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Proteção internacional do meio

ambiente

LETICIA FERNANDES, PEDRO TAVARES,


EVELYN GOMES E KATHERINE AZEVEDO
Biodiversidade, fauna e flora
Setores de proteção ao meio ambiente

Leis nacionais
Art. 2º A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo
a preservação, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país,
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes
princípios:
I – ação governamental na manutenção do equilíbrio
ecológico, considerando o meio ambiente como um Acordos bilaterais
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do
ar; Conferências
III – planejamento e fiscalização do uso dos recursos
ambientais;
IV – proteção dos ecossistemas, com a preservação de
áreas representativas;
V – controle e zoneamento das atividades potencial ou
efetivamente poluidoras;
VI – incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias
orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos
ambientais;
VII – acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII – recuperação de áreas degradadas;
IX – proteção de áreas ameaçadas de degradação;
Biodiversidade, fauna e flora
Preocupações internas

“Dentre as diversas causas a serem apontadas como críticas no que respeita à


biodiversidade – sem mencionar a causa mais óbvia, qual seja, a exploração
econômica indiscriminada de recursos naturais por força de (ou da ausência de)
políticas públicas de desenvolvimento, na qual o estado é o próprio predador –
está a pobreza e a consequente dependência de certas comunidades dos
recursos naturais à sua volta, como no caso de pescadores de certas iguarias
marinhas que praticam pesca predatória para manter a si e a seus familiares, a
caça e o tráfico de espécies em extinção e a falta de política pública de
ordenação da expansão de áreas urbanas e agropecuárias.” (ACCIOLY, P. 1060)
Biodiversidade, fauna e flora
Medidas de proteção X Retrocesso
Biodiversidade, fauna e flora
Doutrinas

1 – Soberania sobre os recursos ambientais

2 – Utilização das próprias políticas nacionais para a


proteção da biodiversidade e caça

3 – Patrimônio comum

4 – Preocupação comum
Biodiversidade, fauna e flora
Aspectos de cooperação internacional

Diferenciação

Solidariedade

Representação equivalente

Reciprocidade
Biodiversidade, fauna e flora
Principais tratados multilaterais e declarações vinculantes

 Na África: Convenção de Londres para a proteção de animais selvagens, pássaros e peixes na


África (1900), Convenção relativa à Preservação da Fauna e Flora em seu Estado Natural,
Londres (1933), Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e Recursos Naturais,
Argel (1968), Protocolo para Proteção de Áreas e Fauna Selvagem e Flora na Região Oriental
Africana, Nairobi (1985), Protocolo sobre a Conservação da Vida Selvagem, Maputo (1999 –
Protocolo ao tratado que estabeleceu a Comunidade para Desenvolvimento da Região do Sul
da África)

 Nas Américas: Convenção para a Proteção da Fauna e da Flora e das Belezas Cênicas Naturais
dos Países da América, Washington (1940), Tratado de Cooperação Amazônica, Brasília (1978),
Procotocolo sobre Áreas Especialmente Protegidas e Vida Selvagem, Kingston (1990 –
Protocolo à Convenção de Cartagena de Índias, 1983), Convenção para a Conservação da
Biodiversidade e Proteção de Reservas Prioritárias na América Central (1992), Convenção
Regional para o Manejo e Conservação dos Ecossitemas de Florestas Naturais e do
Desenvolvimento do Plantio de Florestas na América Central, (1993), Acordo da América
Central sobre a Segurança da Biotecnologia Moderna (2001), Acordo da América Central sobre
Acesso a Recursos Genéticos e Bioquímicos e a Conhecimentos Tradicionais Associados
(2001).
Biodiversidade, fauna e flora
Principais tratados multilaterais e declarações vinculantes

 Na Europa: Convenção do Benelux sobre a Caça e Proteção das Aves, Bruxelas (1970),
Convenção sobre a Conservação da Vida Selvagem Europeia e seus Habitats Naturais, Berna
(1979), Diretiva da Comunidade Europeia sobre Aves Silvestres (1979), Convenção do Benelux
sobre Conservação da Natureza e Recursos Naturais, Bruxelas (1982), Convenção sobre a
Proteção dos Alpes, Salsburgo (1991), Diretiva da Comunidade Europeia sobre a Conservação
dos Habitats Naturais da Fauna e Flora Silvestres (1992)

