativa diversidade climática. Isso se


Esta classificação é a mais recente , baseada no le- deve à dimensão do território, à extensão de sua faixa
vantamento realizado pelo projeto Radambrasil , que fo- litorânea, à variação de altitude e, principalmente, à pre-
tografou cada parte do Brasil através de radar. Dividiu o sença de diferentes massas de ar que modificam as con-
Brasil em 28 unidades de relevo. dições de temperatura e umidade das regiões em que
atuam.
A posição geográfica da maior parte de suas terras,
em uma zona de baixa latitude, determina o domínio de
5. CLIMATOLGIA climas mais quentes. Cerca de 92% do território está si-
tuado na zona intertropical cujas médias anuais de tem-
Uma das questões mais importantes da Geografia, peraturas estão acima de 20ºC.
é saber diferenciar clima e tempo. Por mais que pareça

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CAPÍTULO 05 - Climatologia

Massas atmosféricas leiro. Os verões são chuvosos e os invernos são secos.


A temperatura nesse clima é alta e não varia muito
Massas de ar durante o ano.

São porções de ar, que possuem característ icas de 03. Clima Semiárido
acordo com seu local de origem. Podem ser: Quentes ou É o clima das zonas mais secas do interior do nordes-
Frias, Secas ou Úmidas. No Brasil atuam cinco massas te, região conhecida como Sertão Nordestino. Caracteri-
de ar, como podemos ver no mapa: za-se pela baixa umidade e temperaturas elevadas.

04. Clima Tropical Litorâneo (Atlântico)


Esse clima cobre todo o litoral do país, desde do Rio
Grande do Norte até o Paraná. Caracteriza-se pelas tem-
peraturas elevadas e pela alta umidade, devido ao alto
índice de chuva. No litoral do nordeste ocorre chuvas
principalmente no inverno.

05. Clima Tropical de Altitude


É o clima das áreas com altitude superior a 800 me-
tros na região sudeste. Os verões são quentes e chuvosos
e os invernos frios e secos.

06. Clima Subtropical


É o clima das regiões localizadas ao sul do Tropico
de Capricórnio. A quantidade de chuva não varia muito
durante o ano, mas as temperaturas mudam bastante.

Não existe uma única classificação para os climas. Classificação de Koppen – Geiger
A classificação mais utilizada para os tipos de clima do
Brasil é baseada no geógrafo Arthur Strahler, que con-
sidera a circulação das massas de ar como o fator mais 13
importante para a caracterização climática.
A classificação de Arthur Strahler, adaptada ao Bra-
sil, reconhece cinco regiões climáticas, definidas pela
atuação de massas de ar equatorial, tropical e polar.
Basicamente, pode-se dizer que o Brasil tem seis
domínios climáticos: clima equatorial, tropical, tropical
semi-árido, litorâneo, subtropical e tropical de altitude.

Biogeografia

A distribuição dos biomas terrestres e seus tipos de


fauna e flora estão ligados diretamente com o clima.
Desse modo a cada tipo climático corresponde um bio-
01. Clima Equatorial ma, marcado por uma cobertura vegetal. O relevo (alti-
tude), as águas continentais ou oceânicas e os solos tam-
Está localizado nas proximidades da Linha do
bém influenciam a distribuição dos biomas na superfície
Equador. Chove regularmente durante o ano todo, e em da Terra.
grande quantidade; é bastante úmido e a temperatura
varia pouco durante o ano, com média de 26ºC.

02. Clima Tropical


É o clima que predomina no território brasi-

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GEOGRAFIA

poucas ou de uma única espécie.

Domínios Morfoclimáticos do Brasil

01. Domínio amazônico


É formado por terras baixas: depressões, planícies
Em relação às formações vegetais, podemos classifi- aluviais e planaltos, cobertos pela extensa floresta latifo-
ca-las quanto a: liada equatorial Amazônica. É banhado pela Bacia Ama-
zônica, que se destaca pelo grande potencial hidrelétri-
14 UMIDADE: co, mas não aproveitado. Apresenta grave problema de
Higrófila – adaptada a grande umidade; degradação ambiental, representado pelas queimadas e
Tropófila – adaptada a ambientes alternados, um desmatamentos.
período úmido e outro seco;
Xerófila – adaptada à ambiente seco.
02. Domínio do cerrado
Corresponde à área do Brasil Central e apresenta
FOLHA:
extensos chapadões e chapadas, com domínio do clima
Latifoliada – folhas largas;
tropical semi úmido e vegetação do cerrado. A vegetação
Aciculifoliada – folha em forma de agulha ou pon-
do cerrado é formada por arbustos com troncos e ga-
tiaguda;
lhos retorcidos, recobertos por casca grossa. Os solos são
pobres e ácidos, mas com a utilização do método da ca-
SAZONALIDADE:
lagem, colocando-se calcário no solo, estão sendo apro-
Perenifólia - floresta sempre verde, não perdendo
veitados pelo setor agrícola, transformando-se na nova
as folhas em nenhuma estação.
fronteira da agricultura, representada pela expansão do
Decídua - folhas caducas, ou seja, plantas que per-
cultivo da soja, feijão, arroz e outros produtos.
dem suas folhas em certas épocas do ano (principalmen-
Nesse domínio estão as áreas dispersoras da Bacia do
te no inverno).
Paraná, do Paraguai, do Tocantins, do Madeira e outros
rios destacáveis.
TAMANHO (PORTE):
Florestal – Árvores altas, mata fechada;
Arbustivas – Árvores esparsas, predomínio de ar- 03. Domínio dos mares de morros
bustos; Esse domínio acompanha a faixa litorânea do Brasil
Herbáceas – Formações de gramíneas, campos; desde o Nordeste até o Sul do País. Caracteriza-se pelo
relevo com topografia em “meia laranja”, mamelonares
OUTROS TERMOS IMPORTANTES: ou mares de morros, formados pela intensa ação erosiva
Coníferas – árvores com aparelho reprodutor em na estrutura cristalina das Serras do Mar, da Mantiquei-
forma de cone (pinheiros). ra e do Espinhaço. Apresenta predominantemente cli-
Orófila – planta adaptada às grandes altitudes. ma tropical quente e úmido, caracterizado pela floresta
Vegetação Heterogênea - vegetação constituída latifoliada tropical, que, na encosta da Serra do Mar, é
de grande variedade de espécies conhecida como Mata Atlântica. Essa paisagem sofreu
grande degradação em consequência da forte ocupação
Vegetação Homogênea - vegetação const it uída de

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CAPÍTULO 06 - Hidrografia do Brasil

humana. Além do desmatamento, esse domínio sofre in- No Centro-oeste


tenso processo erosivo (relevo acidentado e clima úmido), - O Pantanal
com deslizamentos frequentes e formação de voçorocas.

04. Domínio da caatinga


6. HIDROGRAFIA DO BRASIL
Corresponde à região da depressão sertaneja nordes-
tina, com clima quente e semiárido e típica vegetação de O Brasil é considerado o país mais rico do mundo
caatinga formada por cactáceas, bromeliáceas e árvores. em água doce, os rios são volumosos e em sua maioria,
Destaca-se o extrativismo vegetal de fibras, como o ca- perenes ou seja nunca secam.
roá, o sisal e a piaçava. A bacia do São Francisco atraves- Bacia hidrográfica é definido como uma região so-
sa o domínio da caatinga e tem destaque pelo aprovei- bre a terra que faz toda a drenagem das águas de pre-
tamento hidrelétrico e pelos projetos de irrigação no seu cipitações para um ponto fixo, sempre dos pontos mais
vale, onde a produção de frutas (melão, manga, goiaba, altos para os pontos mais baixos.
uva) tem apresentado expansão. A tradicional ocupação
da caatinga é a pecuária extensiva de corte, com baixo
aproveitamento. No domínio da caatinga, aparecem os
inselbergs, ou morros residuais, resultantes do processo
de pediplanação em clima semiárido.

05. Domínio da araucária


É o domínio que ocupa o planalto da Bacia do Rio Pa-
raná, onde o clima subtropical está associado às médias
altitudes, entre800 e 1300 metros. Nesse domínio apare-
cem áreas com manchas de terra roxa, como no Paraná.
A floresta de araucária também é conhecida como
Mata dos Pinhais; é homogênea, aciculifoliada e tem
grande aproveitamento de madeira e erva-mate. A in-
tensa ocupação agrária (café, soja) desse domínio é a res-
ponsável pela devastação dessa floresta.
15
06. Domínio das pradarias
Domínio representado pelo Pampa, ou Campanha
Gaúcha, onde o relevo é baixo, com suaves ondulações
(coxilhas) e coberto pela vegetação herbácea das prada-
rias (campos).
Os rios como parte integrante de uma bacia hi-
A ocupação econômica desse domínio tem-se efe-
tuado pela pecuária extensiva de corte, com gado tipo drográfica é composto em sua maioria por água doce e
europeu, obtendo altos rendimentos e pela rizicultura pode ser classificado de diversas formas, afluente é a
irrigada. denominação dada para os rios menores que desaguam
em rios principais o local exato onde o rio desagua é
As faixas de transição chamado de foz, a foz de um rio pode ser classificada da
seguintes maneiras:
Na passagem de um domínio para outro aparecem FOZ TIPO ESTUÁRIO: É aquela que apresenta um
áreas onde é possível perceber a existência de duas ou único canal para desaguar e não existe nenhum obstá-
mais paisagens diferentes que compõem um espaço di-
ferenciado e muito representativo. São as faixas de tran- culo neste processo.
sição e delas se pode destacar:

No Nordeste

Os manguezais na zona costeira;


O agreste entre a zona da mata e o sertão;
A mata dos cocais no meio-norte entre a caatinga e a
floresta Amazônica.

No Sul

Zona de transição das pradarias, situado entre os do-


mínios da Araucária e das pradarias.

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GEOGRAFIA

caso do dela do Parnaíba, sit uado entre o maranhão e o


Piauí. O rio Amazonas é considerado o principal rio bra-
sileiro este possui foz mista (em delta e est uário).
A hidrografia dos rios no Brasil predominam-se em
rios de planaltos ou seja em relevo com superfície mais
elevadas.

FOZ DO TIPO DELTA: Geralmente são vários ca-


nais entre pequenas ilhas que são formadas de forma
natural ou por sedimentos transportados pelas aguas do
rio.

O Brasil possui sete bacias hidrográficas no entanto


quatro delas se destacam por sua extensão e pela im-
16 portância dos seus rios principais :a Amazônica ,a plati-
na ,a do São Francisco e a do Tocantins-Araguaia.

FOZ DO TIPO MISTA OU COMPLEXA: É aquela


que apresenta os dois tipos de foz anterior no mesmo
local ou seja foz tipo delta e foz est uário, como por exem-
plo o rio Amazonas, no Brasil.

BACIA AMAZÔNICA: É a maior bacia hidrográfica


do mundo também é muito rica em volume de água des-
te modo resulta em um grande potencial de produção
de energia elétrica essa bacia abrange vários estados
brasileiros (Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Gros-
so, Pará e Amapá), além de países vizinhos (Peru, Co-
lômbia, Equador, Venezuela, Guiana e Bolívia)
No Brasil o tipo de foz predominante nos rios são as BACIA PLATINA: Se diferencia das demais por se
do tipo est uário, com algumas poucas exceções que é o const it uir de mais três bacias secundarias:
Bacia Paraná: É considerada a segunda a maior ba-

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CAPÍTULO 06 - Hidrografia do Brasil

cia hidroelétrica do país, seu rio principal é o Paraná Já os mares são porções menores de água salgada e
nele estão localizadas várias hidroelétricas dentre elas podem ser classificados em:
a usina de Itaipu uma das maiores do mundo que só é
superada pela usina de Três Gargantas. a. Abertos ou Costeiros – Possuem ampla
BACIA PARAGUAI: É a maior bacia essencialmen- ligação com os oceanos. Exemplo: Mar do Japão,
te de planície, seu principal rio é o Paraguai drena o Mar do Caribe, Mar da China etc.
Pantanal mato-grossense. b. Interiores ou Mediterrâneos –Possuem
BACIA URUGUAI: Se caracteriza por ter seu rio ligação com os oceanos, através de estreitos ou
principal (Uruguai) sendo menor da bacia Platina. Pos- canais. Exemplo: Mar Mediterrâneo, Mar Verme-
sui suas nascentes na Serra Geral, através da conflu- lho, Mar Negro etc.
ência dos Rios Canoas e Pelotas. É um rio de planalto, c. Fechados ou Isolados –Não possuem li-
com grande potencial hidráulico, mas no entanto, pouco gação visível com os oceanos. Exemplo: Mar de
explorado. Aral, Mar Cáspio, Mar morto.
BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA: Está lo-
calizada no centro norte do Brasil e por esse motivo é Os mares não possuem uma homogeneidade quanto
considerada a bacia inteiramente brasileira, em seu rio à sua composição física no espaço geográfico.
principal, o Tocantins, foi construída a hidrelétrica de
Tucuruí que abastece grande parte da região norte, e Mar Territorial
também o projeto Grande Carajás, de exploração de mi-
nérios no Pará. Correspondem a porção de águas que se encontram
BACIA SÃO FRANCISCO: Possui suas nascentes próximo ao litoral de um país. Estas águas, ou as por-
em Minas Gerais, na Serra da Canastra. É um Rio de ções destas águas estão divididas em: águas interiores,
Planalto, portanto possui grande potencial hidráulico. mar territorial, zona contígua, zona econômica exclu-
Seu rio principal o São Francisco, é de extrema impor- siva, plataforma continental, etc., e são regulados pela
tância para a população que residem em seu percurso Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
pois é navegável entre Minas Gerais e Bahia. Em seu (CNUDM), celebrada em 1982 em Montego Bay, Jamaica,
curso, vem se desenvolvendo o Projeto de Transposição, como resultado da Terceira Conferência das Nações Uni-
Que tem como objetivo levar águas às regiões do semi- das sobre o Direito do Mar (Nova York, 1973-1982) e que
árido nordestino. constitui o mais recente esforço de codificação do direito
internacional que regula os oceanos. Vamos conhecer
Oceanos e Mares um pouco sobre cada uma destas porções. 17

Águas Interiores:
A área do conhecimento que se propõe a estudar os É todo conjunto de porções líquidas encontradas no
oceanos e mares é denominado de oceanografia. Tanto interior de um arquipélago, como mar interior, lagos,
os mares como os oceanos possuem uma grande impor- rios, águas subterrâneas etc.
tância no biosfera.
Em uma concepção ambiental, os oceanos e mares, Mar territorial:
contribui na composição e equilíbrio climático, uma vez Corresponde a uma faixa de águas costeiras que al-
que os oceanos abrigam seres (fitoplanctons) que são cança 12 milhas marítimas (22 quilómetros) a partir do
responsáveis pela produção de grande parte do oxigênio litoral de um Estado que são consideradas parte do ter-
do planeta e também por reter calor em períodos maio- ritório soberano daquele Estado. A largura do mar terri-
res que os continentes, denominado de maritimidade. torial é contada a partir da linha de base, isto é, a linha
Em uma visão mais humana e econômica, os oceanos de baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada nas
e mares exerceram e ainda exercem grande importância cartas marítimas de grande escala reconhecidas oficial-
no que se refere às estratégias militares e comerciais, a mente pelo Estado costeiro.
exportação, a pesca, o turismo e muitos outros. Nesta porção de águas, o país exerce todo o direito
Por isso que, países que não dispõe de um litoral per- estendido a sua porção continental e a suas águas inte-
manecem dependentes de outras nações para escoar sua riores. Qualquer embarcação, deve ter autorização para
produção destinada à exportação e receber as importa- navegar nesta porção, bem como o reconhecimento da
ções, isso faz parte da realidade de países como Afega- Marinha Mercante do país que possui posse neste es-
nistão, Áustria, Suíça, Paraguai e Bolívia. paço.