 Na Ásia e Pacífico Sul: Convenção sobre a Conservação da Natureza no Pacífico Sul, Apia
(1976), Convenção de Noumea (1986), Acordo sobre a Conservação da Natureza e Recursos
Naturais (ASEAN Agreement), Kuala Lumpur (1985)
Biodiversidade, fauna e flora
Convenção de Ramsar

2 de fevereiro de 1971 – Irã

Convenção sobre zonas úmidas de importância internacional,


particularmente como habitat de aves aquáticas

OBJETIVO: Conservar e promover o aumento das zonas úmidas


Biodiversidade, fauna e flora
Convenção de Ramsar

Área úmida:

“as áreas de pântano, charco, turfa ou água, natural ou artificial,


permanente ou temporária, com água estagnada, corrente, doce
salobra ou salgada, incluindo áreas de água marítima com menos de
sete metros de profundidade na maré baixa”

Aves aquáticas:
“pássaros ecologicamente dependentes de zonas úmidas”.
Biodiversidade, fauna e flora
Convenção de Ramsar

Como entrar no tratado

 Cada Estado deve indicar pelo menos uma área úmida, sendo
resguardadas a sua soberania

 Zona úmidas devem servir de habitat o ano inteiro para as aves


aquáticas

 Estados podem adicionar mais zonas úmidas e também retirar,


mas perante urgência
Bacia da Lagoa Mirim
A bacia da Lagoa Mirim
ocupa cerca de seis
milhões de hectares,
distribuídos entre o Brasil
e o Uruguai. Para nossos
vizinhos, é a maior
reserva de água doce do
país. Apesar de não ter
saída direta para o mar,
seu acesso pode ser feito
através do Canal do São
Gonçalo, atingindo a
Lagoa dos Patos e o Porto
de Rio Grande e criando,
assim, uma nova rota de
exportação para a
produção Uruguaia dessa
região nordeste que fica
muito distante do já
congestionado porto de
Montevidéu.
Biodiversidade, fauna e flora
Convenção de Ramsar

Ramsar Small Grants fund for Wetland Conservation and Wide Use

International Union for Conservation of Nature Resources


Biodiversidade, fauna e flora
Convenção da UNESCO sobre Patrimônio Mundial

Objetivo:
Preservar, para futuras gerações, locais e objetos de
valor estético, histórico e cultural para a humanidade
Biodiversidade, fauna e flora
Convenção da UNESCO sobre Patrimônio Mundial

Patrimônio Cultural (Art 1)

1980 - A Cidade Histórica de Ouro Preto, MG 2017 – Sítio Arqueológico Cais do Valongo, RJ
Biodiversidade, fauna e flora
Convenção da UNESCO sobre Patrimônio Mundial

Patrimônio a ser protegido (Art 2)

“[...] elementos da natureza consistentes em formações


biológicas e físicas de notável valor científico e estético universal,
formações geológicas e fisiográficas, bem como áreas
precisamente delimitadas que sirvam de habitat a espécies
ameaçadas de notável valor universal para conservação e para a
ciência, e sítios naturais ou áreas naturais delimitadas de notável
valor do ponto de vista da conservação, ciência ou das belezas
naturais.” (ACCIOLY, P.1067)
Biodiversidade, fauna e flora
Convenção da UNESCO sobre Patrimônio Mundial

Patrimônio a ser protegido (Art 2)

1986 - Parque Nacional do Iguaçu, Paraná e Argentina


2001 – Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de
Fernando de Noronha e Atol das Rocas
Biodiversidade, fauna e flora
Convenção da UNESCO sobre Patrimônio Mundial

“As partes resguardam seu absoluto direito de soberania sobre


as áreas conservadas, devendo, contudo, cooperar no plano
internacional, e manter sistema internacional de cooperação e
assistência, desenvolvido para o fim de dar suporte aos
estados, na identificação e conservação sobre o patrimônio
mundial” (ACCIOLY, p. 1607)
Biodiversidade, fauna e flora
Convenção internacional sobre o comércio internacional das espécies
da flora e da fauna selvagens ameaçadas de extinção (CITES)

Espécies a serem protegidas


Biodiversidade, fauna e flora
Convenção internacional sobre o comércio internacional das espécies
da flora e da fauna selvagens ameaçadas de extinção (CITES)

 Anexo I - espécies ameaçadas de extinção  Anexo II - todas as espécies que, ainda que
por força do ou afetadas pelo comércio não necessariamente ameaçadas de
extinção, podem vir a se tornar ameaçadas
de extinção, salvo se o comércio destas
espécies estiver sujeito a regulamentação
restritiva
Biodiversidade, fauna e flora
Convenção internacional sobre o comércio internacional das espécies
da flora e da fauna selvagens ameaçadas de extinção (CITES)

• Anexo III – as espécies, as quais qualquer parte individualmente entender por bem classificar
como sujeita a regulamentação dentro de seu território, para a finalidade de impedir ou
restringir sua exploração, e cujo controle do comércio requerer a cooperação de outras partes
Proteção Internacional do Meio Ambiente
Solo e Desertificação

Agenda 21
Carta Mundial
do Solo

Conferência das
Nações Unidas
Eco-92 sobre o combate
a desertificação
Proteção Internacional do Meio Ambiente
Solo e Desertificação

Definição pela Agenda 21:


“Desertificação é a degradação
do solo em áreas áridas, semi-
áridas e em áreas secas sub-
úmidas resultante de diversos
fatores, inclusive as mudanças
de clima e de atividades
humanas.”
Proteção Internacional do Meio Ambiente
Solo e Desertificação

Adotada pelos países membros


Carta Mundial do Solo da Food Agriculture Carta de intenções à promoção
(documento não vinculante) Organization of The United de:
Nations (FAO) em 1981
• estudos dos recursos do solo e
planejamento de uso do solo;
• manejo do solo e aplicação de
fertilizantes;
• conservação dos recursos do
solo e recuperação de solo
degradado.
Proteção Internacional do Meio Ambiente
Solo e Desertificação

Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e


Desenvolvimento - RJ 1992

A Agenda 21 foi o principal documento produzido pela


Conferência. Estabelecia a importância do comprometimento das
nações com a conservação do meio ambiente e incentiva a
cooperação interestatal

Compromisso para a realização de Convenções sobre a


desertificação dos solos
Proteção Internacional do Meio Ambiente
Solo e Desertificação
Convenção das Nações Unidas para o combate
a desertificação

Adotada na sede da UNESCO – Paris, 1994

“a Convenção expõe a conscientização da comunidade internacional


para a expansão das áreas desertificadas ou com graves problemas de
seca e o agravamento da pobreza e do abastecimento de alimentos.

Adoção de estratégias integradas de longo prazo que foquem em áreas


afetadas, em melhorias de produtividade da terra e reabilitação, em
conservação e manejo sustentável dos recursos da terra e hídricos.
Convenção das Nações Unidas para o combate
a desertificação

• Descreve os objetivos da convenção de combate à


Art. 2 desertificação e diminuição dos efeitos da seca nos
países mais afetados, com ações baseadas na
cooperação da sociedade internacional.

• Delega as obrigações dos países afetados pela


Art. 4 a 6 desertificação e dos países desenvolvidos nos
programas de cooperação internacional.

• Prevê o cumprimento das obrigações da Convenção,


Art. 9 a 21 por meio de programas internacionais, nacionais e
regionais de ação, cooperação técnica e científica com
a transferência de tecnologia e recursos financeiros.
Convenção das Nações Unidas para o combate
a desertificação

• Estabelece a Conferência das Partes (COP) como


Art. 22 órgão supremo para gestão das medidas tomadas
pelas partes do tratado

Art. 23 • Determinado o Secretariado para funções


executivo-administrativas

Art. 24 • Cria o Comitê de Ciência e Tecnologia para melhor


analisar as questões técnicas e científicas

• Os 5 anexos da Convenção dizem respeito à regras


Anexos específicas para a implementação de programas de
combate a desertificação em cada região do mundo.
Resíduos e Substâncias Perigosas
Resíduos e Substâncias Perigosas

Tema que não possui regulamentação definitiva, à exceção da União Europeia

Documentos não vinculantes

Recomendação da OECD DE 1976 sobre a adoção de Política de Gerenciamento


de Resíduos

Diretivas e Princípios do Cairo para uma política de gerenciamento ambiental


de resíduos perigosos de 1987

Capítulo 20 da Agenda 21

Diretivas de Londres para a troca de informações sobre substâncias químicas


no comércio internacional de 1987
Convenção de Basileia sobre o controle do movimento
transfronteiriço de resíduos perigosos e sua disposição
Resíduos e Substâncias Perigosas