Conceitos: Zona contígua:


Nesta área a, CNUDM ( Conselho das Nações Unidas
Oceanos correspondem a grandes porções de água sobre o Direito do Mar), permite que o Estado costeiro,
salgada que se encontram dispersas sobre grande parte comprovando a necessidade, mantenha sob seu controle
da superfície terrestre. Temos, Oceano Atlântico, Pacífico uma área de até 12 milhas marítimas, adicionalmente às
e Índico. Alguns autores acrescentam ainda os oceanos 12 milhas do mar territorial, para o propósito de evitar
Glaciar Ártico e Antártico. ou reprimir as infracções às suas leis e regulamentos

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GEOGRAFIA

aduaneiros, fiscais, de imigração, sanitários ou de outra da segurança da navegação (condições de nave-


natureza no seu território ou mar territorial. gabilidade dos navios, qualificação da tripulação
etc.),
Zona Econômica Exclusiva (ZEE): b. exigir dos capitães dos navios que prestem
A ZEE é uma faixa de água que começa no limite ex- assistência a pessoas em perigo.
terior do mar territorial de um Estado costeiro e termina c. impedir o transporte de escravos,
a uma distância de 200 milhas marítimas (370 km) do d. impedir a pirataria,
litoral (exceto se o limite exterior for mais próximo de e. impedir o tráfico de drogas.
outro Estado) na qual o Estado costeiro dispõe de direitos
especiais sobre a exploração e uso de recursos marinhos.
Nesta Zona Econômica Exclusiva o país detém o di-
7. DEMOGRAFIA
reito de:

a. Direitos de soberania para fins de explora-


ção e aproveitamento, conservação e gestão dos
recursos naturais, vivos ou não vivos das águas
sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e
seu subsolo, e no que se refere a outras atividades
com vista à exploração e aproveitamento da zona
para fins económicos, como a produção de ener-
gia a partir da água, das correntes e dos ventos;
b. Jurisdição, de conformidade com as dispo-
sições pertinentes da presente convenção, no que
se refere a:

I. colocação e utilização de ilhas artificiais,


instalações e estruturas;
II. investigação cientifica marinha; A demografia é a área do conhecimento que se preo-
III. proteção e preservação do meio marinho. cupa em estudar o comportamento, as transformações e
a dinâmica geral da população, utilizando-se principal-
18 Plataforma Continental Jurídica (legal): mente de elementos estatísticos e pesquisas qualitativas.
Segundo a CNUDM, “a plataforma continental de um Esse ramo do saber em muito se aproxima à Geografia
Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas da População, que, da mesma forma, também se preocu-
submarinas que se estendem além do seu mar territo- pa com as dinâmicas populacionais, enfatizando as ques-
rial, em toda a extensão do prolongamento natural do tões sociais relacionadas ao espaço geográfico.
seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem A população é definida como o número de pessoas
continental, ou até uma distância de 200 milhas marí- que habita um determinado território ou região. Dessa
timas das linhas de base a partir das quais se mede a forma, os seus ciclos de crescimento, seu nível médio de
largura do mar territorial, nos casos em que o bordo ex- renda, sua distribuição, entre outros fatores, são de fun-
terior da margem continental não atinja essa distância.” damental importância para a compreensão do funciona-
mento dos diversos aspectos do espaço social.
Alto Mar ou Águas Internacionais: Um dos elementos demográficos mais estudados pela
Corresponde as águas que estão além da Zona Eco- Geografia da População e pela Demografia é o índice de
nômica Exclusiva. De maneira geral, alto-mar é o con- crescimento populacional. O crescimento acelerado ou
junto das zonas marítimas que não se encontram sob desacelerado das populações é algo constantemente
jurisdição de nenhum Estado. Nos termos do direito do debatido e teorizado por especialistas e teóricos dessas
mar, qualquer reivindicação de soberania sobre tais zo- áreas do saber. Precisar com detalhes o funcionamento
nas, da parte de um Estado, é ilegítima. desse fator é importante para o planejamento de políti-
No alto-mar ou Águas Internacionais, vigora o prin- cas públicas e ações sociais.
cípio da “liberdade do alto-mar”: são livres a navegação, O principal órgão brasileiro de pesquisa sobre a po-
o sobrevoo, a pesca, a pesquisa científica, a instalação pulação é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
de cabos e a construção de ilhas artificiais. Outro prin- o IBGE. Esse organismo realiza a cada dez anos o Cen-
cípio de direito do mar aplicável ao alto-mar é o do uso so Demográfico, uma importante e abrangente forma
pacífico. de quantificar estatisticamente os mais diversos dados
A única jurisdição aplicável a um navio em alto-mar e informações, envolvendo desde a renda e a saúde da
é a do Estado cuja bandeira a embarcação arvora. Tais população até a sua preferência religiosa.
Estados têm a obrigação, quanto aos seus navios de ban-
deira, em alto-mar, prevista pela Convenção das Nações Teorias Demográficas
Unidas sobre o Direito do Mar, de:
São estudos elaborados com o objetivo de conhecer
a. tomar as medidas necessárias à preservação

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CAPÍTULO 07 - Demografia

as transformações que ocorreram e ocorrem nas popula- ções medico-sanitárias.


ções, bem como, a utilização dos recursos naturais dispo- Com este grande crescimento da população ass te-
níveis para a sobrevivência da espécie humana. orias de Malthus ganharam um novo eco entre muitos
A formulação destas teorias, se deve a necessidade pensadores e governantes. Para os Neomalthusianos, as
de se entender a dinâmica sobre a população mundial populações, sobretudo as de baixa renda, deveriam ter
ou local, e hoje servem de base para o estudo e a com- os seus índices de natalidade controlados. Para isso, a
preensão do tema, mesmo que algumas destas teorias, difusão dos métodos contraceptivos tornou-se funda-
já foram constatadas como ultrapassadas ou incorretas. mental. Em alguns países, como China e Índia, gover-
Vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas. nos adotaram medidas de esterilização em massa sobre
pessoas pobres, além de distribuírem anticoncepcionais
Teoria Malthusiana ou Malthusianismo: gratuitamente e promover campanhas de conscientiza-
ção. Difundem-se, até os dias atuais, muitas campanhas
Formulada por, Thomas Robert Malthus (1766-1834), ou imagens publicitárias com o modelo ideal de família
economista liberal e historiador inglês, elaborou ao final formado pelos pais e dois filhos apenas.
do século XVIII uma teoria populacional que apontava
para o desequilíbrio existente entre os crescimentos Teoria Reformista, Otimista ou Marxista
demográficos e a disponibilidade de recursos na Terra.
Em seu livro Ensaio sobre o princípio da população, ele Muitas críticas foram feitas a teoria Malthusiana.
afirmava categoricamente que o planeta, em pouco tem- Malthus, em várias ocasiões foi acusado de disseminar
po, não seria capaz de atender ao número de habitantes os ideais capitalistas, ao afirmar que a miséria, a pobre-
existentes. za não só eram necessárias, como serviriam para pro-
De acordo com a Teoria Malthusiana, as populações mover o controle de natalidade para a época. A Teoria
aceleravam sempre o seu ritmo de crescimento, que se- Reformista, surge em um momento de crítica ao sistema
guia a linha de uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, vigente na época, e possui base Socialista, que também
32, 64, 128, 256, …), enquanto a disponibilidade de recur- surgiu como uma opção ao Capitalismo reinante neste
sos e de alimentos aumentaria conforme uma progressão período.
aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, …), sendo menor, portanto. O socialista utópico do século XIX, Pierre-Joseph
Malthus previa um futuro catastrófico para a população, Proudhon, afirmava: “Há somente um homem excedente
pois para ao mesmo não haveria alimentos para atender na Terra: Malthus”. E nessa mesma linha seguiam muitos
as necessidades da crescente população. Como solução, teóricos que acreditavam que a desigualdade na rela-
Malthus apontava para o controle moral da população. ção entre recursos naturais, alimentos e o crescimento 19
Em virtude de sua filiação religiosa, ele era contra a ado- populacional não estava no número de habitantes, mas
ção de qualquer tipo de método contraceptivo, dizendo na distribuição de renda. Em geral, muitas dessas ideias
que os casais só deveriam procriar caso houvesse con- aproximavam-se dos ideais defendidos por Karl Marx,
dições para sustentar seus filhos. Além disso, Malthus sendo então relacionadas com o que se chamou de Teo-
também dizia que os trabalhadores mais pobres deve- ria Marxista ou Reformista da população.
riam apenas receber o mínimo para o seu sustento, pois Por fim, para essa concepção, não é o “controle moral”
acreditava que a melhoria nas condições sociais elevaria da população o necessário para combater a ocorrência
ainda mais o número de nascimentos. da fome e da miséria, mas a adoção de políticas sociais
Podemos constatar que Malthus errou em subesti- de combate à pobreza, com a aplicação de leis trabalhis-
mar os avanços tecnológicos nos processos de produção, tas que assegurem a melhoria na distribuição da renda
que fizeram com que a oferta de recursos e alimentos se do trabalhador.
ampliasse muito acima do previsto. Apesar que a teoria
foi elaboradas com base nas perspectiva da época. Transição Demográfica
Observa-se atualmente que a tendência é que as
sociedades mais desenvolvidas gerem menos filhos, ao A transição demográfica, é uma concepção que afir-
contrário do que o economista inglês imaginava. ma que todos os países passam por diferentes estágio
em seu crescimento populacional. Este crescimento, bem
Teoria Neomalthusiana ou Pessimista: como a transição demográfica, tem a haver diretamen-
te com as taxas de natalidade e taxas de mortalidades.
Com o fima da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Afirma também que todos os países passam por estes
ocorreu o que muitos autores chamam de “explosão de- estágios cedo ou tarde.
mográfica”, por que os principais países desenvolvidos A Transição demográfica afirma que no primeiro es-
do mundo tiveram um aumento rápido e repentino de tágio, o crescimento vegetativo é baixo, pois as taxas de
sua população. Da mesma forma, nos anos seguintes, natalidade são altas, mas as taxas de mortalidade tam-
muitos países subdesenvolvidos (incluindo o Brasil) pas- bém são altas. Já no segundo estágio, ocorre um grande
saram pelo mesmo processo, sobretudo porque nesses crescimento demográfico, pois as taxas de natalidade são
países, com históricos de altas natalidades e mortalida- altas e ocorre uma queda acentuada das taxas de mor-
des, o número de óbitos foi reduzido e a expectativa de talidade, ocorrendo assim um grande crescimento da
vida, elevada, principalmente pelas melhorias nas condi- população ou também chamado crescimento vegetativo.

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GEOGRAFIA

No terceiro estágio, ocorre uma redução do crescimento Vejamos o mapa abaixo:


populacional, pois as taxas de natalidade também come-
çam a cair. Portanto temos uma baixa taxa de natalidade
e baixa taxa de mortalidade. Já é possível, na atualida-
de, observarmos um quarto estágio na transição demo-
gráfica, onde as taxas de natalidade continuam baixas,
e ocorre uma elevação das taxas de mortalidade, pelo
envelhecimento da população. Observa-se esta situação
já em alguns países europeus como a França, Itália etc.
No caso do Brasil, estamos passando do segundo estágio
para o terceiro estágio da transição demográfica. É pos-
sível imaginar que daqui a algumas décadas, possivel-
mente iremos atingir o quarto estágio. É importante sa-
lientar que não há, períodos estáticos de transição de um
estágio para outro, depende das características sociais e
econômicas de cada país. Por isso que, ao entendermos
o processo de transição demográfica, nos ajuda a refle-
tir sobre o envelhecimento da população e consequen-
temente nos permite uma análise sobre a previdência
social dos países. Por isso, vamos conhecer um pouco
sobre a população brasileira no capitulo a seguir. É importante reforçarmos a ideia que a distribui-
ção da população está relacionada a maneira de como
o Brasil teve sua evolução histórica e econômica, esta
População do Brasil evolução se reflete na maneira de como a população se
distribui e nos ajuda a entender, quais as áreas que mais
vem atraindo contingentes populacionais na atualidade.
Vamos tratar um pouco sobre o crescimento da po-
pulação brasileira.
Nos últimos anos, apesar de ter se estabilizado a po-
pulação brasileira teve um certo crescimento, e vai, de
20
forma mais lenta, ainda crescer, estima-se que até o ano
de 2025 o Brasil terá quase 250 milhões de habitantes,
possivelmente melhor distribuída do que podemos ob-
servar no mapa acima.
Para podermos falar de crescimento populacional é
preciso saber um conceito: o de crescimento vegetativo.
Crescimento vegetativo: é a diferença entre a taxa de
Segundo os dados do Censo Demográfico de 2010, natalidade e a taxa de mortalidade.
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- Este conceito, nos permite entender se uma popula-
tica (IBGE), a população total do Brasil era de aproxima- ção está em fase de crescimento, de estabilização ou já
damente 190.755.799 habitantes. Em 2015, este número está em uma fase de decréscimo de sua população.
já é superior a 200.000.000 de habitantes. Esse elevado Vamos observar o mapa abaixo:
contingente populacional coloca o país entre os mais po-
pulosos do mundo. O Brasil ocupa hoje o quinto lugar
dentre os mais populosos, sendo superado somente pela
China (1,3 bilhão), Índia (1,1 bilhão), Estados Unidos (314
milhões) e Indonésia (229 milhões).
A distribuição da população brasileira é irregular,
isso se deve a fatores históricos e econômicos ligados a
ocupação do Brasil e a sua posição econômica histórica
voltada ao mercado externo. Percebemos assim, que a
maior concentração populacional encontra-se respec-
tivamente no Sudeste, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e
Norte. O centro-Oeste e Norte do país, vem recebendo
nos últimos anos grandes contingentes populacional, em É importante lembrar, antes de mais nada, que a imi-
face do grande números de projetos de desenvolvimento gração contribuiu para o crescimento da população, mas
econômicos, como a construção de hidrelétricas, rodo- não foi e não é o fator principal deste crescimento.
vias, ferrovias etc. Mas, ainda comparada com o Sudeste, O nosso maior crescimento populacional teve início
Nordeste e Sul, a densidade demográfica desta região e a partir de 1930, quando iniciou-se no Brasil o proces-
do Centro-Oeste é bastante baixa. so de industrialização e urbanização que trouxe muitas

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CAPÍTULO 07 - Demografia

mudanças que ajudaram a influenciar no nosso cresci- rios fatores, entre eles podemos citar: alimentação, ren-
mento. Até então, o Brasil era um país agrário, com po- da, educação, saúde, saneamento básico, qualidade de
pulação predominantemente vivendo no campo. vida em geral. Quanto melhores forem estes elementos,
Já nos anos 50, o lado urbano do Brasil começou a maior será a expectativa de vida.
crescer. Muitas pessoas começaram a deixar os campos Observe o gráfico a seguir.
para trabalhar nas cidades, principalmente nas regiões
sudeste, onde a industrialização era muito ativa, e na
região centro-oeste, com a construção de Brasília, que
atraiu muitos trabalhadores.
A urbanização melhorou muito a vida dos brasileiros.
Nas cidades havia uma melhor condição de vida (higiene
e saúde, água tratada, serviços de vacinação, de sanea-
mento básico, como consequência a taxa de mortalidade
diminuiu bastante.
Com a queda nas taxas de mortalidade, houve um
grande crescimento da população, já que as taxas de na-
talidade continuaram altas.
As novas condições de vida nas cidades e a revolu-
ção no campo da medicina, bem como o melhor acesso
das pessoas a novos medicamentos, provocaram um alto
crescimento vegetativo da população.
Os anos 60 foram marcados por uma revolução nos • Taxa de mortalidade - Corresponde ao número
costumes, não só por causa da pílula, que diminuiu mui- de pessoas que vem a óbito durante o ano.
to a taxa de natalidade, mas também outros fatores como • Taxa de mortalidade infantil - Corresponde ao
a vida na cidade e a entrada da mulher no mercado de número de crianças que morrem antes de completar 1
trabalho ajudaram muito a reduzir esse índice de cres- ano. Segundo a ONU, quanto maior a mortalidade infan-
cimento. til, piores os indicadores socioeconômicos.
Na atualidade, as famílias não são mais tão nume- • Taxa de analfabetismo - Corresponde ao percen-
rosas, principalmente nas zonas urbanas. O controle da tual de pessoas que não sabem ler e nem escrever.
natalidade de forma espontânea, está se tornando hábito • Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, basea-
até mesmo nas camadas mais pobres. Sem contar que da na paridade de poder de compra dos habitantes. 21
nas décadas seguintes, as sucessivas crises econômicas, • Saúde - Refere-se à qualidade da saúde da popu-
também contribuíram para que as famílias repensassem lação, bem como o acesso que a mesma tem a saúde de
o número de filhos que queriam ter. qualidade.
As melhorias nas condições sociais e econômicas não • Alimentação - Refere-se à alimentação mínima
são homogêneas, e não melhoraram as condições de vida que uma pessoa necessita, cerca de 2.500 calorias, e se
de todas as pessoas. É possível ver no Brasil uma grande essa alimentação é balanceada. É importante citar, que
desigualdade social, não entre as regiões, mas também nem sempre se avalia a quantidade, que também é im-
entre as pessoas dentro de uma mesma região. Podemos portante sem dúvida, mas acima de tudo a qualidade da
observar isso, pela expectativa de vida do indivíduo. alimentação.
Há muita diferença entre a expectativa de vida dos • Condições médico-sanitárias – Representa o
sulistas e dos nordestinos. Os dados afirmam que no sul, acesso que as pessoas tema saneamento básico.
as pessoas vivem mais do que no nordeste. • Qualidade de vida e acesso ao consumo - Está
A mortalidade infantil também é alta no nordeste, relacionado ao número de carros, de computadores, tele-
justamente por causa da precária assistência médica, visores, celulares, acesso à internet entre outros.
principalmente com as mulheres grávidas, e as próprias Vários destes itens, como saúde, educação e renda,
condições de miséria que vive grande parte do povo nor- serão base para a análise do IDH. Este índice é utiliza-
destino. Mas vamos conhecer um pouco mais sobre os do pela ONU, para classificar os países dentro de um
indicadores sociais e econômicos. ranking que é divulgado em períodos como forma de
chamar a atenção dos governantes sobre a necessidade
Indicadores Sociais e Econômicos de se tomar providências sobre os maiores problemas
que atingem a população.
Os indicadores sociais e econômicos, são meios uti- O IDH é um indicador que varia de 0 a 1.0. Quanto
lizados para classificar os países como sendo: Ricos (de- mais próximo de 1.0, melhores são as condições dos itens
senvolvidos), Em Desenvolvimento (economia emergen- citados acima. Quanto mais próximo de 0, piores serão
te) ou Pobres (subdesenvolvidos). Tendo isso por base, estes itens e consequentemente as condições de vida da
organizações internacionais avaliam os países seguindo população analisada será pior. Vejamos o gráfico abaixo
alguns critérios: a evolução do IDH brasileiro de 1980 a 2012, para que
Expectativa de vida - É a média de anos de vida possamos ter ima ideia de como ele evoluiu.
de uma pessoa em determinado país. Ela depende de vá-