Diretivas de Londres para a troca de informações sobre substâncias químicas no


comércio internacional de 1987

Convenção de Bamako sobre o Banimento da Importação na África e o Controle do


Movimento Transfronteiriço e Gerenciamento de Resíduos Perigosos dentro da
África, de 1991 e em vigor desde 1999

Convenção sobre Segurança Nuclear, de 1994 e em vigor desde 1996

Convenção Conjunta sobre Segurança do Gerenciamento de Combustíveis


Queimados e sobre Segurança de Resíduos Radioativos

Gerenciamento de Combustíveis Q ueimados e sobre a Segurança de Resíduos


Radioativos, de 1997 e em vigor desde 2001
Convenção de Basileia sobre o controle do movimento
transfronteiriço de resíduos perigosos e sua disposição

Assinada em 1989, na Suíça, entrou em vigor em 1992 e


emendada foi em 1995;

Conta com 172 partes, incluindo o Brasil (verificar atualmente)

Emenda conta com 65 partes, por este motivo ainda não entrou
em vigor

Art.11: autonomia às partes de realizarem acordos multilaterais,


bilaterais e regionais sobre o trânsito de resíduos.

Modelo de Convenção-Quadro e Convenção-tipo (umbrella


convention)
Convenção de Basileia sobre o controle do movimento
transfronteiriço de resíduos perigosos e sua disposição
Convenção de Basileia sobre o controle do movimento
transfronteiriço de resíduos perigosos e sua disposição

Tentativa de evitar que países desenvolvidos exportassem seus resíduos


perigosos para países em desenvolvimento

“Exportação de resíduos perigosos é mais barata que o tratamento e a


disposição de resíduos nos países de origem.”

Art. 1º: Objetivo do controle de resíduos considerados perigosos pelas


legislações nacionais.
Convenção de Basileia sobre o controle do movimento
transfronteiriço de resíduos perigosos e sua disposição

No art. 4º a Convenção reconhece às partes:

o dever de proibir a exportação


o direito de proibir a importação
de resíduos, quando as partes
de resíduos, informando as
exportadoras forem informadas
demais partes sobre essa decisão
da proibição de importação

o dever de proibir a exportação Obrigações genéricas de redução


se o país importador não tiver e minização dos resíduos e seus
autorizado por escrito a efeitos, de disposição adequada e
importação específica do de restrições de movimentos
resíduo, caso este país não haja transfronteiriços, inclusive entre
notificado a proibição de Estados que não sejam parte da
importação às demais partes Convenção
Convenção de Basileia sobre o controle do movimento
transfronteiriço de resíduos perigosos e sua disposição

Comitê de
Conferência das Avaliação do
Secretariado
Partes (COP) Cumprimento
das Obrigações

Protocolo sobre
Responsabilidade e
Compensação por Danos
Resultantes de Movimentos
Transfronteiriços de
Resíduos Perigosos e sua
Disposição
Convenção de Rotterdam sobre o Procedimento de
Consentimento Prévio (1998)
Convenção de Rotterdam sobre o Procedimento de
Consentimento Prévio (1998)

“Convenção de Rotterdam sobre o Procedimento de Consentimento Prévio para o


Comércio Internacional de certas Substâncias Perigosas e Pesticidas estabelece
normas procedimentais de troca de informação e cooperação entre estados, assim
como restrições ao comércio de determinadas substâncias.”

Ratificada por 128 partes, a Convenção entra em vigor em 2004

Art. 1: Objetivo de promoção da responsabilidade compartilhada dos Estados


para a cooperação no cenário internacional; proteção do meio ambiente e saúde
humana de substâncias perigosas, por meio da conscientização do uso de tais
substâncias; troca de informações e instituições de procedimentos nacionais
decisórios sobre a importação e exportação dessas substâncias.
Convenção de Rotterdam sobre o Procedimento de
Consentimento Prévio (1998)

Artigo 4º

Aplica-se ao comércio de Produtos excluídos:


produtos:

drogas e substâncias psicotrópicas,


materiais radioativos, resíduos,
Incluindo pesticidas, banidos ou
armas químicas, produtos
severamente restringidos pelas
farmacêuticos, aditivos a
partes, por força dos riscos à
alimentos, alimentos, substâncias
saúde humana e ao meio
para fins de pesquisa e de uso
ambiente
pessoal, desde que em quantidades
razoáveis para o uso sem risco
Convenção de Rotterdam sobre o Procedimento de
Consentimento Prévio (1998)