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GEOGRAFIA

conjunto dos trabalhos necessários para dotar uma área


de infraestrutura, como água, esgoto, gás, eletricidade e/
ou serviços urbanos como transporte, educação, saúde
e etc.
É estudada por várias ciências, como a sociologia, a
geografia e a antropologia, e as disciplinas que procuram
entender, regular, desenhar e planejar os processos de
urbanização são o urbanismo, o planejamento urbano, o
planejamento da paisagem, o desenho urbano, a geogra-
fia, entre outras.
O processo de industrialização do século XIX pro-
vocou um rápido crescimento das cidades, na maioria
das vezes estas grandes aglomerações de habitações
levaram a péssimas condições com problemas de abas-
O índice 1 não foi alcançado por nenhum país do tecimento, zonas insalubres e dificuldade de trânsito. O
mundo, pois tal índice iria significar que determinado aumento do tráfego e a instalação de indústrias provo-
país apresenta uma realidade quase que perfeita, por caram e provocam assim uma contaminação crescente
exemplo, uma elevada renda per capita, expectativa de do meio.
vida de 90 anos e assim por diante. O processo de urbanização deu lugar à origem de
Também é bom ressaltar que não existe nenhum país grandes cidades como por exemplo, na região do Ruhr,
do mundo com índice 0, pois se isso ocorresse era o mes- na Alemanha, onde as cidades se encontram contíguas
mo que apresentar, por exemplo, taxas de analfabetismo sem espaços de separação. Não havendo assim, uma se-
de 100% e todos os outros indicadores em níveis desas- paração entre a cidade e o campo.
trosos. Muitos autores entendem urbanização como sendo o
Na atualidade o Brasil, possui um IDH acima de aumento proporcional da população urbana em relação
0.800, o que representa um IDH alto, por mais que isso à população rural, só ocorrendo urbanização quando o
não significa que as condições reais do país sejam repre- crescimento da população urbana é superior ao cresci-
sentadas como sendo boas. Por isso, que o IDH, é critica- mento da população rural.
do por alguns economistas, pois os mesmos afirmam que Mas nem sempre o homem habitou em cidades, os
ele apenas traz dados parciais pois trabalha com médias, primeiros habitantes eram nômades, portanto não ti-
22 e não são dados reais da verdadeira condição que vive nham residência fixa e viviam da caça, pesca e coleta,
determinados povos. posteriormente deixaram essa condição para se torna-
rem produtores.
A partir de então o homem foi se aglomerando em
centros urbanos e desenvolvendo atividades econômi-
8. URBANIZAÇÃO NO MUNDO cas. Sendo assim, o processo de urbanização tem duas
fases marcantes, a primeira ocorreu com a Revolução
Industrial no fim do século XVIII, esse acontecimento
provocou uma enorme migração, pessoas que habitavam
áreas rurais saíram rumo às cidades, mas isso aconteceu
somente nos países envolvidos na revolução e não em
escala planetária. A segunda aconteceu após a II Guer-
ra Mundial, mas essa não foi motivada pela industriali-
zação, houve um êxodo rural em massa desencadeado
pelo fascínio urbano, melhores condições de vida, opor-
tunidades de estudo e trabalho, e pela mecanização do
campo.
Esse processo não sucedeu simultaneamente no
mundo, haja vista que os países industrializados já ha-
viam atravessado esse período, no caso dos países em
desenvolvimento e de industrialização tardia, o cresci-
mento urbano acontece atualmente de forma acelerada
A urbanização pode ser entendia como o processo de e desordenada. A falta de planejamento urbano tem fa-
afastamento das características rurais de um lugar ou vorecido a proliferação de graves problemas, tais como
região, para características urbanas. Normalmente ocor- a favelização, falta de infraestrutura, violência, poluição
re através do desenvolvimento tecnológico. de todas as modalidades, desemprego e muitos outros.
Dentro da demografia o termo significa a redistribui-
ção das populações das zonas rurais para assentamen-
Urbanização brasileira
tos urbanos, mas também pode designar a ação de dotar
O processo de urbanização no Brasil teve início no
uma área com infraestrutura e equipamentos urbanos.
século XX, a partir do processo de industrialização, que
Urbanização, também pode ser entendida como o

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CAPÍTULO 08 - Urbanização no Mundo

funcionou como um dos principais fatores para o deslo-


camento da população da área rural em direção a área
urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo
rural, provocou a mudança de um modelo agrário-ex-
portador para um modelo urbano-industrial. Atualmen-
te, mais de 80% da população brasileira vive em áreas
urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos
países desenvolvidos.
Até 1950 o Brasil era um país de população, predo-
minantemente, rural. As principais atividades econômi-
cas estavam associadas à exportação de produtos agrí-
colas, dentre eles o café. A partir do início do processo
industrial, em 1930, começou a se criar no país condi-
ções específicas para o aumento do êxodo rural. Além
da industrialização, também esteve associado a esse
deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a
concentração fundiária e a mecanização do campo.
Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia
em cidades. Foi a partir de 1950 que o processo de urba- Desigualdades no Processo de
nização se intensificou, pois com a industrialização pro- Urbanização
movida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve
a formação de um mercado interno integrado que atraiu O processo de urbanização no Brasil ocorreu de for-
milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que ma diferenciada, principalmente pelas diferenças regio-
possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a nais e dificuldades de inserção de algumas regiões na
que concentrava o maior número de indústrias. economia nacional. Esta dificuldade está atrelada aos
meios de transportes principalmente, que com o tempo
foram evoluindo, permitindo assim uma maior integra-
ção entre as diferentes partes do Brasil. Vamos analisar
um pouco sobre a urbanização de cada região brasileira,
considerando a tabela abaixo.
A região Sudeste, por concentrar a maior parte das 23
indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos mi-
gratórios vindos da área rural, principalmente da região
nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos
que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas
de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960,
com 57%, foi a primeira região a registrar uma superio-
ridade de habitantes vivendo na área urbana em relação
à população rural.
A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização
se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego teve como principal fator a construção de Brasília, em
e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram 1960, que atraiu milhares de trabalhadores, a maior par-
maiores. Em 60 anos, a população rural aumentou cerca te deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Desde o
de 12%, enquanto que a população urbana passou de 13 final da década de 1960 e início da década de 1970, o
milhões de habitantes para 138 milhões, um aumento de Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbani-
mais de 1.000%. zada do país.

Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras


(IBGE)

Região 1940 1950 1960 1970


Brasil 31,24 36,16 44,67 55,92

Norte 27,75 31,49 37,38 45,13

Nordeste 23,42 26,4 33,89 41,81

Sudeste 39,42 47,55 57 72,68

Sul 27,73 29,5 37,1 44,27

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GEOGRAFIA

Centro Oes-
21,52 24,38 34,22 48,04
te

REGIÃO 1980 1990 2000 2007


Brasil 67,59 75,59 81,23 83,48

Norte 51,65 59,05 69,83 76,43

Nordeste 50,46 60,65 69,04 71,76

Sudeste 82,81 88,02 90,52 92,03

Sul 62,41 74,12 80,94 82,9

Centro Oes-
67,79 81,28 86,73 86,81
te

REGIÃO 2010
Brasil 84,36

Norte 73,53

Nordeste 73,13

Sudeste 92,95 Problemas Urbanos


Sul 84,93
A urbanização, rápida e recente do Brasil, levou a um
Centro Oes- desordenado processo de crescimento urbano o que por
88,8
te
sua vez irá trazer uma série de consequências, e em sua
maior parte negativas. A falta de planejamento urbano
A urbanização na região Sul foi lenta até a década
e de uma política econômica menos concentradora irá
de 1970, em razão de suas características econômicas
contribuir para a ocorrência de inúmeros problemas, e
de predomínio da propriedade familiar e da policultura,
que alguns iremos dar ênfase a seguir.
pois um número reduzido de trabalhadores rurais aca-
24 Favelização – Ocupações irregulares nas principais
bava migrando para as áreas urbanas.
capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo e
A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor
tantas outras, são fruto do grande fluxo migratório em
taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização
direção às áreas de maior oferta de emprego do país. A
está apoiada no fato de que dessa região partiram várias
falta de uma política habitacional acabou contribuindo
correntes migratórias para o restante do país e, além dis-
para a ocupação irregular e consequentemente, o au-
so, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades
mento acelerado das favelas no Brasil.
nordestinas não era capaz de atrair a sua própria popu-
Violência Urbana – Mesmo com o crescimento in-
lação rural.
dustrial do país e com a grande oferta de emprego nas
Até a década de 60 a Região Norte era a segunda
cidades do sudeste, não havia oportunidades de empre-
mais urbanizada do país, porém a concentração da eco-
go o bastante para o grande fluxo populacional que ha-
nomia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa
via se deslocado em um curto espaço de tempo. Por essa
para outras regiões, fez com que o crescimento relativo
razão, o número de desempregados também era grande,
da população urbana regional.
o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e
Observe o mapa:
demais tipos de violência relacionadas às áreas urbanas.
Poluição – O grande número de indústrias, automó-
veis e de habitantes vai impactar o aumento das emissões
de gases poluentes, assim como com a contaminação dos
lençóis freáticos e rios dos principais centros urbanos.
Enchentes – A impermeabilização do solo pelo as-
faltamento e edificações, associado ao desmatamento e
ao lixo industrial e residencial, fazem com que o proble-
mas das enchentes seja algo comum nas grandes cida-
des brasileiras.
Engarrafamentos – A grande frota de veículos, e a
falta de um planejamento urbano, levaram a formação
de grandes congestionamentos o que leva a perda de
tempo e produtividade como diferentes formas de vio-
lência no trânsito.
Podemos destacar também, outros problemas, se-
jam eles ambientais, como o lixo, sejam eles sociais e

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CAPÍTULO 09 - Migrações Internacionais

econômicos, como a falta de moradia, o desemprego, a que chegam e, estes, vivenciam as dificuldades típicas de
violência etc. Todos estes problemas estão diretamente adaptação ao novo ambiente. Podemos observar o caso
ligados ao processo de urbanização, ou a forma de como atual da Europa, que tem recebido muitos migrantes da
ele ocorre, que no caso do Brasil, como vimos, ocorreu de Ásia e da África, que buscam na Europa uma condição
forma irregular. mais estável e uma perspectiva de vida melhor. No en-
tanto sofrem com a perseguição de grupos Xenófobos
nestes países.
9. MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS Somente o tempo e a tolerância são capazes de criar
condições para o aparecimento de uma nova cultura
O seres humanos sempre se deslocaram no espaço
regional, fruto das influências mú¬tuas que fatalmente
geográfico. Seja para a busca de seu sustento, durante o
ocorrerão.
período do nomadismo, seja posteriormente quando os
meios de transportes evoluíram permitindo assim a mo-
bilidade humana de forma mais fácil e rápida.
Quando se trata de movi¬mentos populacionais que
envolvem dois países diferentes, eles são chama¬dos de
migrações internacionais ou migrações externas.
Nesse caso, uma população, ao sair de seu país de
origem, é denominada emigrante e, ao entrar no novo
país, é chamada de imigrante.

EMIGRAÇÃO ⇒ IMIGRAÇÃO

Na atualidade, as migrações inter¬nacionais são o


reflexo das desigualda¬des entre países ricos e países
pobres, entre países estáveis e países instáveis, forman- http://andergeo2012.blogspot.com.br/
do um conjunto de causas so¬ciais, econômicas, políticas
e bélicas. Vamos observar o mapa abaixo e analisar os É por conta do receio dessas influências culturais e
principais fluxos migratórios no mundo. pelo medo da perda de identidade que muitos paí¬ses
do mundo têm tratado o tema da migração internacio-
nal com precon-ceito. Não conseguindo conter conflitos
e um aumento das instabilidades provocados pela segre- 25
gação racial. Se, de um lado, alguns países precisaram
e até hoje precisam de mão-de-obra para suprir setores
para os quais não há disponíveis demo¬gráficos locais,
e a solução seria esti¬mular a entrada de estrangeiros,
por outro, predomina ainda o medo dos enquistamentos
culturais (núcleos populacionais fechados culturalmen-
te). É importante ressaltar que os enquistamen¬tos só
ocorrem quando contingentes significativos de imigran-
tes se con¬centram num determinado lugar, for¬man-
do núcleos como vilarejos e bair¬ros. Aí, em função das
facilidades do isolamento, os imigrantes pouco se inte-
gram ao novo país, mantendo a língua de origem e suas
tradições relativamente intactas, e com isso aumentando
A pressão demográfica, unida ao alto nível de miséria o preconceito e a segregação.
de algumas po¬pulações, além da instabilidade política, Não devemos também esquecer que, num mundo
torna inevitável a emigração em alguns países subde- cheio de instabilidades, o desemprego estrutural (causa-
senvolvidos do mundo. Os emigrantes assumem o risco do pelo desenvolvimento tecnológico), que é uma reali-
de sair de seus países de ori¬gem por não terem o que dade de escala global é, geralmente, usado para estabe-
perder. lecer limites rigorosos com relação à imi¬gração, com o
O atrativo que exerce o mundo desenvolvido é um pretexto político de proteger os empregos das popula¬-
grande estímulo para o empreendimento da emigra¬ção, ções locais, diluindo os sonhos de muitos imigrantes em
apesar de todas as dificuldades que cercam o processo conseguir um emprego e assim melhorar sua condição
de instalação e adaptação de qualquer população em um de vida.
novo país, mesmo que haja semelhanças culturais e de
língua entre eles.
Cada lugar com um mínimo de história é carrega- Os problemas atuais decorrentes das
do de cultura e tra¬dições, o que o torna uma entidade migrações internacionais
especial e particular no espaço geo¬gráfico. Por isso, as
regiões do mundo marcadas pela entrada de imigrantes Como vimos, as migrações podem causar muitos con-
sofrem, de um lado, o impacto da car¬ga cultural dos flitos, étnicos, raciais, religiosos etc. Estes problemas de-

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GEOGRAFIA

correntes dos fluxos migratórios são importantes e, em O que se pode observar é que o processo de migração
alguns países, chegam a alcançar níveis de certa gravi- interna sempre esteve ligado à dinâmica econômica do
dade. país, mas que a composição da estrutura física também
As causas desses problemas residem num velho de- exerceu uma importante influência. Primeiramente, os
bate que existe nos países receptores, sobre se os imi- sistemas de transportes não eram muito avançados, as-
grantes vão integrar-se à comunidade ou manter-se sim como a estrutura das rodovias e ferrovias no país
enquistados, mar-ginalizados, com regras próprias que não possibilitava o deslocamento em massa de grande
regem suas vidas. parte da população. Além disso, as más condições de
Por um lado, os imigrantes são vistos como pessoas vida da população impedia que os mesmos se deslocas-
dife¬rentes, em virtude de questões religiosas, étnicas sem internamente, até por que, durante muito tempo o
ou culturais. Por outro, dependendo das condições, são trabalho escravo esteve presente na estrutura da econo-
os próprios imi¬grantes que adotam a atitude de defesa mia do país.
de não se integrar. A principal área das migrações do Brasil nos últimos
Como consequência dessas dificuldades de integra- tempos, foi do Nordeste do país e do Norte de Minas
ção, os imigrantes correm muitos riscos e enfrentam Gerais para as regiões Sudeste e Sul, mais precisamen-
uma série de problemas muitos inclusive ligados ao ter- te para as grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de
rorismo. Janeiro e Campinas, e algumas cidades da região Sul,
como Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Esse fluxo
iniciou-se no final do século XIX, mas se consolidou de
forma mais acentuada ao longo do século XX, quando o
Nordeste conheceu o seu declínio econômico e o Sudeste
brasileiro industrializou-se a partir das infraestruturas
herdadas da economia cafeeira da região, principalmen-
te após a década de 30 com o Governo Vargas.
Esse movimento migratório ainda existe, mas obser-
http://geofagia.blogspot.com.br/ va-se um declínio a partir da década de 1980. Em 2001,
segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Apli-
Entre todas as diferenças, as diferenças linguísticas cada (Ipea), o número de pessoas saindo do Nordeste
são o primeiro obstáculo para as relações sociais e o rumo ao Sudeste foi, pela primeira vez, menor do que
exercício da atividade profissional para o imigrante. Os o do sentido contrário. Essa tendência repetiu-se anual-
26 tipos de trabalho em certos setores, como a construção mente até 2008. Este movimento conhecido como movi-
civil, agricultura e alguns serviços menos valorizados, mento de retorno. Normalmente são pessoas ou parentes
têm características pouco atrativas, pois são temporá- de pessoas que há muito tempo migraram para estas
rios, pouco remunerados e rejeitados socialmente pela regiões, e que na atualidade estão desencadeando um
população local, o que leva o imigrante a questionar sua movimento de retorno a região de onde há muito tempo
permanência, sem contar que na maioria das vezes es- partiram.
tes imigrantes são explorados e são remunerados muito Estas mudanças podem ser explicadas pelo fato de o
abaixo dos cidadãos locais. Nordeste vir apresentando novos índices de recuperação
econômica e de industrialização. Além disso, a oferta de
empregos no setor industrial do Sudeste vem diminuin-
Brasil – Migrações Internas
do graças à migração de indústrias para o interior do
território brasileiro (desconcentração industrial) e pelo
fato de o setor secundário oferecer menos empregos em
razão do crescente processo de implementação de novas
tecnologias no campo produtivo, com a introdução de
tecnologias no processo produtivo.
Uma característica mais recente da demografia do
Brasil vem destacando o papel crescente das regiões
Norte e Centro-Oeste principalmente a partir da década
de 1960, principalmente após a construção de Brasília.
Essa nova composição é, em partes, resultado da política
de Marcha para o Oeste iniciada na década de 1940 e
dos atrativos de empregos oferecidos por essas regiões e
Migrações internas, são aquelas que ocorrem dentro suas metrópoles. Hoje em dia, o maior fluxo migratório
de um próprio país, também chamadas de migrações in- no Brasil segue em direção à zona do Brasil Central e ao
ter-regionais, elas representam as dinâmicas dos fluxos Amazonas.
migratórios existentes no interior de um dado território. Vejamos o mapa abaixo:
No caso do Brasil, é possível identificar alguns vetores
migratórios que se manifestam desde o período colonial,
mas que se intensificaram a partir do início do século
XX.

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CAPÍTULO 10 - Geografia Agrária

10. GEOGRAFIA AGRÁRIA


Quando pensamos na agropecuária, nem sempre te-
mos a verdadeira noção da importância desta atividade
para a sobrevivência da espécie humana, e na verdade,
de toda a vida na Terra. Apesar de ser uma atividade
bastante antiga, apenas no período Neolítico é que os
seres humanos começaram a praticar a agricultura pro-
priamente dita. O período Neolítico, é o momento em que
os seres humanos deixam de ser nômades e passam a
ser sedentários. A partir de então, a agricultura passou a
se desenvolver e este processo continua até hoje. Mas a
agricultura depende de vários fatores, entre ele:

Fatores naturais:
Solo;
Clima;
Contudo, é importante lembrar que as zonas menos
Relevo;
habitadas do país não recebem novos migrantes com a
mesma velocidade que o Sudeste recebeu outrora. Dados
Fatores econômicos:
do IBGE confirmam que o número de migrações inter-
Investimento;
nas no Brasil caiu 37% nos últimos 15 anos. Isso significa
Técnica;
que, à medida que a distribuição industrial e econômica
Política agrícola;
do país acontece, maior a tendência de estabilidade no
campo das migrações internas.
Quando analisamos as formas de exploração da ter-
ra podemos classificá-las de duas maneiras: extensiva e
Brasil – Migrações Atuais intensiva.
O quadro atual das migrações no Brasil, no entan-
to, parece apresentar o esgotamento dessa migração em Intensiva
massa. Com os centros urbanos – sobretudo Rio de Janei- 27
ro e São Paulo – completamente saturados e repletos de
problemas sociais, não há mais um grande atrativo nes- • Desassociada do tamanho da propriedade.
sas cidades para a recepção de novos migrantes. Além • Alta produtividade.
disso, há em processo uma desconcentração industrial • Aplicação de Técnicas Modernas.
no país, o que vem colaborando para um gradativo reor- • Uso de máquinas.
denamento dos fluxos migratórios. • Bons índices de produtividade e de renta-
Dessa forma, a região Nordeste – antes a principal bilidade.
origem das migrações internas – apresentou um saldo
positivo em relação ao número de pessoas que imigra- O grau de mecanização e de tecnologia aplicadas à
ram ao número de pessoas que emigraram durante a produção agrária permite que a produtividade por hec-
primeira década do século XXI. tare dispare e que a utilização de mão-de-obra seja ín-
Assim, segundo o Censo do IBGE de 2010, essa foi fima.
a única região a apresentar um saldo positivo de mi- O desempenho dos produtos agropecuários e das
grantes nos últimos anos. As regiões Sul, Centro-Oeste e agriculturas modernas e desenvolvidas no mercado in-
Norte, segundo os mesmos dados, permaneceram prati- ternacional não é resultado exclusivo da enorme produ-
camente estáveis e a região Sudeste tornou-se a grande tividade que elas alcançam. Nessa composição também
“exportadora” de pessoas. entram os incentivos e subsídios recebidos pelos produ-
Essa configuração representa, além da descentra- tores agrícolas de diversos países, em especial os ricos.
lização industrial brasileira, o retorno da população de A biotecnologia, bancada pelas gigantes transnacio-
outras regiões que havia se instalado no Sudeste. Esse nais, revolucionou a produção agrícolas com os produtos
retorno, em geral, não representa uma opção, mas uma transgênicos. Plantas são modificadas geneticamente
condição. Ele é resultante das péssimas condições de para otimizar a produção agrícola, aumentar a produti-
vida que boa parte dessas pessoas que migraram para vidade, tornando as espécies modificadas mais nutritivas
essa região até o final do século XX encontrou, além da e resistentes às pragas.
escassez de empregos e das relações de racismos regio-
nais. Extensiva
• Baixos investimentos.
• Utilizam técnicas arcaicas.
• Baixa produtividade.

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GEOGRAFIA

• Muitas vezes voltada para a subsistência.

Podemos classificar as atividades agrícolas também


sobre sua finalidade:

Subsistência
Quando se produz para o próprio consumo e o con-
sumo da família. Normalmente esta atividades se desen-
volve em pequenas propriedades rurais.

Comercial
Os solos evoluídos possuem normalmente várias
Quando a produção é destinada ao comércio interno camadas sobrepostas, designadas por horizontes. Estas
ou externo. Normalmente esta propriedade se desenvol- camadas são formadas pela ação simultânea de proces-
ve em grandes propriedades rurais, com a utilização de sos físicos, químicos e biológicos e podem distinguir-se
técnicas mais modernas. entre si através de determinadas propriedades, como por
Ao longo de milhares de anos, as técnicas aplicadas exemplo a cor, a textura e o teor em argila.
na agricultura foram se modernizando, e muitas delas
hoje já não são mais usadas. As técnicas, tem como prin-
cipal objetivo, aumentar a produtividade, reduzir custos
e evitar o desgaste dos solos. Vejamos algumas técnicas
mais importantes:

01. Rotação de cultura


02. Rotação de terras;
03. Associação de culturas;
04. Curvas de nível e/ou terraceamento;
05. Plantio direto;
28
06. Pousio;
07. Mecanização.

A agricultura, apesar de ser imprescindível na sobre-


vivência da humanidade, também traz alguns problemas
ambientais que se não forem minimizados pelas técnicas
e cuidados especiais, podem se tornar bem graves de-
gradando o solo e inviabilizando toda atividade agrícola.
Destacamos alguns problemas ambientais a seguir:

a. Erosão;
b. Lixiviação;
c. Laterização;
d. Poluição do solo, da água e do lençol freático
pelo uso de agrotóxicos;
Importante: Hoje muitas ques-
e. Morte de animais;
f. Envenenamento de trabalhadores; tões abordam a relação do homem com
g. Destruição das matas ciliares; o espaço geográfico e sua ocupação, e um
h. Ampliação do desmatamento. destes elementos mais importante é o solo
i. Compactação do solo pelo uso excessivo de
e como o homem deve ou deveria ocupar e
máquinas.
explorar este solo de maneira adequada. O
termo usado para designar esta ocupação
11. OS SOLOS é chamado de ação antrópica.

É a porção exterior, superficial da crosta terrestre Tipos de Solos


formada pelas rochas que foram decompostas e associa-
das a restos orgânicos.
Na superfície terrestre podemos encontrar diversos

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CAPÍTULO 11 - Os Solos

tipos de solo. Cada tipo possui características próprias, Cana de Açúcar


tais como densidade, formato, cor, consistência e forma-
ção química. No Brasil, o setor agroindustrial prevê aumento sig-
nificativo da produção de cana-de-açúcar para os pró-
Solo Argiloso ximos anos. Isso pode ser atribuído ao aumento do in-
teresse internacional por fontes renováveis de energia,
Possuí consistência fina e é impermeável a água. em função do Protocolo e Kyoto. O estado destaque na
Um dos principais tipos de solo argiloso é a terra roxa, produção é o Sudeste.
encontrada principalmente nos estados de São Paulo,
Paraná e Santa Catarina. Este tipo de solo é bom para Café
a prática da agricultura, principalmente para a cultura
de café. Na região litorânea do Nordeste encontramos o Um dos principais produtos do Brasil, principalmente
massapé, solo de cor escura e também muito fértil. até 1929 – Crise de 29 – Quebra da bolsa de Nova York.
Teve seu plantio iniciado no Vale do Paraíba, posterior-
Solo Arenoso mente deslocando-se para o oeste de São Paulo, Norte
do Paraná. Hoje com grande destaque o estado de Minas
Possui consistência granulosa como a areia. Muito Gerais. O Brasil ainda é um grande produtor sendo um
presente na região nordeste do Brasil, sendo permeável dos destaque no mercado mundial, tanto em quantidade
à água. como em qualidade do café.

Solo Humoso Milho

Presente em territórios com grande concentração de Um dos mais importantes produtos do país, ocupa
material orgânico em decomposição (húmus). É muito uma parcela considerável de terras, muito utilizado para
utilizado para a prática da agricultura, pois é extrema- a produção de ração, voltado para alimentação de ani-
mente fértil (rico em nutrientes para as plantas). mais. É produzido em todo o Brasil.

Solo Calcário Outros Produtos

É um tipo de solo formado por partículas de rochas. Arroz, Feijão, Algodão, Trigo, Uvas, Maçã, Cacau.
29
É um solo seco e esquenta muito ao receber os raios so-
lares. Inadequado para a agricultura. Este tipo de solo é
Observação: No final dos anos 60
muito comum em regiões de deserto.
do século XX, o Brasil passou a vivenciar
os impactos da Revolução Verde no desen-
Nota: Você sabia? A ciência que
volvimento de uma agricultura moderna
estuda a composição, o desenvolvimento e
e de grande eficiência econômica. No en-
a formação dos solos é a Pedologia.
tanto, a Revolução Verde trouxe também
efeitos perversos de ordem social, econô-
Produtos Destaques no Brasil mica e ambiental.
•Ampliação do processo de concentra-
ção fundiária pela incorporação da cha-
Soja mada fronteira agrícola à produção capi-
A expansão da produção da soja no Brasil atende a talista.
numerosos interesses, e é produzida em grande parte do •Formação de um amplo contingente
território brasileiro. de trabalhadores volantes, dependentes
de um mercado de trabalho com grande
• Sua exportação contribui para a obtenção de
superávits na balança comercial; sazonalidade.
• Seu preço no mercado mundial envolve os •Ampliação da dependência dos produ-
mercados de ações e grupos financeiros; tores ao mercado de sementes pela intensa
• Sua produção está associada aos complexos utilização de híbridos.
agroindustriais e ao agronegócio;
• Seu cultivo exige grandes investimentos em •Comprometimento dos recursos hídri-
insumos e máquinas produzidos pelas transna- cos pelo assoreamento de cursos d’água
cionais. e contaminação por produtos químicos.

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GEOGRAFIA

A Questão Fundiária no Brasil por um conjunto familiar equivalente a quatro pessoas


adultas, correspondendo a 1.000 jornadas anuais, lhe ab-
O padrão concentrador da propriedade de terra é um sorva toda força de trabalho em face do nível tecnológico
dos traços marcantes da atual estrutura fundiária brasi- naquela posição geográfica e, conforme o tipo de explo-
leira, cujas origens remotas encontram-se no modelo de ração considerado, proporcione um rendimento capaz
colonização aplicado à América portuguesa. de lhe assegurar a subsistência e o progresso social e
Vejamos alguns exemplos: econômico.
Utilizando o módulo rural, a lei no. 8629 de 1993, de-
a. A divisão das Capitanias Hereditárias; finiu que a classificação dos imóveis rurais, segundo sua
b. Trabalho no campo pouco valorizado; dimensão, passaria a ser realizada com base no módulo
c. Terra sinônimo de riqueza prestígio e poder; fiscal, conceito este derivado do módulo rural. Trata-se
d. Produção voltada predominantemente na realidade do módulo rural médio do município a ser
para o mercado externo; classificado. Este pode variar de 5 a 110 hectares pelo
e. Lei de Terras – 1850 país.
A partir dessa nova definição, os imóveis rurais pas-
O resultado disso, não poderia ser outro, concentra- saram a ser classificados da seguinte maneira:
ção de terras levando a vários conflitos no campo. Minifúndio – imóvel rural menor que o módulo fis-
Observe o gráfico e a charge: cal estipulado para o respectivo município.
Pequena propriedade – imóvel rural que tem área
entre 1 e 4 módulos fiscais.
Média propriedade – imóvel rural que tem área
entre 4 e 15 módulos fiscais.
Grande propriedade – imóvel rural que tem área
acima de 15 módulos fiscais.
Essas unidades são critérios para que se promova a
reforma agrária, com a desapropriação de grandes pro-
priedades improdutivas e que não cumpram sua função
social.
Mas infelizmente os conflitos no campo continuam.