• “A parte que decidir pelo banimento ou pela restrição severa de


substâncias químicas deve notificar o Secretariado da Convenção de tal
decisão. Verificado o preenchimento de certos requisitos, o Secretariado

Art. 5 a 7 informará o Comitê de Revisão de Substâncias Químicas, o qual


recomendará à COP se a substância proibida ou restringida
unilateralmente pela parte deverá integrar o Anexo III e,
consequentemente, submeter-se ao procedimento de consentimento
prévio.”

Art. 6 • Fala sobre processo de inclusão de pesticidas no Anexo III por


países em desenvolvimento e em transição de mercado

• “Para as substâncias banidas ou severamente restringidas por uma parte,

Art. 12 com base no artigo 5º, mas que não tenham sido incluídas no Anexo III, o
artigo 12 prevê que a parte que as baniu ou as restringiu só pode exportá-
las após notificação prévia ao estado importador.”
Convenção de Rotterdam sobre o Procedimento de
Consentimento Prévio (1998)

Art. 10 e 11 • Procedimento de Consentimento prévio

• “Obrigações para a troca de informações e


Art. 14 a 16 cooperação técnica para a implementação e
suas disposições.”
Convenção de Rotterdam sobre o Procedimento de
Consentimento Prévio (1998)

COP • Órgão supremo e decisório


Secretariado • Funções executivas
Comitê de • Órgão subsidiário da COP com função
Revisão de de emitir recomendação para a
Substâncias inclusão de substâncias químicas no
Químicas Anexo III
Convenção de Estocolmo sobre Poluentes
Orgânicos Persistentes (2001)

“Os Poluentes orgânicos persistentes, POPs, são substâncias com propriedades


resistentes à degradação e decomposição natural do meio ambiente.”

Pesquisas sobre POPs se iniciaram em 1995, pela UNEP

Convenção se deu para definir o tratamento mais adequado para os POPs

Entrou em vigor em 2004, ratificada por 164 partes, inclusive o Brasil


Convenção de Estocolmo sobre Poluentes
Orgânicos Persistentes (2001)
Countries that had signed (green) and ratified (red) the Stockholm Convention
as of September 2006 - Source UNEP
Convenção de Estocolmo sobre Poluentes
Orgânicos Persistentes (2001)

Art.1º • Descreve o objetivo da Convenção de proteção à saúde humana


e meio ambiente contra os POPs – princípio da precaução

Art. 3º • Isenções e exceções para o uso de POPs.

Art. 5º • Obrigações genéricas sobre a redução ou eliminar liberação


não intencional de POPs no Anexo C

• Define que as partes devem implementar medidas para a


redução e eliminação da produção De POPs; As partes devem
Art. 6º eliminar e proibir a produção das substâncias no Anexo A e
restringir a produção e uso das substâncias do Anexo B; A
importação e exportação de POPs é permitida caso a disposição
final no país destinatário seja mais adequada.
Convenção de Estocolmo sobre Poluentes
Orgânicos Persistentes (2001)

Art.7 • Prevê a obrigação de elaborar planos de


implementação das obrigações da Convenção

• Normas que visam a promoção e o incentivo da troca


Art.11 a 13 de informações de pesquisas sobre POPs,
conscientização por meio da educação e assistência
técnica e financeira aos países em desenvolvimento.

• Permite ao GEF, órgão subsidiário misto do Banco


Art.14 Mundial e da ONU, realizar transferência de recursos
financeiros
Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos
Persistentes (2001)

COP • Órgão supremo e decisório


Secretariado • Funções executivas
Comitê de
Revisão dos • Órgão subsidiário da COP
POPs
Evolução do Direito Internacional Ambiental

“Todos os seres pertencem inseparavelmente à natureza


sobre a qual são erigidas a cultura e a civilização humanas. A vida
sobre a terra é abundante e diversa. Ela é sustentada pelo
funcionamento ininterrupto dos sistemas naturais que garantem a
provisão de energia, ar, água, e nutrientes para todos os seres
vivos, que dependem uns dos outros e do resto da natureza para
sua
existência, seu bem-estar e seu desenvolvimento. Toda
manifestação de vida sobre a terra é única, razão pela qual lhe
devemos respeito e proteção, independentemente de seu valor
aparente para a espécie humana”
Evolução do Direito Internacional Ambiental