30
Pecuária Brasileira

• O gráfico demonstra que cerca de 90% dos


estabelecimentos rurais são pequenos (menos
de 100 ha) e representam menos de 22% da área
agrícola. No Brasil, apesar de ser considerado um país indus-
• O gráfico revela que cerca de 2% dos estabe- trializado, a agricultura e a pecuária ocupam uma posi-
lecimentos rurais são grandes (1.000 ha ou mais) ção importante na economia.
e abrangem mais de 40% da área agrícola. No que se refere a pecuária, ela exerce uma grande
relevância nas exportações brasileiras, além de abas-
Em 1964 foi promulgada uma série de Leis conheci- tecer o mercado interno. É uma atividade econômica
das como Estatuto da Terra, com o objetivo de planejar desenvolvida em áreas rurais que consiste na criação
uma reforma agrária. Para se pensar em reforma agrá- de animais (como o gado) com o objetivo de comercia-
ria havia a necessidade de classificar as propriedades lizá-los, suprindo assim as necessidades da família do
rurais segundo sua dimensão. Foi então, que surgiu o criador.
conceito de módulo rural. No caso dos bovinos, além da carne, são extraídas
Módulo Rural: área explorável que, em determi- outras matérias-primas, como o couro (produção de cal-
nada porção do país, direta e pessoalmente explorada çados), pele (vestuário), ossos (fabricar botões) e muitos

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CAPÍTULO 11 - Os Solos

outros. econômica e mais adiante política. Assim, neste período


Fundamentalmente, a atividade em foco é ligada à havia apenas indústrias de panos grossos destinados à
criação de gado (bovinos), embora seja considerada tam- confecção de roupas para escravos e demais trabalha-
bém a produção de suínos, aves, equinos, ovinos, bufali- dores.
nos. Esse ramo tem como responsabilidade principal dis- II - 1808 – 1930. Conhecido como “Período da Implan-
ponibilizar para o mercado alimentos como carne, leite e tação”, caracterizado pela vinda da família real ao Brasil
ovos, base da dieta humana. e pela abertura dos portos brasileiros ao mercado ex-
Essa atividade está dividida em dois tipos, a pecuária terno. Nesta época as taxas de importação favoreciam
de corte e de leite, ambas podem ser desenvolvidas de a compra de produtos portugueses e posteriormente
duas formas, a pecuária intensiva e a extensiva. devido ao acordo estabelecido com a Inglaterra, de pro-
Na produção extensiva, os animais são criados soltos dutos ingleses. A grande circulação dos manufaturados
em grandes áreas, alimentam-se de pastagens naturais e britânicos desestimulava o surgimento das indústrias
não recebem maiores cuidados, em contrapartida, na in- brasileiras.
tensiva, os animais são manejados em pequenos recintos Em 1844, com o objetivo de proteger o mercado bra-
com dieta à base de rações balanceadas específicas para sileiro dos produtos estrangeiros e promover o apareci-
engorda ou leite. Na pecuária extensiva, apesar de ter mento de indústrias brasileiras foi decretada a Lei Alves
um custo menor, o tempo que leva para os animais fica- Branco que aumentava as taxas de importação sob os
rem prontos para o abate é maior. Enquanto que na pe- manufaturados vindos que qualquer país, porém, como
cuária intensiva o tempo de preparo destes animais para as medidas foram insuficientes a corte passa a oferecer
o abate é menor, mas tem um custo de maior. Quanto a subsídios a indústria têxtil.
qualidade da carne, é algo muito relativo, pois depende Mais adiante outro fato que influenciou a industriali-
da forma de produção e o tipo de alimentação que estes zação brasileira foi a Lei Eusébio de Queirós que proibia
animais tiveram durante seu crescimento. A qualidade o tráfico negreiro e possibilitava a transferência de ca-
da carne não deve ser medida pela sua maciez. pital, antes aplicado na aquisição de escravos, no setor
A pecuária de leite está ligada à produção leiteira e industrial. E ainda, a vinda de imigrantes para trabalhar
derivados. na cafeicultura trouxe um contingente populacional com
Tradicionalmente uma das áreas mais importantes novas técnicas de produção. Ambos os fatores geraram
na criação de bovinos é o Rio Grande do Sul, (1º em qua- um novo mercado consumidor no país que seria capaz
lidade), apesar desta atividade ter seu início no Sertão de absorver os industrializados aqui produzidos. Anos
do Nordeste, mas nos últimos anos a criação de bovinos mais tarde verificou-se a implantou de inúmeras indús-
tem se desenvolvido também em outras regiões como o trias, com destaque para as têxteis e alimentícias. 31
Centro-oeste e Norte do Brasil. Um estado destaque na No cenário mundial, a primeira guerra mundial difi-
produção de leite e derivados é o estado de Minas Gerais. cultava a exportação do café, bem como a importação de
Hoje, praticamente em todo o Brasil se observa a criação industrializados, para solucionar a crise econômica o ca-
de animais. pital gerado pelo café foi investido em novas indústrias a
Vejamos alguns destaques na atualidade: fim de suprir os bens de consumo importados, daí nome
Frangos e Peru – Região Sul (SC, PR) do modelo de industrialização brasileira, substituição de
Bovinos – Região Sul, Região Centro-oeste, Norte, Su- importação.
deste. III - 1930 – 1955. Conhecido como “Revolução Indus-
Ovinos – Região Sul trial Brasileira”, caraterizado pelo intervencionismo es-
Equinos – Sul, Centro-oeste e Sudeste. tatal da Era Vargas, no qual Getúlio afastou a elite agrá-
Suínos – Região Sul ria tradicional do poder implantando indústrias de base
Bubalinos – Norte (Ilha de Marajó) e aumentando a geração de energia, através da criação
Asininos – Nordeste do Conselho Nacional do Petróleo (1938), a Companhia
Siderúrgica Nacional (1941), Companhia Vale do Rio
Industrialização brasileira Doce (1943) e a Companhia Hidrelétrica do São Francis-
co (1945). Neste período o Brasil se beneficiou com a Se-
A industrialização brasileira foi um evento tardio que gunda Guerra Mundial fornecendo industrializados aos
se consolidou a partir da década de 1930, todavia, cabe países arrasados pelo conflito. Já no segundo governo
ressaltar os motivos deste atraso e ainda identificar os Vargas criou a Petrobras (1953) e o Sistema Paulo Afonso
fatores que possibilitaram sua realização. Desta forma, (1954).
convém separar a industrialização brasileira em perío-
dos: IV - 1955 – 1964. Conhecido como “Período da Inter-
I -1500–1808. Conhecido como “Período da Proibição”, nacionalização”, iniciado pelo plano de metas de Kubits-
nesta época o Brasil era colônia de Portugal e sua fun- chek no qual ocorreu reconhecido crescimento do setor
ção era fornecer matérias primas a metrópole e adquirir de transportes. Cabe ressaltar a atuação das empresas
dela manufaturados. Logo, Portugal impedia a estrutura- multinacionais no país e o aumento das indústrias auto-
ção de indústrias brasileiras que pudessem representar motivas (Ford, General Motors e Volkswagen), químicas,
concorrência aos manufaturados portugueses e conse- farmacêuticas e de construção naval. No início da déca-
quentemente pudessem levar o país a independência da de 60 o país passou por uma estagnação econômica e
consequentemente industrial.

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V - 1964 -1980. Após um período de instabilidade po- Dentre as dez maiores indústrias presentes no país
lítica os militares tomam o poder e ocorre uma diversi- tem-se: Petrobras (setor de energia), Vale (setor de mi-
ficação do parque industrial brasileiro com a expansão neração), Volkswagen (setor automobilístico), Fiat (setor
das indústrias de bens de consumo duráveis e não durá- automobilístico), Ambev (setor de bens de consumo não
veis. Em 1979, as exportações de industrializados supe- duráveis), Brasken (setor químico e petroquímico), Ge-
ram as exportações dos produtos primários. neral Motors (setor automobilístico), Arcelor Mitall (se-
VI -1980 – atualmente. Os anos de 1980 ficaram co- tor siderúrgico e metalurgia), Bunge alimentos (setor de
nhecidos como década perdida devido a crise econômi- bens de consumo não duráveis) e Usiminas (setor side-
ca, já a década seguinte foi marcada pelo plano real e rúrgico e metalurgia).
seguido de investimentos estrangeiros com as privatiza-
ções das industrias estatais e aliado aos investimentos
as micro e pequenas empresas representaram progresso
12. GLOBALIZAÇÃO E
econômico. INTEGRAÇÃO ECONOMICA
Atualmente o país possui um parque industrial con-
solidado e diversificado com forte presença de capital
ENTRE PAÍSES
estrangeiro restando o desafio de desenvolver tecnologia
nacional de ponta.
No tocante a distribuição espacial das indústrias bra-
sileiras, há uma maior concentração de indústrias na
região sudeste principalmente em nas áreas metropo-
litanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte,
incluindo cidades como Volta Redonda/RJ, Macaé/RJ,
Campos/RJ, Uberlândia/MG, ABCD paulista, Campinas/
SP, Ribeirão Preto/SP, Santos/SP, Jundiaí, dentre outras.
Hoje é comum falar em desconcentração espacial
do sudeste devido a supervalorização do espaço urbano
desta área, sendo que o destino principal destas indus-
trias é a região sul que também polariza grande parte
da atividade industrial do país e pode ser encarada como
uma extensão da região sudeste.
32 No nordeste a atividade industrial é mais acentuada
na porção litorânea e a exploração de petróleo no recôn-
cavo baiano trouxe um novo impulso industrial à região.
Já no centro oeste as indústrias são mais voltadas ao
incremento do setor agrário. E por fim a região norte Na atualidade, o capitalismo, sistema econômico vi-
possui uma industrialização pouco expressiva e trata- gente na maioria dos países, apresenta uma dinâmica
-se em sua maioria de indústrias de beneficiamento de da acumulação fortemente internacionalizada tanto sob
matérias primas diversas, o destaque da região é a Zona a forma de capital produtivo quanto financeiro ou co-
Franca de Manaus voltada para a produção de eletrôni- mercial.
cos. O mapa abaixo mostra a distribuição das indústrias Nesta perspectiva, globalização e integração, prin-
brasileiras. cipalmente econômica, constituem-se em aspectos cen-
trais do funcionamento da economia mundial nos dias de
hoje. A globalização, por referir-se, de um modo geral, ao
aprofundamento do caráter internacional dos processos
econômicos; e a integração por remeter à tendência de
surgimento de espaços de relações privilegiadas entre
países, da mesma maneira que pode expor as grandes
diferenças entre eles.
Podemos dizer assim que, a economia globalizada
apresenta-se como um intenso mosaico mundial do qual
fazem parte blocos de economias nacionais que osten-
tam diferentes graus de fluidez interna nos movimentos
de bens e pessoas, mercadorias e fatores produtivos.
A globalização seria, portanto, um processo de inte-
gração mundial que se intensifica nas últimas décadas,
principalmente após a década de 90, com a Nova Ordem
Mundial, com base na liberalização econômica, quan-
do os Estados abandonam gradativamente as barreiras
tarifárias que protegem sua produção da concorrência
estrangeira e se abrem ao fluxo internacional de bens,
serviços e capitais.

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CAPÍTULO 13 - Blocos Econômicos

Segundo os Diplomatas Sérgio Abreu e Lima Florên- Zona de Livre Comércio


cio e Ernesto Henrique Fraga Araújo, o processo de inte-
gração econômica refere-se a “um conjunto de medidas Quando constituem uma Zona de Livre Comércio
de caráter econômico que tem por objetivo promover a (ZLC), os países parceiros reduzem ou eliminam as bar-
aproximação e a união entre as economias de dois ou reiras alfandegárias, tarifárias e não-tarifárias, que inci-
mais países”. dem sobre a troca de mercadorias dentro do bloco. Esse é
o segundo estágio no caminho da integração econômica.
13. BLOCOS ECONÔMICOS O NAFTA constitui-se em exemplo de Zona de Livre
Comércio, um acordo firmado entre os Estados Unidos, o
Canadá e México.

União Aduaneira
Consiste na regulamentação de uma União Adua-
neira, momento em que os Estados-Membros, além de
abrir mercados internos, regulamentam o seu comércio
de bens com nações externas, já funcionando como um
bloco econômico em formação.
Caracteriza-se por adotar uma Tarifa Externa Co-
mum (TEC), a qual permite estabelecer uma mesma ta-
rifa aplicada a mercadorias provenientes de países que
não integram o bloco.
Nessa fase, dá-se início à formação de comissões
parlamentares conjuntas, aproximando-se o Poder Exe-
cutivo dos Estados nacionais de seus respectivos Legis-
Constituem-se na união de países, geograficamente
lativos.
próximos, ou não, que buscam através de acordos re-
O MERCOSUL, com o Brasil, a Argentina, o Uruguai o
duzir as barreiras econômicas entre si, permitindo as-
Paraguai e mais recentemente a Venezuela, constituem,
sim um fluxo econômico maior, promovendo assim uma
na atual fase de desenvolvimento, uma União Aduaneira
maior integração econômica entre os membros. Da mes-
que luta para se transformar em um Mercado Comum.
ma maneira, comprometem-se em reduzir a soberania 33
nacional em prol da soberania em grupo.
A configuração destes grupos, antes de ser um pro- Mercado Comum
jeto puramente econômico, é um projeto político, resul-
tante de uma decisão de Estados que normalmente leva Apresenta-se como um processo bastante avançado
a um aprofundamento nas relações sociais, políticas e de integração econômica, garantindo-se a livre circula-
econômicas, entre os interessados. ção de pessoas, bens, serviços e capitais, ao contrário da
Dependendo do nível de integração os Blocos Eco- fase como União Aduaneira, quando o intercâmbio res-
nômicos podem ser classificados em: em zona de prefe- tringia-se à circulação de bens.
rência tarifária, zona de livre comércio, união aduaneira, No Mercado Comum circulam bens, serviços e os
mercado comum e união econômica e monetária. fatores de produção (capitais e mão-de-obra) e pressu-
Vejamos, cada um deles: põem-se a coordenação de políticas macroeconômica,
devendo todos os países-membros seguir os mesmos pa-
râmetros para fixar taxas de juros e de câmbio e para
Zona de Preferência Tarifária definir políticas fiscais.
A Comunidade Econômica Europeia, a partir de 1992,
Este primeiro processo de integração econômica con-
transformou-se em um bloco econômico do tipo Mercado
siste apenas em garantir níveis tarifários preferenciais
Comum.
para o conjunto de países que pertencem a esse tipo de
mercado (in MERCOSUL HOJE, Sérgio Florêncio et Er-
nesto Araújo). União Econômica e Monetária
A antiga Associação Latino-Americana de Livre Co-
mércio (ALALC) foi um exemplo de Zona de Preferência Este é o estágio mais avançado do processo de for-
Tarifária, pois procurou estabelecer preferências tari- mação de blocos econômicos, contando com uma moeda
fárias entre os seus onze membros, que eram todos os única e um fórum político.
Estados da América do Sul, com a exceção da Guiana No estágio de União Econômica e Monetária tem de
e do Suriname, e mais o México. Em 1980, a Associação existir uma moeda única, que pode ser usada por todos
Latino-Americana de Integração (ALADI) substituiu a os membros, ou não, e uma política monetária inteira-
ALALC. mente unificada e conduzida por um Banco Central co-
munitário.
Para se chegar ao estágio de União Econômica e Mo-

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GEOGRAFIA

netária, há que se atravessar toda uma série de momen- Para se entender a atual conjuntura política e acima
tos que demandam tempo e discussões entre os países- de tudo econômica dos países na atualidade, é neces-
-membros. sário conhecer um pouco sobre a evolução dos sistema
Assim, cada acordo significa um avanço em relação econômico que é predominante no mundo. Vamos anali-
às situações anteriores de níveis de integração, sempre sar, mesmo que de forma mais simples a evolução do Ca-
dependente da vontade política dos parceiros que fazem pitalismo mundial, procurando compreender cada fase
um determinado bloco econômico em processo de inte- individualmente.
gração.
Por exemplo, o MERCOSUL não dispõe atualmente Origem
de instituições supranacionais, mas são transparentes os
avanços em seu processo de fortalecimento e consolida- Acredita-se que o início do capitalismo ocorreu no
ção, em que pesem as crises conjunturais no plano da século XIII, a partir da desestruturação do sistema feu-
integração econômica. dal, que por sua vez modificou o setor produtivo e as
O NAFTA, tudo indica, parece não pretender adotar relações de trabalho, nesse momento houve o renasci-
o princípio da livre circulação de trabalhadores, embora mento comercial que ficou caracterizado pela transição
tenha avançado bastante no que diz respeito ao volume do feudalismo para o capitalismo.
das trocas comerciais.
Já a União Européia, originada da Comunidade Eco-
nômica Européia, por seus avanços em meio século de Primeira Fase: Capitalismo Comercial
negociações, tornou-se o maior exemplo de um processo
de formação de bloco econômico no mundo contempo- No século XV, recebeu o nome de capitalismo co-
râneo. mercial, para alguns autores pré-capitalismo, esse foi
A idéia da construção efetiva de uma organização marcado principalmente pela expansão ultramarina,
aberta para reunir países europeus partiu de uma pro- colonização do novo mundo, continente africano, asiáti-
posta de Robert Schuman, Ministro francês das Relações co e americano, políticas mercantilistas e por fim o sur-
Exteriores, em 1950, ao demonstrar os interesses comuns gimento das primeiras potências europeias: Portugal e
da França e da Alemanha Ocidental quanto aos recursos Espanha.
naturais do carvão e do aço no território europeu.
Em 18 de abril de 1952, a França, a Alemanha Ociden- Segunda Fase: Capitalismo Industrial
tal, a Bélgica, Luxemburgo, os Países-Baixos e a Itália as-
34 sinaram, em Paris, um tratado instituindo a Comunidade No final do século XVIII e início do XIX, teve origem o
Européia do Carvão e do Aço (CECA). chamado capitalismo industrial, esse ficou caracterizado
A atual União Européia, surgida da criação, em 1957, por muitas evoluções que foram primordiais à ocorrên-
da Comunidade Econômica Européia (CEE), representa cia da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra, no
o mais avançado estágio desse processo de integração século XVIII, a utilização do carvão mineral como fonte
em blocos econômicos, inclusive com a adoção de uma de energia para a indústria têxtil recebeu o invento da
moeda comum, o Euro, e agora também política, com o máquina a vapor, a inserção de outras nações no proces-
funcionamento de um Parlamento Europeu fortalecido, so, como França, Alemanha, Estados Unidos e Japão. O
que tem sede em Estrasburgo, na França, formado por imperialismo europeu, a partilha colonial, com destaque
deputados dos países da Comunidade Européia, eleitos para o continente africanos, o liberalismo e o surgimento
pelos cidadãos dos países-membros para representá-los do socialismo também marcaram esse período.
num fórum supranacional.
Com as crises econômicas a partir 2008, 2009, os Terceira Fase: Capitalismo Financeiro
Blocos Econômicos passam a ser questionados em sua
organização, pois não evitaram as crises nem tão pouco O capitalismo financeiro tem seu início no século XX,
previram as possíveis crises, ao contrário, acabaram por e os fatos históricos e características da etapa remetem-
ampliar as crises para países membros do bloco. Na atu- -se à Segunda Revolução Industrial, o descobrimento
alidade, há uma aparente calmaria em relação aos Bloco do petróleo como fonte de energia, invento do motor à
Econômicos, isso não quer dizer que os mesmos voltarão combustão, a indústria automobilística e a evolução nos
a ter a importância que tinha, quando surgiram na dé- transportes, economia monopolizada de indústria e fi-
cada de 90. Quer dizer, surgiram antes, após a segunda nanças, a criação da União Soviética, Crash da Bolsa em
guerra mundial, mas atingem seu auge na década de 90. 1929 (crise de 29), intervenção do estado na economia,
É esperar pra ver. terminando com o liberalismo puro, a expansão e surgi-
mento de grandes corporações e empresas transnacio-
13. O COMÉRCIO MUNDIAL E A nais.
A consolidação da Terceira Revolução Industrial,
EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO também denominada de Revolução Tecnológica, se deu
MUNDIAL pela reordenação espacial da indústria, reorganização da
divisão internacional do trabalho e principalmente pela
acelerada evolução e inovações tecnológicas (telecomu-

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CAPÍTULO 14 - Divisões Internacionais do Trabalho

nicação, transportes, informática e biotecnologia). Segunda DIT


Pode-se afirmar que na atualidade, estamos vivendo
esta fase do Capitalismo Financeiro, principalmente se Durante o século XVI – mas principalmente a partir
olharmos através da maneira de como as nações estão do século XVII – essa divisão do trabalho sofreu algumas
organizadas dentro do processo de globalização. poucas e sensíveis alterações. Com a Primeira e a Segun-
Mas como as nações se relacionam numa economia da Revolução Industrial, as colônias e os países subde-
globalizada? Para respondermos esta pergunta, vamos senvolvidos passaram a fornecer também produtos agrí-
estudas a DIT= Divisão Internacional do Trabalho. Va- colas, assim como vários tipos de minerais e especiarias.
mos lá. Nesse período, por exemplo, o Brasil se viu marcado pela
monocultura da cana-de-açúcar (século XVI) e explora-
14. AS DIVISÕES ção de ouro (século XVII).

INTERNACIONAIS DO TRABALHO Terceira DIT ou “Nova DIT”


A DIT (Divisão Internacional do Trabalho) é a distri-
A partir do século XX, com a Revolução Técnico-Cien-
buição da produção econômico-industrial internacional,
tífica-Informacional e a consolidação do Capitalismo
em outras palavras, representa a função que cada país
Financeiro, temos a expansão das grandes multinacio-
ocupa dentro da dinâmica econômica mundial. Consi-
nais pelo mundo. Isso acarretou na mudança da Divisão
derando que é impossível que um único país seja po-
Internacional do Trabalho, que passou a ser conhecida
tencialmente produtor de todas as mercadorias de que
também por Nova DIT.
precisa para se manter, estas se dividem em campos de
Nesse período, os países subdesenvolvidos também
especialização produtiva pelas diversas partes da Terra.
realizaram os seus processos tardios de industrialização.
A DIT passou por algumas fases, essas obedeceram
Só que, diferentemente da industrialização dos países
à dinâmica econômica e política do período histórico em
desenvolvidos, essa aconteceu a partir da abertura do
que elas existiram.
mercado financeiro desses países e pela instalação de
Veja o quadro abaixo:
empresas Multinacionais ou Globais, oriundas, quase
sempre, de países desenvolvidos.
Além disso, assistiu-se também a uma segmentação
do mercado produtivo. Para buscar isenções de impostos
e rápido acesso a matérias-primas nos países subdesen-
35
volvidos, visando acima de tudo reduzir custos de produ-
ção, as multinacionais distribuíram o seu processo pro-
dutivo por todo o globo terrestre. Um carro, por exemplo,
tem o seu motor produzido no México, os para-choques
na Argentina, o Chassi na Coreia do Sul e a montagem
realizada no Brasil. O principal objetivo disso tudo, é se
manterem competitivas na atual economia globalizada.
Com isso, surgiu a denominação de “indústrias ma-
quiladoras”, pois não havia produção de nenhum mate-
Vamos analisar mais detalhadamente cada uma das rial nelas, mas apenas a montagem oriunda da produção
fases, tem atenção especial para o período de ocorrência de peças de diversos setores do mundo.
da DIT, e suas características gerais. A maioria das indústrias automobilísticas é, na ver-
dade, responsável apenas pela montagem dos carros.
Primeira DIT
Durante o final do século XV e ao longo do século
XVI, período de início das grandes navegações e de ex-
pansão da civilização europeia pelo mundo, o capitalis-
mo encontrava-se em sua fase inicial, chamada de capi-
talismo comercial. Esse período era caracterizado pela
manufatura (produção manual) a partir da extração de
matérias-primas e pelo acúmulo de minérios e metais
preciosos por parte das nações (metalismo).
Com isso, aqueles locais colonizados pelos países eu-
ropeus exerciam a função de produzir, a partir da explo-
ração de seus recursos naturais, os metais preciosos e as
matérias-primas utilizados pelas metrópoles. Um exem-
plo é o do Brasil, em que Portugal extraía o Pau-Brasil É importante frisar que a produção industrial con-
para a produção de vários tipos de produtos. tinua sendo realizada majoritariamente pelos países

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desenvolvidos, ou com o capital oriundo desses países. Somavam-se a isso os problemas econômicos, tec-
Apenas o local da produção é que mudou, mas todo, ou nológicos e a campanha do mundo capitalista ociden-
quase todo, o capital dessas empresas retorna aos seus tal, contra o socialismo. Diante deste quadro, e com as
países de origem. Essa migração das multinacionais se grandes transformações que ocorreram após a década
deve pela busca de mão de obra abundante nos países de 80/90, na URSS – União das Repúblicas Soviéticas,
pobres e por maiores oportunidades de explorarem os com sua desintegração, o Socialismo, até então adotado
recursos naturais, que por fim, como salientamos, é re- pela URSS, tem seu fim. Os países que faziam parte da
duzir custos de produção. URSS, passaram assim, para uma economia de transição,
até implantarem o Capitalismo.
É salutar chamar a atenção que o sistema Socialista
15. PAÍS DESENVOLVIDO, não acabou, ainda há países que adotam ou se dizem
SUBDESENVOLVIDO, Socialistas na atualidade, como é o caso de Cuba e da
China. O que houve e vimos, é o fim do Socialismo ado-
CAPITALISMO, SOCIALISMO tado pela URSS – Rússia e mais as 15 ex- repúblicas
soviéticas, que se tornaram países independentes após a
dissolução da antiga URSS, formando as Repúblicas Bál-
Socialismo ticas, e a CEI – Comunidade dos Estados Independentes.

O Socialismo surgiu como opção em razão das gran-


des desigualdades sociais que marcam o capitalismo
Países Desenvolvidos
desde o seu início, os trabalhadores europeus, a partir do
O desenvolvimento de um país ocorre quando há um
século XIX, começaram a lutar por mudanças que puses-
crescimento de sua economia, isto é, um aumento a pro-
sem fim à exploração de que eram vítimas. Jornadas de
dução de bens e serviços acompanhados de melhoria no
trabalho exaustivas, rendimentos baixos e condições de
padrão de vida de sua população.
trabalho insalubres.
Em relação aos indicadores econômicos: as caracte-
Uma das alternativas surgidas foi o Socialismo Cien-
rísticas mais relevantes referem-se ao grau de industria-
tífico, idealizado por Karl Marx e Friedrich Engels, que
lização e à dependência econômica externa. Assim, os
visava o fim do capitalismo e a formação de uma socie-
países desenvolvidos são bastante industrializados e não
dade mais igualitária.
possuem dependência financeira.
No que se refere aos indicadores sociais: os mais
36 Suas principais características são:
utilizados são as taxas de natalidade e de mortalidade
infantil, a expectativa de vida, a taxa de alfabetização,
a. Socialização dos meios de produção: todos
as condições médico-sanitárias e a renda per capita da
os meios de produção pertencem a toda a socie-
população. Observa-se que, nos desenvolvidos, a popula-
dade, permanecendo sob o controle do Estado.
ção desfruta de um elevado padrão de vida.
b. Economia planificada e controlada pelo Es-
tado: todos os setores da economia são controla-
dos pelo Estado, que define, por exemplo, os sa- Países Subdesenvolvidos
lários dos trabalhadores, o que será produzido,
onde, quando e a que preço. O subdesenvolvimento de um país, por sua vez, ocor-
c. Sociedade sem divisão de classes: a classe re, quando ele é predominantemente agrícola, geral-
trabalhadora é a única que deve existir em uma mente com baixo nível de industrialização, tem econo-
sociedade socialista. mia instável que passa por crises periódicas, além de ser
d. Produção voltada para atender as necessi- muito dependente financeiramente.
dades da população. Em relação aos aspectos sociais, observa-se que,
grande parte da população sobrevive em condições pre-
No entanto, o Socialismo Científico nunca foi prati- cárias.
cado da maneira como os autores previam, e sofreu um Os países desenvolvidos e subdesenvolvidos também
duro golpe na década de 80/90, quando o mundo passa são denominados, respectivamente, pelas expressões
a viver uma Nova Ordem Mundial, principalmente com Norte e Sul. Essa denominação tem como critério a po-
o fim da Guerra Fria. Vejamos como ocorreu o fim do sição geográfica dos países: os ricos (exceto Austrália e
Socialismo. Nova Zelândia - Sul) estão no hemisfério Norte, enquan-
to os subdesenvolvidos situam-se ao Sul das nações de-
senvolvidas. Hoje também podem ser vistos como países
O fim do Socialismo centrais e países periféricos do Capitalismo mundial.
O socialismo, sobretudo na União Soviética e no Leste
Europeu, caracterizava-se pelo excessivo controle do Es- Origens do Subdesenvolvimento - Países
tado. As decisões políticas eram tomadas exclusivamen-
te pela classe dirigente, que comandava o país e impedia Historicamente, são países que sofreram um proces-
a participação popular e a liberdade de expressão. so de exploração, ou seja, sua riqueza (ouro, prata, pro-
dutos agrícolas, etc.) foi apropriada por suas metrópoles

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CAPÍTULO 16 - Fontes de Energia

europeias.
Fonte Utilização
Na atual divisão internacional do trabalho, são países
produtores de gêneros agrícolas e/ou matérias-primas Hídrica Obtida através de grandes corpos d’água, é
ou foram industrializados recentemente pelas multina- utilizada para a construção de hidrelétricas e
consequente abastecimento de eletricidade.
cionais.
A qualidade de vida de suas populações é baixa, ou Eólica Obtida através da velocidade dos ventos, os
seja, o índice de Desenvolvimento Humano é baixo ou aero geradores permitem a geração de ele-
tricidade em locais afastados de rede elétrica
médio, já que a distribuição de renda é desigual, acar- convencional, além de permitir o bombeamen-
retando a falta de acesso de suas populações à saúde to de água.
(alta mortalidade infantil, baixa expectativa de vida), à
Marés Obtida através das altas e baixas marés que
educação (analfabetismo e baixa escolaridade) e até à
movimentam turbinas gerando eletricidade.
alimentação (subnutrição e fome). Portanto, observa-se
nestes países uma grande desigualdade social. Solar Obtida através do calor do Sol, é mais utilizada
para aquecimento residencial e de água, mas
também possibilita geração de eletricidade por
16. FONTES DE ENERGIA meio de painéis fotovoltaicos.

Geotérmica Obtida através do calor interno da Terra que


aquece as águas subterrâneas e estas afloram
em superfície em forma de gêiseres (nascen-
Conceitos te de água quente em erupção). Nestes locais
são construídas tubulações para que o vapor
A energia pode ser definida pela capacidade de gerar de água quente movimente turbinas, gerando
trabalho, como no caso da geração de calor, luz, eletrici- eletricidade.
dade, deslocamento, dentre outras. Já fontes de energia Biomassa Obtido através da combustão da matéria or-
são os recursos naturais de onde provem este trabalho. gânica animal e vegetal aproveitadas em cal-
Existem dois tipos de fontes de energia, as renováveis e deiras para geração de energia térmica e con-
sequentemente elétrica. A biomassa pode ser
limpas, ou seja, são aquelas que a natureza reproduz em utilizada para a fermentação em biodigestores
um ciclo de vida humana e sua utilização não é altamen- gerando gás semelhante ao gás natural de ori-
te poluente. Em contrapartida, as fontes não renováveis gem fóssil, que por sua vez é queimado e gera
são aquelas que a natureza reproduz num ciclo de vida eletricidade. E por fim através da biomassa da
cana de açúcar, mamona, dentre outas pode
geológico e são altamente poluentes. ser obtido os biocombustíveis, como no caso do
No decorrer de sua história, o homem vem desco- etanol utilizado para veículos. 37
brindo e dominando fontes de energia indispensáveis ao
seu desenvolvimento. Inicialmente com o uso primitivo Quadro 2. Fontes de energia não renováveis e
da energia muscular, acompanhada àquela advinda do utilização.
fogo, dentre outras concebidas até o marco da socie-
dade moderna, a Revolução Industrial no século XVIII,
quando vinculamos o progresso à utilização das fontes Fonte Utilização
de energia fóssil, primeiramente com o aproveitamento Petróleo Utilizado para fabricação de gasolina e diesel
energético do carvão mineral e mais a diante com a pro- utilizado em veículos, lubrificantes, querosene,
eminência do petróleo. dentre outros. Assim como pode ser utilizado
em termelétricas para a geração de eletricida-
Atualmente a matriz energética mundial está calca- de.
da na larga utilização dos combustíveis fósseis (carvão
mineral, petróleo e gás natural), tal cenário é alarman- Gás natural Utilizado como combustível em veículos, coc-
ção de alimentos, aquecimento de água e em
te visto as reservas finitas destas fontes, à flutuação de termelétricas.
preços devido às crises mundiais pelas quais os grandes
produtores de petróleo passaram ao longo da historia Carvão Utilizado no aquecimento de fornos em indus-
mineral trias siderúrgicas, química, dentre outras, as-
e por fim devido ao crescente gradiente de degradação
sim como também é utilizado para a geração
ambiental. Dentro deste contexto, a partir da década de eletricidade em termelétricas.
60 intensificam-se o uso e a descoberta das chamadas
fontes alternativas de energia, ou as chamadas renová- Urânio Utilizado em usinas nucleares para a geração
de eletricidade a partir da fissão do urânio.
veis e limpas.
No tocante as aspirações fundamentais a qualquer
nação do globo, a exemplo da qualidade de vida, bem
como avanços industriais e consequentemente econô- Matriz energética brasileira
micos, a questão energética é um dos objetos de maior
importância da atualidade. A figura 1 mostra que o Brasil segue o paradigma
Os quadros abaixo listam as principais fontes de mundial energético, uma vez que sua matriz energética
energia mundial. está calcada na larga utilização do petróleo e seus de-
rivados. Os combustíveis fósseis e o urânio apresentam
Quadro 1. Fontes de energia renováveis e uti- como desvantagens um oneroso processo de produção
lização. de energia e extração, além de causar inúmeros impac-

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tos ambientais em ambos os processos. Figura 3. Ocorrência de carvão mineral no


Brasil.
Figura 1. Brasil cenário energético por fontes.