Tratados, acordos e
Tema Marginal na
Regulamentação outros mecanismos
Agenda
Normativa tradicionais do
Internacional
direito

Evolução de Participação da Preocupação


Problemas Sociedade Civil Comum da
Internacionais Internacional Humanidade

Exigência de Princípio de Direito


tratamento Cuidado e Respeito Internacional
Internacional sobre a Natureza Ambiental
Questão nuclear
2º G. M. – potencialidades da energia nuclear para fins bélicos e energia nuclear e
desenvolvimento econômico

 1956/1957- Criação da
 Esforço da comunidade
Agência Internacional
internacional no sentido de
de Energia Atômica
encorajar e difundir a
(IAEA)
energia nuclear para fins
 Total de membros em pacíficos.
2016: 168.
 Relação direta com a ONU
 Pilares principais da AIEA:
segurança, ciência e
tecnologia, salvaguardas e
verificações.
Energia Nuclear

 1957- Criação da Comunidade Europeia de Energia Atômica –


EURATOM

 Energia nuclear – diretamente relacionada a um extenso rol de conflitos


internacionais.

 Tentativa de regulação da convivência internacional em relação à energia


nuclear em meio a Guerra Fria em meio ao aumento exponencial das
capacidades tecnológicas.

 Crise dos mísseis em Cuba na década de 1960.

 Produção exponencial dos países - Esses fatos deram início a um difícil


processo de negociação entre os países para colocar limites à proliferação
de armas nucleares e para impor limites aos seus testes.
Décadas de 1960 e 1970

PRIORIDADE DA COMUNIDADE INTERNACIONAL


D E E S TA B E L E C E R R E S T R I Ç Õ E S À
PROLIFERAÇÃO E AO USO DE ARMAS
N U C L E A R E S E P R E O C U PA Ç Õ E S C O M O S
EFEITOS DOS TESTES SOBRE O MEIO AMBIENTE
E HOMEM
1963- Tratado Proibindo Experiências com Armas Nucleares na
Atmosfera, no Espaço Cósmico e no Mar.

Membros líderes: EUA; URSS; Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do


Norte

2 Princípios básicos:

1- Proibir e impedir a explosão experimental na atmosfera, águas territorial e


alto-mar.

2- Não encorajar a realização de qualquer explosão de armas nucleares.

OBS1: (China e França não participaram – estavam em pleno


desenvolvimento e testes nucleares).

OBS2: Brasil ratifica o tratado em 1966.


Atlas dos conflitos mundiais - 2007
1968 – Tratado de não Proliferação de Armas Nucleares (TNP)

Objetivos: Uso pacífico da tecnologia nuclear e impedir a proliferação da


tecnologia utilizada em armas nucleares.

Polêmica: TNP permitiu que EUA, URSS (Rússia) França, Reino Unido e China
permanecessem com seu arsenal nuclear, impedindo que outros países
signatários que ainda não tinham tecnologia para isso abrissem mão da
tecnologia nuclear para fins bélicos.

Dificuldade de fiscalização por parte da Agência Internacional de Energia


Atômica.

Atualmente 168 Membros - Brasil aderiu em 1998.

Principais países não signatários: Índia, Paquistão e Coreia do Norte

1971- Tratado de Mísseis Antibalísticos entre EUA e URSS que visou à


redução de armas nucleares defensivas. Tratado vigorou até 2002.
1973: Acordo sobre Prevenção de Guerra Nuclear

Acordo bilateral entre União Soviética e Estados Unidos- “consultas urgentes”,


em caso de conflito armado, de forma a evitar que uma escalada militar entre
eles fosse tratada imediatamente com o uso de armas nucleares.