O petróleo brasileiro é extraído principalmente de


bacias sedimentares marítimas, com destaque para a
Bacia de Campos do estado do Rio de Janeiro com cerca
de 84% da produção nacional, há também a produção de
No Brasil existem apenas existem apenas duas usi-
petróleo em bacias sedimentares terrestres, com desta-
nas nucleares em operação, a de Angra I e II, no Rio de
que aos estados do RN, BA e AM.
Janeiro com previsão de inauguração da Angra III , isto
Todavia, a partir de 2008 com a confirmação da ex-
explica a baixa utilização do urânio como fonte de ener-
ploração do petróleo da camada de pré sal o país au-
gia no país.
mentou consideravelmente suas reservas petrolíferas.
No que diz respeito a matriz elétrica, o Brasil tem a
O pré sal é uma espessa camada de sal antecede um
vantagens de apresentar inumeros rios caudalosos que
pacote rochoso que somados possuem 7.000 metros de
permitem a implantação das hidréletricas, que são fon-
profundidade, que se estende desde o litoral de SC até o
tes limpas e renováveis, mas que causam grandes im-
ES e possui um óleo de excelente qualidade. Em 2014 a
pactos no período de construção da usina como expulsão
produção do pré sal foi de 412 mil barris diários. Como
38 da população ribeirinha,perda de biodiversidade pelo
o gás natural pode ser associado a formação do petróleo
alagamento da grandes áreas, dentre outras.
no Brasil as maiores de gás estão na Bacia de Santos e
Campos.
Figura 4. Matriz elétrica brasileira/ capacida-
de instalada em 2012.
Figura 2. Camada do pré sal.

As principais hidrelétricas brasileiras são:


• Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio
Já no tange a produção de carvão mineral as maiores Paraná - Capacidade: 14.000 MW;
reservas brasileiras encontra-se na região sul, em SC e • Usina Hidrelétrica de Tucuruí, Rio To-
RS, embora hajam grandes reservas o carvão brasileiro cantins - Capacidade: 8.370 MW;
não possue boa qualidade necessitando de importações • Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, no
para abastecer as siderrurgicas do país. Rio Paraná - Capacidade: 3.444 MW;
• Usina Hidrelétrica de Xingó, no Rio
São Francisco - Capacidade: 3.162 MW;
• Usina Hidrelétrica de Foz Do Areia, no
Rio Iguaçu - Capacidade: 2.511 MW;
• Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, no
Rio São Francisco - Capacidade: 2.462 MW;
• Usina Hidrelétrica de Itumbiara, no

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CAPÍTULO 17 - Os Grandes Problemas Ambientais

Rio Paranaíba - Capacidade: 2.082 MW; Devemos lembrar, contudo, que os poluentes, carre-
• Usina Hidrelétrica de Teles Pires, no gados pelos ventos, podem viajar milhares de quilôme-
Rio Teles Pires - Capacidade: 1.820 MW e tros, provocando chuvas ácidas em locais muito distantes
• Usina Hidrelétrica de São Simão, no das fontes poluidoras.
Rio Paranaíba - Capacidade: 1.710 MW. A chuva ácida, ao atingir o solo, empobrece a vege-
E por fim, a biomassa que apesar de ser reno- tação natural e as plantações. Também afeta a fauna e a
vável tem favorecido o aumento de extensas áreas mo- flora de rios e lagoas, prejudicando a pesca.
nocultoras destinadas a produção de biocombustíveis, Algumas medidas podem atenuar a formação de
como no caso da cana de açúcar, que diminui as áreas chuva ácida: economia de energia, uso de transporte
destinados a produção de alimentos e tende a concentra- coletivo, criação e uso de fontes de energia menos po-
ção de terras. luentes, utilização de combustíveis com baixo teor de
enxofre, etc.
17. OS GRANDES PROBLEMAS Desmatamento
AMBIENTAIS
O desmatamento é uma das intervenções humanas
Os problemas ambientais são consequência direta que mais prejudicam o planeta. Pode causar sérios da-
da intervenção humana nos diferentes ecossistemas da nos ao clima, à biodiversidade e às pessoas. Desmatar
Terra, causando desequilíbrios no meio ambiente e com- prejudica os ecossistemas e leva à extinção de centenas
prometendo a qualidade de vida. É importante lembrar de espécies.
que cada problema, em uma análise atual, deve ser en- Árvores são grandes absorvedoras de dióxido de
tendido sempre abordando 3 questões: carbono, um dos gases causadores do efeito estufa (ver
abaixo). Portanto, quando o homem derruba florestas,
a. O que é? também intensifica o problema do aquecimento global
b. Causa(s)? (ver abaixo).
c. Consequência(s) Dentre outras consequências, o desmatamento pro-
voca degradação do solo, aumento da desertificação e
Fazendo isso teremos uma noção clara de cada pro- erosões, muitas vezes comprometendo os sistemas hi-
blema ambiental, e compreenderemos melhor este tema drográficos.
tão importante na atualidade.
A seguir, veremos os principais problemas que ocor- 39
rem na atualidade:

Chuva Ácida

A chuva ácida é provocada pela produção de gases


lançados na atmosfera. Há agentes naturais que fazem
isso, como, por exemplo, os vulcões. A atividade humana,
contudo, é a principal causadora do fenômeno. Indús-
trias, usinas termoelétricas e veículos de transporte (que
utilizam combustíveis fósseis) produzem subprodutos
que se agregam ao oxigênio da atmosfera e que, ao se-
rem dissolvidos na chuva, caem no solo sob a forma de
chuva ácida. As políticas de reflorestamento, muito comentadas
nos dias atuais, são apenas soluções parciais, pois, ainda
que ajudem a conter o aquecimento global, dificilmen-
te conseguirão recuperar a biodiversidade das regiões
afetadas.

Efeito estufa

O efeito estufa é um mecanismo atmosférico natural


que mantém o planeta aquecido nos limites de tempera-
tura necessários à preservação da vida. Se não houvesse
a proteção do efeito estufa, os raios solares que aquecem
o planeta seriam refletidos para o espaço e a Terra apre-
sentaria temperaturas médias abaixo de -10oC.

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nos potencializa esses fenômenos); e


d. surgimento de violentas ondas de calor, o
que pode provocar a morte de idosos, crianças e
várias espécies de animais.

Buraco na Camada de Ozônio

O gás ozônio envolve a Terra na forma de uma frágil


camada que protege a vida da ação dos raios ultravioleta
(emitidos pelo Sol). Os raios ultravioleta causam muta-
ções nos seres vivos, modificando as moléculas de DNA.
Em seres humanos, o excesso de ultravioleta pode cau-
sar câncer de pele e afetar o sistema imunológico.

O efeito estufa ocorre quando uma parte da radia-


ção solar refletida pela superfície terrestre é absorvida
por determinados gases presentes na atmosfera, entre
os quais o gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2), o
metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).
Ocorre que, com a queima de florestas e a exagerada
utilização de combustíveis fósseis, grandes quantidades
de CO2 têm sido lançadas na atmosfera. A emissão de-
senfreada desse e de outros gases acentua o efeito estu-
fa, a ponto de não permitir que a radiação solar, depois
de refletida na Terra, volte para o espaço. Isso bloqueia o
calor, aumentando a temperatura do planeta e provocan-
do o aquecimento global (ver abaixo).
Para se discutir o problema e encontrar soluções,
várias reuniões internacionais têm sido realizadas. O
Nos últimos anos, contudo, cientistas detectaram um
principal documento aprovado até agora é o Protocolo
40 “buraco” na camada de ozônio, exatamente sobre a An-
de Kyoto, assinado em 1997, que estabelece metas de re-
tártida, o que deixa sem proteção uma área de cerca de
dução dos gases para diferentes países.
30 milhões de km2.
Pesquisadores acreditam que o gás clorofluorcarbo-
Aquecimento Global no (CFC) é o principal responsável pela destruição da ca-
mada de ozônio. Esse gás é utilizado em aparelhos de re-
Trata-se do aumento da temperatura média da su- frigeração, sprays e na produção de materiais como, por
perfície terrestre. Alguns cientistas acreditam que, em exemplo, o isopor. Ao chegar à atmosfera, o CFC entra
breve, as temperaturas médias poderão estar entre 1,4oC em contato com grande quantidade de raios ultravioleta,
e 5,8oC mais altas, quando comparadas às temperaturas que quebram as moléculas de CFC e liberam cloro. Este,
de 1990. por sua vez, rompe as moléculas de ozônio (O3), forman-
Segundo alguns pesquisadores, o aquecimento glo- do monóxido de cloro (ClO) e oxigênio (O2). Ocorre que
bal ocorre em função do aumento da emissão de gases esses dois gases não são eficientes para proteger a Terra
poluentes, principalmente os derivados da queima de dos raios ultravioleta.
combustíveis fósseis. Esses gases (ozônio, dióxido de Em 1985, vários países assinaram a Convenção de
carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) Viena - e, dois anos depois, o Protocolo de Montreal -, se
formam uma camada de poluentes de difícil dispersão, comprometendo a diminuir a produção de CFC.
provocando o efeito estufa.
Entre as principais consequências do aquecimento
Inversão Térmica
global, os cientistas apontam:
A inversão térmica é um fenômeno atmosférico mui-
a. aumento do nível dos oceanos, provocado
to comum nos grandes centros urbanos industrializados,
pelo derretimento das calotas polares, o que pode
sobretudo naqueles localizados em áreas cercadas por
provocar, no futuro, a submersão de cidades lito-
serras ou montanhas. Esse processo ocorre quando o ar
râneas;
frio (mais denso) é impedido de circular por uma cama-
b. desertificação: o aumento da temperatura
da de ar quente (menos denso), provocando uma altera-
somado ao desmatamento provoca a morte de vá-
ção na temperatura.
rias espécies animais e vegetais, desequilibrando
os ecossistemas e, muitas vezes, criando desertos;
c. ampliação do número de furacões, tufões e
ciclones (a maior evaporação das águas dos ocea-

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CAPÍTULO 17 - Os Grandes Problemas Ambientais

Em São Paulo, por exemplo, já chegou a ser registra-


da uma diferença de 10º Celsius entre uma temperatura
medida no centro e na periferia da cidade, enquanto que
a média mundial é de 9ºC.
Essa anomalia climática ocorre devido à junção de
diversos fatores como a poluição atmosférica (principal-
mente), alta densidade demográfica, pavimentação e di-
minuição da área verde, construção de prédios barrando
a passagem do vento, grande quantidade de veículos e
outros fatores que contribuem para o aumento da reten-
ção de calor na superfície.
Em um local menos urbanizado, com mais áreas ver-
des e menos prédios, a radiação solar seria absorvida
normalmente pela vegetação e pelo solo, e dissipada
através dos ventos. A vegetação devolveria essa radiação
através da evapotranspiração enquanto que a ausência
Outro agravante da inversão térmica é que a camada de poluentes permitiria que parte da radiação refletisse
de ar fria fica retida nas regiões próximas à superfície na superfície e fosse enviada para as camadas mais altas
terrestre com uma grande concentração de poluentes. da atmosfera, diminuindo a quantidade de calor.
Sendo assim, a dispersão desses poluentes fica extrema- O problema é que, a substituição da vegetação pelo
mente prejudicada, formando uma camada de cor cinza, asfalto e concreto faz com que a radiação solar seja ab-
oriunda dos gases emitidos pelas indústrias, automóveis, sorvida por estes materiais e convertida em ondas de
etc. calor que ficarão armazenadas, em grande parte durante
Esse fenômeno se intensifica durante o inverno, pois o dia, escapando à noite (o asfalto pode chegar a 46ºC em
nessa época do ano, em virtude da perda de calor, o ar um dia de verão enquanto que a grama não ultrapassa os
próximo à superfície fica mais frio que o da camada su- 32ºC). A construção de prédios cria uma barreira para os
perior, influenciando diretamente na sua movimentação. ventos não deixando que o calor seja dissipado.
O índice pluviométrico (chuvas) também é menor du- A presença de material particulado no ar, provenien-
rante o inverno, fato que dificulta a dispersão dos gases te das chaminés de indústrias e escapamentos dos car-
poluentes. ros cria uma camada que barra a reflexão natural da
É importante ressaltar que a inversão térmica é um maior parte dos raios solares. 41

fenômeno natural, sendo registrada em áreas rurais e


com baixo grau de industrialização. No entanto, sua in- El Nino e La Nina
tensificação e seus efeitos nocivos se devem ao lança-
mento de poluentes na atmosfera, o que é muito comum O El Niño é um fenômeno climático, de caráter at-
nas grandes cidades. mosférico-oceânico, em que ocorre o aquecimento fora
Doenças respiratórias, irritação nos olhos e intoxica- do normal das águas superficiais e sub-superficiais do
ções são algumas das consequências da concentração de Oceano Pacífico Equatorial. As causas deste fenômeno
poluentes na camada de ar próxima ao solo. Entre as ainda não são bem conhecidas pelos especialistas em
possíveis medidas para minimizar os danos gerados pela clima.
inversão térmica estão a utilização de biocombustíveis,
fiscalização de indústrias, redução das queimadas e po-
líticas ambientais mais eficazes.

Ilhas de Calor

As “ilhas de calor” são uma anomalia do clima que


ocorrem quando a temperatura em determinadas regi-
ões dos centros urbanos fica muito maior do que a tem-
peratura nas regiões periféricas.

Este fenômeno costuma alterar vários fatores climá-


ticos regionais e globais como, por exemplo, índices plu-
viométricos (em regiões tropicais de latitudes médias),
padrões de vento e deslocamento de massas de ar. O pe-
ríodo de duração do El Niño varia entre 10 e 18 meses e
ele acontece de forma irregular (em intervalos de 2 a 7

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GEOGRAFIA

anos). CENTRO-OESTE Tendências de Sem grandes


chuvas acima da alterações
Efeitos do El Niño média e pequena
elevação das
temperaturas
Os ventos sopram com menos força na região central
do Oceano Pacífico; SUDESTE Pequena elevação Sem grandes
Acúmulo de águas mais quentes do que o normal na nas temperaturas alterações
médias no inverno
costa oeste da América do Sul;
Diminuição na quantidade de peixes na região cen- SUL Aumento das Longos períodos de
tral e sul do Oceano Pacífico e na costa oeste dos Canadá temperaturas estiagem
médias e dos índices
e Estados Unidos; pluviométricos
Intensificação da seca no nordeste brasileiro;
Aumento do índice de chuvas na costa oeste da
América do Sul;
Aumento das tempestades tropicais na região cen- 18. GEOGRAFIA DO PARANÁ
tral do Oceano Pacífico;
Secas na região da Indonésia, Índia e costa leste da Localização
Austrália;
Muitos climatologistas acreditam que o El Niño pos- O estado do Paraná localiza-se no sul do país, sendo
sa estar relacionado com o inverno mais quente na re- que sua área é de aproximadamente 199.314 km². Os li-
gião central dos Estados Unidos, secas na África e verões mites do estado são os seguintes:
mais quentes na Europa. Estes efeitos ainda estão em
processo de estudos. Norte e Nordeste – São Paulo.
Sul e Sudeste – Santa Catarina.
Leste – Oceano Atlântico.
Nota: O termo El Niño é de ori- Oeste – Paraguai.
Noroeste – Mato Grosso do Sul.
gem espanhola e se refere a Corrente de
Sudoeste – Argentina.
El Niño. O nome foi dado por pescadores
da costa do Peru e Equador, pois na épo- Observe o mapa abaixo:
42
ca do Natal a região costuma receber uma
corrente marítima de águas quentes. Por
aparecer no período natalino, El Niño (O
Menino) Jesus foi homenageado, pelos pes-
cadores, com o nome do fenômeno climá-
tico. O termo popular foi adotado também
pelos climatologistas.
Quando o fenômeno é inverso, ocor-
rendo um resfriamento fora do normal na
águas da região equatorial do Oceano Pa-
cífico, dá-se o nome de La Niña.

Consequências do El Nino e La Nina no Brasil


CONSEQUÊNCIAS BÁSICAS
Relevo
REGIÃO
EL NIÑO LA NIÑA O relevo paranaense é dividido em cinco regiões, de
NORTE Menor precipitação/ Aumento da
acordo com suas especificidades, que pode se transfor-
secas/ incêndios precipitação e do mar em três grandes planaltos.
colume de água dos Planície litorânea – é a região do litoral, entre o
rios oceano atlântico e a serra do mar. É de formação geoló-
NORDESTE Longos períodos de Aumento da gica recente, predominantemente da Era Cenozoica. São
forte estiagem precipitação/ destaques dessa região as cidades de Paranaguá (onde
elevação da vazão fica o porto), Antonina, Morretes, Guaratuba e Matinhos.
dos rios
Serra do mar – é o conjunto de montanhas próximo
ao litoral. Essas montanhas são formadas por rochas, e
cobertas pela Mata Atlântica. Sua formação data da Era

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CAPÍTULO 18 - Geografia do Paraná

Pré-Cambriana. O ponto mais alto do estado, o Pico do por quase cinco anos.
Paraná, fica na Serra do Órgão, e tem cerca de 1900 me- A hidrografia do Paraná pode ser classificada em cinco
tros de altura. bacias hidrográficas menores, mas todas ligadas a grande
Primeiro planalto ou planalto de Curitiba – é Bacia do Paraná.
o mais alto (altitudes entre 1300 e 850 metros) e menor
(em extensão) dos planaltos. Esta porção do Primeiro a. Bacia do Rio Paraná que possui suas nascen-
Planalto está sobre uma estrutura sedimentar. O relevo tes em Minas Gerais, com a junção dos Rios Para-
é ondulado e a vegetação predominante é a Mata das naíba e Grande, tem como afluente o Rio Tietê, em
Araucárias. A capital do estado, Curitiba, fica nessa re- São Paulo, mas no Paraná os afluentes mais impor-
gião. tantes são os rios Piquiri e Ivaí;
Segundo planalto ou planalto de Ponta Grossa b. Bacia do Rio Paranapanema que está na divi-
– as altitudes variam entre 1200 e 300 metros. O relevo sa do Estado do Paraná com São Paulo é drenada
é ondulado e a vegetação é composta por Araucárias e pelos rios Pirapó, Tibagi, das Cinzas e Itararé;
campos. Neste Planalto a estrutura geológica é formada c. Bacia do Rio Iguaçu que tem suas nascentes
na Era Paleozoica. As principais cidades da região são no Primeiro Planalto paranaense, (Curitiba), tem
Ponta Grossa e São Mateus do Sul. como principais afluentes o rio Chopim, no sul do
Terceiro planalto ou planalto de Guarapuava – estado, e o rio Negro, no limite com o Estado de
é o maior dos planaltos em extensão. As altitudes variam Santa Catarina, é um dos rios do Estado com maior
entre 1200 e 900 metros. A estrutura geológica desta re- aproveitamento hidráulico, tendo em seu curso vá-
gião, é formada na Era Mesozoica, com solo de origem rias usinas instaladas.
vulcânica muito férteis, chamado de Terra Roxa, muito d. Bacia do Rio Ribeira, cujas águas seguem
utilizados para o desenvolvimento da agricultura. Nessa para o rio Ribeira do Iguape;
área a vegetação original (Floresta Tropical e Mata das e. Bacia Atlântica ou do Litoral Paranaense,
Araucárias) quase não existe mais. Em seu lugar são en- cujas águas seguem direto para o Oceano Atlântico,
contradas plantações e pastos. As principais cidades são já que as nascentes destes rios estão na porção Les-
Maringá, Foz do Iguaçu e Guarapuava. te da Serra do Mar, como dissemos anteriormente,
Veja o mapa abaixo, que representa a divisão dos pla- são rios curtos, com pequeno volume de água, e
naltos paranaenses. servem para abastecer as cidades localizadas no
litoral do estado.

Analise o mapa abaixo: 43

Hidrografia
O território paranaense é bem servido na sua rede
de drenagem. A declividade do relevo paranaense na di- Clima
reção oeste e norte-ocidental fazem com que 92% das
águas internas se dirijam à Bacia do Rio Paraná, e as O Paraná está quase totalmente na região de clima
demais à leste no sentido da Bacia Atlântica, sendo esses subtropical, apenas uma pequena porção norte do esta-
cursos d’água pouco extensos, pois nascem à pequena do encontra-se em uma região Tropical. (região “cortada”
distância da costa. Os rios paranaenses são de planal- pelo Trópico de Capricórnio).
tos, por isso mais adequados para a geração de energia. A amplitude térmica anual do Estado varia entre 12 e
Possuem regime pluvial, ou seja, suas águas são manti- 13ºC, com exceção do litoral, onde as amplitudes térmicas
das pelo índice de chuvas. São rios perenes, e possuem variam de 8 a 9ºC
drenagem exorreica.(desaguam diretamente ou indireta- As chuvas são bem distribuídas. As menores quantida-
mente no oceano). des de chuvas estão no extremo noroeste, norte e nordeste
O Estado é responsável por 25% de toda energia hi- do Estado e as maiores ocorrem no litoral, junto às serras,
drelétrica produzida no Brasil. O volume gerado por Itai- nos planaltos do centro-sul e do leste paranaense.
pu em 12 meses seria suficiente para abastecer o Paraná

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GEOGRAFIA

De acordo com a classificação de Köppen, no Estado região Sul e principalmente do Paraná. A floresta
do Paraná domina o clima do tipo C (Mesotérmico) e, em subtropical é uma floresta mista, composta por
segundo plano, o clima do tipo A (Tropical Chuvoso), sub- formações latifoliadas, nas áreas mais quentes, e
divididos da seguinte forma: aciculifoliadas nas regiões mais frias. São predo-
Af – Clima Tropical Superúmido, com média do mês minantemente caducas ou decíduas, homogêneas.
mais quente acima de 22ºC e do mês mais frio superior Tendo como grande destaque o pinheiro-do-pa-
a 18ºC, sem estação seca e isento de geadas. Aparece em raná (Araucária angustifólia), que não aparece em
todo o litoral e no sopé oriental da Serra do Mar. agrupamentos puros. A floresta mista ou Mata de
Cfb – Clima Subtropical Úmido (Mesotérmico), com Araucárias recobria as porções mais elevadas do
média do mês mais quente inferior a 22ºC e do mês mais estado, isto é, a maior parte do planalto de Curiti-
frio inferior a 18ºC, sem estação seca, verão brando e ge- ba e pequena parte do planalto de Ponta Grossa.
adas severas, demasiadamente freqüentes. Distribui-se Essa formação ocupava 44% do território para-
pelas terras mais altas dos planaltos e das áreas serra- naense e ainda parte dos estados de São Paulo,
nas (Planaltos de Curitiba, Campos Gerais, Guarapuava, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tem sofrido
Palmas, etc). ao longo do tempo, grande exploração, devido a
Cfa – Clima Subtropical Úmido (Mesotérmico), com expansão da agricultura, da pecuária, da constru-
média do mês mais quente superior a 22ºC e no mês ção civil e da indústria de moveis, bem como do
mais frio inferior a 18ºC, sem estação seca definida, verão consumo de sua semente o que tem prejudicado
quente e geadas menos frequentes. Distribuindo-se pelo sua reprodução, até pela extinção de sua grande
Norte entro, Oeste e Sudoeste do Estado, pelo vale do Rio reprodutora a Gralha Azul, ave que já está prati-
Ribeira e pela vertente litorânea da Serra do Mar. camente extinta de nossa região.
Veja o mapa abaixo:
c. Erva-mate: Além do pinheiro, a floresta
mista oferece também espécies latifoliadas de va-
lor econômico, como imbuia, o cedro e a erva-ma-
te. A erva-mate é usada na bebida típica da região
sul do Brasil, o Chimarrão e no país vizinho o Pa-
raguai o mate gelado chamado na região de Tere-
ré. No final do século XX, apenas pequena parte
das formações vegetais subsistiam no estado. As
44 últimas reservas florestais do Paraná encontram-
-se na planície litorânea, na encosta da serra do
Mar e nos vales dos rios Iguaçu, Piquiri e Ivaí.

d. Campos: Os campos limpos cobrem o ter-


ritório do Paraná sob o formato de manchas es-
parsas através dos planaltos paranaenses. A mais
extensa dessas manchas é a dos chamados Cam-
Vegetação pos Gerais, que recobrem toda a porção oriental
do planalto de Ponta Grossa e têm o formato de
O Estado do Paraná, como em grande parte do Brasil, uma gigantesca meia-lua no mapa de vegetação
a vegetação original já foi bastante alterada. Mas é pos- do estado. Outras manchas de campo limpo são as
sível identificar no Estado, dois tipos de vegetação ori- de Curitiba e Castro, no primeiro planalto parana-
ginal: florestas e campos. As florestas são subdivididas ense, as de Guarapuava, Palmas e outras, meno-
em floresta tropical e floresta subtropical. Os campos são res, no terceiro planalto paranaense. Os campos
subdivididos em campos limpos e campos cerrados. limpos ocupam mais de 9% do território parana-
ense. Os campos cerrados têm pouca expressão
Florestas no Paraná, onde ocupam área muito reduzida —
menos de 1% da superfície estadual. Formam pe-
a. Floresta tropical: Faz parte da Mata quenas manchas no planalto de Ponta Grossa e no
Atlântica, que recobria toda a fachada oriental do planalto de Guarapuava.
Brasil com suas formações latifoliadas, perenes,
densa e heterogêneas. No Paraná, ocupava primi-
tivamente a 46% do estado, aí incluídas as porções
mais baixas (baixada litorânea, encostas da serra
do Mar, vales do Paraná, Iguaçu, Piquiri e Ivaí)
ou de menor latitude (toda a parte setentrional do
estado).

b. Florestas de Araucárias: São típicas da

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CAPÍTULO 18 - Geografia do Paraná

moradores são, além de Curitiba, Londrina (543.003),


Maringá (391.698), Ponta Grossa (334.535) e Casca-
vel (309.259). Completam a lista São José dos Pinhais
(292.934), Foz do Iguaçu (263.647), Colombo (229.872),
Guarapuava (176.973) e Paranaguá (149.467). A relação é
a mesma que a apresentada do ano passado pelo IBGE,
sem exclusão ou inclusão de novas cidades.
Já entre as cinco cidades com menos habitantes, to-
das estão localizadas entre o Norte Central e o Noroes-
te do Paraná. Além disso, quatro delas tiveram redução
na quantidade de moradores na comparação com o ano
passado.
Jardim Olinda continua a “liderar” a lista. Em 2013,
havia no local 1.424 pessoas – oito a mais do que este
ano. Aparecem ainda Nova Aliança do Ivaí (1.509, nove a
mais que em 2013); Santa Inês (1.784, vinte a menos que
Aspectos Humanos em 2013); Miraselva (1.890, seis a menos que em 2013) e
Esperança Nova (1.922, 24 a menos que em 2013).
A quantidade de pessoas que vive no Paraná é apro-
ximadamente 11.081.692. O número representa 5,5% de
toda a população o país, de 202,7 milhões, de acordo com
informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE).
Com o crescimento de aproximadamente 0,76% em
comparação com o ano passado, o Paraná mantém a po-
sição de sexto estado mais populoso do país, antecedido
por São Paulo (44.035.304), Minas Gerais (20.734.097),
Rio de Janeiro (16.461.173), Bahia (15.126.371) e Rio Grande
do Sul (11.207.274).
Entre os 25 municípios mais populosos do Brasil, o
Paraná é representado apenas por Curitiba, que, assim 45
como no ano passado, ocupa a oitava posição – tanto
como município isolado como capital. A capital parana-
ense tem 1.864.416 habitantes – crescimento de 0,83% em
relação ao mesmo período de 2013.
Desconsiderando as capitais, Londrina é outro muni-
cípio que aparece na relação dos 25 mais populosos do
Brasil. São 543.003 pessoas, número que deixa o muni-
cípio em 18º lugar. A lista é liderada por Guarulhos (São Aspectos Econômicos
Paulo), com 1.312.197 habitantes.
Entre as 25 maiores regiões metropolitanas, a de O Estado do Paraná, se destaca no cenário econômico
Curitiba (RMC) fechou esta edição do IBGE em 9º lugar. nacional como um dos maiores representantes e impor-
São 3.414.115 habitantes. O número é 1,68% maior do que tantes no que se refere a agricultura, a pecuária, a in-
o registrado em 2013. Por último (25ª colocação) está a dústria e comércio. Possui uma economia diversificada e
região metropolitana de Londrina (818.300 habitantes), moderna, o que comprova sua importância na economia
que cresceu 0,4% no período. brasileira. Vamos analisar, de maneira simples um pouco
Por outro lado, duas cidades do estado estão entre os de cada atividade econômica do estado.
25 municípios menos populosos. Jardim Olinda (1.416) e
Nova Aliança do Ivaí (1.509) aparecem em 15º e 21º lugar. Agricultura
Somados, os dois locais não chegam nem a 3 mil habi-
tantes. O solo paranaense é fértil, favorecendo a atividade
A pesquisa do IBGE mostrou ainda que, assim como agrícola. Principalmente o Terceiro Planalto onde se en-
o cenário nacional, a maior parte dos municípios do Pa- contra um dos solos mais ricos do mundo, o solo de terra
raná (107 de 399) tem faixa de população entre 10.001 e roxa. Solo de origem vulcânica, naturalmente fértil o que
20 mil habitantes. Acima de 500 mil são apenas duas permite que esta região se torne destaque principalmen-
(Curitiba e Londrina). te na agricultura. O Estado produz uma grande varieda-
de de culturas, se destaca como importante produtor de
Ranking no estado: trigo, milho, soja, algodão e café.

Os dez municípios do estado com maior número de

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GEOGRAFIA

Pecuária Caro aluno.


Espero que este material possa ajudá-lo a atingir seu
Na atividade pastoril a criação de bovinos se destaca, objetivo, sua meta. Chamo a atenção para o fato que este
contendo um numeroso rebanho, além de ser um grande material é um material de apoio, e sendo a Geografia
produtor de suínos, destaca-se também na produção lei- uma disciplina dinâmica, que se transforma constante-
teira, de ovos, de bicho-da-seda, entre outros. Um grande mente, pelos fatos novos que vão surgindo diariamente,
destaque também é a criação e o abate de aves, com a é necessário que você esteja atento as notícias que vão
presença de importantes frigoríficos que atuam na ex- surgindo, e se atualize constantemente. Dados utilizados
portação de carne de frango, um segmento importante e obtidos aqui, são do momento em que foram construí-
da agroindústria paranaense e brasileira. dos, mas que podem sofrer alterações significativas em
momentos bem curtos, seja no campo social e/ou eco-
Mineração nômico. Por isso, diferentemente de outras disciplinas,
como Matemática, Física, etc., a Geografia e dinâmica,
O solo paranaense abriga jazidas de minérios, prin- está em constante transformação o que exige de você
cipalmente no Primeiro e Segundo Planalto, mas pouco muita leitura e atenção.
explorados, os principais são: xisto, ouro, cobre, mine- Grande abraço... e bom estudo
rais nobres, além de outros como a areia, argila, calcá-
rio, caulim, dolomita, talco, granitos, mármore, chumbo
e ferro.

Extrativismo Vegetal

Esse tipo de atividade consiste em retirar da nature-


za itens vegetais com fins econômicos, com isso, as prin-
cipais árvores exploradas são os pinheiros paranaenses
(Araucária Angustifólia). Já foi uma das atividades mais
importantes do Estado do Paraná, principalmente na re-
gião do vale do Rio Iguaçu, com a instalação de inúmeras
madeireiras, que exploraram a madeira de araucária.
Ainda é presente esta atividade no Estado, apesar que as
46 indústrias atuais predominantemente, utilizam madeira
de reflorestamento, eucaliptos e pínus.

Indústria

O Estado possui uma boa infraestrutura industrial,


apesar de Curitiba concentrar uma cidade industrial que
atua na indústria automobilística, metalomecânica, ci-
mento, cerâmica, montagem de máquinas, tecidos, frigo-
ríficos, além das agroindústrias que transformam produ-
tos primários, como soja, milho, carne suína e madeira.
O parque industrial paranaense reúne, aproximada-
mente, 24 mil empresas, que geram resultados que su-
peram a média nacional no ramo. Vejamos alguns dados
obtidos sobre o Estado do Paraná.

Informações da Economia do Paraná


Participação no PIB nacional: 6,2%.
Composição do PIB estadual:
- agropecuário: 18,4%.
- indústria: 40%.
- prestação de serviços: 41,6%.
- Volume de exportação: 10 bilhões de dólares.

Produtos de exportação
- soja e derivados: 34,2%.
- veículos e peças: 21,4%.
- Madeira: 10%.
- Carne congelada: 8,2%.
- Outros alimentos, como milho, açúcar e café: 8,8%.

Este produto está licenciado para SILVANA ZANDONADI - CPF: 00705941981. É vedado a reprodução total ou parcial.

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