Brasil:

Brasil adquiriu em 1975 para fins pacíficos equipamentos de


tecnologia nuclear por meio de acordos com a Alemanha –
Resultado- Construção de Angra I e II
Década de 1970- 1980

TRATADOS FIRMADOS EM DECORRÊNCIA DOS


ACIDENTES COM REATORES NUCLEARES NOS
ANOS DE 1979 E 1986.
Three Mile Island, no Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos (1979)

 Derretimento dos reatores


nucleares e acumulo de
gases radioativos que
depois foram liberados na
atmosfera.

 consequências: índices
altos de câncer na
região se comparado
com outras.
 Ninguém tomou uma
medida punitiva.
Usina de Chernobyl- localizada em Kiev, capital da Ucrânia (abril de 1986)

 Falha nos reatores – superaquecimento


subsequente explosão e incêndio.
 Consequências: gerou a emissão de
gases radioativos na atmosfera que
foram levados inicialmente para os
países escandinavos, em que níveis
muito elevados de radiação foram
identificados e causaram a apreensão
internacional. Nos dias que seguiram ao
acidente, a nuvem e a precipitação de
materiais radioativos foram constatadas
na Grã-Bretanha, Alemanha, Áustria,
Suíça, Itália e Iugoslávia, afetando
imediatamente as atividades
agropecuárias.

 A URSS jamais revelou a quantidade de


mortes atribuídas à exposição da
população local à radiação. Escondeu a
notícia do acidente por dois dias.
CONSEQUÊNCIAS NORMATIVAS PÓS ACIDENTES

 1986- Convenções sobre Imediata Notificação de Acidentes


Nucleares

Art. 2: Obrigação de imediata notificação de acidente nuclear à IAEA e aos países


que podem ser fisicamente atingidos pelos seus efeitos.

Art. 3: prevê que outros tipos de acidente podem ser notificados voluntariamente, o
que significa que radiação decorrente de armas nucleares não está abrangida pela
Convenção.

Art. 4 e 5: Agência disseminará as informações cruciais de acordo com os dados


passados constantemente pelos Estados afetados.

Brasil ratifica em 1991.


CONSEQUÊNCIAS NORMATIVAS PÓS ACIDENTES

 1986- Assistência em Caso de Acidente Nuclear e


Emergência Radiológica

1- Sua aplicação se estende aos casos de utilização de armas nucleares.

2- Cooperação entre país afetado e país que irá ajudar com apoio técnico e de
recursos humanos.

3- A IAEA tem um papel de intermediário nessa cooperação, porém, se


requerido pelo país, pode assumir a coordenação dos trabalhos de assistência a
ser prestada (art. 5).

4-A prestação de assistência pode dar-se de forma gratuita ou mediante o


reembolso de custos incorridos pelo Estado que a prestar (art. 6).
Ambas ratificas pelo Brasil em 1991.
ZONAS LIVRES DE ARMAS
NUCLEARES
1967- Tratado para a Proscrição de Armas Nucleares
na América Latina e no Caribe (Tratado de Tlatelolco)

 Primeira Área Livre de


Armas Nucleares,
abrangendo a América
Latina e Caribe

 Resposta a Crise dos


Misseis
OPANAL – Organização para a
Proibição de Armas Nucleares na
América Latina e no Caribe- Criada em  Sistema de controle e
1969 para assegurar o cumprimento do fiscalização: OPANAL
Tratado por meio de reuniões periódicas
1967- Tratado de Tlatelolco

 Proíbe:
a) O ensaio, uso, fabricação, produção ou aquisição,
por qualquer meio, de toda arma nuclear.
b) recepção, armamento, instalação, colocação ou
qualquer forma de posse de qualquer arma nuclear.
c) A utilização da energia nuclear para fins pacíficos
permaneceu permitida.
As partes do Tratado também convencionaram
negociar com a IAEA para dar aplicações às
salvaguardas daquela agência.
1985- Zona Livre de Armas Nucleares do
Pacífico Sul

Prevê a renúncia a armas nucleares, a proibição de testes nucleares, de lançamento


de material radioativo na natureza e da admissão do incurso militar de armas
nucleares nos territórios das partes, ressalvado o direito soberano de admitir a visita
de embarcações e aeronaves estrangeiras.
1996- Tratado Africano para formação de uma Zona livre de armas
nucleares (Tratado de Pelindaba) (entrou em vigor em 2006)

Verde:
Ratificaram o
tratado

Amarelo: Não
assinaram.

Cinza: Marrocos-
firmou o tratado,
mas não
ratificou.
Tratado de Pelindaba

 (a) renúncia à posse, desenvolvimento, uso, pesquisa,


fabricação, aquisição e manutenção de armas nucleares;
 (b) proibição de admitir o incurso militar de armas nucleares
nos territórios das partes, ressalvado o direito soberano de
admitir a visita de embarcações e aeronaves estrangeiras;
 (c) proibição de testes nucleares;
 (d) declaração de existência e posse de armas nucleares
pelos Estados e a sua desativação;
 (e) proibição de lançamento de material radioativo e
aplicação dos termos da Convenção de Bamako sobre o
Banimento da Importação de Resíduos Perigosos para a
África quanto a resíduos radioativos;
 (f) uso exclusivamente pacífico da energia nuclear; e
 (g) proibição de ataques militares a instalações nucleares.
1995- Tratado sobre a Zona Livre de Armas Nucleares
do Sudeste Asiático.

 As obrigações são bastante


semelhantes às do Tratado
da Zona Livre de Armas
Nucleares do Pacífico Sul
a respeito do banimento
de atividades com armas
nucleares e do uso
exclusivamente pacífico,
bem como dispõe sobre a
aplicação de
salvaguardas da IAEA.
TRATADOS DE PROTEÇÃO/
SEGURANÇA PARA USOS
PACÍFICOS DA ENERGIA
NUCLEAR
Convenção sobre a Proteção Física de Material Nuclear (1979)

 Este é o único instrumento internacional vinculante que trata da proteção do


material nuclear para uso pacífico em instalações nucleares, armazenamento
e transporte. Preparada sob os auspícios da IAEA em Viena, a Convenção foi
adotada em 26-10-1979 e entrou em vigor em 8-2-1987.

 A Convenção busca impor padrões mínimos aos Estados para que adotem
medidas de controle e impeçam desvios, roubos, contrabando, sabotagem,
entre outras atividades, de material nuclear.

 A preocupação natural é de que o material nuclear não venha a ser obtido por
organizações criminosas, paramilitares ou terroristas. A Convenção exige dos
Estados que criminalizem diversas condutas ligadas à proteção de material
nuclear.

 No Brasil, passou a vigorar na mesma data.


Convenção sobre Segurança Nuclear (1994)

Objetivos:

 Manter um alto nível de segurança


das instalações nucleares em todo
o mundo, o que deve ser atingido
através de esforços individuais e
por meio de cooperação
internacional.

 (b) o estabelecimento de sistema


Visa à promoção de padrões de segurança para proteger
indivíduos
mais altos de proteção (trabalhadores),sociedade e meio
radiológica de instalações ambiente e
nucleares pelos países-partes.
 (c) prevenir acidentes radiológicos
Brasil ratifica em 1997. e mitigar seus efeitos, caso
ocorram.
Convenção Conjunta para o Gerenciamento Seguro de
Combustível Nuclear Usado e dos Rejeitos Radioativos (1997)

 Convenção, entretanto, possui


obrigações mais específicas e
detalhadas sobre procedimentos de
gerenciamento, projeto, construção e
localização de instalações, operações,
requisitos de segurança e fechamento
das instalações (arts. 4 a 17).

 Reuniões periódicas das partes para


revisão das obrigações .
Segue a mesma linha da Convenção sobre
Segurança Nuclear ao estabelecer obrigações
gerais para assegurar altos níveis de  Trata das normas sobre o movimento
segurança e prevenção de acidentes transfronteiriço de rejeitos radioativos.
nucleares. Seus objetivos são praticamente os
mesmos da Convenção precedente, porém  No Brasil, entrou em vigor em
adaptados à gestão de resíduos radioativos. 2006.
RESPONSABILIDADES DOS
ESTADOS E DAS PESSOAS
DE DIREITO PRIVADO
Responsabilidade dos estados

 Controvérsias em relação a esse ponto:

 Interpretação mais convincente é a de que a


responsabilidade por danos nucleares depende da
ocorrência de falha ou negligência, de modo que o
evento danoso poderia ter sido evitado.
 Descumprimento de uma obrigação objetiva;
 Acidentes nucleares - no caso de comprovação de
negligência.
Responsabilidade das pessoas de direito privado

 Convenção de Viena sobre Responsabilidade Civil por


Danos Nucleares (em vigor desde 1977).
 Convenção de Paris sobre a Responsabilidade de
Terceiros no Campo da Energia Nuclear (década de
1960)

 As Convenções tratam da responsabilidade das


pessoas jurídicas de direito privado, de modo que
não alteram o regime de responsabilidade entre os
Estados. Prevê também indenização para as vitimas.

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